Discurso durante a 63ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração do dia internacional das Mães, celebrado no segundo domingo de maio.

Autor
Pedro Chaves (PSC - Partido Social Cristão/MS)
Nome completo: Pedro Chaves dos Santos Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração do dia internacional das Mães, celebrado no segundo domingo de maio.
Publicação
Publicação no DSF de 12/05/2017 - Página 109
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MÃE, ELOGIO, TRABALHO, MULHER, DEFESA, DIREITO A IGUALDADE.

    O SR. PEDRO CHAVES (Bloco Moderador/PSC - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – O meu discurso é bastante light hoje. É uma homenagem justa ao Dia das Mães, para atenuar um pouco esse clima tenso que vive o nosso querido Senado Federal. E elas merecem.

    Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, muito me orgulha ocupar a tribuna do Senado Federal para lembrar que, no próximo domingo, comemoramos, no Brasil e no mundo, o Dia das Mães.

    Tenho muito carinho e respeito por essa data, porque ela é produto direto da luta delas ao longo da admirável história da humanidade.

    No passado, essa data já era celebrada na Grécia antiga e no Império Romano. Há registros mostrando que as famílias da Inglaterra, no século XVII, comemoravam esse dia. O ato de presentear as mães já era tradição para os ingleses.

    No tempo presente, devemos a formalidade e o amplo interesse por essa data ao esforço da jovem americana Evans Jerry, que, no início do século passado, lutou para homenagear sua mãe, que trabalhava com filantropia, em uma época em que poucas mulheres desenvolviam essa atividade. A persistência de Evans foi fundamental para que o governo dos EUA oficializasse o segundo domingo de maio como o Dia das Mães.

    Outras nações seguiram o exemplo dos Estados Unidos. No caso do Brasil, foi o Presidente Getúlio Vargas que criou oficialmente a comemoração do Dia das Mães no ano de 1932.

    Em todas as instituições que dirigi, procurei sempre comemorar essa data com entusiasmo. Trabalho com a ideia de que esse é um dia de celebração, mas também de profunda reflexão política.

    O papel que a mulher cumpre na sociedade é muito importante. Provavelmente, ninguém consegue se aproximar tanto do conceito de solidariedade e amor como as mães. Na defesa dos filhos, elas se tornam insuperáveis.

    Sou muito agradecido a Deus por ter me dado uma mãe mais do que maravilhosa e determinada. D. Joana Mendes dos Santos, que cuidou com muito carinho dos seus sete filhos, com esmero e dedicação, foi uma verdadeira rainha do lar.

    Em momentos de dificuldade econômica, ela trabalhou como lavadeira de roupa no tradicional Colégio Dom Bosco, de Campo Grande, em troca da mensalidade da escola dos seus filhos. Essa foi a forma que encontrou para que eu e meus irmãos tivéssemos acesso a uma educação de qualidade.

    Lembro-me de que, mesmo diante das dificuldades, seu sorriso era franco e iluminado; seu coração, puro e generoso; e os abraços fraternos e calorosos que ganhei até hoje me trazem imensa saudade.

    O mesmo eu posso dizer da minha querida esposa, Reni, que, desde que a conheci, faça Sol ou chuva, sempre está no batente, cuidando não só de mim, claro, mas também dos nossos queridos filhos e netos e das instituições educacionais que construímos.

    Minha filha, Eva Elise, Neca, seguiu o caminho da avó e da mãe. Não tem medo de trabalho e ainda encontra tempo para cuidar dos filhos e dar alguns conselhos aos seus pais.

    Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, iniciei minha fala dizendo que hoje é dia de reflexão. Como se sabe, o Brasil continua com imensa dívida social com nossas mães, principalmente as mais desfavorecidas economicamente. Essa situação perdura há séculos, só que o problema tende a ficar mais difícil quando se sabe que já passamos da casa de 14 milhões de desempregados. Uma parte das pessoas que perderam seu emprego, infelizmente, é formada pelas mães, inclusive, muitas solteiras, portanto demandando um olhar solidário e fraterno do Estado.

    Já falei aqui, nesta Casa legislativa, que a mulher continua tendo carga horária muito superior à do homem e ganhando bem menos que ele. Centenas de trabalhos acadêmicos continuam denunciando esse grave fato, e torna-se indefensável essa discriminação de gênero. Nós sabemos que isso é uma realidade, infelizmente, da sociedade brasileira. E mais, não são poucas aquelas que fazem jornada dupla e tripla, no caso da trabalhadora que tem filhos pequenos e que, conforme estudo da FEA-USP, no caso do Brasil, ganha em média 27% menos que as suas colegas sem filhos. Isso é um disparate, é uma vergonha nacional.

    Ademais, cresce, no mundo e no Brasil, o número daquelas que são responsáveis pela manutenção do lar. Todas as despesas e outras obrigações ficam por conta exclusivamente delas. Isso tudo acontecendo quando sabemos que a oferta de creche pública é muito abaixo da demanda real. Nas comunidades mais vulneráveis, essa situação se converte numa verdadeira bomba-relógio. Há momentos em que a mãe precisa optar entre o emprego e a proteção do filho.

    Dados publicados pela Folha de S.Paulo do dia 04/12/2015 indicam que continua aumentando no Brasil o número de lares chefiados por mulheres. Em 2014, já eram 27 milhões de domicílios. Essa cifra representa 39,8% dos lares brasileiros.

    Entre 2004 e 2014, a quantidade de mulheres chefes de família aumentou 67% no Brasil. Em meu Estado, Mato Grosso do Sul, as mulheres são responsáveis pelo sustento de 38% de todas as famílias.

    Eu vejo que a conjuntura ainda é difícil principalmente para a mulher, mas, por outro lado, como entusiasta do protagonismo delas, fico contente em ver que, mesmo diante de imensa dificuldade, elas não perdem a linha e as esperança e lutam renhidamente pela igualdade. Estão rompendo as amarras criadas pela sociedade patriarcal, que tanto mal fez ao Brasil e principalmente às mulheres.

    No entanto, ainda é bastante tímida a representatividade das mulheres na política e no comando das grandes empresas de engenharia, de informática, de construção civil, hospitais, de aviação, bancos, mineradoras, nas Forças Armadas, entre outras atividades de ponta do mundo globalizado.

    As novas tecnologias e o acesso da mulher à educação formal se converteram em aliados importantes da luta feminina por espaços que, até então, eram reservados exclusivamente para os homens.

    Sr. Presidente, faço parte da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Devemos criar o ambiente saudável ao pleno reconhecimento e exercício de seus direitos.

    Nesta data em que se comemora o Dia das Mães, desejo muito sucesso a todas as mulheres deste País. Desejo também que as mulheres continuem a ocupar os espaços econômicos e políticos que a sociedade oferece, que continuem lutando pelo direito que é legítimo.

    Estou convencido de que o Brasil precisa da participação mais intensa e vibrante das mulheres, para poder encontrar um caminho novo e seguro, que nos leve à construção de uma pátria rica, democrática e justa para homens e mulheres.

    A minha homenagem a todas as mulheres deste País.

    Era o que tinha a dizer. Um abraço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/05/2017 - Página 109