Comunicação inadiável durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento de frente parlamentar suprapartidária por antecipação das eleições diretas.

Crítica à aprovação do relatório da reforma trabalhista pela CAE.

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Registro do lançamento de frente parlamentar suprapartidária por antecipação das eleições diretas.
TRABALHO:
  • Crítica à aprovação do relatório da reforma trabalhista pela CAE.
Publicação
Publicação no DSF de 08/06/2017 - Página 24
Assuntos
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > TRABALHO
Indexação
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, LANÇAMENTO, FRENTE PARLAMENTAR, OBJETIVO, ANTECIPAÇÃO, ELEIÇÃO DIRETA, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, REPUDIO, APROVAÇÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, COMENTARIO, ILEGITIMIDADE, GOVERNO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente, nobres Senadores e Senadoras, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, logo mais, às 16 horas, no Salão Nobre, da Câmara Federal, nós lançaremos a Frente Parlamentar Suprapartidária por Eleições Diretas. Essa frente é constituída por cinco partidos: PSB, PT, PCdoB, PDT e PSOL.

    O objetivo dessa frente é clara: mobilizar as forças políticas para apoiar a iniciativa da sociedade civil, dos artistas, das centrais sindicais, dos movimentos, que já se mobilizam gritando por uma saída para este País, uma saída de reconciliação do nosso País.

    Nós vimos aqui a crise política se instalar há dois anos. E, de lá para cá, a expectativa era que se resolvesse a crise. Pelo contrário, a crise se aprofundou; e hoje nós chegamos a 14 milhões de desempregados, milhares de empresas falidas. E o Congresso, com um comportamento no mínimo bizarro, quando a Comissão de Assuntos Econômicos ontem, por unanimidade, estava rejeitando uma proposta de reforma trabalhista, no final aprova a reforma por 14 votos a 11. E, durante toda a sessão, os que votaram a favor da reforma não ousaram defender a proposta. É algo muito estranho o que está acontecendo neste Congresso.

    Portanto, este Congresso não merece escolher o próximo Presidente da República, até porque o Governo de Michel Temer acabou, não há o que se falar – um Governo que conta com uma rejeição de mais de 90% do povo brasileiro e que está preocupado em se defender das acusações, das suspeitas. Aliás, se tornou, em vez de Presidente da República, o suspeito número um da República o Presidente Michel Temer; não tem condições mínimas de governabilidade, porque passa o dia traçando estratégias de defesa diante dos tribunais, diante da Justiça.

    Nós não podemos continuar sendo governados por um Presidente dessa maneira. Não temos outra alternativa senão devolver a voz ao povo. Autoridade para resolver a crise só há uma: o povo brasileiro.

    O Congresso, na hora em que a sociedade perceber... A mobilização já se espalha pelo Brasil todo, mas, no momento em que a sociedade perceber que, no caso de impedimento, no caso de vacância da Presidência da República, quem vai escolher o próximo Presidente da República será o Congresso, tenho certeza de que isso vai parecer uma provocação ao povo brasileiro. Tentar escolher o novo Presidente pela via indireta, pelo Parlamento brasileiro, em que quase 200 Parlamentares estão sob suspeição, estão sendo citados ou investigados, é uma temeridade.

    Eu acho que é hora de o Congresso repensar a sua condução e abraçar esta causa, que é a causa do povo brasileiro: mais de 90% do povo brasileiro quer eleições diretas. E que largue de se preocupar com quem será o eleito. Nós temos que nos preocupar com a democracia. Nós temos que nos preocupar é com a reconciliação política do nosso País, que teve posições extremadas em função de uma má condução deste Congresso, porque este Congresso jamais poderia ter embarcado numa disputa acirrada...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - AP) – ... que terminou levando o País para uma crise mais profunda.

    Portanto, quero convidar o Sr. Presidente, os Senadores e as Senadoras para a participação desse ato de lançamento da Frente Parlamentar Suprapartidária por Eleições Diretas.

    E a nossa expectativa é que essa frente se alargue, que se reproduza nos Estados, nos Municípios; que essas frentes parlamentares aconteçam nas assembleias legislativas, nas câmaras municipais dos Estados, para que a gente fortaleça esse movimento e finalmente dê o grito definitivo.

    Que este Congresso ouça a voz da rua e aprove uma emenda à Constituição, promovendo uma eleição direta, para operar essa transição até 2018, superar a crise e colocar o Brasil nos trilhos.

    Portanto, diretas já!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/06/2017 - Página 24