Discurso durante a 94ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao governo de Michel Temer, Presidente da República.

Comentários sobre a pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha que aponta o crescimento de intenção de voto ao ex-Presidente Lula.

Críticas à condução da Operação Lava Jato.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas ao governo de Michel Temer, Presidente da República.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Comentários sobre a pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha que aponta o crescimento de intenção de voto ao ex-Presidente Lula.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Críticas à condução da Operação Lava Jato.
Aparteantes
Lindbergh Farias.
Publicação
Publicação no DSF de 28/06/2017 - Página 34
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RESPONSAVEL, CRISE, POLITICA, AUTOR, REFORMULAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, RESULTADO, PREJUIZO, TRABALHADOR, REDUÇÃO, DIREITOS E GARANTIAS TRABALHISTAS, REFERENCIA, DENUNCIA, AUTORIA, PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA, ASSUNTO, ACUSAÇÃO, PRESIDENTE, CRIME, CORRUPÇÃO.
  • COMENTARIO, DIVULGAÇÃO, PESQUISA, RESULTADO, CRESCIMENTO, VONTADE, VOTO, ELEIÇÃO FEDERAL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUMENTO, CONFIANÇA, SOCIEDADE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • CRITICA, PROCURADOR DA REPUBLICA, DIREÇÃO, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), MOTIVO, PERSEGUIÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, OBJETIVO, CONDENAÇÃO CRIMINAL, CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quem nos acompanha pela Rádio Senado e também pela TV Senado, pelas redes sociais, não pode ser outro assunto que não a crise que nós estamos vivendo. Aliás, é crise política, é crise econômica, é crise institucional. O País é um poço de crise.

    Ontem, esta Casa recebeu, o Congresso Nacional recebeu a denúncia do Procurador-Geral da República em relação ao Presidente da República. É a primeira vez na história que um Presidente é denunciado por um crime comum de corrupção no exercício do seu cargo e que a Casa, a Câmara dos Deputados, vai ter de se pronunciar se autoriza ou não a denúncia solicitada pelo PGR.

    Eu não quero aqui entrar no mérito das denúncias, o Brasil todo já conhece, já sabe, já foi divulgado. O que eu quero aqui reforçar é o que o Senador Lindbergh colocou anteriormente e outros Senadores e outras Senadoras também colocaram. Não é possível nós seguirmos normalmente as discussões neste Parlamento, principalmente em relação às reformas, a reforma trabalhista e a reforma previdenciária, numa situação como esta.

    Essas reformas foram enviadas ou, se não enviadas, foram apadrinhadas pelo Governo que está aí, um Governo que veio com este objetivo: objetivo de fazer um ajuste no País para que os direitos dos trabalhadores, os direitos do povo pudessem ser relativizados. A troco do quê? A troco de o andar de cima da sociedade, de os mais ricos não terem tantas perdas ou não perderem nada diante de uma crise econômica que assola o País e que também tem indicadores internacionais. Enfim, assola muitos países, além do Brasil.

    Então, o que nós estamos discutindo aqui, Senador Paulo Rocha, é muito grave. Não dá para a gente entrar hoje numa sessão do Senado da República deliberativa, como se nada estivesse acontecendo, e nós continuarmos aqui discutindo projetos, votando, debatendo, com o País derretendo. A economia está derretendo. São 14 milhões de desempregados.

    As pessoas estão numa situação difícil, e o Presidente da República só cuida de salvar a pele dele e dos seus Ministros. Não é possível! Ele tem que sair! Nós temos que ter antecipação de eleição neste País. Só o voto popular vai legitimar um Governo e vai dar estabilidade, vai limpar o que nós estamos vivendo. Não há outro jeito!

    Não há como esse cara continuar onde está! Não há como as reformas continuarem como estão sendo feitas. É uma vergonha! É uma vergonha isso que nós estamos vivendo!

    Aí, eu quero falar, Sr. Presidente, da situação das reformas. Dessa reforma trabalhista nós tivemos a discussão hoje na Comissão de Constituição e Justiça e está havendo ainda discussão na Comissão de Constituição e Justiça de audiência pública.

    E é tão absurda a situação que mesmo quem defende a reforma diz que é pouco tempo do debate. Quando as pessoas vão responder àquilo que os Senadores perguntam, a pessoa que está respondendo não consegue, pelo tempo curto que tem de exposição, porque o Governo quer terminar hoje essas audiências públicas; amanhã, debater e votar.

    Então, o próprio Deputado, Relator na Câmara, disse assim: "É muito pouco tempo para discutir." Claro que é muito pouco tempo para discutir! Nós estamos mudando um código, uma lei, que implica a vida de milhares de pessoas, de milhões de pessoas, e querem fazer isso em dois meses!

    É um absurdo! Nós temos matéria nesta Casa, como, por exemplo, a reforma tributária, que fica aqui tramitando por anos. Por quê? Porque, geralmente, contém um dispositivo que tributa mais o andar de cima da sociedade. Aí, a Casa não quer votar. Aí, há resistência, porque, infelizmente, aqui, temos a representação da parcela mais rica da sociedade. Não é do povão, não! O povão não está representado aqui. Pode haver um pouco mais na Câmara, mas no Senado é quase nada! Aqui, são pessoas que têm recursos, de classe média alta, gente que não passou fome na vida, dificuldade. Então, é isso! Aí, não consegue ter a empatia, se colocar no lugar do trabalhador, daquele que ganha dois salários mínimos por mês e que vai ser o objeto dessa reforma.

    Então, quero dizer aqui que não dá para a gente ficar discutindo, como se tudo estivesse normal, quando não está normal! Não está normal! Nós temos que debater aqui o direito dos trabalhadores.

    E queria, Sr. Presidente, falando dos direitos dos trabalhadores, falar do desempenho do Partido dos Trabalhadores e do Presidente Lula na última pesquisa que tivemos divulgada pelo Datafolha, porque, às vezes, as pessoas dizem assim: "O PT está acabado. O que vocês vão fazer para sair do isolamento? O PT não tem mais confiabilidade da sociedade", só que, pesquisa após pesquisa que sai, o partido que cresce na preferência nacional daqueles que têm preferência partidária é o PT.

    Não estou dizendo que não existe gente descontente com o PT, não existe crítica, não estou dizendo isso! Só estou dizendo que, ao contrário do que era a torcida de muita gente, é o PT que cresce.

    E, quando sai uma pesquisa para se saber quem vai ser o próximo Presidente da República, é Lula que aparece. Lula! É o Lula que aparece, para desespero da direita, para desespero da classe dominante, para desespero de toda essa gente que vem aqui bombardear o Presidente Lula, bombardear a Presidenta Dilma, para chamá-lo de chefe de quadrilha, de irresponsável, de ladrão. É ele. Sabe por quê, Senador Paulo Rocha? É muito objetivo o julgamento que o povo faz: Lula veio do povo, Lula sabe o que é passar fome, Lula sabe o que é viver com um salário mínimo, e, mais do que isso, no governo do Lula, as pessoas tiveram direitos, tiveram vez, tiveram proteção. Havia geração de emprego, havia programas de desenvolvimento da economia. É por isso. Há um legado na memória do povo brasileiro.

    E mentiram tanto para o povo, mentiram tanto para o povo durante esse processo de impeachment, da Lava Jato, que agora o povo está vendo as mentiras. Quem mentiu, quem disse que estava querendo tirar o Lula, que estava querendo tirar a Dilma e o PT por corrupção é quem está agora incrustado no Palácio do Planalto, no meio da maior balbúrdia de corrupção que nós temos. E, ainda, aqueles que também apoiaram o impeachment, os senhores do pato amarelo, do andar de cima da sociedade, que também falaram contra a corrupção lá na Fiesp, que encheram o pato, fizeram passeata de verde e amarelo, agora vêm aqui dizer que preferem ficar com o Temer para não haver instabilidade no País. Mas instabilidade nós já temos. Então, esses senhores têm conduta seletiva, julgamento seletivo. Não era contra a corrupção que eles estavam lutando; eles estavam lutando pelos interesses deles, única e exclusivamente pelos interesses deles.

    Então, eu quero deixar registrado aqui que o PT tem hoje 18% da preferência partidária, que o segundo lugar está empatado entre o PSDB e o PMDB, com 5%, e o Presidente Lula tem sempre 30% a mais nas pesquisas de intenção de voto. Então, eu queria dizer: o povo está julgando de forma diferente do que esta Casa aqui, que é uma Casa que representa a elite, julgou.

    E eu tenho que fazer aqui um desagravo à Presidenta Dilma. Ela tem toda a razão em relação ao que ela postou no Facebook. Não é possível: tiraram-na para instalar um corrupto lá no Palácio do Planalto para fazer reformas contra o povo. Esta Casa deve desculpa à Presidenta Dilma. Desculpa! Senadores e Senadoras devem desculpa à Presidenta Dilma! Se tivessem caráter, dignidade e honradez fariam isto: subiriam à tribuna e pediriam desculpa, porque a tiraram para colocar o Temer, esse Presidente que não tem nenhuma legitimidade, nenhum compromisso com o Brasil.

    E quero também, Sr. Presidente, falar da perseguição a que o Presidente Lula está sendo submetido. E eu entendo a perseguição. É porque o Lula tem mais de 30% das intenções de votos. Então, só há um jeito de ganhar do Lula: é não deixar o Lula concorrer. Foi por isso que a gente teve, no final de semana, a imprensa toda especulando sobre a sentença do Juiz Sergio Moro em relação ao Lula de que ia condená-lo. É para isso que a direita torce. Torce para isso. Eles querem, pedem, porque, se tiverem que enfrentar o Lula na rua, no chão, vão ter que defender esse programa.

    Eu queria ver aqui os Senadores e as Senadoras que apoiam o Governo Temer, que deram o impeachment e que estão aí defendendo essas reformas fazerem campanha defendendo a reforma trabalhista, fazerem campanha defendendo a reforma da previdência. Eu acharia muito interessante alguém dizer assim: "Olhe, povo, eu estou aqui pedindo o seu voto, porque eu quero aumentar a sua idade para se aposentar. Em vez de com 60, você vai se aposentar com 65. O que você acha? Quero também dizer que homens e mulheres vão se aposentar com a mesma idade. Ah, e vai acabar a aposentadoria do trabalhador rural. Essa é a minha plataforma." Queria ver quem voltava para esta Casa. Não voltava um, nem o Presidente da República. É disto que eles têm medo, Senador Acir, têm medo de encarar o debate na rua. Pois, olhe, quem tem medo do Presidente Lula pode torcer para ele ser condenado culpado, mas, como disse o Senador Lindbergh aqui, nós vamos lutar, brigar, porque, se isso acontecer, vai ser uma condenação política.

    Antes de eu passar a palavra ao Senador Lindbergh, só queria aqui dar uma informação a esta Casa. O Vaccari, Tesoureiro do PT, que estava preso há dois anos e três meses, foi absolvido hoje numa sentença do Tribunal Regional Federal da 4ª Região por dois a um. E sabem qual foi o veredito? Porque não havia prova, porque não se pode condenar ninguém apenas por delação. Não havia uma prova material, não havia quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo telefônico, não havia nada que provasse. Apenas a delação. Então, ele foi inocentado num processo em que Moro pedia 15 anos e o Juiz, Desembargador Gebran pedia 18, e os outros dois disseram: "'nananinanão', não pode condenar". E sabe por quantos anos o Vaccari ficou preso? Dois anos e três meses, dois anos e três meses com uma prisão provisória. É uma barbaridade o que se está fazendo na Justiça deste País.

    Eu espero que agora a gente recoloque as coisas nos trilhos, porque não dá para um povo ir lá fazer delação e o juiz sair prendendo todo mundo achando que se faz justiça.

    Senador Lindbergh.

    O Sr. Lindbergh Farias (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Eu queria começar por este ponto que V. Exª já ressaltou: o caso da absolvição e o tempo que ele perdeu, prisão preventiva. Nós estamos reclamando disso, desses abusos.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – A família, a honra.

    O Sr. Lindbergh Farias (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Desses abusos. Agora eu queria voltar, Senadora Gleisi, quando V. Exª falou do Presidente Lula, porque esse golpe fracassou – já falei um pouco aí atrás –, os principais nomes do golpe estão desmoralizados: Eduardo Cunha, Aécio, Temer. Afundaram a nossa economia. V. Exª falou que têm que pedir desculpas à Dilma. Têm! Eu acho que tem que se discutir no Supremo Tribunal Federal essa questão da anulação do impeachment. Está claro que houve desvio de finalidade desde o começo. Agora, o que mais os desespera é quando surgem novas pesquisas eleitorais e o Presidente Lula sempre subindo. Agora, no último Datafolha, 30 pontos; Bolsonaro, 16; Marina, 15; Geraldo Alckmin, 8. No Vox Populi, de 15 dias atrás, apareceu o Lula com 40% de votos espontâneos, contra 8 de Bolsonaro. Isso tem um motivo: as pessoas lembram o processo de inclusão social, 22 milhões de empregos criados no País, redistribuição de renda e as pessoas estão sentindo que o que há aí é só para tirar direito do trabalhador: 14 milhões de desempregados, 2,5 milhões no Governo do Temer. Eu mostrei, há 15 dias, como aumentou a curva do desemprego depois da saída da Dilma; houve um incremento, porque as políticas são o quê? Austeridade fiscal, ajuste fiscal, retirar dinheiro das mãos dos mais pobres com essas reformas. Dessa forma, quero parabenizar o pronunciamento de V. Exª. Agora começa a perseguição a Lula, porque Lula sobe e, se houver eleição, Lula ganha a eleição. Daí, eles ficam apavorados e querem tirar Lula do jogo. Eu já disse e repito aqui: nós não vamos aceitar, esse é um caminho irresponsável. Eles foram irresponsáveis no impeachment, criaram toda essa situação no País. Será que não dá para ver que foi um erro? Querem continuar indo por esse caminho do aprofundamento da ruptura democrática. Nós vamos gritar em alto e bom som que eleição sem Lula não é eleição, é fraude, é farsa, e nós não vamos aceitar. Eu espero que tenham juízo e responsabilidade, e olhem neste momento para o País. Se existe uma pessoa que pode tirar o País desta crise econômica, essa pessoa se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Muito obrigado.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Muito bem Senador Lindbergh. Aliás, V. Exª tem sido sempre um dos maiores defensores do Presidente aqui, e acho que a gente tem é que dizer, em alto e bom som mesmo, que uma eleição sem Lula é fraude, não é uma eleição democrática.

    Se querem derrotar o Lula, não há problema: lancem um candidato e se lancem à campanha, façam a discussão dos seus programas, senhores, e convençam a imensa maioria do povo brasileiro que é retirando direito deles que a gente vai para frente.

    Isso não vai acontecer. Não vai acontecer.

    Aliás a perseguição ao Presidente Lula é tanta que a denúncia apresentada a ele pelo Deltan Dallagnol, esse Procurador que vende palestras em cima do Presidente Lula, em cima da Lava Jato – é uma coisa absurda, igualzinha à do Vaccari –, não tem uma prova, é só em cima de delações. Aliás as provas que tem são exatamente as provas de inocência, que mostram que o Presidente Lula não é dono daquele triplex, nunca teve opção de compra do triplex, não negociou o triplex, não ganhou o triplex. É isso que está lá. Todos os registros de imóveis, do triplex... O prédio inteiro está colocado em garantia para a Caixa Econômica Federal, enfim.

    Aliás é o seguinte: existe aqui – até o Senador Paulo Rocha me passou porque eu tinha esquecido o meu papel –, se alguém quiser saber de quem é o triplex, e há tempo que ele está lá, está numa conta-corrente. Eu vou dizer a conta-corrente, que está na Caixa: 01427-2; agência 0672; banco Caixa Econômica Federal; titular: OAS Empreendimentos, Mar Cantábrico. Está nessa conta a propriedade. Está ali.

    Então, se alguém quiser comprar o edifício, deposite nessa conta, pague a Caixa e pegue. Tanto é mentira... E é tão absurdo isso, que esse Procurador que vende palestras em cima do Presidente Lula, que ganha dinheiro com o Presidente, com a Lava Jato, põe alguns argumentos na sua denúncia que são de chorar. Faz um contorcionismo para dizer que a argumentação serve ao invés de prova – a argumentação serve ao invés de prova! Ele cita o livro de Umberto Eco, O Nome da Rosa. O que tem O Nome da Rosa a ver com o processo judicial?

    Mas ele não para, não para por aí. Ele cita outros livros. Ele cita, por exemplo, Agatha Christie. Falando sobre o personagem de Agatha Christie, o Detetive, e dizendo que alguns métodos utilizados lá servem para demonstrar também a culpa de Lula.

    Mas o mais interessante é que ele tem a teoria do gato. Eu só tinha visto a teoria do gato na tese de Schrödinger. Schrödinger é um físico quântico que escreveu um livro que se chama O Gato de Schrödinger. Ele bota um gato dentro de uma caixa e ele vai discutir a probabilidade de o gato estar vivo, de o gato estar morto, de estar ou não na caixa, para falar sobre física quântica. É um exemplo muito interessante.

    Agora nós vamos ter o gato de Dallagnol. Sabe qual é a tese do Dallagnol? É a seguinte: você entra numa sala, existe um vaso quebrado e existe um gato ao lado, olhando para o outro lado. Aí ele diz assim: "Claro que foi o gato que quebrou o vaso. Alguém vai ter dúvida?" Coitado do gato, não é? Ele quer fazer um tamborim do gato. E olhe que nós já fizemos muitos tamborins injustamente, Senador Paulo Rocha.

    Então é esse o procurador da República com que nós estamos lidando e que faz a denúncia contra o Presidente Lula.

    Por isso que a gente está dizendo: só existe uma saída. Só existe uma sentença possível no caso do Lula: é a absolvição! Porque não existem provas, mas um monte de ilações, além de umas barbaridades dessas que um procurador não se dá ao respeito e as coloca num processo.

    Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/2017 - Página 34