Pela Liderança durante a 73ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Críticas aos governos do Partido dos Trabalhadores e apoio às medidas adotadas pelo presidente Michel Temer.

Críticas ao comportamento da oposição em sessão ocorrida na Comissão de Assuntos Econômicos, destinada a deliberar sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 38, de 2017, que trata da reforma trabalhista.

Elogios ao presidente Michel Temer pela convocação das Forças Armadas para manutenção da ordem pública nas manisfestações ocorridas em Brasília.

Considerações acerca da Operação Lava Jato e críticas ao Partido dos Trabalhadores.

Autor
José Medeiros (PSD - Partido Social Democrático/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas aos governos do Partido dos Trabalhadores e apoio às medidas adotadas pelo presidente Michel Temer.
TRABALHO:
  • Críticas ao comportamento da oposição em sessão ocorrida na Comissão de Assuntos Econômicos, destinada a deliberar sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 38, de 2017, que trata da reforma trabalhista.
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Elogios ao presidente Michel Temer pela convocação das Forças Armadas para manutenção da ordem pública nas manisfestações ocorridas em Brasília.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Considerações acerca da Operação Lava Jato e críticas ao Partido dos Trabalhadores.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2017 - Página 86
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > TRABALHO
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DILMA ROUSSEFF, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE, ELOGIO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REJEIÇÃO, ELEIÇÃO DIRETA.
  • CRITICA, COMPORTAMENTO, OPOSIÇÃO, SESSÃO, DELIBERAÇÃO, PROJETO DE LEI DA CAMARA (PLC), OBJETO, REFORMA, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT), ENFASE, TUMULTO, REUNIÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, DEFESA, ALTERAÇÃO, DIREITOS E GARANTIAS TRABALHISTAS.
  • ELOGIO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, CONVOCAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, MANUTENÇÃO, ORDEM PUBLICA, BRASILIA (DF), DEFESA, POLICIA MILITAR, NECESSIDADE, REPRESSÃO, DEPREDAÇÃO, VIOLENCIA, ESPLANADA (BA), MINISTERIOS, ALTERNATIVA, FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PUBLICA (FNSP).
  • ANALISE, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), CRITICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE, ELOGIO, SERGIO MORO, JUIZ, DELAÇÃO PREMIADA, GRUPO, EMPRESA, ALIMENTOS, FRIGORIFICO, DEFESA, REJEIÇÃO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de antemão, já agradeço a tolerância de V. Exª, meu futuro Governador do Amapá, se Deus assim o quiser.

    Eu ouvi, agora há pouco, as palavras do Senador que me antecedeu. Aliás, eu fiquei rouco de ouvir hoje pela manhã todos os argumentos sobre o que aconteceu durante esta semana, tanto na CAE, quanto nas ruas. Agora há pouco, eu ouvi novamente sobre a saída da ex-Presidente da República Dilma Rousseff, ouvi dizer aqui que foi um golpe, palavra que se tem tornado constância; tem se tornado um mantra dizer que foi um golpe. A ex-Presidente saiu – e todo o Brasil acompanhou que ela saiu –, porque ela fraudou os balanços do País.

    Para lá da frustração que ela causou ao entrar com um programa na eleição de 2014 e dizer que o Brasil era um eldorado, um paraíso e que todos nós íamos herdar o paraíso em vida, dois dias após a eleição, a Presidente da República aumentou os juros, aumentou as tarifas e começou o governo totalmente diferente do que tinha aparecido no programa maravilhoso, digno de um Oscar de Hollywood pelos efeitos visuais. Eu não sei nem quantos prêmios Oscar ganharia aquele programa da Presidente bem gestado, bem feito pelo João Santana.

    Aliás, eu não tenho dúvida de que João Santana, quando passarem esses problemas dele, pode começar uma carreira de cineasta, porque vai estar em pé de igualdade com Steven Spielberg, com Francis Ford Coppola. Ele poderia até fazer uma versão contemporânea de O Poderoso Chefão, The Boss. Ele poderia fazer isso, porque a organização tinha um chefe, e nós sabemos quem é.

    Então, fizeram esse enredo aqui de que houve um golpe, para se passar por coitados, vítimas. E são mestres na arte de se passar por coitados. Tanto é que todas as vezes em que vão fazer um enfrentamento começam com um semblante caído, dizendo: "Sr. Presidente, nós estamos passando por um momento terrível..." Começam humildezinhos, para pegar o telespectador, no meio, sobem a fala e terminam o discurso gritando e esbravejando.

    Isso é cartilha. Essa cartilha é antiga. Essa cartilha de ganhar o debate sem ter razão, isso é da Idade Média. Hoje, com o advento da TV, as lágrimas vertem aqui como se fosse uma atuação perfeita. Para lá de João Santana, eu digo que aqui temos uns quatro ou cinco que ganhariam o Oscar de melhor ator, com certeza.

    Então, há uma encenação muito grande para o País, e não importa a realidade dos fatos. O que importa é a versão que se conta. Por exemplo, essa questão das diretas já. Eles não estão querendo fazer a ressuscitação de Dante de Oliveira. O que eles querem é o Presidente Lula de volta. Mas as condições jurídicas, legais de Luiz Inácio Lula da Silva lhe permitem, em 2018, ser candidato? Aí está o desespero. Por isso existe uma verdadeira ensalivação, como a daquele que não come há três dias, gritando aqui por diretas já. Não é pela democracia, não é querendo consultar o povo. É o desespero de colocar o Lula como candidato. Aliás, é missão. Eu entendo, porque eles estão pagando missão do the boss.

    O que diz a Constituição? Primeiro, não há vacância do cargo. Existe um Presidente colocado pelo Partido dos Trabalhadores, escolhido pelo Partido dos Trabalhadores, escolhido pela Dilma. É o Presidente Michel Temer, que está aí.

    Dizem que existe uma verdadeira quadrilha no Palácio do Planalto: Padilha, Geddel – e vão citando todos os nomes –, Moreira Franco, Michel Temer... Mas no governo do PT, Senador Davi Alcolumbre, não estavam todos eles? Não foram escolhidos? Não eram todos ministros? Por que eles colocaram essa quadrilha, então, no Palácio do Planalto?

     

    Mas esse é o modus operandi. É importante que o povo brasileiro perceba que, no momento em que essas pessoas discordam ou não servem mais para ser usadas pelo Partido dos Trabalhadores, pelo governo do Partido dos Trabalhadores, elas passam a ser demonizadas, viram bandidas. Os companheiros pegos pela Polícia são guerreiros do povo brasileiro, mas agora, não, Michel Temer não presta, Padilha não presta e todos os outros não prestam. E sabem quem mais não presta?

    O Delcídio era o Líder do Governo aqui, Senador respeitado, conversava todos os dias com a Presidente Dilma, interlocução muito próxima com Lula. Aí ele ganhou a missão ingrata, Senador Davi Alcolumbre, de deixar o Cerveró quieto e foi pagar a missão. Foi pego. Duas semanas depois... Não, duas semanas, não. No mesmo dia, Lula já disse o seguinte: "Foi o idiota". E até nos fez um favor, porque aquilo fez com que o Delcídio se sentisse traído. E foi uma das primeiras delações muito importantes que começaram a desmoronar o governo. Depois, sabe quem virou também desafeto? Foi o companheiro que está para delatar, Senador Davi Alcolumbre, o companheiro Palocci, o "italiano". Ele está para delatar porque já sabe que o principal assessor de Lula deu uma entrevista chamando-os todos de cachorros da ditadura, porque delataram.

    Marcelo Odebrecht, que era o principal financiador, aliás, um dos principais, porque agora sabemos que havia o Joesley, os irmãos de Goiás, de repente virou mentiroso. A Mônica, esposa de João Santana, há poucos dias a ex-Presidente Dilma a chamou de mentirosa. Aliás, falou a verdade. Eles mentiram, e mentiram muito, em nome da Presidente Dilma, em 2014.

    Estou fazendo esse nariz de cera para contextualizar o que nós estamos ouvindo esta semana inteira. Estão dizendo que este Senado não tem moral, não tem legitimidade, que estamos afrontando a democracia. Mas vamos lá! Digamos que de repente hoje o Presidente da República resolvesse renunciar, Senador Davi Alcolumbre. O que ia acontecer? O que a Constituição diz que deveria acontecer? A Constituição diz: na dupla vacância do cargo de Presidente nos dois últimos anos de governo, ou seja, na dupla vacância do cargo de Presidente e Vice-Presidente, sabe quem assume? Aquele que o Congresso Nacional escolher. Mas eles já estão demonizando a eleição indireta, sabe por quê? Porque não lhes interessa. Eles estão dizendo que seria golpe se assim acontecesse. Ou seja, não agradou ao PT é golpe. Por falar em golpe, agora eu sei por que falam tanto em golpe. Foi até bom o Senador Presidente deixar falar. A polícia geralmente faz isto: deixa o sujeito à vontade. O diabo está nos detalhes. Quem fala muito dá bom dia a cavalo.

    Houve uma confissão agora há pouco. Em tom de galhofa, o Senador que me antecedeu disse que chegaram mais cedo, sorrateiramente, na Comissão de Constituição e Justiça, sabe para quê? Para dar um golpe, para tentar passar a emenda das diretas. Falou aqui, rindo! Essa é a forma como o partido... É por isso que caíram, porque são espertos demais, e a esperteza engole o dono.

    Essa emenda, com todo o respeito pela grande vontade, pelo grande anseio deles, não tem como prosperar. E não vai prosperar por um simples motivo: não há tempo hábil para que a vontade deles aconteça. Isso demora. É uma PEC. Vim para cá e fiquei quase a tarde inteira aqui, Senador Davi Alcolumbre, para dar uma resposta ao que foi dito hoje aqui.

    A Polícia Militar foi demonizada hoje. Os servidores públicos foram demonizados aqui para justificar um ataque deles ao Governo de Michel Temer. Eu quero deixar claro, porque vão criando mentiras e, daqui a pouco, a população brasileira vai estar contra os servidores públicos. Eles vão criando esse mantra.

    Veja bem o que foi dito aqui. A ideia que foi passada aqui é a de que os servidores públicos são marajás, que os servidores públicos ganham muito e o resto da população brasileira está na miséria. Digo uma coisa para os brasileiros que nos ouvem. Vamos falar um pouco sobre a Polícia Militar, sobre o Exército, sobre os servidores públicos.

    Só para dizer uma coisa, Senador Davi Alcolumbre, um coronel, agora há pouco, me passou um whatsapp. Ele disse: "Olha, eu tenho graduação, tenho mestrado". Ele fez outro MBA no exterior, já está para terminar o doutorado dele e ganha R$9.500 líquidos, um coronel. E essa gente vem aqui e bate, como se todos os servidores públicos fossem marajás!

    Eu digo com experiência: o servidor público que ganha R$5.000 aqui em Brasília tem que fazer das tripas coração para conseguir alimentar os seus filhos, porque o custo de vida é alto. Mas não vamos entrar nesses detalhes. Vamos começar por dizer outras coisas que talvez a população brasileira não saiba.

    Servidor público não tem direito a FGTS; servidor público, se for chamado no domingo ou no feriado, não importa, ele está lá! Aí eles tentam fazer uma mentira de dizer aqui, Senador Davi: "Olha, estão falando que não vai ter mais horário de almoço". É mentira, gente! É mentira! O que foi colocado na reforma foi o seguinte: se, de forma acordada, a pessoa quiser sair mais cedo, ela pode fazer isso, combinando com o patrão. Ela diz: "Vou ter só meia hora de almoço ou uma hora ou uma hora e meia, e vou sair mais cedo".

    Eu trabalhei em construção civil, Senador Davi Alcolumbre. Em construção civil, a gente fazia muito isso. Às vezes ia lá, combinava com o patrão, com o engenheiro e dizia o seguinte: "Se terminar tal tarefa mais cedo, a gente pode ir embora?" "Pode." A gente nem almoçava, para ir mais cedo. É irregular perante a lei. Se for ver, é irregular perante... Mas isso acontece muito em construção civil ou nas safras. Os trabalhadores querem bater uma bolinha no final do dia, querem ter um tempo maior. Vão lá e combinam.

    O que se está querendo fazer? Regulamentar isso, dizer que pode, para que não haja fragilidade, porque muitas vezes os patrões não permitem com medo de ser penalizados. Mas eles vêm mentirosamente aqui dizer: "Estão dando só meia hora de almoço para o trabalhador." É um absurdo.

    Outra mentira: estão querendo que o trabalhador passe a trabalhar doze horas. Eu vou falar aqui: isso é o maior absurdo que eu ouvi. Nessa parte estão falando das pessoas que trabalham em escala, das pessoas que podem trabalhar 12 horas e folgar 36. Eu trabalhei 22 anos no serviço público, num regime de 24 horas, Senador Davi Alcolumbre, só que a gente folgava 72. Na Polícia Rodoviária Federal, hoje é assim. Hoje é assim. Vai lá falar para os policiais rodoviários federais se eles querem trocar essa escala. Eles trabalham até um pouco mais do que as pessoas normais, porque trabalham dois plantões de 24 horas por semana, o que, dependendo da semana, vai dar o quê? Quarenta e oito horas. Mas eles preferem trabalhar 48 horas a ir todo dia trabalhar, porque trabalham na segunda e vão trabalhar só na sexta. Eles preferem assim. Mas eles pegam esse regime de escala e dizem: "Olha, estão querendo escravizar!" Então é esse tipo de discurso que tira a credibilidade dessas pessoas.

    Na CAE, esta semana, Comissão de Assuntos Econômicos, eles montaram... Eu vi aqui a combinação. Combinaram aqui no plenário que iam bagunçar o coreto lá na Comissão de Assuntos Econômicos, mas eu não sabia que era tanto. Aqui nós temos segurança nas portas, Senador Davi, mas não se pode impedir as pessoas de entrar. E a segurança deixou que entrassem várias pessoas, militantes que se amontoaram lá no fundo da CAE com câmeras, o jogo todo combinado. Câmeras e tudo, senhoras, homens, e começaram... Já chegaram lá provocando os Senadores. Um Senador falava, eles vaiavam. Senadores que falavam o que eles não concordavam, vaiavam. E começou a balbúrdia. Houve toda a discussão. Quando o Senador Ricardo Ferraço ia começar a ler o relatório dele, partiram para cima. Nunca vi uma coisa daquela, Senador avançar em outro para que ele não pudesse. As pessoas que estavam ali se avolumaram e começaram a agredir verbalmente os Senadores. O Senador Tasso Jereissati suspendeu a reunião, para tentar acalmar os ânimos e tal. E ficamos cinquenta minutos ali. E voltamos depois, para recomeçar a reunião.

    Sabe o que os Senadores do Partido dos Trabalhadores e de outros puxadinhos fizeram? Quebraram os microfones. Gente, este microfone aqui que vocês estão vendo é frágil. Ele pode ser desatarraxado, ele sai; mas eles quebraram os microfones. Tomaram de assalto a Mesa, de forma que o Senador Ricardo Ferraço não teve nem como falar no microfone. Isso, se fosse para levar a ferro e fogo do jeito que eles estão querendo, é caso de comissão de ética, é caso de cassação de mandato, mas não. Eles estão aqui querendo pegar as filigranas para querer anular a reunião. Ninguém pode ser beneficiado pela própria torpeza. A reunião era para ter continuado dentro da normalidade, mas eles, na força, no braço, partiram para cima dos outros Senadores. E não houve briga, porque nós recuamos.

    Eu, por exemplo, vim aqui para fazer enfrentamentos, desafios verbais, na palavra. Aqui é um Parlamento. Parlamento significa parlare, falar, e não digladiar, porque, senão, não estaríamos aqui. Se aqui fosse um ringue de luta, estariam outras pessoas que são especialistas nisso.

    Aí é que eu faço o link dessa reunião da CAE com o que aconteceu ontem aqui em Brasília. Olha o exemplo que deram: os Senadores foram para o braço, para cima dos outros, para a força física. E aí foram fazer uma manifestação aqui em Brasília, que eles disseram que era para ser uma manifestação ordeira. E mentiram para muitas categorias, dizendo que era para discutir a reforma trabalhista, que era para discutir assuntos referentes às diretas. Na verdade, eles queriam fazer o que aconteceu mesmo, para dizer que o Governo está sem controle, para dizer que o Governo já não controla mais nada e que Brasília estava virada em pedaços. E aí veio uma turma organizada, um time bem escalado, aquele mesmo time que o Gilberto Carvalho tinha na manifestação de 2013, o mesmo modus operandi.

    Eu vou pedir para a minha assessoria trazer uma pasta aqui – porque eu acabei esquecendo na bancada – que tem umas fotos. E eu vou mostrar para vocês se aquilo eram policiais infiltrados ou se eram manifestantes deles. Saíram quebrando tudo. Quebraram o Ministério da Agricultura; quebraram a Esplanada toda; e transformaram o Brasil nisso aqui. Eu quero que vocês possam ver aqui.

    Isto aqui é o Ministério da Agricultura. Ali havia quadros que valiam uma fortuna por serem antigos. Pegaram os banheiros químicos e fizeram isto com eles. Ali é fogo e os banheiros químicos. Saíram quebrando tudo como se fosse uma enxurrada. E aqui estão. Isso aqui são meninos de 19, 18 anos. Inclusive, um deles estava tomando café aqui, anteontem, com a camisa que não era do Flamengo, mas era totalmente vermelha. E aqui – eu não sei se a câmera vai pegar – dá uma olhada nesse manifestante. Vejam a sacola dele e vejam de qual Partido é a sacola que está com ele.

    Esses são os manifestantes. Manifestante coisa nenhuma! Com todo respeito, isso aqui é baderneiro, isso aqui é vândalo, que vem fazer vandalismo.

    Sabe por que eu discordo totalmente disso? Por que aquilo ali, aqueles quadros que perdemos, aqueles ministérios cujas vidraças todas vão ter que ser refeitas, aquelas paredes... O dinheiro vai sair lá da D. Maria, do S. José, que eles dizem defender aqui.

    Esse modus operandi já é conhecido do povo brasileiro. Esse Partido sempre foi sinônimo de baderna quando estava fora do poder. Quando subiu, conseguiu dar um quinhão; a turma ficou toda quietinha. Por que eles voltaram a invadir terras? Por que agora eles voltaram a fazer quebradeira? Porque estão fora do poder. É a forma que eles usam para chegarem ao poder.

    E houve um momento em que eles enganaram; eles deram o golpe perfeito na população brasileira, Senador Davi Alcolumbre.

    Vocês se lembram de que o Lula se candidatava, se candidatava e nunca conseguia se eleger, porque a população brasileira tinha medo dessa quebradeira, desse radicalismo. Aí veio Duda Mendonça e fez o quê? Fez o "Lulinha paz e amor". E fez uma carta aos brasileiros, se aliou com o PL, trazendo aquela figura cândida, de paz, do saudoso José de Alencar. E mostrou, Duda Mendonça encapou o Lula – que Brizola chamava de "sapo barbudo" –, encapou o "sapo barbudo" numa bonita embalagem e entregou ao povo brasileiro. O povo aceitou. E não houve mais quebradeira.

    E quando, em 2013, o povo se rebelou e foi para as ruas, o Exército foi chamado, o Exército ficou de prontidão. Eles vieram aqui negar hoje por vergonha, mas não tem como negar, sabe por quê? Foram, inclusive, pegos alguns pela polícia, vários oficiais da Inteligência do Exército, enfim, da Inteligência das Forças Armadas, que estavam lá. E não estava errado, não. Não estou falando que está errado. Só estou falando que o governo Dilma fez isso.

    Mas, aí volto ao dia de ontem. Eles tentaram mostrar à nação que o Brasil não tem comando, que não tem nada. O que aconteceu com os corajosos guerreiros, arruaceiros? Foi só assinar o decreto e os ônibus do Exército começarem a se movimentar, que, como ratos, não ficou um ali.

    Então, foi corretíssima a decisão do Presidente da República. Sabe por quê? Por que a PM de Brasília está cansada de ter seus policiais feridos, esfaqueados, como foi da última vez. E, enquanto esfaqueiam os policiais ali na Esplanada, os representantes sobem aqui, os insufladores, e começam a falar mal da polícia, que a polícia está causando violência, fazendo violência contra os coitados.

    Hoje, eu vi aqui Senadores, com conhecimento zero de segurança pública, virem culpar a polícia: "A polícia estava com violência; a polícia estava fazendo isso, estava fazendo aquilo; a polícia estava a dois metros do manifestante e não foi lá." Falam isso porque não conhecem; numa atividade de policiamento de choque, não se quebra barreira. Isso não é de hoje não, isso é lá dos Romanos. Quando vinha flecha, se cobriam com escudo. E, se um desmancha a formação, todos ficam em perigo. E qual policial vai dar uma de maluco ali e enfrentar esses loucos? Havia pedras de concreto que eles tiraram na calçada. Eles vêm ali, esfaqueiam, ferem e, se deixar, matam e ainda saem de vítima.

    E aí, pelo destino cruel, um deles foi soltar um rojão para cima da Polícia Militar, Senador Davi Alcolumbre, e perdeu a mão. O torpedo explodiu na mão, e ele saiu lá só com a pele da mão. É uma pena, um jovem, que vai ficar inválido. Aliás, quem vai pagar isso é cada um de nós aqui. É você que está assistindo a mim, sou eu, somos todos os brasileiros. Ele vai ficar aposentado agora, e nós vamos ter que pagar. Por quê? Porque os insuflaram e eles foram para a rua. A mando de quem? E é por isso que nós temos que fazer essas análises.

    Eles são extremamente draconianos. Metade deles estão presos em Curitiba, mas eles estão aqui para apontar dedo. E eu volto a dizer: não fui eu nem o Senador Davi Alcolumbre, não fomos nós aqui da maior parte, da situação hoje, que escolhemos o Governo que está aí. Eles escolheram e agora vêm dizer que não tem legitimidade.

    O líder principal quer voltar, mas, para voltar, ele usa não do "Lulinha paz e amor"; ele usa da quebradeira e do vitimismo. E quem não se lembra da gravação do Rui Falcão com o Jaques Wagner dizendo: "Olha, se o oficial de justiça for lá ou se forem lá prender o Lula, vamos dar porrada, vamos para cima." Este é o modus operandi: é quebradeira, porrada e vitimização.

    Quem não se lembra no nosso companheiro, muito elegante – e com todo o respeito pela ausência dele, mas eu já falei isso aqui quando ele estava –, que, em uma gravação, dizia – o Senador Jorge dizia: "Lula, a gente precisa politizar, tem que tirar o Moro do conforto lá do processo e vamos vitimizar, vamos politizar esse processo." E eles fizeram isso.

    O Moro não caiu, mas o Dallagnol caiu na provocação e por pouco não jogou a Lava Jato toda abaixo, porque não aguentou e veio para a seara política. E, na seara política, eles são imbatíveis. Existe até um ditado: não discuta com os medíocres, porque eles te puxam para a mediocridade. E, nesse ponto, eles são peritos. Então, bem fez o Moro, que ficou de boca calada. Como dizia minha avó, quem fala muito dá bom dia...

    Mas há outra coisa que eu queria – e já marchando para o final para não abusar da sua paciência, Sr. Presidente – citar.

    Nós fomos surpreendidos por um fato extremamente curioso sobre uma investigação controlada, de atos controlados, em que os irmãos Joesley e Wesley, donos do frigorífico JBS, fizeram uma delação premiada – mas essa foi premiada! Eu queria que os brasileiros se ativessem à frase completa: não foi só uma delação; foi uma delação premiada. Mas não foi prêmio de quermesse, não; não foi um prêmio de qualquer Mega-Sena, não. Se fosse para comparar com a Mega-Sena, seria um prêmio da Mega-Sena da Virada. E eu não quero nem culpá-los tanto porque eles simplesmente são "laranjas", eles são simplesmente mandados. Já de há muito tempo, todo mundo sabe que quem usufruía daquilo ali era o the boss, era o chefe. Tanto é verdade que eles confessaram, falaram que existiam US$150 milhões na Suíça. É sócio ou não é? Qual a empresa que põe US$150 milhões? Isso é quase meio bilhão de reais. Então, era sócio, auferia os lucros dessa sociedade. Mas, então, o que aconteceu? Eles resolveram delatar – e aí vem o que a população brasileira não consegue entender, e eu penso que esta Casa tem que começar a falar sobre isso até haver esclarecimentos.

    Esse pessoal, no meu Estado, Senador Davi Alcolumbre, acabou com as plantas frigoríficas. Mato Grosso hoje vive na mão da JBS em termos de proteína animal. Isso foi por todo o Brasil, tanto é que, sob as bênçãos do BNDES, com todo o dinheiro, viraram a maior empresa do mundo em termos de proteína animal.

    Para vocês verem como o roteiro do filme estava planejado: há algum tempo, três ou quatro meses – não sei quanto, mas tem um tempo já –, eles mudaram a sede da empresa para o exterior. Eu achei aquilo estranho, mas não sabia que já fazia parte desse enredo. O que eles fizeram? Mudaram a sede da empresa para o exterior e agora me aparecem com a delação, sentindo-se aviltados, sentindo-se extorquidos. Apontaram o dedo com toda a força para os adversários de Dilma e Lula e disseram: "Olha, doamos uma quantia que existia na Suíça" – o que provavelmente daqui a alguns dias desmentem –, mas apontaram com força para os adversários.

    E aí eu pergunto: essa delação, de acordo com o que a lei diz, deve continuar assim? Eu acho que não, eu acho que ela deve ser anulada. Sabe por quê, Senador Davi? Quando da CPI do BNDES, eu fui cercado por todos os cantos com recados desse povo, desses irmãos que queriam falar comigo. Sabe para quê? Para que eu retirasse as assinaturas da CPI do BNDES. Acontece que a CPI não foi para frente. Alguém retirou a assinatura, e eles não falaram sobre isso. Então, tem que se investigar. Quanto eles pagaram? – porque não estavam querendo me assediar de graça, não. Então, o que acontece? Quanto pagaram e se pagaram? Eu sei que a CPI foi para o vinagre, o que foi até bom porque agora nós estamos abrindo uma outra, e aí, já com vários dados, nós podemos realmente abrir a caixa-preta do BNDES.

    Senador Lindbergh, de repente, você me pergunta: "Mas, Medeiros, você falou tudo isso por quê?" Eu respondo: para que a gente fizesse um preâmbulo de entender por que essa gritaria aqui; o que está por trás e por que, de repente, os Senadores de oposição estão fazendo toda essa gritaria aqui. Por um simples fato: querem voltar para a Presidência. Para isso eles fazem qualquer coisa, qualquer coisa mesmo – ontem o dia deixou isso bem claro. Começaram a dizer que o Governo não está fazendo nada, que o Governo está acabado e que o Governo aumentou os juros, que o Governo aumentou o desemprego. Estão pegando todos os 13 anos de malfeitos e querendo jogar agora.

    Não sou procurador do Governo, mas tenho de restabelecer a verdade. Sabe para quê? Para defender o Presidente Michel Temer? Não. Para evitar que nós tenhamos, de novo, esse Partido no poder. Olhe a opção que eles querem nos dar, Senador Davi: tira-se o Michel Temer e põe-se quem? Lula. Meu Deus do Céu, deixem Michel Temer! Pelo amor de Deus! Creio que qualquer brasileiro, hoje, que faça um raciocínio político, quer deixar Michel Temer ou quer por Lula? Não. Deixem Michel Temer porque vai ser só um ano mesmo. Em 2018 a gente resolve. Não tenho dúvidas de que o raciocínio é esse. "Ah, mas Michel Temer é isso e aquilo." Michel Temer já era – seja lá o que ele for hoje –, ele já era antes. E eles escolheram. Agora, vêm tentar demonizá-lo. Assim como estão fazendo com os servidores públicos.

    Eles têm uma cartilha bem simples: se vocês observarem, quando discordam do seu argumento e não podem vencê-lo, atacam-no pessoalmente. Ou dizem que você é parcial ou começam a rotulá-lo com esses rótulos que vocês estão acostumados a ver: golpista, fascista, essas palavras rasas que eles aprenderam lá no manual dos grêmios estudantis.

    Começaram a dizer que o Governo não presta, que os Ministros, esse ou aquele...Pegaram o Senador Blairo Maggi, por exemplo, e começaram a dizer aqui que são ministros de olhos azuis, que são ministros brancos. Aí já entra outra característica deles: colocar esses contra aqueles; negros contra brancos; índios contra não índios; pobres contra ricos; empregadores contra empregados. Para quê? Para que se torne realidade aquele velho mito lá da Alemanha. Vamos dividir a Alemanha: dividir para conquistar. Divida a população e coloque todos contra todos: e eles chegam como os salvadores da pátria.

    Essa semana aconteceram algumas coisas muito esquisitas sobre as quais tenho de falar aqui para mostrar a incoerência desse povo. Primeiro, o Lula disse – é verdade, gente, ele disse isto, estava no Twitter dele e saiu nos jornais – que tem a cartilha para acabar com a corrupção. Ele falou que o PT tem a cartilha para acabar com a corrupção. Logo em seguida vem a ex-Presidente Dilma e diz que tem o manual, que o PT tem, de como recuperar a economia do Brasil. Eu pensei: deve ser alguma doidice desse povo. Eles tomaram alguma coisa estragada. Aí veio um outro companheiro deles, o Maduro, pedindo "Diretas já", no Brasil. Aí eu falei: "É demais Maduro, da Venezuela pedindo democracia no Brasil!" Nós já somos democráticos e vamos fazer as diretas em 2018; isso está programado, conforme a Constituição. Mas, não. Ele disse que era para o Brasil fazer as diretas aqui.

    E teve mais uma loucura que aconteceu que eu não estou me lembrando agora. Mas só para vocês verem: o Maduro pedindo eleições diretas no Brasil. É o fim do mundo! Um diz que tem a receita para combater a corrupção, o PT; a Presidente Dilma disse que tem a receita para concertar a economia; e o Maduro disse que nós temos que fazer diretas já.

    Imaginem, passaram 13 anos, pegaram o boom da economia mundial. Quando houve a crise dos bancos, Paul Krugman, que eles gostam de citar aqui, disse o seguinte: "O Brasil vai passar incólume por essa crise". E sabe por quê, Senador Davi? Ele disse o seguinte: "O Brasil fez a lição de casa", porque aquela crise era uma crise do sistema financeiro mundial. Acontece que, quando Fernando Henrique fez aquele Proer, que era o saneamento do sistema financeiro, ele foi criticado, foi acusado, e o fez por 4 bilhões, se não me engano. Saneou e criou regras para o sistema financeiro brasileiro. E os bancos estavam saneados. O que aconteceu? Veio a crise dos bancos. O Brasil não tinha nada a ver com isso, e passou de liso – Lula tranquilo –, porque não foi afetado pela crise. Quando começou essa crise, que eles fizeram por causa dos gastos, porque gastaram demais, começaram a dizer: "Não, foi a crise de 2008". Não teve como se sustentar, porque não era.

    Então, esse rosário todo aqui eu fiz só para vocês verem a incoerência e o fingimento desse pessoal que quer conquistar o Brasil, tomar o poder de assalto, mentindo. É muito difícil a gente fazer o contraponto, porque fazer o contraponto com quem está mentindo não é tarefa fácil.

    Aí eles dizem que este Governo, feito de homens brancos, que não tem uma mulher, que é misógino, que é isso e aquilo, não está fazendo nada. Veja bem, Senador Davi. Vamos pegar só o Ministério da Agricultura. No Brasil houve a operação da Polícia Federal que todo mundo viu, a Carne Fraca, e estava na iminência de perder todos os mercados. O Ministro Blairo Maggi junto com o Presidente Michel Temer fizeram uma ação que demonstrou credibilidade, transparência, firmeza e praticamente debelou-se... Era para nós estarmos sem nem um mercado de carne hoje. E, pelo contrário, abriu-se. Aliás, o Ministro Blairo Maggi acaba de chegar da Arábia – chegou e já foram queimando a casa dele lá, porque pegou fogo o Ministério

    Assim como naquele mercado, nós temos agora o lançamento do satélite, vamos ter banda larga pelo País inteiro em comunidades que não tinham nada. Quer dizer, nós estamos tentando sair.

    "Ah, Medeiros! Você está defendendo Michel Temer?" Não, estou defendendo o Brasil. Nós precisamos fazer este País caminhar, mas aqui o Partido dos Trabalhadores tem se comportado como balde de caranguejo. Balde de caranguejo, para quem não sabe, é quando um vai saindo fora da borda, o outro vai puxando o pé. Eles ficam lá e nunca saem.

    É assim que eles querem o Brasil. Eles não querem a regularização fundiária. Falam aqui em violência no campo, mas eles são responsáveis por essa violência e sabem por quê? Passaram 13 anos lá e não regularizaram, nada.

    Nesses dias, fiz uma audiência pública, e um desses representantes, que pensa igualmente a eles, disse que nós não devíamos fazer essa regularização, Senador Davi Alcolumbre, porque aí o trabalhador vai vender a terra e vai reconcentrar de novo.

    A preocupação deles não é essa. A preocupação é que se for dado o título da terra, ele vai tomar crédito no banco, vai se desenvolver, vai comprar o tratorzinho dele, vai produzir e ficar independente. E gente independente não vota por voto de cabresto.

    Eles querem esses guetos. Por que demonizam tanto o servidor público? Querem o servidor público sempre ganhando pouquinho. Por que agora estão batendo tanto? Para poder estar lá arrebanhando. Infelizmente, os professores das universidades vivem, coitados, debaixo dessa marreta. São doutrinados e ficam ali. Podem ter certeza de que muitos deles estão tendo urticária de me ouvir agora, mas é a verdade. Tenho que dizer isso aqui.

    E finalizando mesmo, Senador Davi Alcolumbre, eu ouvi hoje uma barbaridade aqui que não dava para ficar quieto. O Senador que me antecedeu teve a coragem de dizer que, a indústria naval brasileira, foi o governo de Michel Temer que acabou com ela. Essa é mentira e é mentira forte. Veja bem, meu cunhado morava lá em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e lá estavam fazendo o polo naval, e havia o polo petroquímico. E o outro, o cunhado dele, morava no Rio de Janeiro, também das Forças Armadas. E já há cerca de dois anos, eles não estavam dando conta de fazer frente a esse projeto que tinham colocado. Então, a indústria naval foi para o vinagre. Mais uma: o polo petroquímico de Rio Grande ficou às moscas. Quando o Governo, este Governo, assumiu já estava tudo quebrado. A Abreu e Lima já estava arrebentada. Esses projetos megalomaníacos deles já não tinham a menor possibilidade de serem mantidos porque já não havia dinheiro.

    Agora, na cara de pau, com muito óleo de peroba, eles sobem aqui e dizem que "este Governo está acabando com a indústria naval". Absurdo, já tinha acabado. Eles sobem aqui e dizem: "Acabou com o Programa Ciência sem Fronteiras". Mentira, já não havia dinheiro quando eles saíram. "Ah! Estão tirando dinheiro do Fies". Eles já tinham feito até... Eu prefiro um governo que diga que não tem dinheiro para o Fies do que um que deixa pai, mãe, filho na frente do computador, esperando o sistema entrar no ar, quando nunca iria entrar. Eu vi uma reportagem no Jornal Hoje em que um estudante ficava na frente do computar esperando ver se entrava o sistema para ele tentar fazer a inscrição. Quando ele cansava, colocava a mãe, a tia, a avó.

    Já estava assim. Quer dizer, veio este Governo e o Ministro Mendonça Filho, com toda responsabilidade e seriedade, falou: "Não, o que nós temos é isso" – e mostrou o quadro. Aí eles disseram que está acabando com o Fies, que está acabando com o Ciência sem Fronteira.

    Na verdade o que se está falando é o seguinte: nós temos isso para gastar e é isso que nós vamos fazer.

    Colocamos aqui uma PEC do teto de gastos. Viraram algo parecido com enxame de abelhas, porque o programa econômico deles para o País é gastar, gastar e gastar, e o Governo tem limites.

    John Kennedy dizia: "Eu não sei qual é o segredo do sucesso, mas o do fracasso é querer agradar a todo mundo." E eles tentavam. Era a turma que dizia sim para tudo. Até em casa... Eu tenho filhos, Senador Davi Alcolumbre, e adolescentes não têm limites. Eu não tenho condições de mandá-los para a Disney todo ano. Então, o que acontece? Eu tenho que dizer para eles: olha, não pode ir para a Disney. Senão, você vai ter que tirar do bucho – como dizem os nordestinos – para pôr no luxo. Mas esse pessoal gastou, gastou e gastou indefinidamente. E depois vem dizer que o Brasil não pode ter um limite de gastos. Como não? O orçamento não é infinito.

    Senador Davi, o que está bem claro aqui – é importante que os brasileiros fiquem atentos – é que essas pessoas estão mais ou menos como Jesus dizia: "Esse povo me diz 'Senhor! Senhor!', mas não fazem o que vos mando. Esse pessoal me louva com os lábios, mas o seu coração está longe de mim." É importante que a classe trabalhadora brasileira saiba: esses não são os amigos.

    E, para finalizar mesmo, fica parecendo aquela fábula do gato, em que o ratinho saiu a primeira vez fora da toca, Senador Davi, e a mãe falou: "Olha, você tome cuidado, meu filho. Pode andar por aí, mas tome cuidado com o gato. O gato é nosso inimigo." E o ratinho saiu, viu todos os animais, viu a vaca, viu tudo. E aí, de repente, o galo cantou. Ele olhou, viu aquela crista, a asa aberta batendo, aqueles esporões, saiu disparado na carreira, com medo do galo. Quando ele entrou na casa, estava deitado no tapete um bichinho lindo, calmo, pelinho branquinho. Ele parou, olhou, mas o bichinho estava dormindo, e ele correu. Chegou lá, falou: "Mamãe, eu conheci a vaca, conheci tal e conheci o terrível gato. Ele batia as asas, gritava e tinha umas unhas bem grandes, mamãe." Falou: "E também conheci um bichinho bonitinho deitado no tapete, mas estava dormindo, eu não pude falar com ele, mamãe." A rata mãe disse o seguinte: "Meu filho, pelo amor de Deus, não confunda. As aparências enganam. Aquele que cantou e bateu as asas é o galo, nunca nos fez mal, mas aquele bichinho deitado no tapete, aquele é o temível gato. Cuidado, as aparências enganam."

    Então, eu quero deixar aqui para os trabalhadores: não se deixem, mais uma vez, enganar por essa gente que quer tomar mentes e corações, mas o resultado vocês já conhecem. Não brinquem com essa turma, porque o discurso deles aqui sempre é da seguinte forma: crime só existe nos outros governos. Aqui, no impeachment mesmo, comportaram-se da forma que o Lula se comporta, da seguinte forma: tem um bicho na sala, já que falei de gato, que mia, bebe leite, come rato, todo o mundo diz que é gato, mas vem o Lula e diz: "Não, isso é cachorro."

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2017 - Página 86