Discurso durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca das manifestações populares ocorridas no país e responsabilização do Partido dos Trabalhadores pela atual crise política e econômica.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SISTEMA POLITICO:
  • Considerações acerca das manifestações populares ocorridas no país e responsabilização do Partido dos Trabalhadores pela atual crise política e econômica.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2017 - Página 75
Assunto
Outros > SISTEMA POLITICO
Indexação
  • ANALISE, MANIFESTAÇÃO, GRUPO, CENTRAL SINDICAL, DEPREDAÇÃO, ESPLANADA (BA), MINISTERIOS, CRISE, SITUAÇÃO POLITICA, CONJUNTURA ECONOMICA, DESEMPREGO, AUMENTO, CORRUPÇÃO, RESPONSABILIDADE, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, a sessão desta tarde, que deveria debater o fim do foro privilegiado, ganhou um outro rumo, tomou um outro debate.

    As pessoas estão nas ruas. É verdade que nem todas elas são baderneiras, nem todas elas fazem parte de milícias, mas a oposição está navegando em uma onda que não lhe pertence. A maioria das pessoas que estão na rua, para a rua eles vieram porque rejeitam as reformas. A reforma da previdência, por quê? Porque o Governo demorou em se comunicar. E quando resolveu se comunicar, o povo já não mais queria ouvir falar em reforma de previdência, porque, quando o povo descobriu que este País tem empresa devendo milhões e bilhões para o INSS e depois fazer uma reforma – ainda que você explique a necessidade de não quebrar o País nos próximos 15, 20 anos –, ninguém quer ouvir.

    O Brasil tinha uma oposição, uma esquerda que governou de forma perdulária este País por 13 anos. Estava morta e enterrada, o Presidente Temer se encarregou, Sr. Presidente, de desenterrá-los. Eles, que não tinham mais nem um canivete, ele desenterrou todo mundo, colocando um trinta e oito na mão deles.

    Os que estão na rua, eles não querem a reforma trabalhista. Por isso eles vieram, mas não estão aqui por causa de PT, não estão aqui por causa de qualquer outro tipo de milícia. Os sindicatos, sim, porque eles não querem perder a contribuição sindical, que é o sangue que alimenta o monstro, as milícias do PT no Brasil. É o dinheiro o sangue que alimenta o monstro.

    Para tanto, Sr. Presidente, o povo está na rua, mas os Black Blocs estão também. Vão chamá-los de democratas? Botaram fogo no Ministério da Agricultura, no Ministério da Cultura, quebraram a Catedral. Tem policiais atacados. Aí vi alguns Senadores, com todo o respeito, fazendo um discurso aqui chorando: "E meus olhos estão ardendo! Sujou a minha roupa! Soltaram bomba! Nós fomos lá, que absurdo!". Como é que a polícia vai enfrentar baderneiros sem usar os seus instrumentos? É verdade que a polícia poderia muito bem cercar os Black Blocs, cercar e levar todo mundo, prender todo mundo. Mesmo sabendo que alguns Deputados e Senadores depois iriam à cadeia, à porta do presídio, dizer: "Em nome dos direitos humanos, soltem essas crianças, porque eles são democratas!".

    Ora, Sr. Presidente, dois pesos, duas medidas? Agora, o povo está na rua, Srs. Senadores, dizendo "Fora, Temer", mas não é dizendo "Volta, Dilma". O povo está na rua dizendo "Temer, corrupto!", mas não é dizendo "Lula, honesto". Não, Lula, corrupto também. "Fora, Temer", "Nunca mais Dilma" – corrupta também. Perdulária, irresponsável, que pregou o tempo todo, enquanto detinha o seu foro privilegiado, que não era igual a Eduardo Cunha, porque ela era uma mulher de mãos limpas. E desta tribuna eu dizia: "No dia em que perder o foro, o Brasil verá que as mãos dela têm a cor das mãos de Eduardo Cunha", está provado!

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – Agora, Sr. Presidente, antes de encerrar o meu pronunciamento, o povo está na rua revoltado, sabe com o quê? Com os dois marginais, os Irmãos Metralha da JBS.

    Penso que todos os Senadores, mesmo aqueles que foram citados por eles, deveriam assinar esta CPI para nós investigarmos esses dois metralhas. As empresas deles são verdadeiras usinas de produzir corruptos. Eles disseram que deram dinheiro a muitos corruptos, Senadora Ângela, mas eles são corruptores. Nunca tiraram um dia de cadeia, Senador Ronaldo, e foram embora sem tornozeleira eletrônica. Marcelo Odebrecht está preso vai fazer um ano e meio. Delatou, carimbou a testa de muita gente na lista da Odebrecht, deu apelido, fez deboche e está preso. Esses dois sacanas esculhambaram o Brasil, cometeram um crime de lesa-pátria! Dois pilantras, vagabundos e estão soltos, caminhando nas ruas de Nova Iorque!

    Srs. Ministros do Supremo Tribunal Federal, falo olhando para os senhores, a nação brasileira espera a toga, a retidão da toga, a justiça da toga de V. Exªs. Esses dois canalhas, Srs. Ministros, precisam voltar para o Brasil algemados. Algemados porque cometeram, Senador Paim, crime de lesa-pátria, compraram US$1 bilhão, venderam ações, além de terem roubado o BNDES, os fundos de pensão, além de terem roubado a Caixa Econômica. Ao saírem ainda levaram parte do cofre da Nação. Srs. Ministros, pelo amor de Deus, ponham isso no lugar: esses dois pilantras, cafajestes, safados, restos de gente, precisam voltar para prestar contas à nação brasileira, que...

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – ... com corrupção.

    Eu encerro o meu discurso, Sr. Presidente, dizendo mais uma vez que essa oposição que está aqui gritando está certa, porque não está fazendo, nada mais, nada menos, do que garantir a militância que vai votar nela no ano que vem – sei lá, para Deputado Federal, Estadual, Vereador ou até aqueles que vão tentar ser Senador de volta, têm de garantir o voto da militância.

    Eu quero dizer uma coisa aos Srs. Senadores: o Brasil, com tudo o que vocês estão fazendo aqui, dizendo que estão defendendo o trabalhador, mas não estão. O Brasil tem 14 milhões de desempregados que estão na conta de vocês. Tudo o que vocês estão fazendo aqui – exceto o Paim –, tudo o que vocês estão fazendo aqui... O Brasil não esqueceu os 13 anos perdulários, irresponsáveis e de corrupção que vocês produziram na Nação.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2017 - Página 75