Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque ao papel da Embrapa na promoção do agronegócio de Mato Grosso do Sul e do Brasil.

Autor
Pedro Chaves (PSC - Partido Social Cristão/MS)
Nome completo: Pedro Chaves dos Santos Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Destaque ao papel da Embrapa na promoção do agronegócio de Mato Grosso do Sul e do Brasil.
Outros:
Aparteantes
Ana Amélia, Elmano Férrer, Waldemir Moka.
Publicação
Publicação no DSF de 06/04/2017 - Página 40
Assuntos
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Outros
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), INVESTIGAÇÃO, QUALIDADE, CARNE, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), DISTRIBUIÇÃO, BRASIL, CONFIANÇA, PESQUISA AGROPECUARIA, CONTRIBUIÇÃO, CRESCIMENTO, PAIS, ENFASE, INAUGURAÇÃO, LABORATORIO, PESQUISA, DOENÇA, GADO, AUMENTO, SEGURANÇA, PRODUÇÃO, ALIMENTOS, IMPORTANCIA, RECURSOS, GOVERNO FEDERAL.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Exma Srª Presidente do Senado, Fátima Bezerra, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, demais autoridades, o nosso boa tarde.

    Inicialmente, eu gostaria de retornar um pouquinho à Operação Carne Fraca. Essa operação trouxe danos irreparáveis para Mato Grosso do Sul, o que foi extremamente grave porque praticamente paralisou a economia do Estado. Só agora estamos retomando isso.

    Existem, na verdade, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, alguns institutos de pesquisa importantíssimos que garantem a qualidade da carne, que nós poderíamos chamar de carne forte. Por exemplo, a Embrapa é um órgão de investigação especial importantíssimo para Mato Grosso do Sul e para o País. Quem tem uma Embrapa, como nós temos em Campo Grande, não precisa se preocupar com a qualidade da carne que é fornecida para o mercado nacional. Em termos de sanidade animal, é tranquilo. Eu gostaria de falar um pouquinho sobre a Embrapa.

    Eu estou ocupando esta tribuna para discorrer brevemente sobre o papel que cumpre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na defesa da promoção do agronegócio de Mato Grosso do Sul e do Brasil. Como entusiasta do desenvolvimento e aplicação da ciência e da inovação tecnológica em todas as atividades humanas, fico maravilhado com o trabalho dessa consagrada instituição de pesquisa, que, em rigor, vem contribuindo decisivamente para tornar os setores de carne e grãos mais dinâmicos, competitivos e sustentáveis.

    A Embrapa é uma empresa relativamente nova. Nasceu em 1972, porém, aos poucos, ganhou espaço e densidade, graças ao trabalho dos seus pesquisadores, quase todos doutores, 95%. Eles não medem esforços para encontrar caminhos para a produção de alimentos, inclusive em ambientes considerados hostis, como era o antigo Cerrado do Centro-Oeste.

    Eu me identifico muito com as iniciativas e a metodologia de trabalho adotada pela Embrapa. Particularmente, a opção pela pesquisa aplicada, ou seja, pelo trabalho teórico e prático voltado para criar soluções em determinados gargalos das cadeias produtivas ou criação de novos produtos.

    Quando fui Reitor da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), orientei a equipe de professores dos cursos de mestrado e doutorado que procurassem trabalhar com pesquisas aplicadas, seguindo, naquilo que fosse possível, as práticas metodológicas adotadas pela Embrapa. Nós, inclusive, contávamos, no curso de doutorado, com diversos pesquisadores da Embrapa, que colaboravam realmente com a formação dos novos doutores. Como a Embrapa tem tradição com a pesquisa aplicada e assistência técnica, a Uniderp procurava acompanhar, com interesse, o trabalho dessa empresa, que teve início, no sul de Mato Grosso, em 1977, pelas mãos do competente engenheiro José Mendes Barcelos.

    Ao longo de 45 anos de muito trabalho, a Embrapa criou outros centros de pesquisas em Mato Grosso do Sul, como a Embrapa Pantanal, que está em Corumbá, e a Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados. Todas as unidades trabalham com pesquisas de ponta, naquilo que chamamos de fronteira do conhecimento, e, em cada propriedade rural, podemos ver facilmente um pouco do trabalho dessa fantástica empresa estatal.

     A Embrapa Gado de Corte, por exemplo, trabalha com sistemas de produção, pesquisa e lançamento de variedades de forrageiras, realiza pesquisas nas áreas de sanidade e nutrição de rebanho, melhoramento genético, reprodução e manejo de animais. As contribuições da Embrapa Gado de Corte no fortalecimento da pesquisa nacional são visíveis. São mais de 200 projetos e subprojetos em andamento, que visam a aumentar ainda mais a produção, a qualidade, a rentabilidade e a eficiência dos sistemas produtivos da bovinocultura de corte. A unidade de Campo Grande mantém cooperação técnica com todo o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e com instituições da Europa, América do Norte, Japão, Austrália e, especialmente, com aquelas de países da América do Sul.

    Na última quinta-feira, 31, na companhia do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi; do Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; do Presidente da Embrapa Nacional, Maurício Lopes; bem como da Senadora Simone Tebet e do Senador Valdemir Moka; e de outras autoridades, inauguramos, em Campo Grande, o Laboratório Multiusuário de Biossegurança para a Pecuária (Biopec), na Embrapa Gado de Corte.

    O Biopec é o mais moderno laboratório na área de pesquisa em segurança e qualidade de carne da América Latina. Ele possibilita estudos relacionados a agentes de alto risco, como salmonelose, brucelose, tuberculose, vírus da febre aftosa, influenza aviária, influenza suína e raiva. A área total do laboratório é de mil metros quadrados, dos quais 500 com infraestrutura, contendo área de contenção em biossegurança, além de uma inédita estrutura para biotério de manutenção e experimentação animal nível 3. O Laboratório conta com um complexo sistema de segurança, automação e integração. O laboratório é do tipo multiusuário e outras instituições públicas ou privadas, voltadas para atividades de ciência e tecnologia, podem fazer uso de sua infraestrutura para a realização de projetos de desenvolvimento em conjunto com a Embrapa.

    No momento em que o Brasil vivencia intensa crise na cadeia da carne, com prejuízos incalculáveis, como é do conhecimento de todos, fico muito esperançoso ao ver que a Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande, ao lado de outras entidades de pesquisa e do produtor rural, continua atuando na defesa e na promoção do nosso agronegócio e dos interesses nacionais.

    Em meio à turbulência, felizmente estamos vendo que o Brasil tem conhecimento cientifico e gente comprometida com a produção de alimentos seguros e saudáveis.

    Encerrando, Srª Presidente, aproveito a oportunidade para parabenizar todos os integrantes da unidade Embrapa Gado de Corte, de Mato Grosso do Sul, na figura do Presidente nacional da Embrapa, Sr. Maurício Lopes.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – Senador...

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Pois não.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – V. Exª me concede um aparte?

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Ah, pois não.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – Senador Pedro Chaves, queria dizer, também, apenas corroborando tudo que V. Exª já disse – não quero ser repetitivo –, que o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, inaugurou em Campo Grande, lá na Embrapa, aquele laboratório de pesquisa... Sem dúvida nenhuma, quem conhece, quem tem algum conhecimento dessa área, quem já teve a oportunidade de ver um laboratório sabe que nós temos que dizer ao Ministro: "Muito obrigado." Também temos que agradecer ao Presidente Michel Temer e o dinamismo do pessoal da Embrapa, ao Presidente Maurício, ao Cleber, que é o nosso diretor regional da pecuária de corte. Sem dúvida nenhuma, aquilo representa segurança; V. Exª percebeu o nível de segurança que tem aquele laboratório e a qualidade de serviço que aqueles técnicos, abnegados – realmente pesquisadores abnegados, gente que é apaixonada pelo trabalho –, podem fazer. Quer dizer, Mato Grosso do Sul pode se orgulhar: tem hoje o melhor e mais estruturado laboratório da América Latina. Muito obrigado, Senador Pedro Chaves.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Agradeço muito ao Senador Waldemir Moka, que esteve presente, com o Ministro Blairo Maggi, na inauguração desse laboratório multiusuário para biossegurança.

    Seguramente, é o melhor laboratório da América Latina, que veio suprir uma lacuna importante, porque pode desenvolver pesquisas para todos os tipos de doença, principalmente as doenças regionais. Isso significa sanidade animal, tranquilidade e segurança.

    Muito obrigado, Moka. Incorporo todas as suas palavras ao meu pronunciamento.

    Obrigado.

    O Sr. Elmano Férrer (PMDB - PI) – Nobre Senador, me concede um aparte, Senador Pedro Chaves?

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Pois não.

    O Sr. Elmano Férrer (PMDB - PI) – Eu queria me somar a V. Exª pelo pronunciamento com relação ao trabalho da Embrapa. Entretanto eu aproveito, colho essa oportunidade, para externar a minha preocupação com relação ao orçamento da Embrapa, paralelamente ao grande trabalho que ela realizou neste País – não foi só em Mato Grosso do Sul. Conheci o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, mas lembro-me do trabalho não só lá no Pantanal, numa região que tem suas características próprias, como: no Trópico Úmido, o CPATU; aqui um centro de recursos, o Cerrados; no Nordeste, o CPATSA, lá em Petrolina. Ou seja, é um trabalho fantástico o da Embrapa. Entretanto, o maior investimento que ela fez foi nos recursos humanos, em seus técnicos, capacitando-os em nível de mestrado, de doutorado, de pós-doutorado. O que nos preocupa – e eu externo aproveitando o pronunciamento de V. Exª – é o orçamento da Embrapa. A Embrapa carece de recursos para investimentos, para fazer novos trabalhos de pesquisa em todas as áreas, animal, vegetal, área de produção, enfim... Mas é isso que nós devemos a ela, ao tempo em que reconhecemos o trabalho gigantesco da Embrapa, que já transpôs as fronteiras – eu vi no Semiárido da Ásia, lá na Índia, em um intercâmbio com a ICRISAT, que é uma instituição de pesquisa da Inglaterra, como do GERDAT no Semiárido da África... Enfim, o trabalho da Embrapa já transpôs as nossas fronteiras. Entretanto ela hoje atravessa uma situação dramática no que se refere ao seu orçamento, sobretudo o orçamento para novas pesquisas e novos investimentos em laboratórios. Isto até nos conforta: tomar conhecimento de um centro tão importante desse em Corumbá – aliás, digo melhor, em Campo Grande.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Em Campo Grande, exatamente.

    O Sr. Elmano Férrer (PMDB - PI) – Mas é bom que nós nos voltemos ao orçamento. Ao tempo em que reconhecemos o trabalho que a Embrapa faz, também que nós vejamos com nosso companheiro de Bancada do Parlamento, do Senado, Blairo Maggi, essa questão do orçamento da instituição. Hoje, dos recursos orçados, a maior parte – mais de 90% – é para pessoal e encargos. Quer dizer, está precisando de recursos significativos para investimentos em novos trabalhos de pesquisa. Eu cumprimento V. Exª por ter facultado essa oportunidade de levantar essa questão orçamentária dessa grande empresa de pesquisa de reconhecimento internacional, a Embrapa.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Muito obrigado, Senador Elmano.

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Incorporo e absorvo realmente todas as observações.

    Hoje, na Comissão de Ciência e Tecnologia, nós discutimos exatamente os recursos para pesquisa, inclusive os fundos setoriais. Esses recursos têm que ser canalizados para pesquisa e, às vezes, estão sendo utilizados indevidamente para cobrir rombo de caixa do Governo.

    É necessário que esses fundos, esses recursos, sejam destinados realmente às pesquisas. E nós vamos continuar lutando para que a Embrapa tenha na verdade os recursos necessários para continuar essas pesquisas, que são fundamentais; foi o agronegócio que segurou praticamente o PIB Nacional.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – Permita-me ainda, Senador Pedro Chaves.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Pois não.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – Na verdade, o importante era ter isso em uma lei, mas nós já tentamos e não conseguimos. Mas, na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), é possível que a gente coloque uma emenda – e...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – ... eu já fiz isso quando presidia a Comissão Mista do Orçamento – impedindo que esse pouco orçamento da Embrapa possa ser contingenciado, porque se trata de um recurso para pesquisa. Eu acho que essa também é uma das formas de a gente ajudar a Embrapa nas suas dificuldades orçamentárias.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Vamos, então, quando da elaboração da LDO, lutar realmente para que não haja contingenciamento não só para a Embrapa, como para todas as pesquisas do País, que representam, na verdade, a independência econômica do País.

    Encerrando, Srª Presidente, aproveito a oportunidade para parabenizar todos os integrantes da unidade Embrapa Gado de Corte, de Mato Grosso do Sul, na figura do Presidente Nacional da Embrapa, Sr. Maurício Lopes, pelo excelente trabalho que desenvolve em prol do nosso Estado e do País. Aproveito também para parabenizar o Ministro Blairo Maggi...

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – ... pelo excelente trabalho que está fazendo em defesa da nossa carne e de todo agronegócio.

    Era o que tinha a dizer.

    Muito obrigado.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Senador Pedro Chaves.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Pois não.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Peço licença apenas para um registro.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Lógico.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Quero cumprimentá-lo, porque vinha do Ministério da Educação – um setor muito caro a V. Exª –, de uma audiência com o Secretário Henrique Sartori, um jovem do seu Estado, muito competente, muito atencioso, tratando o Senador republicanamente, como deve ser nas relações com o setor político. Eu queria dizer ao senhor que, nessa matéria – não só na área da pesquisa, em que a Embrapa representa e merece todos os nossos reconhecimentos e as nossas homenagens –, a maior homenagem que podemos fazer à Embrapa e a todo seu corpo funcional, na figura do seu Presidente Maurício Lopes, é exatamente trabalhar intensamente para que o orçamento da Embrapa seja mantido.

(Soa a campainha.)

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – E eu também penso que, no caso da pecuária de corte, a que V. Exª aqui fez tanto destaque, nós temos que cuidar de outro setor: o da defesa sanitária agropecuária. Essa área é fundamental, estratégica até. E queria dizer, mesmo sendo Senadora do Rio Grande, que o Governador do Mato Grosso, Pedro Taques, hoje promove um encontro aqui, em Brasília, com vários convidados – Parlamentares, autoridades do Governo, como o Ministro Blairo Maggi, que é do Mato Grosso –, uma celebração com carne genuinamente mato-grossense. Então, Senador Dário Berger, enquanto nós, que somos lá do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, temos carne de excelente qualidade, de origem europeia, os mato-grossenses têm sua carne produzida a partir da origem zebuína – gado zebu, nelore, tabapuã, essas raças todas, que fazem...

(Soa a campainha.)

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – ... a grandeza da pecuária. Parabéns, Senador Pedro Chaves, pela iniciativa desse pronunciamento. Conte com o apoio da Bancada para atender essa demanda relativa ao orçamento da Embrapa e também da defesa agropecuária. Obrigada.

    O Sr. Waldemir Moka (PMDB - MS) – Senadora Ana Amélia, é a segunda melhor carne do mundo, porque a primeira é de Mato Grosso do Sul naturalmente.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Estou de acordo com o Senador Waldemir Moka, nosso companheiro.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/04/2017 - Página 40