Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da realização de obras para a revitalização do Rio São Francisco.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Defesa da realização de obras para a revitalização do Rio São Francisco.
Publicação
Publicação no DSF de 06/04/2017 - Página 74
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • DEFESA, REALIZAÇÃO, OBRAS, DRAGAGEM, RENOVAÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO, GARANTIA, ABASTECIMENTO DE AGUA, RESPEITO, MEIO AMBIENTE.

    O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu gostaria aqui, neste momento em que nós estamos discutindo a transposição das águas do São Francisco – pelo menos no meu entendimento, elas não existem –, de fazer uma homenagem a D. Luiz Cappio. D. Luiz, há dez anos, fez uma greve de fome em defesa do Rio São Francisco. Ele sabia que o Rio São Francisco não teria vitalidade para fornecer água para todo o Nordeste, porque o rio foi destruído, sistematicamente destruído. As suas margens não existem mais.

    Em 1962, Sr. Presidente, Srs. Senadores, foi inaugurada, com uma festa maravilhosa, fantástica – 1962 –, a Hidroelétrica de Três Marias. Hoje, a Hidroelétrica de Três Marias não gera 1kWh de energia, não tem água para movimentar as turbinas, assim como o São Francisco não tem água para fornecer a todo o Nordeste.

    A transposição do Rio São Francisco é resultado do lobby do cimento, do concreto, das empreiteiras, que, durante a vida toda, mandaram neste País. E agora nós estamos aqui, retomando uma discussão, quando nós deveríamos ter ouvido, lá atrás, D. Cappio, que fez greve de fome e chamou a atenção do País de que a transposição era uma loucura sem a revitalização do rio. No entanto, insistiram. Este é o País da improvisação, da falta de respeito com o meio ambiente.

    Agora, neste momento, a mesma coisa está acontecendo na Amazônia. As hidroelétricas que estão sendo construídas no Amazonas, daqui a alguns anos, terão as suas turbinas paralisadas por falta de água pela destruição que estão fazendo naquela região.

    Portanto, fica aqui a minha homenagem àqueles que pensam num país sustentável, num país equilibrado, num país para todos, e não nesse país das máfias, dos lobbies e dos investimentos em áreas que nós sabemos que, mais à frente, darão grandes prejuízos a todos nós.

    Vamos revitalizar o Rio São Francisco, mas vamos impedir a destruição do Madeira, do Xingu – dos rios da Amazônia –, do Araguari e de todos aqueles que, neste momento, estão recebendo obras de construção de hidroelétricas.

    Era isso, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/04/2017 - Página 74