Pela ordem durante a 95ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Defesa de maior debate político no Senado com o objetivo de solucionar a crise política do país.

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SENADO:
  • Defesa de maior debate político no Senado com o objetivo de solucionar a crise política do país.
Publicação
Publicação no DSF de 28/06/2017 - Página 59
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • DEFESA, DEBATE, POLITICO, SENADO, OBJETIVO, SOLUÇÃO, CRISE, POLITICA, REFERENCIA, DENUNCIA, AUTORIA, PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA, ASSUNTO, ACUSAÇÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRIME, CORRUPÇÃO, APOIO, RENUNCIA, PRESIDENTE, ELEIÇÃO DIRETA.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Eu quero novamente lamentar a falta do debate político, sinceramente, parece que este Senado virou um cemitério. Num momento de uma crise política como esta, a gente não vê aqui um debate sobre a gravidade da crise que a gente está enfrentando. Não é qualquer coisa! O Presidente da República, pela primeira vez na história, foi denunciado pelo Procurador-Geral da República. Deu entrevista, há pouco, completamente atordoado. Eu esperava, sinceramente, que os Parlamentares estivessem aqui num debate, pensando em saídas, em alternativas, qual o caminho, como abreviar essa situação, porque nós não temos condições de prosseguir até 2018, Senador Jorge Viana, numa situação de crise como esta. Tinha que se procurar entendimentos suprapartidários.

    Nesta semana, o Fernando Henrique novamente escreveu falando da possibilidade de renúncia do Temer, de eleições diretas. Eu espero que esse debate avance, que a gente aqui tenha uma postura de procurar saída para a crise, mas parece que a maior parte dos Senadores estão se escondendo dentro do gabinete aqui agora.

    De forma que eu quero, de fato, provocar um debate político. Para mim, esse Governo do Temer acabou. Quem o viu hoje naquela entrevista, atordoado, sozinho, solitário... V. Exª fez muito bem em não ir, como Presidente do Senado – como o Presidente da Câmara também não foi. Então, é esta a situação que a gente está vivendo no País.

    E eu, sinceramente, faço um apelo aos nossos pares para que a gente tenha um protagonismo maior, para que a gente discuta, verdadeiramente, propostas para a saída da crise. Na nossa avaliação, não há proposta melhor do que eleição direta, do que pedir que o povo participe e eleja um Presidente. Você teria um Presidente com força política, para tentar tirar o País dessa gravíssima crise econômica.

    Eu, quando olho para trás, vejo o tamanho da irresponsabilidade em que a gente colocou o País. Muita gente aqui que não aceitou aquele resultado da Dilma Rousseff, que paralisou 2015 com a aliança com Eduardo Cunha, com as pautas bombas, eu espero que esse pessoal tenha aprendido com o tamanho da irresponsabilidade que colocou o País nesta crise. E, um ano depois do golpe, um ano e dois meses depois daquele processo do impeachment, esse golpe está completamente desmoralizado.

    Eu quero fazer um apelo aqui aos Senadores e Senadoras: eu acho, sinceramente, que nós não temos clima para votar matérias como a reforma trabalhista no dia de amanhã. Nós temos que ter serenidade e maturidade para discutirmos a saída da crise.

    Eu tenho certeza de que o Temer não passa dessa votação na Câmara. Ele precisa de 172 votos. Tem gente dizendo que ele tem 200 votos, mas 40 votos ele perde num dia. Quando abrir aquele painel, aquela sessão sendo transmitida pelos canais de televisão, eu não tenho dúvida alguma de que ele vai ser afastado.

    Agora, nós temos de cumprir o nosso papel, discutir, pensar saídas para esta crise política que o País enfrenta.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/2017 - Página 59