Pela Liderança durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a unidade partidária obtida no 6º Congresso Nacional do PT e defesa da imediata realização de eleições diretas para a Presidência da República.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Considerações sobre a unidade partidária obtida no 6º Congresso Nacional do PT e defesa da imediata realização de eleições diretas para a Presidência da República.
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2017 - Página 27
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CONGRESSO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OBJETIVO, DISCUSSÃO, ATUAÇÃO, POLITICA, ESCOLHA, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, GLEISI HOFFMANN, SENADOR, ELOGIO, DIVERSIDADE, HOMEM, MULHER, DEFESA, RENUNCIA, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, ILEGITIMIDADE, GOVERNO, IMPORTANCIA, ANTECIPAÇÃO, REALIZAÇÃO, ELEIÇÃO DIRETA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, GARANTIA, DEMOCRACIA, RECUPERAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL.

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, aqueles também que nos acompanham pelas redes sociais, eu queria, no dia de hoje, Sr. Presidente, fazer um registro importante do acontecido nesse final de semana, praticamente, que foi o 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores.

    Havia uma expectativa – e eu diria até mais do que expectativa –, havia uma torcida para que esse congresso fosse o congresso da dissensão, o congresso da divergência, o congresso que levaria a um esgarçamento interno no Partido que inviabilizasse por completo o Partido dos Trabalhadores, que produzisse um racha – como se diz vulgarmente – e que, portanto, condenasse o nosso Partido ao desaparecimento.

    Em verdade, tudo aconteceu de forma divergente, a começar pela aglutinação das diversas forças políticas que compõem o Partido em torno de um programa de atualização das teses do PT para o Brasil, em uma visão da conjuntura política e, particularmente, na formação da sua direção, com a escolha, pela primeira vez, de uma mulher para dirigir o nosso Partido, a nossa companheira Gleisi Hoffmann.

    A unidade do Partido foi constatada pela discussão aprofundada nos grupos sobre temas extremamente importantes. Mesmo que existissem, como existem, divergências de fundo, do ponto de vista do papel estratégico do PT, da nossa visão estratégica da sociedade brasileira, conseguimos produzir um documento robusto, tratando desses temas, e, ao mesmo tempo, conseguimos avançar naquilo que deve nortear a nossa atuação política para esse próximo período.

    Ficou muito clara a unidade absoluta e total do Partido na visão de que não há qualquer hipótese de negociação com este Governo, na visão de que é necessário que se mantenha a palavra de ordem de "Fora, Temer", e, ao mesmo tempo, o entendimento de que a saída para o nosso País tem que ser uma saída radicalmente democrática.

    A renúncia ou a cassação de Temer não podem ser seguidas por um novo pacto por cima, por um pacto entre as elites, como aconteceu em tantos momentos da história do nosso País. Ou nós partimos para o exercício da soberania popular por intermédio do voto direto, por intermédio de eleições diretas para Presidente da República, ou essa instabilidade política vai se manter e vai continuar impedindo que o Brasil recubra a confiança do seu povo, dos investidores internacionais, e que a economia possa ter uma saída à vista.

    Só um governo legitimado pelo voto popular pode criar as condições para nós sairmos desta crise que aí está posta.

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – E colocamos mais do que isso. Não somente o nosso compromisso é com as eleições diretas, como também nós não vamos participar, nem aceitar participar, de qualquer tipo de acordo por cima.

    Portanto, se alguém nutre alguma ilusão de que nós, do PT, vamos ser partícipes do apoio a algum candidato escolhido por eleições indiretas, por este Congresso, sem legitimidade, desmoralizado, sem compromisso com a população brasileira, essas pessoas podem tirar o seu cavalo da chuva. Nós não vamos participar, não vamos coonestar, não vamos dar qualquer aprovação a isso. Aqueles que queiram, Partidos ou Parlamentares, manchar as suas biografias, escolhendo um Presidente da República agora pela via indireta, que o façam, mas o PT, em consonância com a sua história, em consonância com a sua luta, com os seus anos de vida e de Governo, não irá jamais respaldar uma decisão desse tipo.

    E mais, não há hipótese sequer de discussão com qualquer Governo eleito indiretamente que, em algum momento, tenha qualquer compromisso com a manutenção dessas reformas que aqui estão.

    Então, ficou claro, no congresso do PT, pela unanimidade dos seus delegados, de que ou eleições diretas, ou eleições diretas. Não há outra alternativa para nós.

    Por último, Sr. Presidente, eu queria aqui ressaltar o quanto o PT, apesar de tantos problemas, apesar de tantas dificuldades, apesar, inclusive, dos erros que cometeu – que acho que poderiam ter sido objeto de uma autocrítica mais aprofundada do próprio congresso, mas eu próprio entendo as limitações que nós vivenciamos hoje... Mas é absolutamente claro que o PT está começando a viver um processo de renovação importante. A quantidade de jovens que eram delegados nesse encontro, a quantidade de mulheres delegadas – mais da metade era composta por mulheres –, mostram que o PT está renovando-se, que o PT está procurando constituir...

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ...não somente uma transição geracional, mas uma transição de gênero também.

    E isso culminou com a eleição da nossa companheira Gleisi Hoffmann, nossa Senadora combativa, Líder do nosso Partido aqui no Senado, que tem caracterizado a sua participação pela defesa permanente dos direitos dos trabalhadores e do povo, das bandeiras do nosso Partido, das bandeiras dos movimentos sociais, e assim será, sem dúvida, à frente da direção do PT.

    E isso é um diferencial, eleger, pela primeira vez, uma Presidenta, uma mulher que toque a vida partidária, que é tão complexa, que é tão cheia de problemas de várias dimensões, parece-me um ato não somente de coragem do PT, mas, acima de tudo, de compromisso com a luta pelo respeito à diversidade de gêneros, na luta pela igualdade de direitos entre homens, mulheres e outras identidades sexuais existentes na nossa sociedade. E significa que esse processo de mudança e renovação far-se-á fundamentalmente por intermédio da...

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ... juventude – vou concluir, Srª Presidente – e por intermédio das mulheres.

    Nós temos absoluta certeza e convicção de que o PT, da mesma forma como fez em outros momentos, saberá superar as suas dificuldades e saberá caminhar, lado a lado, com a aspiração da sociedade brasileira, que é hoje a de tirar esse Presidente ilegítimo, sem voto, corrupto e, no seu lugar, eleger um presidente de que banda política seja, mas que tenha legitimidade política suficiente para conduzir o Brasil a outros momentos.

    Muito obrigado pela tolerância, Srª Presidenta. Obrigado, Srs. Senadores e Senadoras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2017 - Página 27