Pronunciamento de Ronaldo Caiado em 11/04/2017
Pela ordem durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Defesa da regulamentação do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
- Autor
- Ronaldo Caiado (DEM - Democratas/GO)
- Nome completo: Ronaldo Ramos Caiado
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
- Defesa da regulamentação do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/04/2017 - Página 48
- Assunto
- Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
- Indexação
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- DEFESA, REGULAMENTAÇÃO, DIVIDA, FUNDO DE ASSISTENCIA AO TRABALHADOR RURAL (FUNRURAL), REFERENCIA, DECISÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), NECESSIDADE, APROVAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, SENADO, PROJETO DE LEI, ANUNCIO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE AGRICULTURA, PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), MINISTERIO DO PLANEJAMENTO DESENVOLVIMENTO E GESTÃO (MPDG), CASA CIVIL, DISCUSSÃO, TRIBUTAÇÃO, ATIVIDADE RURAL.
O SR. RONALDO CAIADO (Bloco Social Democrata/DEM - GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sou eu, Sr. Presidente?
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, desde a semana passada, o setor produtivo primário vem passando por momentos de muita inquietação. Tivemos o caso específico da Carne Fraca. Logo a seguir, ficou claro e evidente que o setor cumpre todas as regras sanitárias, com exceção de algumas poucas plantas frigoríficas e também de alguns funcionários públicos não merecedores dessas credenciais, que realmente fraudavam ou facilitavam àqueles empresários que foram identificados. Mas a repercussão dada trouxe um abalo forte ao setor, que hoje é um dos mais importantes, e nós somos hoje o maior exportador de carne.
Outro fato, Sr. Presidente, é em relação ao Funrural. O Funrural foi julgado agora pelo Supremo Tribunal Federal e, por um resultado final de seis votos a cinco, foi considerada como constitucional a cobrança do Funrural. É importante que seja dito que isso está causando uma inquietação generalizada no setor, uma situação de inquietação a ponto de a classe estar se organizando para poder, a partir do dia primeiro de maio, a definir uma data no início do mês de maio, promover um grande evento, uma grande mobilização no País localizada nos Estados ou caminhando para Brasília, mostrando que o setor precisa ter regras claras e não pode ficar com essa sobrecarga que tem hoje, do ponto de vista tributário, já que o setor não tem nenhum apoio do ponto de vista logístico e muito menos em relação às outras infraestruturas necessárias para que possamos ser competitivos, apesar da capacidade produtiva da agropecuária brasileira.
Mas o mais grave, Sr. Presidente, é que, neste momento, dependendo do acórdão que será publicado nos próximos dias, poderemos, aí sim, provocar um percentual de inadimplência em milhares e milhares de produtores rurais e, a partir desse momento, não terem acesso ao crédito rural.
A dívida acumulada do Fundo Rural, ao se contabilizarem os últimos cinco anos, pode chegar a até 25% da renda bruta do produtor no ano anterior. Ou seja, são dados preocupantes. A Frente Parlamentar da Agricultura deliberou, na manhã de hoje, que nós vamos, em primeiro lugar, entrar com toda as ações judiciais para tentarmos rever essa decisão.
O segundo ponto: nós vamos buscar, aí sim, com a sintonia entre a Câmara e o Senado Federal, a produção ou a redação de dois projetos: um projeto tratando do passado, ou seja, do dia do julgamento até os cinco anos sobre os quais querem impor o pagamento ao setor; e outro projeto de lei reorientando e, a partir daí, também definindo os critérios claros de como o setor rural deve pagar a Previdência.
Além disso, Sr. Presidente, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados em conjunto com a Comissão de Agricultura do Senado Federal estão propondo uma audiência pública para a qual deveremos chamar o Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento e o Ministro da Casa Civil, para mostrarmos a eles que o único setor que vem sobrevivendo a todos os momentos e a todas as crises, hoje responsável pelo único ponto de sustentação da economia brasileira, não suporta conviver debaixo de sobressaltos que, a cada momento, mudam e alteram a tributação do setor da agropecuária brasileira.
Como tal, Sr. Presidente, encerro pedindo a ponderação do Governo. Se já temos uma decisão do Supremo, temos que ter o bom senso, o equilíbrio da área econômica, da Presidência da República, para que busquem uma alternativa que não seja simplesmente querer se confrontar com o setor produtivo primário e querer imputar a ele uma dívida que poderá levar a sequelas inimagináveis, entre elas o total impedimento de acesso ao crédito, a inadimplência de vários setores e o comprometimento da nossa capacidade de gerar alimentos.
É o que quero alertar ao Governo e pedir que haja moderação, equilíbrio e abertura para o diálogo.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo tempo que me foi concedido.