Pronunciamento de Romário em 19/04/2017
Pela Liderança durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro de matéria veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, acerca de possíveis irregularidades na compra do medicamento Leuginase, utilizado no tratamento da leucemia infantil.
- Autor
- Romário (PSB - Partido Socialista Brasileiro/RJ)
- Nome completo: Romario de Souza Faria
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
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SAUDE:
- Registro de matéria veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, acerca de possíveis irregularidades na compra do medicamento Leuginase, utilizado no tratamento da leucemia infantil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/04/2017 - Página 39
- Assunto
- Outros > SAUDE
- Indexação
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- REGISTRO, ARTIGO DE IMPRENSA, TELEVISÃO, REDE GLOBO, ASSUNTO, IRREGULARIDADE, AQUISIÇÃO, MEDICAMENTOS, TRATAMENTO, CANCER, INFANCIA, AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA (ANVISA), MINISTERIO DA SAUDE (MS).
O SR. ROMÁRIO (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde, Srªs e Srs. Senadores, boa tarde a todos os que nos ouvem e a todos os que nos veem.
Mais uma vez venho aqui a esta tribuna fazer um registro de grande importância sobre a leucemia infantil e os tratamentos de câncer.
Recentemente foi veiculada uma matéria no programa Fantástico, da Rede Globo, sobre o medicamento Leuginase, utilizado para o tratamento da leucemia infantil. O remédio, adquirido pelo Ministério da Saúde, cujo princípio ativo é a Asparaginase, teve seu fornecedor trocado recentemente.
A polêmica despertada pela reportagem vem do fato de que o medicamento não possui registro na Anvisa, mas apenas o registro em seu país de origem, a China. A Leuginase está também registrada em Honduras, na Índia, no Paraguai e no Peru. A compra feita, portanto, em caráter excepcional, autorizada pela Anvisa.
Outro fato levantado pela reportagem é que o Ministério da Saúde não divulgou os testes clínicos que embasaram a compra do medicamento. Alguns especialistas consultados demonstraram preocupação com o fato, chegando até mesmo, Sr. Presidente, a afirmar que não prescreveriam o medicamento a seus pacientes. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica questionou o Ministério e solicitou informação sobre o processo de aquisição.
A Asparaginase é utilizada no tratamento da leucemia infantil, e por isso faz sentido que nos cerquemos de todos os cuidados possíveis para atestar a eficácia e a segurança de medicamentos fornecidos às nossas crianças.
A leucemia, Sr. Presidente, é uma doença muito agressiva, e por isso não pode haver dúvidas quanto ao medicamento prescrito, já que um tratamento de câncer é uma corrida contra o tempo.
Verifiquei que o Ministério da Saúde, corretamente, determinou que o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde faça os testes necessários para atestar a eficácia e a segurança do produto. Isso já deveria ter sido feito, mas antes tarde do que nunca.
O Ministro Ricardo Barros também determinou a abertura de sindicância para apurar se houve qualquer irregularidade no processo de compra. Essa medida é indispensável para assegurar que nenhum interesse comercial prevaleça em uma compra onde vidas humanas estão em jogo.
Infelizmente, Sr. Presidente, este não é o único problema que aflige as pessoas diagnosticadas com câncer. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro mostrou que leva, em média, de dez a doze meses até que um paciente com suspeita de câncer seja atendido por um oncologista do SUS e inicie o tratamento.
No caso do câncer de mama, um dos mais diagnosticados no Brasil, esse calvário começa com a demora na realização da mamografia, sempre com filas enormes. A espera continua com o tempo gasto para realizar e obter o resultado das biópsias.
O resultado disso é um número estarrecedor: 59% dos pacientes, Sr. Presidente, internados com câncer no Rio de Janeiro já estão em estágio avançado, o que reduz a possibilidade e causa muitas mortes.
Sr. Presidente, apenas no Estado do Rio de Janeiro, em 2014, morreram mais de 20 mil pessoas de câncer, e certamente muitas mortes poderiam ter sido evitadas por um tratamento rápido e eficiente.
As causas da demora são muitas, desde a falta de equipamentos, como tomógrafos, até a falta de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio. A quantidade e a localização das unidades de atendimento oncológico são também um fator importante.
(Soa a campainha.)
O SR. ROMÁRIO (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - RJ) – Falta gente, faltam hospitais e equipamentos, mas o uso racional dos recursos que já existem poderia aliviar o problema. Isso é o que todos os gestores eficientes fazem, e é isso o que nós Senadores precisamos cobrar dos prefeitos, governadores e do nosso Governo Federal.
Era isso o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado, Sr. Presidente.