Pela Liderança durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio do movimento sindical que ocorrerá em todo País, em oposição ao Governo de Michel Temer.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
TRABALHO:
  • Anúncio do movimento sindical que ocorrerá em todo País, em oposição ao Governo de Michel Temer.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2017 - Página 15
Assunto
Outros > TRABALHO
Indexação
  • ANUNCIO, MANIFESTAÇÃO, PAIS, MOVIMENTO SOCIAL, CENTRAL SINDICAL, TRABALHADOR, OPOSIÇÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, ILEGITIMIDADE, GOVERNO, TENTATIVA, IMPEDIMENTO, APROVAÇÃO, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, DEFESA, DIREITOS E GARANTIAS TRABALHISTAS.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Como Líder. Sem revisão da oradora.) – Pela lista, Senador Humberto, é V. Exª. Nós estamos trocando. V. Exª me cedendo o tempo de líder; e eu, de orador inscrito.

    Falarei por cinco minutos, com a benevolência costumeira do nosso Presidente de um minuto; e V. Exª, posteriormente, por dez minutos.

    Obrigada, Senador Humberto.

    Sr. Presidente, venho à tribuna neste momento para falar a respeito do grande movimento que está sendo preparado no Brasil para a próxima sexta-feira, dia 28.

    Sr. Presidente, aos que afirmam, às vozes mais conservadoras que afirmam que essa greve geral marcada para o próximo dia 28, sexta-feira, é algo que representa tão somente os partidos que apoiaram o governo anterior, os partidos contrários ao impeachment da Presidenta, portanto oposição ao Governo de Michel Temer, eu quero dizer que não é nada disso.

    Estamos assistindo no Brasil a um amplo movimento de massas. Movimento de que fazem parte, inclusive, centrais sindicais que apoiaram a queda da Presidenta Dilma. Centrais sindicais cujos Parlamentares ou cuja representação parlamentar não comungam com os pensamentos nem do meu Partido, PCdoB, tampouco do PT, enfim, dos partidos que se mantêm na oposição, Sr. Presidente. Esse é um amplo, um amplíssimo, eu até digo, movimento de massas que representa a maioria do povo brasileiro, que rechaça as propostas e as reformas que vêm sendo apresentadas por Michel Temer com o apoio da sua Base.

    Basta que olhemos as pesquisas que estão sendo divulgadas no Brasil. A grande maioria da população é contrária não só à reforma da previdência, mas também à reforma trabalhista. Aliás, o apoio que tem o Sr. Michel Temer não passa de 10%. E eu aqui me lembro como nunca. Quando a Presidenta tinha um nível de popularidade extremamente baixo, o que é que nossos colegas diziam? "Um Presidente não tem como governar um país com um nível de aprovação tão baixo quanto esse". Então, nós é que dizemos agora: Senhor Temer, o senhor apenas não só não tem condições de governar o Brasil, mas o senhor não tem amparo para promover as reformas de tamanha magnitude que está querendo promover.

    Esse movimento, Sr. Presidente, é na verdade um movimento que envolve quase a totalidade dos trabalhadores, dos sindicatos e das centrais sindicais. São muitas categorias profissionais que já aderiram à greve do próximo dia 28 em diversas cidades brasileiras. Os metroviários, os bancários, os metalúrgicos, os petroleiros, os servidores públicos, as professoras, os professores, os ferroviários, os motoristas de ônibus do transporte coletivo, os portuários, os comerciários, os motobóis, trabalhadores terceirizados – principalmente da limpeza urbana –, os aeronautas – repito, os aeronautas –, os trabalhadores do Judiciário e comerciários irão, sim, aderir à greve no próximo dia 28, na próxima sexta-feira.

    A lista de entidades que prometem fazer parte do movimento ainda deverá crescer até a próxima sexta-feira, Senadora Lídice, porque são muitas as assembleias marcadas para amanhã, dia 27, para decidir se aderem ou não à paralisação. Ou seja, vivemos um momento agora a que, desde 1996 – 1996, repito –, nós não assistimos. Um movimento e uma mobilização de tal monta.

    E também é verdade que diversos segmentos da sociedade estão se mobilizando, como os religiosos, porque não são apenas trabalhadores e trabalhadoras. Várias igrejas católicas, protestantes, evangélicas têm se manifestado a favor dos trabalhadores, porque, como nós, sabem que a saída para o Brasil não é a retirada dos direitos dos trabalhadores. Os Arcebispos D. Fernando Saburido, de Olinda e Recife; D. Manoel Delson Pedreira da Cruz, da Paraíba; D. Jaime Rocha, de Natal; D. Anuar Battisti...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... de Maringá; inúmeros padres de todo o País e a própria CNBB, através do seu Secretário-Geral, D. Leonardo Steiner, têm se manifestado a favor dessa manifestação, a favor do direito dos trabalhadores. Eles sempre se posicionaram e não seria agora que abandonariam trabalhadores e trabalhadoras do nosso País.

    D. Steiner, aliás, traduz de forma simples e direta o espírito de todos que irão se manifestar nesta sexta-feira. Ele diz – abro aspas: "Certamente o conteúdo das manifestações se dará no sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, de modo muito particular dos mais pobres" – fecho aspas. Porque são exatamente os mais pobres é que vão sofrer com a reforma trabalhista e a reforma previdenciária.

    Não há dúvida, Sr. Presidente, de que os trabalhadores e o Brasil serão um novo País a partir da sexta-feira.

(Interrupção do som.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não à toa a imprensa tem mostrado preocupação, o Palácio do Planalto tem manifestado preocupação. E deve, sim, Senador Romário, manifestar preocupação, porque a mobilização é forte no Brasil inteiro. Nós não podemos tirar direitos das mulheres, direitos daqueles que ganham um salário mínimo, de quem querem exigir 40 anos não de trabalho, mas de contribuição. São 40 anos! Então, não dá.

    Eu quero dizer que viajarei a Manaus e lá, na minha querida cidade, estarei ao lado dos trabalhadores, participando desse movimento significativo.

    E para concluir, Sr. Presidente, eu peço a V. Exª que o meu pronunciamento seja incluído na íntegra. Não tenho tempo para proferi-lo como um todo, porque fiz de dez minutos, mas que seja incluído na íntegra nos Anais desta Casa.

    Muito obrigada.

DISCURSO NA ÍNTEGRA ENCAMINHADO PELA SRª SENADORA VANESSA GRAZZIOTIN.

(Inserido nos termos do art. 203 do Regimento Interno.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2017 - Página 15