Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a repercussão da Operação Carne Fraca, realizada pela Polícia Federal.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Comentários sobre a repercussão da Operação Carne Fraca, realizada pela Polícia Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 31/03/2017 - Página 60
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • COMENTARIO, OPERAÇÃO, AUTORIA, POLICIA FEDERAL, OBJETO, INVESTIGAÇÃO, CRIME, AUTOR, FISCAL FEDERAL AGROPECUARIO, PARTICIPAÇÃO, EMPRESARIO, AGRONEGOCIO, REFERENCIA, AUTORIZAÇÃO, FUNCIONAMENTO, FRIGORIFICO, PRODUÇÃO, CARNE, ADULTERAÇÃO, ALIMENTOS, DESRESPEITO, LEGISLAÇÃO SANITARIA, IRREGULARIDADE, CONSUMO, RESULTADO, SUSPENSÃO, EXPORTAÇÃO, PERTURBAÇÃO, POPULAÇÃO, ELOGIO, RETOMADA, COMPRA E VENDA, PRODUTO EXPORTADO, DESTINATARIO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, HONG KONG, EGITO, CHILE, ATUAÇÃO, BLAIRO MAGGI, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PREVENÇÃO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, desde que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, veio a público, o Ministério da Agricultura e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e diversos outros órgãos e entidades federais e estaduais se empenham em conter os impactos nocivos da notícia para as exportações de carne brasileira.

    O Ministro Blairo Maggi tem desempenhado um papel de destaque no enfrentamento da crise. Além de dar diversas entrevistas para prestar esclarecimentos à população e à imprensa nacional e internacional, foi pessoalmente acompanhar inspeções em frigoríficos no Paraná e fez suspender as licenças de estabelecimentos investigados.

    Acompanhando diariamente as oscilações do mercado internacional, o Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços juntou-se aos esforços para impedir que continuem caindo as vendas de carne para o exterior.

    No Senado, duas audiências públicas foram marcadas para essa semana, com o objetivo de reunir produtores, trabalhadores e autoridades na Comissão de Direitos Humanos e na Comissão de Assuntos Econômicos, para debater o assunto e buscar formas de proteger a imagem do País, um dos grandes exportadores mundiais de commodities.

    É isto que tem salvado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a economia do nosso País: as exportações de commodites – da carne, da soja, do milho, enfim, dos derivados do leite. Isso é que tem salvado. O agronegócio e o campo têm salvado a nossa economia.

    Eu mesmo pude participar, na semana passada, da audiência pública conjunta da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, de que sou Vice-Presidente, e da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), que contou com as presenças do Ministros da Agricultura, Blairo Maggi, e da Indústria e Comércio, Marcos Pereira. Na ocasião, o Ministro Blairo Maggi reafirmou a qualidade das carnes brasileiras e garantiu que são produzidas em perfeitas condições fitossanitárias.

    Há exatas 4.837 plantas frigoríficas em todo o Território nacional, mas apenas 21 estão sob investigação; destas, apenas seis produzem para exportação. Das que estão sob investigação, apenas seis, meia dúzia – dentre as 4.837 plantas, apenas meia dúzia –, produzem para exportação. Não é possível que milhares de frigoríficos que trabalham estritamente dentro das regras dos órgãos de fiscalização sanitária acabem prejudicados por uma meia dúzia de estabelecimentos, cujas operações estão, até o momento, apenas sendo averiguadas pela Justiça.

    As consequências econômicas são terríveis. Menos exportações significam menos receitas, menos empregos, o que põe em risco milhares de empregos diretos e indiretos e pode acentuar a frágil situação econômica da qual vimos tentando sair, principalmente nos últimos dois anos.

    No Estado de Rondônia, por exemplo, já estamos sofrendo o impacto dessa crise. Por sorte, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vários países já voltaram a importar a nossa carne: a China, o Egito, o Chile e, ontem, Hong Kong, que é o principal comprador. O principal destino da carne de Rondônia, da carne rondoniense, já reiniciou as suas importações.

    A média, antes da crise, era de 200 mil animais abatidos por mês no Estado de Rondônia, mas esse número deve cair significativamente, já que 40% da escala de abate foi reduzida em consequência da interrupção das vendas, principalmente para países asiáticos e para a Rússia.

    Espero que, com a volta da China, de Hong Kong, do Egito, do Chile e de outros países, Sr. Presidente, em poucos dias, tudo volte à normalidade, tanto no meu Estado de Rondônia quanto no Brasil.

    As crises são passageiras – eu acredito nisso. As crises também são agudas, são profundas, deixam sequelas e impactam, mas elas são passageiras, elas passam. Eu espero que, com a força do nosso povo, com a força do nosso Ministro Blairo Maggi, do Ministro Marcos Pereira e de todo o Governo, consigamos reverter esse quadro terrível que se abateu sobre o agronegócio brasileiro.

    Metade das exportações de Rondônia, Sr. Presidente, é de carne, cuja qualidade é um imperativo tanto para criadores quanto para frigoríficos e exportadores. Inspeções constantes comprovam a boa saúde dos rebanhos do meu Estado.

    Além disso, como bem lembrou o Superintendente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, Gilberto Baptista – e tenho certeza de que o Presidente, Dr. Marcelo, também pensa da mesma forma –, a carne rondoniense é comercializada in natura, diferentemente do que acontece com os frigoríficos envolvidos na Operação da Polícia Federal, que oferecem basicamente embutidos e carne processada.

    Portanto, quero crer que logo serão restabelecidas as exportações, tanto no Estado de Rondônia quanto em todo o Brasil, para bem da economia local e de todo o País.

    Hoje mesmo, os principais jornais do Brasil informaram que, das 174 amostras de carne recolhidas nos 21 frigoríficos investigados, nenhuma apresentou qualquer tipo de contaminação ou substância prejudicial à saúde humana. A outra boa notícia é que, no último sábado, China, Egito e Chile – como já disse – divulgaram sua disposição em voltar a comprar carne brasileira.

    Mais uma vez, reafirmo, Sr. Presidente, como ontem mesmo noticiei aqui, da tribuna do Senado, que Hong Kong também voltou a comprar a nossa carne, a carne de Rondônia. São os primeiros indícios de que conseguiremos reverter a situação e sustentar nossa condição de grande exportador mundial de carne.

    Precisamos manter cada vez mais forte o otimismo na força do nosso povo, na força dos produtores, na força dos criadores, na força dos consumidores também, que ajudam a emitir uma imagem positiva da nossa carne, que não é uma carne fraca, Sr. Presidente. A carne brasileira – a carne de Rondônia, a carne do Pará, a carne do Norte do País, a carne de todo o Brasil – é uma carne forte, é uma carne saudável, é uma carne boa.

    Portanto, vamos continuar consumindo e exportando a nossa carne, para gerar divisa, renda e emprego para a nossa população.

    Obrigado, Sr. Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Agradeço, Senador Valdir Raupp. O pronunciamento de V. Exª vem exatamente ao encontro daquilo que todos os Senadores colocaram por ocasião da Operação Carne Fraca.

    O Estado de V. Exª teve esse impacto, porque 50% da exportação de Rondônia é de carne.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) – É de carne.

    O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – E carne in natura, sem processamento de embutidos.

    E aí, como foi dito, de quase 400 plantas...

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) – Não, são quatro mil e tantas plantas – mais de 4 mil.

    O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Só 21 foram investigadas. E foi feita essa Operação, que trouxe para o nosso País dificuldade enorme, porque o Brasil é o maior exportador de carne do mundo, de proteína animal do mundo. E, exatamente nesse segmento do agronegócio, que sustenta a economia do Brasil, nessa fase de recuperação do setor produtivo, vem uma operação como essa e coloca em xeque todo o trabalho desenvolvido há décadas – porque não se conquista essa posição de maior exportador se não for com o trabalho tanto de colocar a carne nos países como de ter sanidade animal para que ela possa ser exportada.

    Então, eu quero parabenizar V. Exª e parabenizar o Ministro Blairo Maggi novamente – eu o fiz no pronunciamento e quero repetir agora. Isto todos nós sabíamos, colegas seus do Senado: ele, ao assumir a pasta, faria a gestão da agricultura e da pesca como está fazendo.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) – Ele foi tão eficiente que eu já ouvi ontem pessoas dizendo: "Esse deveria ser candidato à Presidência da República." Já começam a lançar o Blairo Maggi. Pela sua eficiência, pelo seu desprendimento, pela coragem e determinação com que comandou esse trabalho todo para desfazer esse mal-entendido sobre a nossa carne, ele já começou a ganhar projeção nacional, e há algumas pessoas dizendo que ele deverá ser candidato Presidente da República. Não estou aqui lançando a candidatura do Blairo Maggi, mas é realmente um homem íntegro. Foi governador por dois mandatos no Estado do Mato Grosso; agora aqui, no Senado Federal, fez um excelente trabalho; e também como Ministro da Agricultura, no MAPA.

    Sr. Presidente, quando eu era governador, o Blairo Maggi era apenas produtor de soja com o seu pai em Mato Grosso, e nós já empreendemos um grande investimento em Rondônia, que foi a construção do porto graneleiro de Porto Velho e do terminal de Itacoatiara – em Porto Velho, em parceria com o meu Governo de Rondônia e com o Governo Federal; e, lá em Itacoatiara, com o Amazonino Mendes, que era o governador da época. Eu me encontrei muitas vezes com o Amazonino, o Blairo Maggi e o seu pai, André, que já faleceu e que foi prefeito da cidade que ele fundou, que ele criou. Foi candidato único da cidade de Sapezal, que eu conheço, em Mato Grosso, onde iniciamos as tratativas para construir o porto graneleiro de Porto Velho, que construímos, inauguramos ainda na época do governo Fernando Henrique – eu era governador. De lá para cá, o Blairo não parou mais, só cresceu, exportando cada vez mais soja. Virou o rei da soja no Brasil, virou Governador do Estado de Mato Grosso por dois mandatos e, agora, Senador e Ministro da Agricultura.

    Então, realmente eu não duvido de que, de repente – não por ele –, a sociedade brasileira comece a projetá-lo como um possível pré-candidato à Presidência da República.

    Obrigado, Sr. Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – O Senador Blairo Maggi realmente é um exemplo de brasileiro e de empresário, que deve servir de referência a todos nós.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) – Quero parabenizar também, Sr. Presidente, o Presidente Michel Temer, porque um ministro não faz sozinho. Se um ministro faz um bom trabalho, é porque ele tem respaldo do Presidente da República, que é a autoridade maior do nosso País. E, ontem mesmo, nós vimos o Presidente da República Michel Temer, o Ministro Blairo Maggi e outros ministros lançarem um programa para desburocratizar o Ministério da Agricultura e também assinarem portarias endurecendo o jogo na fiscalização, na auditoria e na fiscalização das nossas plantas de carne em todo Brasil, do agronegócio de todo o Brasil. Vão haver regras mais duras, para que ninguém possa mais transgredir – essas três, quatro, meia dúzia de plantas, que foram penalizadas. Que no futuro não haja nem isso; que nenhuma possa transgredir as regras do Governo Federal e do Ministério da Agricultura.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/03/2017 - Página 60