Pronunciamento de Fátima Bezerra em 26/04/2017
Pela ordem durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro da apresentação do Projeto de Resolução do Senado nº 14, que institui a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo.
- Autor
- Fátima Bezerra (PT - Partido dos Trabalhadores/RN)
- Nome completo: Maria de Fátima Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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CULTURA:
- Registro da apresentação do Projeto de Resolução do Senado nº 14, que institui a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo.
- Aparteantes
- Cristovam Buarque.
- Publicação
- Publicação no DSF de 27/04/2017 - Página 97
- Assunto
- Outros > CULTURA
- Indexação
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- REGISTRO, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE RESOLUÇÃO, SENADO, CRIAÇÃO, COMENDA, INCENTIVO, CULTURA, LUIS DA CAMARA CASCUDO, OBJETIVO, HOMENAGEM, PERSONAGEM ILUSTRE.
A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, primeiro quero consignar meu voto, seguindo a orientação do meu Partido na votação da emenda à Constituição que põe fim ao chamado foro privilegiado, matéria essa muito importante e que se coaduna com os tempos que nós estamos vivendo, de defesa da ética na política, de fortalecer a democracia e o Estado democrático de direito.
Quero pedir, portanto, que seja consignado, uma vez que eu me encontrava, Senador Roberto, naquele exato momento, participando de uma reunião da união de vereadores lá do meu Estado, o Rio Grande do Norte, e não cheguei a tempo. Mas nós vamos ter a segunda votação na próxima semana e, naturalmente, terei enorme prazer em participar da segunda votação.
E, por fim, Senador Roberto, quero pedir a V. Exª para dar conhecimento a esta Casa de que eu dei entrada num projeto de lei que considero muito importante para promover a cultura do nosso País. Na verdade, é o Projeto de Resolução do Senado nº 14, que tem como objetivo instituir, no âmbito do Senado Federal, a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo. O Senado, em boa hora, tem iniciativas consagradas como a Comenda de Direitos Humanos, que leva o nome de Dom Hélder Câmara, o Diploma Mulher-Cidadã, que leva o nome de Bertha Lutz, bem como outras comendas.
Na medida em que nós não tínhamos nenhuma iniciativa no âmbito da cultura, tomamos a decisão de apresentar este projeto de lei para instituir a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo, que terá como objetivo agraciar personalidades, instituições ou grupos que tenham oferecido contribuição relevante ao registro e ao fortalecimento da cultura, do folclore e dos saberes tradicionais do Brasil.
Quero dizer aqui da minha alegria, porque não só os Senadores lá do meu Estado – o Senador José Agripino e o Senador Garibaldi Filho – subscrevem aqui o projeto de lei, mas a maioria esmagadora dos Senadores e Senadoras com quem eu falei hoje fizeram questão de subscrever, Senador Roberto, o presente projeto de lei. E acho que isso se deve exatamente ao tamanho da grandiosidade que é a figura de Luís da Câmara Cascudo, pelo legado que ele nos deixou como um dos maiores estudiosos do folclore, das manifestações populares, dos saberes tradicionais.
Luís da Câmara Cascudo nasceu, viveu e morreu em Natal, mas a sua obra ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Norte, do Nordeste – ultrapassou inclusive as fronteiras do Brasil. É um legado extraordinário, repito, a obra que ele nos deixa, a começar, por exemplo, com uma das obras mais importantes elaboradas por ele, fruto de uma grande pesquisa, que é o Dicionário do Folclore Brasileiro.
Eu quero dizer, Senador Roberto, da minha alegria. Estive com a família de Câmara Cascudo. Está fazendo exatamente 30 anos do seu encantamento, 30 anos da sua morte. E na semana passada, lá em Natal, estive com sua neta Daliana e disse da alegria de, na condição de representante do povo potiguar, apresentar essa proposição, porque isso enobrece o Senado Federal, homenageia Luís da Câmara Cascudo e vem com o intuito exatamente de quê? De promover a luta em prol da cultura do nosso País, porque, com essa comenda, repito, nós vamos trazer para gerações presentes e futuras o que significou Câmara Cascudo para o Brasil e para o mundo.
Portanto, nada mais adequado do que uma comenda que leva o nome de Câmara Cascudo pelo seu legado e pelo quanto, repito, ele vai inspirar as gerações presentes e futuras – não só pelo conhecimento da sua obra, mas para que a gente possa avançar, porque precisamos avançar e muito, ainda, no que diz respeito ao fortalecimento e à valorização da cultura em nosso País.
O Senador Cristovam, inclusive, com muita alegria subscreveu o nosso projeto.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – Senadora, Presidente, só não subscrevi com mais alegria porque eu deveria ter tomado a iniciativa disso. Esse é um gesto...
A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Mas o senhor é coautor comigo.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) – Muito bem. Esse é um gesto fundamental. Ele não foi apenas um folclorista, como se fala: ele foi um grande filósofo, um grande analista da alma brasileira e merece todo o nosso respeito. Essa comenda, a meu ver, vai trazer o nome dele e também vai trazer o interesse da juventude, o interesse das pessoas nos estudos que ele realizou. Por isso, Senadora, parabéns pela iniciativa e muito obrigado por ter-me colocado como um dos subscritores.
A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Obrigada, Senador Cristovam. Certamente, é motivo de muito orgulho para nós que um homem com a biografia que V. Exª tem – um homem, inclusive, que conhece a grandiosidade da história de vida de Câmara Cascudo, pelo quanto de sabedoria ele deixou para o Brasil e para o mundo ao se dedicar com tanto esmero, com tanta seriedade e com tanta profundidade a estudar o homem brasileiro, estudar a alma do nosso povo. Não é à toa que é de Câmara Cascudo, Senador Roberto, uma das frases simples, porém mais bonitas, mais belas: "O melhor do Brasil é o brasileiro".
Mas, enfim, penso que tomar essa iniciativa quando faz 30 anos do seu encantamento, repito, é uma forma de a gente homenagear Câmara Cascudo; dar a ele, inclusive, a dimensão nacional que ele merece, para que a sua obra, o seu legado possa ser apropriado pelas gerações presentes e pelas gerações futuras, pelo quanto de valor social e de valor histórico a obra de Câmara Cascudo tem para a cultura no nosso País e no mundo.