Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à gestão do governo federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e aos discursos em oposição ao governo de Michel Temer, Presidente da República.

Autor
Waldemir Moka (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Waldemir Moka Miranda de Britto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas à gestão do governo federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e aos discursos em oposição ao governo de Michel Temer, Presidente da República.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2017 - Página 37
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • CRITICA, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), LUIZ INACIO LULA DA SILVA, DILMA ROUSSEFF, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, RESULTADO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, AUMENTO, DESEMPREGO, DEFESA, GOVERNO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NECESSIDADE, APROVAÇÃO, REFORMULAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, LEGISLAÇÃO PREVIDENCIARIA.

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Elmano Férrer, é um prazer tê-lo na Presidência, na condução dos trabalhos de hoje à tarde, aqui no Senado da República.

    Sr. Presidente, eu quero começar dizendo que tenho algum tempo como Deputado Federal, Deputado Estadual, Vereador, que também fui, e agora no Senado da República, mas eu nunca vi, nesse tempo todo, esse tipo de... As pessoas viveram 13 anos – não foram 13 dias, nem um mês nem um ano, foram 13 anos – governando o País. Criaram 12 milhões de desempregados e ficam aqui posando como se tudo isso que está acontecendo estivesse acontecendo neste um ano do Governo do Presidente Michel Temer.

    Ora, Sr. Presidente, nós temos dados que já mostram que a economia começa a crescer, não como precisava, porque o desmonte e a maquiagem foram tão grandes que não é possível em um ano... Se você considerar, desde quando nós aqui, o Plenário da Casa aceitou a cassação e depois veio o processo do impeachment, na verdade, de governo, governo mesmo, tirando a forma interina, o Presidente Michel Temer não tem um ano. Mas vejam os resultados, e resultados concretos. Olhem onde está a inflação: abaixo da taxa média; olhem onde estão os juros, a taxa Selic. E nós vamos chegar ao final do ano com a taxa de inflação muito abaixo, o que, há muito tempo, não acontecia; vamos chegar com juros a menos de dois dígitos, a um dígito.

    E eu fico aqui ouvindo essa conversa de cerca-lourenço, por que isso é conversa de cerca-lourenço...

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – V. Exª me concede um aparte?

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – Não vou conceder aparte a V. Exª, porque V. Exª falou aqui o que quis.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Que debate democrático!

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – V. Exª é muito democrático. V. Exª é o...

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Eu só queria contraditar com números. Desculpe.

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – Eu não concedo o aparte a V. Exª, ficou claro?

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Claro. Só acho estranho isso, porque aqui é uma Casa de debates.

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – É que V. Exª não para de falar.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Se V. Exª não quer debater, tudo bem.

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – V. Exª não para de falar. É um papagaio que repete tudo.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – V. Exª comemora uma inflação com uma recessão econômica dessa.

(Soa a campainha.)

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – É um papagaio de pirata que repete.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – A redução da inflação é recessão, Senador, desemprego.

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – Recessão? V. Exªs é que deixaram, como herança, a recessão. Eram dois PIBs seguidos, e V. Exª vem aqui posar de vestal, como se não tivesse nada a ver com isso, querendo fazer o paladino dos defensores dos pobres.

    Nós vimos os pobres delatando, Sr. Presidente. Nós vimos os pobres delatando. Nós vimos para onde foi o dinheiro. Ou acha que a população não entende isso? Ou acha que a população está sendo enganada por esse tipo? Aí se apresentam aqui como os maiores defensores da classe pobre, dos mais humildes. Mas, na hora de fazer as coisas, fazem por baixo do poncho, como falamos lá na fronteira. Isso, Sr. Presidente, eu chamo – só há uma palavra – desfaçatez. Só isso. Agora, trabalhar com seriedade para fazer a inflação voltar aos patamares normais, para baixar a taxa Selic exige seriedade, e não gente que pensa eleitoreiramente. Há uns aqui que só pensam eleitoreiramente, só fazem discursos eleitorais, achando que vão enganar. Podem enganar alguns incautos, mas aquele que tem cérebro, aquele que pensa vai perceber e já percebeu o que aconteceu com este País.

    Nós chegamos, Sr. Presidente, a ficar devendo para o Banco do Brasil, no chamado custeio, R$51 bilhões, e, na contabilidade, aparecia tudo maquiado, como se estivesse tudo certinho. A Caixa Econômica, chegamos ao cúmulo de o Banco Central não registrar aquilo como dívida. E, por isso, evidentemente, o Brasil caiu nessa insegurança, nessa desconfiança, e é por isso que temos que tomar remédio amargo para que este País volte realmente a ter credibilidade.

    Ninguém aqui vai votar a reforma trabalhista ou a reforma previdenciária porque quer, por maldade, por crueldade, mas por absoluta necessidade. Por absoluta necessidade! E nós estamos fazendo da forma mais suave possível. Vou lhe dar um exemplo: uma mulher que se aposentar no ano que vem vai se aposentar com 52 anos; aos 62 anos, Sr. Presidente, é daqui a 20 anos. E lamentavelmente aí vai a crítica ao meu Governo: é um Governo que se comunica com dificuldade.

    Mas há muita coisa que está entalada, e todos os dias vejo esse pessoal vir aqui para posar como os grandes defensores da Pátria. O engraçado é que, durante os 12 anos, não vi movimentação nenhuma. Nenhuma! Parecia que o Brasil estava vivendo na maior tranquilidade. E, de repente, Sr. Presidente, veio a imprensa denunciando a chamada maquiagem, a contabilidade maquiada ou a contabilidade criativa, e foi aí que percebemos o rombo que foi deixado para este País e rombo que nós, aí, sim, com seriedade, com segurança, mas sobretudo com amor a este País...

    Sei que o discurso, muitas vezes, não é o que o eleitor mais simples, mais humilde quer ouvir, porque eles estão impregnados por essa ladainha de que vão prejudicar os pobres. Sr. Presidente, prejudicar os pobres é não votar, porque, daqui a pouco, não haverá dinheiro para pagar aposentadorias. E aí eu quero ver aquele que vive só da aposentadoria.

    É preciso ter coragem! É preciso ter muita coragem e ter amor a este País para votar. Eu vou votar com o coração realmente, com muita dificuldade, mas vou votar, acima de tudo, pelo meu País.

    Eu tenho certeza de que muitos aqui que sabem o que estou dizendo vão para essa missão exatamente com esta convicção: se nós não votarmos agora, daqui a quatro ou cinco anos, nós vamos ter um País quebrado, um País sem condições de honrar as suas dívidas, um País sem credibilidade para receber os investimentos externos.

    E aqueles que vêm aqui e ficam posando como se fossem os grandes defensores...

(Soa a campainha.)

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – ... os paladinos da moralidade, na sua maioria é muita gente enrolada. E vêm aqui dizer para nós esse tipo de coisa, inventando uma tal de política anticíclica.

    Eu me lembro muito bem: chegaram a dar crédito para a compra de caminhões com juros de 2% ao ano e ainda com carência. O que aconteceu? Gente que nunca mexeu com caminhão comprou frota e mais frota e inundou o mercado com caminhões. Aí com o aumento da oferta, diminuiu o preço do frete, e nós tivemos a greve dos caminhoneiros. Mas ninguém fala disso! Eu me lembro de alguém ir à televisão estimular o povo brasileiro a consumir, consumir e consumir. Agora, o povo brasileiro está endividado. E aí? E aqueles que mandaram o povo consumir? Onde estão?

    E querem passar uma mensagem de que este País, para dar certo, precisa da chamada política econômica anticíclica que foi feita pelo Sr. Guido Mantega? Deu no que deu: o País acabou desonerando, fazendo um monte de coisas, e não havia arrecadação. Ou seja, não havia condições de fazer o que se fez. Isso criou um grande déficit, que, até hoje, nós estamos tentando, a duras penas, corrigir. Mas, graças a Deus, há uma equipe econômica firme e determinada. Será duro, Sr. Presidente! Nós não vamos resolver isso...

(Soa a campainha.)

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – ... em um ou dois anos, mas nós estamos no caminho certo.

     E aqueles que posam aqui de vestais, aqueles que posam aqui de grandes defensores, de paladinos da moralidade precisam olhar para trás e ver o que eles fizeram com este País.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2017 - Página 37