Comunicação inadiável durante a 63ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apoio ao ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na Operação Lava-Jato.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Apoio ao ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na Operação Lava-Jato.
Publicação
Publicação no DSF de 12/05/2017 - Página 88
Assunto
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Indexação
  • APOIO, INOCENCIA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, REU, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), REGISTRO, VIAGEM, DESTINO, CURITIBA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), ELOGIO, GESTÃO, GOVERNO, EX PRESIDENTE, SERGIO MORO, JUIZ FEDERAL, AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO.

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente, todos que nos acompanham pela Rádio Senado e TV Senado, servidores da Casa, colegas Senadoras e Senadores, eu queria, cumprimentando todos, fazer aqui um registro.

    Fui ontem à Curitiba, junto com vários colegas, levar a minha solidariedade, com a minha presença, e penso que esse foi o espírito que nos levou à Curitiba e ao ex-Presidente Lula. É na hora da dificuldade que conhecemos os amigos e eu não tenho nenhuma dúvida de que – independentemente de qualquer juízo que alguém faça – qualquer bom senso leva a uma conclusão: a de que há, sim, uma ação desmedida, dirigida, agressiva, que extrapola qualquer limite do mínimo respeito contra o Presidente Lula ao longo de meses e, por que não dizer, anos.

    Ele fez um governo de oito anos, foi ovacionado, saiu como o Presidente mais bem avaliado do País e, agora, sofre essa verdadeira caçada, uma perseguição, que tem tido uma resposta do povo brasileiro, quando, mesmo não estando em período eleitoral, fala nas pesquisas de opinião pública, aí, sim, científicas, feitas por opositores ao próprio Presidente Lula e ao PT. Ele aparece como alguém que o povo lembra e quer que volte à Presidência da República – pelo menos uma parcela significativa da opinião pública.

    Pela primeira vez – e aqui eu queria cumprimentar a Justiça brasileira e o próprio Juiz Sergio Moro, Dr. Sergio Moro –, foi dado, depois de meses de massacre contra o Presidente Lula, de agressão, de versões, ocupando todos os veículos de comunicação do País, foi dado, o direito ao Presidente Lula de falar e falar num tribunal, diante de um juiz, que fez as perguntas que achava convenientes, em nome da acusação, mas ouviu também, no tempo necessário, todas as respostas que o Presidente Lula também tinha o direito e a vontade de dar.

    Se algumas perguntas foram feitas fora do processo, é parte. O Presidente Lula também pôde responder a uma série de questões que estavam fora do processo. E acho que, depois de muitas versões, de muitas agressões, de uma verdadeira perseguição, que nenhum outro líder político neste País viveu, o Presidente Lula pôde falar direto, sem interrupção. E agora nós, todos os brasileiros, estamos tendo contato e tendo a possibilidade de ouvir, de levar em conta o posicionamento do ex-Presidente Lula.

    Lamento que alguns veículos de comunicação agora tentem colocar o Presidente Lula – aí tem que forçar muito a mão – contra...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC) – ... a sua companheira de vida inteira, D. Marisa Letícia.

    Eu queria, então, Sr. Presidente – não vou me alongar –, dizer que estive lá. Vi um movimento muito bonito também dos que compõem o movimento social naquela praça, na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. São pessoas que têm posicionamento ideológico, sim; que lutam por uma sociedade mais justa e melhor; jovens, pessoas já com muita idade, todos reunidos ali, num gesto de solidariedade com o Presidente Lula, em defesa da democracia, em defesa de uma imprensa livre, que não tenha donos, cujo único dono seja o compromisso com a notícia.

    Então, Sr. Presidente, caros ouvintes da Rádio Senado, telespectadores, eu vou ler aqui pouquíssimos trechos do Presidente Lula que estão entre aspas: "Eu não quero afrontar ninguém. Eu sou um cidadão que respeita as leis. Eu respeito a Constituição. A única coisa que eu peço em troca é que ele me dê respeito, como eu também estou dando respeito a todos que compõem o Judiciário. Eu não quero ser julgado por interpretações; eu quero ser julgado por provas." São algumas manifestações do Presidente Lula.

    Eu acho que foi chocante ver aquela análise final dele, Sr. Presidente, de quantas horas de televisão nós tivemos e vivemos neste País contra o Presidente Lula: 18 horas de Jornal Nacional. Ele falou TV por TV, jornal por jornal, dos espaços, fazendo uma acusação sem que ele pudesse, a não ser por notas, falar, dar uma entrevista direta, como ele ontem fez, respondendo ao Dr. Sergio Moro.

    Então, eu até cumprimento o Judiciário brasileiro, porque o Presidente Lula ontem pôde se defender. É importante isso.

    E eu não vou me alongar. Eu só queria concluir aqui. Acho que o Brasil agora tem... Foi muito importante as redes sociais terem dado voz ao Presidente Lula, terem ajudado o Presidente Lula a se defender de alguma maneira. Mas agora os que o estavam acusando têm que botar um link lá da versão do Presidente Lula. Eu fiz questão de ouvir.

    Eu só queria fazer um apelo final àqueles que não gostam do Presidente Lula, que não gostam do PT, que têm ódio do Presidente Lula, ódio do PT, ódio da esquerda, ódio dos nossos governos – são sentimentos ruins, mas faz parte do ser humano: eu queria que tentassem controlar um pouco esses sentimentos ruins e ouvissem o que o Presidente Lula falou para o Juiz Sergio Moro. Só isso que eu pediria. Talvez, se vocês o ouvissem, se as pessoas que estão com uma ideia pré-formada ou pré-fabricada sobre o Presidente Lula o ouvissem, quem sabe, modificariam um pouco essa visão. E será bom para o Brasil.

    Como pode alguém que fez tanto bem ao País, aos mais pobres, aos que viviam na escuridão, com o Luz para Todos, às crianças que estavam passando fome, com suas mães, com o Bolsa Família, aos meninos que estavam fora da escola, ao SUS, de que tiraram a CPMF e faltava dinheiro, ao Samu, aos investimentos no Norte e no Nordeste, tirando o Brasil do mapa da miséria e da fome, com o respeito que nosso País conseguiu ter fora do Brasil graças ao governo do Presidente Lula, que não é um governo sem erros... Acho que, inclusive, nós do PT, todos que temos orgulho do governo temos que reconhecer os erros. Nós fomos repetir aquilo que outros partidos, que outros governos faziam, e aí há um pecado capital sim. Mas este País não pode viver nesse confronto permanente.

    Eu tenho muita fé de que o Presidente Lula será inocentado nesse episódio, porque ficou evidente, ficou muito claro que ele e sua família estavam tentando comprar um apartamento – pagaram mais de R$200 mil e desistiram de comprar por muitas razões, como acontece com qualquer um de nós – e que o tal do triplex não é dele, não pode ser dele, não há como ser dele – simples assim.

    Mas acho que deveria vir aqui à tribuna fazer esse registro e pedir àqueles intolerantes, àqueles que tentaram condenar e condenaram com suas versões o Presidente Lula sem que ele sequer chegasse à frente de um juiz, que é quem pode julgar todos nós, que refletissem, que levassem em conta os fatos apresentados pelo Presidente Lula, a verdade colocada por ele diante do juiz, que eu espero possa fazer justiça com o Presidente Lula, absolvendo-o.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/05/2017 - Página 88