Discurso durante a 56ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a homenagear o Sr. Antônio Lomanto Júnior por 49 anos de vida pública.

Autor
Lídice da Mata (PSB - Partido Socialista Brasileiro/BA)
Nome completo: Lídice da Mata e Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão especial destinada a homenagear o Sr. Antônio Lomanto Júnior por 49 anos de vida pública.
Publicação
Publicação no DSF de 05/05/2017 - Página 11
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LOMANTO JUNIOR, EX SENADOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, senhoras e senhores familiares, amigos e convidados para esta sessão especial em homenagem ao Sr. Antônio Lomanto Júnior, ex-Governador da Bahia, ex-Senador e Deputado Federal, quero saudar os representantes do Senado, Senador Otto Alencar e Senador Garibaldi Alves, o representante do Governo Federal e Deputado Federal pela Bahia, Antônio Imbassahy, o Deputado Federal José Carlos Araújo, seu filho Leur Lomanto e seu neto Leur.

    Perdoem a voz, eu estou no início de uma gripe da secura de Brasília.

    Quero falar rapidamente, mas não podia deixar de, estando presente nesta sessão, registrar o meu carinho, o meu abraço a todos aqueles que admiraram e que homenageiam Lomanto. Saudar de forma especial o Prefeito de Jequié, Sérgio da Gameleira, que tem essa grande responsabilidade de ser Prefeito da cidade aonde Lomanto iniciou a sua vida. E marcou profundamente a sua presença no cenário político baiano justamente por essa referência de Jequié.

    Saudar os Deputados Federais que vejo aqui, amigos, independentemente de legenda: Deputado Paulo Azi, do DEM, que tem base principal em Alagoinhas, também minha terra, Antônio Brito, que é meio Jequié, Sandro Régis, o filho de Honorato, Deputado Estadual Adolfo Viana, meu querido amigo Pedro Tavares e, também de Jequié, Deputado com muita expressão política na Bahia, representante dessa cidade, Euclides Fernandes. De maneira mais especial ainda, perdoem-me todos, o Deputado do meu Partido Bebeto Galvão, da região sul do Estado da Bahia, com muita relação também com Jequié. E, em nome destes, saudar todos os políticos que estão presentes aqui no plenário do Senado.

    Eu queria dar um testemunho, um testemunho de improviso sobre essa relação com o Lomanto. Primeiro, aquilo que fica na memória de qualquer criança, que é a música, como já foi dito aqui. Esse foi um jingle que marcou a história da Bahia. Aliás, quando cheguei à universidade, uma chapa adversária minha tinha justamente o nome Sangue Novo e fazia uma paródia do jingle de Lomanto. Era a chapa capitaneada por meu querido amigo Paulo Fábio, hoje cientista político em Salvador, na Universidade Federal da Bahia, e, à época, um dos representantes do PCB no movimento estudantil.

    Aquela música, que já fazia parte da nossa história, falando de um homem que se tornou governador, vindo do alto sertão, marcou muito profundamente a história política da Bahia. Lomanto assume o Governo da Bahia num momento extremamente delicado, no momento em que o Brasil acabava de sofrer um golpe, um golpe militar. Portanto, ele governou com adversidades maiores do que as comuns e soube fazer isso com a característica de ser um homem pacífico, de ser um homem fazedor de amigos, agregador na política. Talvez tenha sido essa a sua característica principal.

    Além do seu talento político e do empreendedorismo que teve como representante do Governo da Bahia, Lomanto, ao longo de sua história, fez muitos amigos e transformou Jequié nessa referência de um governador que vem do interior para a capital do Estado da Bahia e traz para a capital os problemas do interior, unindo a Bahia, abraçando a Bahia como um todo. Essa foi a marca principal de sua campanha, que se tornou também a marca de sua vida. Com essa marca ele fez seu filho e seu neto políticos da Bahia, representando a sua região. Com a força eleitoral que tinha, durante muitos e muitos anos, não se podia falar de Jequié sem se referir justamente à figura carismática de Lomanto, porque Lomanto, como político, foi um líder carismático. Um líder que tem essa característica agregadora é acima de tudo um líder carismático.

    Digo isso, mas tive uma convivência muito pequena com ele. Não fui sua colega como Deputada, mas fui Prefeita de Salvador, e ele me procurava para falar da amizade que tinha com o meu tio, Salvador da Mata, de Ipiaú, que tinha sido prefeito num período mais ou menos próximo ao dele, com quem mantinha boas relações de amizade. Ele sempre me buscou e me tratava com muito carinho. Numa Bahia, como vocês sabem, de muita disputa política, onde os lados políticos estavam sempre muito definidos, Lomanto se sobressaía e ultrapassava os lados. Ele era uma figura que circulava em todos os lados da política baiana. No período democrático, ele tinha e teve essa função de buscar unir esses lados.

    Portanto, fico muito feliz que o Senado Federal, por intermédio do Senador Otto Alencar, tenha tomado a iniciativa de fazer esta homenagem, que é uma homenagem devida da Bahia, e que Otto, ao fazê-la, faça em nome de toda a Bancada da Bahia e de todo o povo baiano. É um registro que nós não poderíamos passar sem fazer, o registro da presença benéfica de Lomanto na política baiana e na política brasileira.

    A sua participação foi sempre isso, a participação de um homem simples, mas de um homem do bem, que passava para as pessoas o contato de um homem alegre, que não nos encontrava para fazer queixas, mas para ressaltar questões positivas da vida naquele momento, fosse qual fosse o momento.

    Tenho a satisfação de poder contar com a amizade dos seus filhos, um deles aqui na minha frente, Marquinhos, um grande parceiro nosso, meu e de tantos outros amigos na área do turismo, e de Leur, com quem tenho uma relação muito fraterna. E de podermos nos beneficiar, todos os baianos, da história política de Lomanto.

    E olha, dizer isso, eu que sou uma pessoa que tem uma vida totalmente ligada à esquerda, Senador Otto Alencar, desde os primórdios da minha participação política, fui uma política de esquerda e sou uma política de esquerda...

    Numa eleição em que eu era criança, meu pai participou destacadamente da campanha de Waldir Pires, que veio a ser derrotado por Lomanto, pela força desse voto do interior que se levantava de Lomanto e das relações que Lomanto soube construir. Quando me refiro a esse lado da história, digo, com todo esse lado da história que ele recompôs e refez essa relação, é uma posição muito singular.

    Eu não poderia deixar de dar o meu testemunho a favor dessa figura política histórica da Bahia que foi o Governador Lomanto Júnior, independente da grande obra que tenha realizado no nosso Estado, inclusive obras de infraestrutura que até hoje são referências no Estado, mas principalmente pela figura política que é Lomanto Júnior, que foi Lomanto Júnior, porque ele continua sendo essa referência. E virou uma referência da força de governo que vem do interior para a capital, Imbassahy, que é um político da capital, assim como eu, com origem na capital, mas representando todos os baianos. Nós sabemos da importância que tem isso para o marco da história política da Bahia.

    Lomanto, a esperança do povo, é gente nova, é sangue novo. Lomanto é a renovação vinda do Alto Sertão.

    Não há coisa mais bonita que possa ser dita sobre Lomanto.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/05/2017 - Página 11