Comunicação inadiável durante a 47ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Preocupação com a crise financeira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Autor
Romário (PSB - Partido Socialista Brasileiro/RJ)
Nome completo: Romario de Souza Faria
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Preocupação com a crise financeira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 21/04/2017 - Página 25
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • APREENSÃO, CRISE, ECONOMIA, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ), ATRASO, PAGAMENTO, SALARIO, PROFESSOR, BOLSA DE ESTUDO, ESTUDANTE, COMENTARIO, IMPORTANCIA, UNIVERSIDADE, PEDIDO, DESTINATARIO, GOVERNO ESTADUAL, GOVERNO FEDERAL, OBJETIVO, SOLUÇÃO, SITUAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

    O SR. ROMÁRIO (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Boa tarde, Presidente, boa tarde, Srªs e Srs. Senadores, boa tarde a todos que nos ouvem e todos que nos veem.

    Srª Presidente, hoje eu venho aqui, à tribuna falar da UERJ, a UERJ que enfrenta a maior crise financeira de sua história e por isso não teve condições de iniciar o semestre letivo em fevereiro. Após três meses de atraso, as aulas foram iniciadas na segunda-feira da semana passada, mas a situação continua desesperadora.

    Os salários estão atrasados. Servidores e professores não receberam os salários de fevereiro e março, nem o décimo terceiro; muitos estão se desfazendo do patrimônio que conquistaram com tanto suor ou contraindo empréstimos no banco para sobreviverem. Quase 8 mil estudantes estão sem receber o Bolsa Permanência há dois meses. A grande maioria não tem condições de frequentar as aulas sem essa bolsa, e o mesmo acontece com técnicos e até professores, Srª. Presidente. O bandejão da universidade está parado, o que dificulta ainda mais a situação de quem está sem salário e fica sem uma opção de baixo custo para se alimentar. Então, Srª Presidente, apesar da atitude heroica de professores e servidores, que iniciaram as aulas como um aceno de esperança para a comunidade, a situação realmente é insustentável.

    A UERJ é a 5ª maior universidade do País e a 11ª da América Latina, atendendo a mais de 43 mil alunos. É muito triste, Srª Presidente, ver uma universidade consolidada, uma instituição com um papel tão importante para o meu Estado ser tratada dessa maneira. É muito triste ver a UERJ ser desmontada, levando consigo décadas de pesquisas e abandonando uma geração de estudantes, já tão descrentes do futuro. São jovens que enfrentam imensas dificuldades para chegar à universidade pública e nela permanecer, e que depositam em seus estudos na UERJ a esperança de uma vida melhor. Isso não pode acontecer, Srª Presidente, e eu faço aqui um apelo ao Governador Luiz Fernando Pezão e ao Governo Federal para que juntos encontrem uma solução para que a UERJ retome a normalidade.

     Eu entendo que o Rio de Janeiro inteiro está em crise e que uma solução para a crise do Estado é complexa, mas peço aos políticos e gestores que encontrem uma saída, mesmo que temporária, para o pagamento dos salários e bolsas de estudos da UERJ. Com isso e com os recursos para manter uma infraestrutura mínima, ganha-se algum tempo para resolver todo o problema sem causar tantos danos à comunidade.

    Srª Presidente, eu presidi a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado até o ano passado e esses dois anos de trabalho só reafirmaram a minha crença de que é a educação que vai salvar nosso País. A educação forma cidadãos conscientes, que não permitirão que a corrupção se alastre novamente. A educação forma empreendedores e profissionais capacitados, que conduzirão o País para o caminho do crescimento.

    Srª Presidente, a solução para a crise não é tirar dinheiro das universidades. A solução para a crise é investir nas universidades. Não podemos deixar essa absurda inversão de valores ditar o discurso ou as ações nem no Rio de Janeiro, nem aqui no Congresso. Por isso, eu desejo que a UERJ se torne o símbolo, para o Estado e para o País, dessa retomada da educação como prioridade. É nas crises que se afirmam os valores mais importantes. É nas crises que se forma a visão que vai nos guiar nos dias melhores, que certamente virão.

    Às Senadoras e aos Senadores do Rio de Janeiro, dos Estados vizinhos e de todo o Brasil peço que se juntem a essa corrente e ajudem a UERJ. O retorno virá multiplicado, eu tenho certeza.

    Era exatamente isso que eu tinha a falar.

    Muito obrigado, Srª Presidente.

    A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Obrigada, Senador Romário.

    Esse tema é realmente angustiante, Senador Romário.

    Recentemente, nos Estados Unidos, jovens brasileiros que estudam na prestigiada Universidade de Harvard organizaram um grande evento, Conferência Brasil, com pensamentos de todos os lados. E lá foi visto um grupo de jovens estudando o Brasil, para melhorar o Brasil. Por outro lado, por conta de problemas como esse que V. Exª cita, na UERJ e em outras universidades, muitos jovens brasileiros estão querendo sair do Brasil por falta de oportunidades e também de condições para estudar. Então, o tema que V. Exª traz suscita de todos nós atenção redobrada.

    Meus cumprimentos, Senador.

    O SR. ROMÁRIO (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Muito obrigado, Presidente.

    E só para ratificar aqui, a UERJ, mais do que nunca, precisa muito da ajuda do Governador do Estado e do Governo Federal.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/04/2017 - Página 25