Discurso durante a 55ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de visita a estudante ferido em manifestação ocorrida em Goiânia (GO).

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Registro de visita a estudante ferido em manifestação ocorrida em Goiânia (GO).
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2017 - Página 83
Assunto
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Indexação
  • REGISTRO, PRESENÇA, ORADOR, REGINA SOUSA, FATIMA BEZERRA, LINDBERGH FARIAS, SENADOR, VISITA, ESTUDANTE, LEITO HOSPITALAR, MOTIVO, PARTICIPAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, GOIANIA (GO), ESTADO DE GOIAS (GO), CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MOVIMENTO SOCIAL, REPUDIO, VIOLENCIA, POLICIA MILITAR.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. Sem revisão da oradora.) – Obrigada, Sr. Presidente. Eu, na realidade, queria fazer um comunicado aqui de uma visita que nós fizemos hoje a Goiânia, Estado de Goiás. Eu, Senadora Regina, que é Presidente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, Senadora Fátima, que é Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e também membro titular da Comissão de Educação, Senador Lindbergh, que é Vice-Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, fomos visitar o jovem Mateus, que está internado no Hospital de Urgências de Goiânia.

    Todos aqui conhecem a história do jovem Mateus. Ontem, nós conversamos sobre isso da tribuna. A Senadora Fátima também falou sobre isso hoje aqui do plenário. Ele foi covardemente atingido por um policial, por um capitão da Polícia Militar, no protesto que fazia no dia da greve geral, dia 28 deste mês, em um Município de Goiás, Goiânia.

    Manifestava-se junto com outros estudantes, com outras pessoas. E a violência com que ele foi atingido o levou à UTI do hospital, ele está internado. Conversamos hoje com o médico. É uma situação grave. O médico disse que ele já teve sinais de melhora, mas ainda corre riscos e, portanto, vai permanecer na UTI. Inclusive, vai mudar de UTI para uma outra fase.

    O hospital está muito mobilizado em relação a ele. Conversamos com os pais. Os pais estão muito emocionados, os irmãos estão lá. Os estudantes da universidade lá de Goiás estão fazendo uma vigília pela melhora do Mateus, estão na frente do hospital, em um ato muito bonito. E nós fomos lá, levar a nossa solidariedade, a solidariedade do nosso Partido, mas a solidariedade de todos aqueles que apostam na democracia, de todos aqueles que respeitam os movimentos sociais.

    Nós estamos vivendo, Sr. Presidente, uma situação muito difícil no nosso País, uma situação de criminalização dos movimentos sociais e de intolerância – intolerância por parte das forças que têm o poder, como a Polícia Militar, das forças políticas que acabam induzindo as pessoas ao preconceito e à intolerância. As manifestações deste Governo, em relação aos movimentos sociais, em relação às reivindicações desses movimentos, são manifestações de intolerância; portanto, abrem as portas para que a intolerância viceje na sociedade. E nós estamos chegando a um nível de violência da própria polícia em relação à sociedade civil muito grande. Não dá para conceber que tenhamos tido uma ação dessas em cima de alguém que estava fazendo um protesto, que não era um protesto de enfrentamento, que era um protesto pacífico.

    Eu quero deixar aqui registrado, Sr. Presidente, a nossa visita, a nossa solidariedade ao Mateus e à sua família, e principalmente o repúdio à violência – o repúdio à violência da Polícia Militar, que tem agido assim no Rio de Janeiro, no Paraná, em São Paulo, com certeza por orientação política inclusive dos governos a que está submetida, e à violência que está grassando na sociedade, como aconteceu em Mato Grosso, como aconteceu com os índios no Maranhão.

    Então, gostaria de deixar esse registro, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2017 - Página 83