Pela Liderança durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia do Exército, celebrado em 19 de abril.

Autor
Pedro Chaves (PSC - Partido Social Cristão/MS)
Nome completo: Pedro Chaves dos Santos Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração do Dia do Exército, celebrado em 19 de abril.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2017 - Página 43
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, EXERCITO, FORÇAS ARMADAS.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, o nosso boa-tarde. Eu vou falar muito hoje sobre o Exército – hoje é o Dia do Exército, 19 de abril, como é o Dia do Índio – e sobre o papel do Exército na defesa e no desenvolvimento nacional.

    Hoje, dia 19 de abril, Dia do Exército, tive a imensa satisfação de receber a medalha Ordem do Mérito Militar em minha cidade, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, por indicação do Comandante Militar do Oeste, General de Exército, Gerson Menandro. Estive em Campo Grande às 8h; às 14h, já estava na nossa Casa, o Senado, participando de uma comissão mista.

    Fiquei muito contente por ser merecedor da mais elevada distinção honorífica do nosso Exército. Doravante, faço parte de um grupo de pessoas que essa instituição homenageia desde o ano de 1934 por ter prestado notáveis serviços à Pátria.

    Eu tenho o maior respeito e profunda admiração por nossas Forças Armadas. Dediquei parte importante da minha vida ao Exército, que nasceu graças à união de brancos, negros, índios e mestiços.

    A famosa vitória na Batalha dos Guararapes, ocorrida em 19 de abril de 1648 nos morros próximos da cidade de Recife, Pernambuco, contra as forças invasoras holandesas, representou o início formal dessa gloriosa força militar.

    Esse batismo de fogo criou as condições objetivas para que o nosso Exército ganhasse densidade, capilaridade, respeito internacional e a confiança do povo brasileiro.

    De lá para cá, essa instituição tem se dedicado a defender os interesses estratégicos do país e a contribuir com o desenvolvimento nacional em todas as suas dimensões.

    Em qualquer parte do Brasil a mão amiga do Exército está presente. Seja na Amazônia, na Caatinga nordestina, no Pampa gaúcho, no Cerrado, no Pantanal ou nas fronteiras, essa força, normalmente, com muitas dificuldades, está vigilante e operosa.

    O papel do Exército na história do Brasil é muito relevante. Podemos afirmar que foi essa força que garantiu avanços políticos importantes e a unidade nacional.

    De uma ponta a outra do País, falamos a mesma língua e cultivamos valores culturais similares. O mesmo não acontece com muitos dos nossos países vizinhos. A consolidação da independência do Brasil, que aconteceu anos depois do grito do Ipiranga, em 1822, se deve muito à ação do nosso Exército e à figura do jovem oficial Duque de Caxias, que liderou o processo de pacificação, desmobilizando todas as tentativas de fragmentação territorial e social do País.

    As lutas que culminaram com a emancipação dos escravos, em 1888, tiveram a contribuição do Exército. Os comandantes militares se negavam a perseguir escravos foragidos, não aceitavam cumprir a triste tarefa de capitão do mato. Essa estratégia foi muito importante na luta contra o escravagismo. A Proclamação da República, em 1889, como todos sabem foi construída na caserna.

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – O Marechal Deodoro da Fonseca e outros militares positivistas, ao lado de bravos republicanos civis, livraram o Brasil de um claudicante e ultrapassado sistema político imperial. A revolução de 1930, que colocou o País no caminho da industrialização e destruiu as práticas da chamada política do café com leite, que era São Paulo e Minas, contou com o luxuoso apoio dos jovens tenentes da época. Eles defendiam um Brasil moderno, ético e socialmente justo.

    Podemos falar do papel relevante que o Exército cumpriu nos campos gelados da Itália, na 2ª Guerra Mundial, quando nossos pracinhas fizeram a "cobra fumar" e não esqueceram de "sentar a pua" naqueles que negavam a possibilidade de construção de um mundo plural, democrático, pacífico e integrado.

    Sr. Presidente...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – ... posso falar da atuação do Exército no campo educacional, na pesquisa aplicada, nas engenharias, no desenvolvimento de novas tecnologias, na Medicina, na Comunicação, na Economia, no apoio às comunidades isoladas, no esporte e em outros tantos campos.

    Também posso destacar o papel internacional que nosso Exército cumpre. Não são poucas as missões de que participa, objetivando dirimir conflitos, garantir a paz entre nações e contribuir com iniciativas humanistas em consequência de desastres naturais e outros.

    Agora mesmo, estamos recebendo de volta milhares de soldados que foram cumprir missão humanitária no Haiti. A missão das Nações Unidas para a estabilização do Haiti foi criada por resolução do Conselho de Segurança da ONU em fevereiro 2004, para restabelecer a segurança e normalidade institucional do...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – ... e violência.

    A participação dos militares brasileiros é reconhecida pelo povo haitiano e por autoridades internacionais pela desenvoltura com que combinam funções militares com atividades sociais e de cunho humanitário.

    Nosso reconhecimento a esses heróis que ajudam a divulgar nossa cultura de paz e harmonia pelo mundo.

    Sr. Presidente, não posso terminar minha fala sem destacar, rapidamente, a importância do Exército na construção histórica de Mato Grosso do Sul. O Estado sedia várias unidades militares e tem um contingente expressivo de soldados.

    Essa força está formalmente presente no sul do Estado desde 1775, quando foi construído e ocupado o Forte Coimbra, que fica às margens do Rio Paraguai, embora existam registros de que o cerrado de Mato Grosso do Sul já era palmilhado por patrulhas do Exército muito antes desse evento.

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Depois, em 1776, foi construído o Forte Príncipe da Beira, em Ladário, também no Rio Paraguai. Os militares desses fortes e de outras guarnições cumpriram papel social militar relevante. Eram eles que apoiavam as comunidades indígenas e outros povos da fronteira que viviam isolados.

    Quando as Forças Armadas do Paraguai invadiram o Brasil em dezembro de 1864 pela Fronteira Oeste, foi o Exército, com poucos soldados e armamentos, que enfrentou os primeiros duros golpes do invasor.

    Foi o Exército, claro, que expulsou os invasores e devolveu o território e a paz àqueles que moravam e trabalhavam no sul de Mato Grosso. O livro: A Retirada da Laguna, de Visconde Taunay, retrata com competência e elegância o drama dessa guerra.

    Mas posso frisar também que foi o Exército, por meio da Comissão...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – ... empreitada liderada pelo Marechal Cândido Rondon, que instalou o telégrafo em nosso Estado, ligando a região com o Rio de Janeiro e outras capitais.

    Rondon é lembrado e relembrado como um soldado que estendeu fios, postes, abriu estradas e construiu pontes, bem como estabeleceu contatos amistosos com diversas tribos indígenas que viviam isoladas.

    Eu conheço bem os feitos do grande Rondon. Fui um dos Presidentes do Projeto Rondon em meu Estado. Pude conhecer a visão integradora e humanista do bom Marechal.

    Falei de coisas do passado, mas, nos dias atuais, o Exército continua firme no trabalho de defesa da fronteira e proteção às comunidades mais vulneráveis, como os indígenas e os povos que habitam o bioma Pantanal.

    Eu tive o prazer de conhecer parte importante das iniciativas dessa força para impedir o tráfico, assassinatos, contrabando, descaminhos e outros crimes que acontecem na fronteira de Mato Grosso do Sul.

    Fiquei muito impressionado com o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), mecanismo criado para aumentar a proteção às fronteiras brasileiras. Esse sistema foi desenvolvido pelo Exército e envolve radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados, os famosos drones.

    Não menos importantes são as iniciativas comunitárias do Exército, como o combate à dengue, campanhas de vacinação e atendimento às vítimas de enchentes e outros eventos naturais que afetam famílias nos Municípios do Estado.

    Campo Grande, minha cidade, está recuperando parte importante da pavimentação das suas ruas. O Exército aceitou participar desse esforço, ficando responsável pelo trabalho em algumas avenidas. Reputo como alvissareira essa iniciativa. O Exército tem longa tradição com construção pesada.

(Soa a campainha.)

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS) – Encerrando, quero dizer que no mês de abril há comemorações relevantes, como já falei, sobre a história do Brasil. O dia 19 é o Dia do Exército e o Dia do índio. O dia 21 de abril, por sua vez, é lembrado em função da trágica morte de um importante militar brasileiro, Tiradentes, que colocou sua vida e sua inteligência a serviço do Exército e de um Brasil livre, desenvolvido e socialmente justo.

    Era o que eu tinha a dizer.

    Muito obrigado.

    Agradeço ao Presidente pela tolerância do tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2017 - Página 43