Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre as críticas feitas por membros do Partido dos Trabalhados em relação à gestão do atual Governo.

Autor
José Medeiros (PSD - Partido Social Democrático/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Comentários sobre as críticas feitas por membros do Partido dos Trabalhados em relação à gestão do atual Governo.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2017 - Página 30
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • COMENTARIO, CRITICA, AUTORIA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ASSUNTO, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, COMPARAÇÃO, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REALIZAÇÃO, CORTE, PROGRAMA DE GOVERNO, AUSENCIA, CONFIANÇA, DESRESPEITO, POPULAÇÃO, REGIÃO NORDESTE.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos acompanham neste momento, faço minhas as palavras do Senador Cidinho. Mato Grosso está neste momento muito apreensivo, porque Mato Grosso depende muito da agricultura, da agropecuária, e essa decisão do STF pegou todo mundo de surpresa.

    Hoje o cenário é de muita dúvida: alguns produtores não sabem se vai ser retroativo; se vão ter que recolher tudo uma vez; se aqueles que tinham uma ação vão ter que automaticamente começar a recolher. Então, neste momento, o cenário é muito instável. E isso é ruim para a economia.

    Eu acho que é importante até o próprio Governo se apressar, através do Ministério da Agricultura, para explicar como é que vai ser essa questão, porque o produtor quer é produzir, e o Brasil precisa muito dessas pessoas trabalhando, que é a sua atividade fim.

    Sr. Presidente, dito isso, quero trazer aqui um tema que é justamente a respeito da nossa economia.

    Hoje ouvimos, na Comissão de Assuntos Econômicos, o Presidente do Banco Central, Ilan, e nos traz alento saber que o Brasil, se não está às mil maravilhas, já constrói um alicerce para uma retomada de crescimento. Os números já começaram a melhorar, apesar de que, todas as vezes que os membros do governo passado aqui sobem a esta tribuna, sobem para despejar o caos, para desfiar um rosário de calamidade, como se eles nunca tivessem passado pelo governo, como se não tivessem a mínima responsabilidade sobre essa situação por que o Brasil está passando. O Rio de Janeiro e os Estados estão todos em calamidade pública; as suas finanças em arrebento.

    E aí todo o programa que é extinto, ou que está em dificuldade, que o Governo fecha por falta de dinheiro, eles dizem: "Estão vendo? Este Governo usurpador está acabando com o Ciência sem Fronteira, está acabando com isso com aquilo."

    É bom lembrar aqui aos brasileiros que, no último ano do governo da Presidente Dilma, 87% dos programas sociais foram cortados; de todas as verbas, 87% das verbas foram cortadas para programas sociais. Eles passaram a existir somente no nome. Então, existia o PAC 1, o PAC 2; todos esses PACs só tinham o nome, porque as obras estão paradas praticamente até hoje por falta de recurso – já não havia mais recurso. O Ciência sem Fronteiras, um programa que passou a ser chamado de turismo sem fronteira, já estava arrebentado. Os chamados pontos de cultura, que eles falaram tanto, já estavam arrebentados.

    Faço essa rememoração aqui para que a gente não seja pego de surpresa quando, de repente, falarem que "agora tudo está ruim". Não! Agora é que estamos fazendo a retomada, porque o Brasil estava com sua economia em queda livre. Com a saída do governo, que não detinha mais confiança nenhuma, chegou uma equipe à economia – uma equipe de ministros – que, através da credibilidade do serviço, começou a fazer a retomada do Brasil para que ele pudesse voltar aos trilhos. São importantes esses contrapontos para que não fique aqui parecendo que esses, eu diria, neorresponsáveis economicamente que sobem aqui possam ficar contando mentira como se verdade fosse.

    Eu vejo aqui que sobem e fazem uma defesa da saúde como se nunca tivessem tido a chave do cofre da saúde. Aqui há um Senador que sempre sobe que foi Ministro da Saúde. E aqui sobe para dizer que o Brasil está... É verdade; a nossa saúde não está bem. Agora, temos que ver a que hora passou o furacão; o furacão passou no governo deles! E nós estamos, agora, reconstruindo a casa, e não dá para reconstruir um país de um dia para outro. Agora, tem que ficar claro que, enquanto uns trabalham, outros tentam atrapalhar o tempo inteiro.

    Eles começam a levar, Senador Elmano, cinco ou seis pessoas para o meio da rua, com faixas, e sai na imprensa: "população vai às ruas contra determinada coisa". E pronto: vai como se fosse uma manifestação. Os movimentos MBL, Vem pra Rua e todos esses levaram 50 mil para a Paulista, e eles subiram aqui e disseram: "Foi um fracasso."

    Então, é importante, cada vez que subirmos aqui, nós que estamos apoiando... Não estamos apoiando um governo; estamos apoiando o Brasil. Nós estamos apoiando essa transição, porque nós precisamos atravessar esse rio, essa correnteza forte que nos sobrou, essa enxurrada que veio do governo do Partido dos Trabalhadores.

    Ninguém desejou o caos, porque nós não desejamos o caos para o País. Nós não desejamos o "pior, melhor". Nós trabalhamos para que o País volte aos trilhos. Agora, me faz ficar pasmo e decepcionado ver um partido que lutava pela ética, pela probidade – por tudo – ficar aqui agora numa briga tão somente do poder pelo poder, fazendo a política do "quanto pior, melhor". Tudo agora não presta; nada presta! E não tem dó; mesmo sabendo que o que dizem não é verdade, eles vêm aqui e tentam enganar a população.

    Eu digo: enganaram por 13 anos boa parte da população brasileira, até que a população não aguentou. Alguns pensam que foi o Parlamento que tirou a Presidente. Formalmente, foi; formalmente, fomos nós que votamos e retiramos a Presidente Dilma do poder; mas, materialmente, quem tirou a Presidente do poder foi o povo, foi a população, que foi às ruas e realmente fez com que o Senado e a Câmara fizessem o processo de impeachment andar. Essa é a grande realidade!

    E aí dizem: Senador Medeiros, mas isso já passou? Nós temos que falar disso sempre para que não saia da memória quem arrebentou com esse País e quem está aí falando uma mentira atrás da outra, querendo se passar por coitadinho para voltar para a Presidência da República.

    O Brasil, por três vezes, demonstrou confiança, depositou confiança na mão dessa gente e, por três vezes, foi enganado. Certa vez, disseram: "Nós vamos cuidar da Petrobras, nós vamos proteger a Petrobras." Comportaram-se, Senadora Simone, como aquele cavalheiro que promete proteger os seus bens contra terceiros, mas os toma para si, aquele brocardo bem conhecido no meio jurídico.

    Na verdade, tudo o que fizeram foi só conversa bonita, o que eles diziam, a conversa do povo, falando para o povo, usando a pobreza como massa de manobra, principalmente o povo do meu querido Nordeste. O povo do Nordeste, Senador Elmano, V. Exª sabe muito bem, é um povo crédulo, um povo que confia, um povo muito emotivo também e fleumático quando se irrita. Mas, muitas vezes, pegando o Lula como exemplo, que é nordestino e que sabe muito bem se comunicar na linguagem do povo nordestino, faz aquele apelo emocional. Só ele sabe. Ele não devia brincar com os nordestinos. Ele devia respeitar esse bom povo, o bom povo nordestino, mas usou da emoção, usou da linguagem fácil para poder enganar o povo. Essa é a grande verdade.

    Agora, ele também conhece bem o povo nordestino. Quando o povo nordestino se zanga, quando ele se abusa, como dizem lá – e já marcho para o final, Senador Elmano –, quando o povo nordestino toma abuso, é para nunca mais.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – E ele tem que colocar as barbas de molho, porque o povo está tomando abuso dessa mentirada, desse coitadismo.

    Ora, Senador Elmano, milhões, aliás, bilhões já estão retornando aos cofres públicos, devolvidos pelo pessoal que tinha pego, e ele disse que não houve nada, que a culpa é de Moro, que é tudo... Acha que alguém ia devolver dinheiro se não tivesse ocorrido nada de malfeito? 

    Então, nesse momento, vimos aqui fazer esse alerta. Essa gente está mentindo, está indo para a rua e querem tocar fogo num País que já não está se aguentando das pernas, porque acabaram com ele.

    Senador Elmano, agradeço a tolerância e deixo esse desafio aqui a cada Parlamentar, a cada um de nós, para podermos ajudar o Brasil a fazer essa travessia. Os Estados estão arrebentados, os Municípios nem se fala, e não dá para a gente entrar na cantilena dessas pessoas que não querem o bem do País.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2017 - Página 30