Pela ordem durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com atos violentos envolvendo integrantes das Centrais Sindicais e a Polícia Militar, em manifestação ocorrida na Esplanada dos Ministérios.

Autor
Lídice da Mata (PSB - Partido Socialista Brasileiro/BA)
Nome completo: Lídice da Mata e Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Indignação com atos violentos envolvendo integrantes das Centrais Sindicais e a Polícia Militar, em manifestação ocorrida na Esplanada dos Ministérios.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2017 - Página 24
Assunto
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Indexação
  • REPUDIO, VIOLENCIA, MANIFESTAÇÃO, GRUPO, CENTRAL SINDICAL, POLICIA MILITAR, DISTRITO FEDERAL (DF), LOCAL, ESPLANADA (BA), MINISTERIO, BRASILIA (DF).

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, para parabenizar o Senador Otto Alencar pelo seu pronunciamento, lendo esse artigo que expressa a opinião de todos nós, mas também para comunicar a V. Exª, que preside a Casa neste momento, da praça de guerra que se formou agora em frente ao Congresso Nacional nas manifestações.

    Eu estava presente e nunca vi uma coisa desta. Um grupo de provocadores foi em cima da polícia, sem o comando da manifestação. O comando da manifestação indica que todos se afastem daquele local. Eles agridem até mesmo os manifestantes e vão em cima.

    E parece que a polícia, a partir daí, fica sem comando ou com um comando bastante violento, porque o comando é de jogar não bombas de gás lacrimogêneo, como alguns meios de comunicação estão falando, mas uma bomba diferente. É um gás que impede a respiração. Eu vi a Deputada Janete Capiberibe, que é asmática, quase morrendo; teve de ser socorrida com uma bombinha para que ela pudesse voltar a respirar. Eu própria passei muito mal, porque, justamente quando estava no carro de som, jogaram uma bomba em cima dele.

    Nós estivemos ontem com o Governador Rodrigo Rollemberg e falamos com ele. Acabei de falar com o gabinete dele para dar conta ao Governador de que era preciso dar uma palavra com o comandante das forças, porque há uma situação grave.

    Nós temos aproximadamente 100 mil pessoas nas ruas, e posso lhe assegurar que, há muitos anos, não vejo uma manifestação tão grande. Nós estávamos em cima do trio elétrico; portanto, víamos todo o final da manifestação, que era imensa. E as pessoas estão postas em perigo, sendo atacadas de um lado e de outro: sendo atacadas pelas forças policiais de um lado, e sendo atacadas por essas próprias pessoas que estão para desestabilizar a manifestação.

    A manifestação foi uma vitória, foi absolutamente vitoriosa. V. Exª tenha a certeza de que milhares de brasileiros e brasileiras convocados pelas centrais sindicais estiveram presentes – estão presentes – hoje, aqui, em frente ao Congresso Nacional, para dizerem que não aceitam as reformas, nem a reforma trabalhista nem a reforma da previdência; que não suportam mais a possibilidade de nós continuarmos nesta crise econômica e nesta crise política jamais vista no Brasil; que há um foco da crise claramente colocado hoje no colo do Presidente da República; que o Presidente precisa ter altivez e amor ao Brasil para resolvê-la. E resolver é devolver ao povo a possibilidade de escolher o seu caminho.

    As pessoas que estavam na praça pacificamente vieram para dizer isso. Lembrando a memorável campanha das Diretas Já, perceberam que aquela memorável campanha pode ser reeditada neste momento.

    Diretas já, sem repressão aos movimentos populares!

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2017 - Página 24