Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre o processo judicial em que o Senador Lasier Martins é acusado de cometer violência doméstica em desfavor de sua esposa.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PODER JUDICIARIO:
  • Comentários sobre o processo judicial em que o Senador Lasier Martins é acusado de cometer violência doméstica em desfavor de sua esposa.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2017 - Página 22
Assunto
Outros > PODER JUDICIARIO
Indexação
  • DEFESA, APURAÇÃO, PROCESSO JUDICIAL, REU, LASIER MARTINS, SENADOR, DENUNCIA, AUTORIA, ESPOSA, CRIME, VIOLENCIA DOMESTICA, ENFASE, COMBATE, VIOLENCIA, DESTINATARIO, MULHER.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Sem revisão da oradora.) – Na realidade, eu poderia ter feito o aparte ao nobre Senador, mas eu quero, desde já, dizer que não estou querendo entrar no debate. Acho que nós deveríamos, sim, discutir tantas outras coisas importantes, urgentes, emergentes para o País. Mas nós estamos diante de um caso, como o próprio Senador Lasier falou, que veio a público. Todas nós, todos nós ficamos sabendo através da imprensa.

    Eu quero, de antemão – aqui está a Senadora Fátima ao meu lado –, dizer que em momento algum queremos julgar o Senador. Não nos cabe esse julgamento. Não nos cabe. Não queremos, então, expressar qualquer juízo de valor. Entretanto, diante do acontecido, nós não poderíamos neste momento silenciar, Sr. Presidente, e nos omitir, nós que somos só 10% da composição desta Casa, 10% da composição de todos os Parlamentos do mundo, que lutamos muito para ver aprovada a Lei Maria da Penha, que lutamos muito e frequentemente melhoramos a lei, que aprovamos projetos, com apoio dos senhores, inclusive, no sentido de evitar qualquer processo de violência contra as mulheres. Aprovamos recentemente uma lei estabelecendo o feminicídio, porque mulheres morrem por uma única razão: por serem mulheres. Então, não podemos desconhecer o fato de que a sociedade impõe uma violência contra as mulheres.

    Não estou dizendo, Senador, não estou querendo dizer que seja o seu caso. Mas, diante do que a imprensa divulgou, diante de uma denúncia que houve na delegacia, nós mulheres, a Bancada, nos manifestamos da seguinte forma: queremos que seja apurado o fato, como o próprio Senador quer. E, se comprovado fique, que a lei seja aplicada. Esse é o nosso objetivo como Bancada Feminina, porque, eu repito, Sr. Presidente, a nossa luta é cotidiana contra a violência.

    Nós não podemos também aceitar o fato, Senador, me perdoe, de se tratar de um caso familiar. A partir do momento em que há uma denúncia, deixa de ser um problema privado. É um caso público. Nós brigamos muito contra aquele velho ditado que diz que "em briga de marido e mulher, ninguém põe a colher". Põe a colher, sim. Põe a colher.

    Mas, nobre Senador, o senhor não veja isso como uma acusação antecipada a V. Exª. Pelo contrário.

    Houve fatos anteriores, como disse a Senadora Ana Amélia. Verificamos antecedentes de todos. E aqueles em que havia um processo à época do acontecido, em que houve denúncia, nós nos posicionamos da mesma forma.

    Portanto, há uma nota pública da Procuradoria sobre isso. É somente uma nota extremamente equilibrada, que não expressa qualquer juízo de valor, apenas registra a nossa luta contra a violência, dizendo que acompanharemos as investigações do caso.

    Muito obrigada, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2017 - Página 22