Fala da Presidência durante a 51ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar os 55 anos de fundação da Universidade de Brasília - UnB.

Autor
Cristovam Buarque (PPS - CIDADANIA/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar os 55 anos de fundação da Universidade de Brasília - UnB.
Publicação
Publicação no DSF de 28/04/2017 - Página 23
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • PRONUNCIAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, MOTIVO, ANIVERSARIO, FUNDAÇÃO, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), COMENTARIO, HISTORIA, ELOGIO, AÇÃO AFIRMATIVA, RESULTADO, INCLUSÃO SOCIAL, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, NECESSIDADE, APERFEIÇOAMENTO, EDUCAÇÃO BASICA, INOVAÇÃO, METODOLOGIA, ENSINO SUPERIOR, REGISTRO, HONRA, MANDATO ELETIVO, REITOR, UNIVERSIDADE.

    O SR. PRESIDENTE (Cristovam Buarque. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – Muito obrigado, Pedro Ivo.

    Eu quero fazer um intervalo para citar aqui algumas personalidades: a Srª Lorena del Carmen Martínez, Embaixadora da República da Nicarágua; a Adida de Cooperação Educativa da Embaixada da França, Srª Catherine Pétillon; membros do Corpo Diplomático das Embaixadas da República do Paraguai, da República do Sudão, da República de Angola; obviamente, nossos queridos senhoras e senhores decanos e diretores das faculdades e institutos, membros dos corpos docente, discente, servidores; e três figuras – uma é o Dr. Salviano Guimarães, que muito nos orgulha ter aqui; a sua esposa, Profª Maria Alice Guimarães, que tem uma longa história na nossa universidade; e, claro, o Chiquinho, que só não citei em primeiro lugar para não chamarem de nepotismo, porque somos compadres: sou padrinho do Lucas. Mas o Chiquinho é essa figura fundamental da nossa história e meu amigo, que muito me orgulha.

    Bem, os que me conhecem sabem que não sou muito chegado ao protocolo, apesar de que seja algo importante para pôr ordem nas coisas, mas vou cumprir o protocolo hoje. O protocolo diz que quem faz o último discurso é a pessoa mais importante na mesa. E a pessoa mais importante, para mim, é a Profª Márcia, que representa a Universidade.

    Portanto, vou fazer os meus comentários sobre esta manhã, dizendo, inicialmente, que, de todos os cargos que já ocupei, nenhum me traz uma gratificação biográfica maior do que a de reitor. E aí incluo não apenas cargos como Governador, Senador, Ministro da Educação, os livros escritos, programas que implantei bem-sucedidos. Tudo isso trouxe satisfação menor do que aqueles quatro anos difíceis, mas – vocês sabem, o José Geraldo sabe – quatro anos ricos de ser reitor.

    Eu tenho razões para essa satisfação: além do desafio que é ser reitor, você tem que ser um político, tem que ser um intelectual, você tem que ser um diplomata, porque está na Capital da República, você tem que ser um negociador.

    Eu fui o primeiro eleito pela comunidade, e tivemos quatro anos de relação perfeita com todos os segmentos. Os pequenos problemas ou grandes que tivemos não foram da comunidade com a administração, foram da comunidade com os governos de então, por razões de reivindicações.

    Conseguimos expandir a relação da Universidade com a comunidade exterior, acadêmica e não acadêmica. Ao final de quatro anos, aumentamos o número de alunos, professores, servidores, departamentos, institutos; iniciamos uma nova estrutura que chamamos na época, de universidade tridimensional, e para isso foram criados núcleos temáticos e os núcleos culturais, diversos centros como o de Desenvolvimento Tecnológico, programas de extensão.

    Mesmo assim, apesar dessas criações todas e de eu ter feito um pequeno relatório sobre isso, quase sem texto, eram gráficos, mesmo assim, fiz questão de apresentar um relatório cujo título era Os Próximos 20 Anos, que tive a ousadia de distribuir para vocês. Ousadia por quê? Porque distribuí sem reler. Eu não sei o que está aí, 30 anos depois. É possível que haja coisas que nada mais têm a ver.

    Mas, naquela época, a UnB tinha 27 anos apenas. Eu fiz questão de fazer algo 20 anos na frente. Naquela época diziam que pensar 20 anos era uma loucura, sobretudo porque é um País que passava por diversas moedas e outros problemas graves que a gente tinha.

    Agora, 20 anos já se passaram. Creio que quase 20 anos depois, dez ou doze anos depois já estamos. Ou seja, já passamos 20 e mais 12 ou 13.

    Agora, aos 55, neste 2017, ao passo que lembro a conhecida glória dos nossos primeiros anos, que foram citados pelo Isaac, pelos demais oradores, citando, sobretudo, gente como Darcy Ribeiro, quero citar também Anísio Teixeira, citando grandes lutadores como os dois candangos. Eu cito também muito especialmente o Honestino Guimarães, citando Pompeu, e eu quero citar Lauro Campos.

    Apesar de toda essa glória do passado, eu creio que vale a pena pensar os próximos anos na linha do que fez o Isaac e eu vou ser mais ousado: em vez de 20, vou pensar os próximos 45, que é o que faz completar os cem anos que o Isaac lembrou, que ocorrerão em 2062.

    Eu gostaria de imaginar a marcha até o nosso primeiro centenário. O problema é que, muito diferente de 1989, quando fiz o texto de Os Próximos 20 Anos, apesar das dificuldades políticas, nós tínhamos um mundo que parecia ser bem administrado. Não tinha havido ainda a queda do Muro de Berlim, não tinha se iniciado para valer a revolução tecnológica, não tinha havido a perplexidade que hoje domina cada um dos que tentam agir aqui dentro, por exemplo, todos nós perplexos, os que tentam entender. Não estão perplexos os que não tentam. Hoje é muito mais difícil imaginar os próximos cinco anos, porque o mundo não se move mais na velocidade de 1989 e é impossível imaginar com clareza como deve ser a universidade de 2062.

    Pode-se, entretanto, imaginar qual deve ser sua tendência até lá, neste momento de vertigem nas transformações por que passam a humanidade, a civilização e até mesmo o planeta físico nessa era antropocena. É uma vertigem o que estamos vivendo no mundo e no Brasil, que é um pedaço do mundo. Mesmo sem poder prever o que vai acontecer ao longo de décadas, a meu ver um conceito deve nortear toda instituição universitária e não só a UnB: esse conceito é ser vanguarda na geração do conhecimento e na busca de construir um mundo melhor, mais sustentável, belo e justo. O desafio é ser vanguarda e, aí, quanto mais vertigem, dificuldade e perplexidade, mais vanguarda precisamos ser.

    Esta deve ser a tendência que ofereça continuidade aos mil anos de universidade no mundo, os quase cem de universidade no Brasil e os 55 de nossa UnB, criada não apenas para ser vanguarda do conhecimento na sua época, mas também para estar à frente também do próprio conceito, estrutura e compromissos de universidade. Darcy Ribeiro não quis fazer uma universidade que fosse vanguarda para o conhecimento. Queria uma instituição que – ela própria – fosse uma vanguarda do conceito, do sentido, do papel de universidade.

    Nós nascemos vanguarda e devemos continuar nesse caminho entendendo o que mudar para estarmos avante, em tempos de transformações vertiginosas. E, aí, me atrevo a sugerir alguns itens.

    Não é vanguarda a universidade que não se solidariza e busca solução humanista – no longo prazo – e humanitária – no imediato – para a tragédia da migração em massa. Não é vanguarda a universidade que não percebe o sofrimento de dezenas de milhares de seres humanos barrados no Mar Mediterrâneo e de bilhões barrados do outro lado nos mediterrâneos invisíveis que cercam o mundo moderno, inclusive nas universidades.

    Aqui ao redor, há um mediterrâneo que a gente não vê, mas, essa semana, os índios não puderam entrar aqui, porque havia um mediterrâneo vestido de soldados da polícia. E ao redor de onde eu moro, um apartamento na Asa Norte, há tanto tempo, há um mediterrâneo, nos restaurantes que eu frequento, nos hospitais aonde nós vamos. Não é vanguarda quem não luta contra esses mediterrâneos.

    Não é vanguarda a universidade que não perceber a velocidade do avanço do conhecimento, fazendo com que a imensa maioria dos doutorados cheguem à sua conclusão com informações já superadas, com teses que já estão ultrapassadas no dia da defesa. Essa é a realidade de hoje. A universidade, para ser vanguarda, vai ter que inventar uma forma em que o doutor é on-line ou não é doutor, em que o aluno da graduação tenha que estar – ele próprio e também seu curso e o conteúdo – em permanente transformação.

    Não é vanguarda a universidade imaginar que o saber confirmado por diplomas tem curta duração. Não é vanguarda a universidade que não imaginar, desculpe-me aqui a falha. Não é vanguarda a universidade que não imaginar que o saber confirmado por diplomas tem curta duração, tem prazo de validade, porque, na vertigem do conhecimento, ele avança muito mais rápido e se transforma antes do final da vida útil do profissional. A dinâmica atual exige que todo curso seja permanente ao longo de toda vida útil profissional do aluno, que nunca será ex-aluno; a não ser no túmulo, onde a gente pode escrever ex-aluno. A associação pode ser de ex-aluno no conceito dos que já têm o diploma; mas, se o diploma não foi renovado, ele já não reflete o conhecimento do momento.

    Não é vanguarda a universidade não perceber que a educação de base... E aqui eu complemento e, na verdade, vou na linha do Isaac, que há anos fala nisto: não é vanguarda a universidade não perceber que a educação de base deve ter a máxima qualidade e ser oferecida com total equidade para todos, especialmente para as crianças, como forma de não desperdiçar um único cérebro que viva no Território de nosso País. Para isso, a universidade que quiser ser vanguarda deve envolver-se, técnica e politicamente, na busca da necessária revolução, que só será possível pelo ensino igual para todos, de qualidade para todos, tendo como lema fazer o Brasil um país com educação da máxima qualidade e garantindo que os filhos dos mais pobres estudem nas mesmas escolas dos filhos dos mais ricos. Esse é o slogan da instituição que quiser ser vanguarda. E aí não só a universidade; dos partidos, dos militantes.

    A grande vanguarda hoje não é prometer a utopia que uma engenharia social construiria nas relações trabalhistas, nem na propriedade dos meios de produção; mas na igualdade, igualdade radical da qualidade da educação, independentemente da raça, independentemente da renda, independentemente do local onde mora a criança.

    Não é vanguarda a universidade não entender que os departamentos por categoria do conhecimento não são mais capazes de elevar o saber até o seu limite no entendimento dos problemas do mundo e não entender que, daqui para a frente, a instituição deverá trabalhar mantendo os departamentos, mas de forma multidisciplinar. Não é vanguarda um aluno ou um professor serem prisioneiros da caixinha do seu departamento.

    Não é vanguarda uma universidade onde o aluno se forma em uma profissão, faz pós-graduação na mesma área do conhecimento, em vez de saltar para outras áreas e outros temas, nem aquelas onde boa parte dos seus professores foram seus alunos. Ou seja, explicando melhor, não é vanguarda uma universidade em que sofremos de uma endogenia, em que o aluno faz graduação, pós-graduação, "pós-pós-graduação" e entra como professor na mesma universidade. Alguns, tudo bem; mas, se é um número grande, a universidade cria uma endogenia. É uma espécie de incesto intelectual, que termina criando as deformações que o incesto cria na genética.

    Não é vanguarda uma universidade monoglota, que fala apenas a língua nacional, em vez de buscar o desempenho de forma poliglota, usando os idiomas do mundo.

    Não é vanguarda uma universidade que ainda considera que o ensino se faz apenas presencialmente, de professor para o aluno, no lugar da interação, hoje possível por meio dos modernos meios de comunicação, de forma aberta internacionalmente, em que os professores são alunos, e os estudantes podem ser professores de vez em quando, porque certos itens em debate ninguém garante que um professor saiba mais do que o aluno.

    Não é vanguarda a universidade que optar pela média, que é uma das maneiras de se falar mediocridade, no lugar de exigir excelência e mérito no trabalho intelectual.

    Não é vanguarda a universidade que se limita a medir o desempenho de seus membros pelas notas nas provas e os artigos publicados, no lugar também de mensurar pela inovação criada e por patentes conseguidas.

    Não é vanguarda uma universidade prisioneira de seu próprio país, que não entende que, nesta era antropocena, a pátria é a terra, e o nacionalismo é o humanismo. Um desses dias, alguém me perguntou sobre isso de nacionalismo, patriotismo, e disse que o meu patriotismo, que é forte, só ia até quando encontrava um estrangeiro humanista, aí deixo de ser patriota; ou quando encontrava um brasileiro xenófobo, aí deixo de ser patriota. O meu patriotismo combina com o humanismo de todos os seres humanos e recusa o patriotismo dos que se sentem defensores de uma supremacia qualquer em relação aos outros.

    Não é vanguarda uma universidade que não percebeu os limites ao crescimento econômico, baseando-se na utopia do consumo proposta pela civilização industrial.

    Não é vanguarda querer apenas o crescimento econômico, orientado para aumentar o PIB e não – aí entra a vanguarda – para a ampliação do grau de liberdade, do tempo livre disponível, da criação cultural e espiritual.

    Não é vanguarda a universidade que não perceber a necessidade de revolucionar-se, ela própria, substituindo dogmas por dúvidas, reestruturando-se para ficar em sintonia com a velocidade como avanço no conhecimento, rompendo com seus preconceitos teóricos, incentivando os seus alunos a desertarem do que aprenderam e a formularem seus próprios conceitos. Não há maior traição do que um soldado que deserta do seu exército rompendo com o seu comandante em campo de guerra, mas eu acho que não há maior pecado do que o intelectual que não rompe com o seu mestre, elaborando algo superior, posterior. Imagine se Marx tivesse continuado fazendo genuflexões para Hegel. Foi romper com Hegel teoricamente que ele se fez grande.

    Não é vanguarda a universidade que não perceber que o capitalismo global dividiu os trabalhadores em dois grupos, cujos interesses se chocam, por um lado cooptando, em altos níveis de renda, trabalhadores especializados do setor moderno e, ao mesmo tempo, jogando na miséria bilhões de pobres preteridos. E aí surgiu o que debati há 35 anos com o meu querido Lauro Campos: a ideia de que há hoje uma mais-valia ainda tridimensional entre os capitalistas, os trabalhadores dos capitalistas e os excluídos, que nem trabalhadores conseguem ser. Aqueles disputam, mas se unem; esses ficam de fora. A universidade vanguardista tem que imaginar essa realidade.

    Não é vanguarda a universidade que não se dá como desafio mudar o mundo para desfazer os mediterrâneos invisíveis, que excluem os pobres em seus guetos e aprisionam ricos nas suas casas cercadas, fechadas, protegidas.

    Finalmente, não é vanguarda a universidade que não for capaz de saltar da direita para a esquerda em um quadro que aqui está, em que listo 21 itens que, a meu ver, indicariam a diferença entre a universidade conservadora e a universidade vanguardista; da aceitação da mediocridade para a valorização do mérito; do acomodamento para a militância; do descomprometimento para o compromisso; da dedicação exclusiva ao contracheque em que só se ganha da universidade a uma dedicação exclusiva à atividade intelectual; da desumanização, que caracteriza o mundo, ao humanismo; do imediatismo futuro, da submissão a dogmas pela preferência a críticas e à contestação; da monodisciplinaridade para a multidisciplinaridade; da endogenia de resolver por dentro os seus problemas para a exogenia da convivência com todos os outros setores; do isolamento para a integração; do descuido com a inovação para a fonte de inovação; da instituição monoglota para a poliglota; do desperdício para eficiência.

    Não é vanguarda o desperdício em um mundo em que o Planeta não aguenta mais continuar aumentando o produto interno bruto de maneira desvairada. O futuro será austero.

    Não é vanguarda a universidade prisioneira do interesse corporativo em vez do espírito nacional.

    Não é vanguarda aquela que fica no burocratismo em vez de ter a confiança de agir e de correr o risco, sem cair nas amarras do burocratismo.

    Não é suficientemente vanguardista a instituição que fica presa a artigos e não pula para valorizar patentes; ou aquela que fica presa à estatização e não à publicização, que significa servir ao interesse público; ou aquela que tem a estabilidade plena do servidor, do professor em vez de uma estabilidade responsável, comprometida com aqueles que nos fazem poder trabalhar, pagando seus impostos.

    Eu creio que nós temos que refletir sobre como sair da pura, simples, ilusória gratuidade para um sistema em que nós sabemos que estamos sendo subvencionados. Nesses dias, houve um debate sobre algo de que as universidades não estão gostando. Eu coloquei que os alunos de Medicina e de Enfermagem deveriam passar dois anos, depois de saírem de suas universidades, prestando serviço no SUS. Eu lembrei que a universidade, na verdade, não é gratuita, como esta água aqui que eu vou beber de graça, mas que alguém pagou para ela chegar aqui; e como este ar frio, pelo qual estou vendo se acobertarem, mas que vocês estão pagando. É grátis, não é? Ninguém pagou para entrar, mas vocês pagam e pensam que não estão pagando. A gente tem que perceber que a universidade é paga. A gratuidade é de quem? A gratuidade não é de todos. Os recursos vão de um lado para outro.

    Eu creio que a gente tem que sair da tolerância às falhas para a avaliação constante; da intolerância intelectual para a mais absoluta tolerância intelectual; da intolerância com os erros, com as omissões, para a tolerância com o pensamento.

    Alguns talvez ainda estejam aqui na época do centenário – não é, Isaac? –, porque, nesse mundo vertiginoso, não vai ser impossível quem tem 40 anos hoje chegar aos seus cento e poucos anos. Para mim, obviamente, não vai dar mais, pelo avanço da vertigem científica, a não ser que consigam reencarnar as pessoas. Como eu disse a um cientista que falou que a morte está terminando, a mim já não interessa a imortalidade; interessa a ressurreição. Se vocês estão trabalhando nisso, me informem. Talvez poucos de nós conseguirão, graças à vertigem do avanço científico, estar aqui no centenário. Não vou estar, mas vou querer que alguém distribua essas provocações, como eu tive a ousadia de distribuir as que eu fiz há quase 30 anos – no próximo ano, faz 30 anos –, ou seja, há 29 anos, sobre os próximos 20 anos da universidade. Só que ali vocês vão ver que havia ainda uma estabilidade que me permitiu fazer um documento meio administrativo, burocrático, organizativo. Dessa vez, não dá. Dessa vez, seria uma ilusão, seria uma ficção científica.

    Eu preferi fazer uma reflexão no sentido de como continuar a única coisa que é permanente numa universidade: ser vanguarda. E a UnB nasceu para ser vanguarda, tem a obrigação de continuar vanguarda, para continuar sendo a universidade que é orgulho do Brasil e que a Profª Márcia tem o orgulho de dirigir.

    Muito obrigado, Profª Márcia, por ser nossa Reitora, por estar aqui conosco. E conte comigo não apenas para eventos como este; conte comigo para tudo o que for preciso, como disse também o Senador Hélio José, para que a gente possa ajudar, a fim de que nossa universidade continue sendo o que ela é e a ser vanguardista, como o Brasil precisa.

    Muito obrigado. (Palmas.)

    Com a palavra a nossa Reitora, que hoje orgulha todos nós por ser a primeira reitora mulher, o que é um gesto que já deveria ter sido feito há mais tempo, mas chegou a hora, graças a sua competência, não por ser mulher, por disputar a escolha e ser uma mulher reitora. É muito bom isso, como disse a Senadora Ana Amélia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/04/2017 - Página 23