Pela Liderança durante a 91ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com a rejeição, pela Comissão de Assuntos Sociais, do relatório sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 38, de 2018, que trata da reforma trabalhista.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
TRABALHO:
  • Satisfação com a rejeição, pela Comissão de Assuntos Sociais, do relatório sobre o Projeto de Lei da Câmara nº 38, de 2018, que trata da reforma trabalhista.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2017 - Página 15
Assunto
Outros > TRABALHO
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, REJEIÇÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS (CAS), RELATORIO, PROJETO DE LEI DA CAMARA (PLC), OBJETO, REFORMA, ALTERAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT), LEGISLAÇÃO TRABALHISTA.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. Como Líder. Sem revisão da oradora.) – Presidente, como nós estamos com o plenário praticamente vazio, eu gostaria que V. Exª fosse um pouquinho mais tolerante comigo com o tempo.

    Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quem nos ouve pela Rádio Senado, quem nos acompanha pela TV Senado, eu queria aqui agradecer o Líder do nosso Partido, o Senador Lindbergh, que me deu a oportunidade de usar este horário para falar da tribuna, como Presidente do Partido dos Trabalhadores, reforçar, mais uma vez, aqui meus votos ao Senador Paim, pelo trabalho que fez e o orgulho de tê-lo em nossos quadros do Partido – o Senador Paim, de forma aguerrida, lutou muito bem ao lado dos trabalhadores brasileiros – e dizer que hoje comemoramos uma grande vitória. Não é uma vitória do PT, embora nós levemos no nome a causa dos trabalhadores brasileiros. Nós somos o Partido dos Trabalhadores. E nos orgulha e nos honra muito estar sempre ao lado das lutas que melhoram a vida dos trabalhadores, lutando para que o povo brasileiro possa ter condições melhores de vida.

    Essa é uma vitória do povo brasileiro. É uma vitória dos movimentos sociais, do movimento sindical, daqueles que acreditaram em ir às ruas, fazendo uma resistência, mesmo num momento de adversidade, em que o Governo estava com força e exercia, inclusive, a sua autoridade através de força policial para desmanchar as manifestações, em que deu um golpe para colocar na pauta do Congresso duas reformas contra os trabalhadores brasileiros – essa reforma trabalhista e a reforma da previdência –, em que muitos não acreditavam que nós conseguíssemos barrar. E nós tentamos, dia após dia, neste Senado, junto com os trabalhadores nas ruas, junto com os movimentos sociais, resistir. E conseguimos.

    A luta é sempre um acúmulo de forças. E viemos acumulando essas forças, desde o enfrentamento que nós fizemos ao golpe, quando tiraram a Presidenta Dilma Rousseff, através de um golpe mesmo, um golpe parlamentar, desrespeitando a Constituição. E essas reformas foram a face mais cruel do Governo que se apoderou do Palácio do Planalto, um conluio entre o Governo, o mercado financeiro, uma mídia que não tem interesse no desenvolvimento geral do povo brasileiro e uma aristocracia do serviço público.

    E hoje, com essa votação na CAS, nós conseguimos mostrar que o povo unido, mobilizado, que reivindica os seus direitos, consegue alcançar, sim, vitórias. Essa vitória, Presidente, na Comissão de Assuntos Sociais é fundamental, porque a Comissão de Assuntos Sociais é a comissão que trata do conteúdo da reforma trabalhista. Nós não estamos falando aqui do aspecto da economicidade, nós não estamos falando aqui da constitucionalidade. Nós estamos falando do conteúdo. Então, a Comissão que deu parecer contrário a esse projeto é a Comissão que analisou o conteúdo.

    Esse é um conteúdo perverso ao trabalhador brasileiro. V. Exª falava aqui, Senador Paim, como que nós podíamos ser favoráveis a uma proposta que dá meia hora de almoço para o trabalhador ou então que precifica a honra de uma pessoa pelo valor do salário que ela ganha, que precifica o assédio moral ou o assédio sexual pela posição hierárquica que ela tem na empresa? Como que nós poderíamos ser a favor de um projeto que atinge pessoas que ganham, no máximo, até dois salários e que estão no mercado formal? E quem está junto, no mercado informal, se você for pegar a média salarial deste País, não passa de R$4 mil? Como fazer uma reforma trabalhista, dizendo que vai beneficiar essas pessoas? Não vai beneficiar essas pessoas! Vai beneficiar quem está no andar de cima, quem quer aumentar a sua lucratividade, quem quer tirar direitos dos trabalhadores.

    Está tudo errado neste País do Governo do Michel Temer, neste País do Governo golpista, que não tem coragem de ficar no Brasil para enfrentar a crise e foge para a Rússia.

(Soa a campainha.)

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Como nós temos um Governo enfraquecido desse jeito, que não enfrenta a crise que está havendo no País? Vai viajar e ainda aposta que o Congresso Nacional, o Senado da República vai lhe dar um cheque em branco, votando as reformas contra o povo, e que, quando voltar, vai estar tudo bem, porque, para o mercado, ele vendeu bem a posição dele.

    Pois ele recebeu uma reposta clara hoje. É a primeira de uma série de derrotas que este Governo vai ter, Senador Paim: derrotas na reforma trabalhista, derrota na reforma previdenciária, derrota por mexer no direito dos trabalhadores, derrota nessa política econômica nefasta que está fazendo para o nosso povo. Hoje nós temos 14 milhões de desempregados no País. O Presidente cuida dos interesses dele e não dos da maioria do povo brasileiro. Nós vamos resistir aqui. Não tenham dúvidas de que nós vamos resistir. Essa vitória inicia um processo de derrotas do Governo de Michel Temer.

    Eu queria agradecer a todos os Senadores também que estavam...

(Interrupção do som.)

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) – Dois minutos a V. Exª, para concluir, por gentileza.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Obrigada.

    Eu queria agradecer a todos os Senadores que estavam lá na reunião da Comissão de Assuntos Sociais e que votaram "não" à reforma trabalhista, mostrando que o Brasil não vai aceitar mansamente, o povo brasileiro não vai aceitar mansamente essas reformas que destroem os direitos.

    E quero também saudar aqui a nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores. Já fui Líder da Bancada e me honra presidir este Partido, um Partido que está junto com os movimentos sociais, com os sindicatos, com a população brasileira na resistência. E nós estamos mostrando, dia após dia, a que veio esse golpe, um golpe que veio para retirar direitos. E, mais do que isso, estamos mostrando, dia após dia, que nós temos propostas para enfrentar a situação por que o País passa. Nós sabemos como tirar o País da crise. Já tiramos este País da crise no governo do Presidente Lula. Sabemos que precisamos gerar emprego, distribuir renda, melhorar as condições de trabalho...

(Soa a campainha.)

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – ... que precisamos melhorar o seguro-desemprego, no momento em que a sociedade está com alto desemprego, e não fazer reforma trabalhista.

    Então, eu queria agradecer a todos os Senadores e dizer que é um dia muito feliz. Quero parabenizar todo o movimento sindical brasileiro, os sindicatos, as centrais sindicais; parabenizar os movimentos sociais; o pessoal que foi para a rua; o pessoal que foi atingido por bomba, que levou cacetada de polícia, mas que esteve aqui, na frente do Congresso Nacional; o pessoal do nosso Partido e dos outros partidos de esquerda que estiveram aqui, na frente do Congresso Nacional, lutando e acreditando que era possível a vitória. Quando a gente acredita, quando a gente tem causa, a gente vence. E a gente está começando um processo de vitória.

    Se Deus quiser, nós vamos reverter o quadro que este País está vivendo e vamos conduzir novamente o Brasil a um processo de crescimento econômico com distribuição de renda e justiça social.

    Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2017 - Página 15