Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da proposta de reforma trabalhista apresentada pelo Governo Federal.

Comentário sobre a inauguração da BR-425 em Rondônia.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TRABALHO:
  • Defesa da proposta de reforma trabalhista apresentada pelo Governo Federal.
TRANSPORTE:
  • Comentário sobre a inauguração da BR-425 em Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 29/06/2017 - Página 31
Assuntos
Outros > TRABALHO
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • APOIO, REFORMULAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, DEFESA, SEGURANÇA, ORDEM JURIDICA, ESTABILIDADE, RELAÇÃO DE EMPREGO, NECESSIDADE, DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA NACIONAL.
  • COMENTARIO, INAUGURAÇÃO, INFRAESTRUTURA, RODOVIA, MUNICIPIO, GUAJARA-MIRIM (RO), ESTADO DE RONDONIA (RO).

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Srªs e Srs. Senadores, a Senadora Vanessa está perguntando se eu vou votar com a Senadora na reforma trabalhista.

    Eu quero ser bem verdadeiro com vocês, especialmente com quem está em casa. E eu quero mandar um abraço para os amigos, para as amigas, nos quatro cantos deste rincão brasileiro, no meu Estado.

    Quero dizer para vocês o seguinte: nós precisamos modernizar a nossa legislação. E eu sei que o trabalho que a oposição está fazendo, hoje, é o que eles queriam, ontem, na situação. E hoje se inverteu. Mas eu não estou aqui para contentar partidos de oposição nem partidos de situação. Eu estou aqui como Senador da República, para cumprir meu papel, que o povo do meu Estado de Rondônia me delegou.

    E a reforma trabalhista é importante, é fundamental. Podem até reclamar de algum artigo, podem até reclamar de alguma coisa, mas olha, Senador Cidinho, eu fico triste quando vejo amigos meus, amigos nossos, que saem do Brasil, vão para o México, as mulheres muitas vezes são estupradas, assassinadas, os homens também, para poderem ir ao outro lado, para poder trabalhar e ganhar mais.

    E aqui neste País, no nosso País, se aquela pessoa, aquele cidadão, quer se contentar com uma bolsa miséria, ótimo! Que fique com o Bolsa Família. Por que bolsa miséria? Porque, na verdade, é uma miséria o que ganham, mas não querem fazer mais nada para poder crescer e querem ficar se mantendo com R$100 por mês, um pouco mais um pouco menos. Mas há aquele que quer ganhar o dobro, há aquele que quer um salário mínimo, há aquele que quer ganhar o triplo. Então, eu quero deixar bem claro que eu sou a favor de que quem quer andar de bicicleta ande de bicicleta, quem quiser trocar a bicicleta por uma moto nova compre uma moto nova, quem quer comprar um carro compre um carro e quem quiser se acomodar se acomode.

    Não é justo nós vermos os nossos irmãos brasileiros saírem do Brasil e trabalharem no exterior. Por quê? Porque lá ganha mais. Mas ganha mais por quê? Porque trabalha mais! Aqui, na verdade, o que tenta fazer a maioria dos sindicatos? Tenta fazer o inverso: eles querem manter o salário ou ganhar mais e diminuir o horário de trabalho. E quem paga a conta? Somos nós, o povo brasileiro, o consumidor, a sociedade que paga. É por isso que este País está essa bagunça! Está nessa situação por causa disso. Então, a situação é difícil. Infelizmente, nós estamos convivendo com isso.

    "Ivo, você é a favor ou contra a reforma trabalhista?" Eu sou a favor da reforma trabalhista. Infelizmente, hoje virou uma fábrica onde os advogados deitam e rolam, cria-se qualquer coisa. Sabe como é que funciona hoje a lei trabalhista, gente? Você contrata... A dona de casa que está me assistindo agora; vamos lá: a senhora contrata uma pessoa para trabalhar na sua casa e essa pessoa foi trabalhar na sua casa, ou no seu comércio, ou no seu sítio. Ela vai lá e trabalha um dia – olha, isso está na lei –, trabalha um dia. E aí não deu certo, no outro dia, por causa de que deu dor de barriga, não foi mais trabalhar. Aí, dois meses depois, três meses depois, ela entra na Justiça e diz que trabalhou três anos, e o advogado, há muitos que botam em cima. Mas o que eles fazem com os maus advogados? Nada! É o jogo do amigo do padrinho: não fazem nada. É assim que funciona.

    Resultado: o cidadão que contratou aquela pessoa não vai nem no Ministério do Trabalho. Ele fala: "Eu não contratei. Não paguei". Resultado: o empregado que vai ao Ministério do Trabalho, se no dia da audiência ele não foi, o juiz marca outra audiência. Sabia disso, Senador Cidinho? O patrão ou a patroa que contratou o funcionário ou nem contratou a pessoa, nem contratou a pessoa... Eu estou falando porque eu sou vítima desse sistema. Eu sou vítima.

    Na cidade de Vilhena, em 1990 ou 91, onde havia um técnico que dizia que era um técnico de rádio... passou por lá, ficou um dia na rádio – um dia na rádio –, não deu conta, saiu, e, depois de seis meses, entrou no Ministério do Trabalho. A nossa sede era Rolim de Moura, eu estava assim, no momento, implantando a rádio lá na cidade de Vilhena. E entrou na Justiça. Não me localizaram, e eu tive que pagar para esse cidadão que nem sequer suou ou derramou uma gota de suor para trabalhar. Mas é a legislação trabalhista que está aí hoje! "Mas, Cassol, você pode". Tudo bem. Eu pude, tive que pagar, com muita raiva, muito desgosto, e essa pessoa acabou tomando o dinheiro. E quantos brasileiros são lesados hoje? Muitos, gente. E você, que está me assistindo em casa, amanhã pode ser a próxima vítima. É assim que funciona. Qualquer um de vocês que está aqui.

    Agora, uma coisa eu vou deixar bem claro: eu não estou aqui para defender patrão vagabundo e sem-vergonha, que contrata a pessoa e não paga. Nas minhas empresas, no grupo das minhas empresas, que meu filho Ivo Júnior comanda, nós, além de sermos amigos, somos parceiros de trabalho, do dia a dia. E, numa hora de compromisso, cada um faz a sua parte. Mas eu estou aqui, hoje, como Senador da República, e quero, juntamente com vocês, corrigir essas distorções, Cidinho. Se não, Cidinho, é uma situação... Nós estamos com uma lei de 70 anos atrás. Eu quero perguntar a vocês: nós avançamos alguma coisa? Avançamos!

    E aí, muitas vezes, uma mentira de um funcionário... E aqui quero deixar bem claro um fato que aconteceu na minha cidade, Rolim de Moura, na minha empresa – e não é com o juiz do trabalho atual que está lá. Ele já se deslocou para outra cidade. Eu falei até um dia, na comissão em que nós estávamos discutindo a questão dos frigoríficos, que um dos funcionários foi ao Ministério do Trabalho e falou que deu problema na coluna, deu problema nas costas, deu problema não sei no quê. Na hora da audiência pública, ele andou de lado, e nós não tivemos acordo. Meu filho participava juntamente com o Dr. Salvador. Acabou a audiência, foi marcada outra data. Resultado: esse funcionário que entrou contra nós estava lá no centro da cidade, andando, picaretando e negociando carro. O Dr. Salvador foi lá, buscou o juiz e levou lá. Mostrou para ele que aquele cidadão que estava entrando contra a gente estava mentindo. O juiz viu na hora e falou: "Pode ficar tranquilo que, na próxima audiência, eu vou enquadrá-lo na forma da lei."

    Eu pergunto para vocês o que aconteceu. Senador Cidinho, sabe o que foi que aconteceu? O juiz daquela audiência em que nós fomos discutir não estava presente, não foi, ele arrumou desculpa e não foi. Resultado: tivemos que indenizar, pagar, mesmo assim dar um acerto para o cara. É assim que funciona hoje a nossa legislação trabalhista. Uma mentira de um servidor mal intencionado vale por cem palavras de um empresário sério.

    Então, do que nós precisamos? Nós precisamos de segurança jurídica tanto para o trabalhador como também precisamos para o patrão. Hoje as empresas pequenas já começam quebradas. Há cidades em meu Estado – eu não vou citar o nome – em que virou uma fábrica... Gente, enquanto que nos Estados Unidos há uma causa trabalhista, aqui há milhares de causas trabalhistas. E em quantas o cara tem direito ou não tem? Mesmo que ele não tenha, a Justiça já diz o seguinte: "Olha, vamos fazer um acordo, desembolsa mais tanto." E aí acabamos fazendo um mal acordo para não ter uma boa briga pela frente.

    Então, é difícil, gente. Na nossa situação, cabe a responsabilidade para isso. Agora, com o que eu não posso concordar é verificar... Do jeito que eu estou vendo hoje, este Congresso Nacional, esta Casa, este Senado, Senador Cidinho, quando discutem as coisas, tratam o hoje como se não existisse o ontem e tratam o ontem como se não existisse o hoje.

    Se o Brasil se encontra nesse buraco, vocês sabem quem é o culpado: é o governo passado que prometeu fazer as coisas e não fez. Se hoje vivemos nessa lama, vocês também sabem quem faz parte disso. Não adianta vir aqui o PT jogar pedra no PMDB, e não adianta o PMDB vir jogar pedra no PT. É tudo farinha do mesmo saco, só muda de Partido, mas a situação está aí para nós vermos, gente.

    O Brasil está na lama, nós não aguentamos mais. A situação está insustentável. E aí – me desculpem a expressão – um fica jogando estrume na cara do outro, como se nós e a população que nos assiste em casa não merecêssemos respeito. Eu tenho respeito pela sociedade, eu ocupo pouco a tribuna desta Casa, mas, quando eu uso a tribuna, é para defender especialmente a população do meu Estado de Rondônia e, ao mesmo tempo, a população do Brasil.

    Todo mundo com quem eu tenho conversado, todo mundo que tem me procurado diz com palavras firmes e fortes: "Cassol, nós precisamos fazer urgentemente essa reforma trabalhista." E não é por causa das empresas que eu tenho, não. Não estou aqui legislando em causa própria. Eu só contei esse fato de Vilhena e esse outro fato que aconteceu em Rolim de Moura porque eu também fui vítima. Então, não estou colocando como base isso aqui. Não estou aqui para isso. Eu, juntamente com vocês, quero dar, Cidinho, condições para os filhos dos nossos amigos. Tenho amigos em Rolim de Moura, tenho um assessor, que trabalha comigo, que está indo aos Estados Unidos. Ele foi nesta semana em que tirou a folga, para visitar o irmão que trabalha lá, que está lá clandestinamente, porque ganha o triplo lá, mas, em compensação, trabalha 12, 13, 14 horas por dia, ganha muito mais. Aqui, no Brasil, não se pode fazer isso. Aqui, no Brasil, sabe como funciona? Querem diminuir as horas em uma empresa, aí o cara ganha pouco e tem que sair e andar dois, três, dez quilômetros para pegar outra empresa, em outro canto. Por que não criam um mecanismo em que, dentro da própria empresa, possa se fazer um banco de horas e ganhar muito mais lá?

    Agora, quanto à questão de as empresas diminuírem o salário que pagam hoje, isso temos que garantir, temos que dar segurança. Quero lembrar uma coisa, Senador Cidinho: muita gente fala em estabilidade. Estabilidade é bom, concordo. Mas, ao mesmo tempo em que se informatizou tudo no Brasil, enquanto as empresas se modernizaram, o setor público municipal, estadual e federal não diminuiu seus quadros. O quadro continua o mesmo. Muitos setores criam dificuldades para vender facilidades, e quem paga a conta, com esses órgãos inchados, é a União, é o Estado, é o Município,

    Portanto, nós precisamos ter humildade, temos que ter simplicidade, temos que ter, acima de tudo, respeito com todas as classes e temos que dar condições para que todas elas possam buscar seus direitos, mas também cumprir com suas obrigações. Não conheço lugar algum em que a pessoa tem só direitos, direitos, direitos. A pessoa tem direitos, mas tem obrigações, obrigações, obrigações. Tem que haver o outro lado, caso contrário, há esse desemprego que está aí. Não há garantia de um lado, não há garantia do outro, o cara investe e não sabe se amanhã vai dar certo porque está uma bagunça essa questão política. Uma hora desmoraliza de um lado, outra hora desmoraliza do outro. Quer dizer, é uma situação infelizmente vergonhosa para todos nós, população brasileira.

    É muito fácil pegar todo mundo, botar em uma vala, botar dentro de um tacho, botar soda dentro e derreter. Pelo menos, vamos ver se sai uma forminha boa embaixo. Vamos fazer isso se for preciso, vamos renovar o que se tem que renovar. Agora, não podemos é generalizar. Em todos os setores da sociedade, na classe política e em todos os setores, há gente boa, mas também há porcaria, também há carne de pescoço, também há nós cegos, também há pilantras. Então, não podemos generalizar. É por isso que estou aqui. E, com certeza, Senador Cidinho, foi a primeira vez que usei esta tribuna para defender a reforma trabalhista.

    O Brasil precisa se modernizar em todas as áreas. Por mais que falem da reforma da previdência... E eu já disse no começo que não aceitava a reforma da previdência da maneira como estava. Já mudou bastante e tem que mudar mais um bocado. Mas é preciso também mudar as cláusulas pétreas. "Ah, mas não se pode mudar." Pode! Vamos fazer, em nível nacional, um plebiscito, vamos buscar. Porque, se há alguém aposentado com R$500 mil por mês, isso é um absurdo, isso é um roubo aos cofres públicos; se há com R$100 mil por mês, isso é um roubo. Se hoje o teto é o do Ministro do Supremo, por que há gente aposentada que ganha R$200 mil, R$300 mil por mês? Por que há empresa no Brasil, que tem benefícios, benefícios e benefícios e não paga os encargos sociais? São empresas que criaram empresas laranjas.

    Então, precisamos ter uma legislação mais rígida, mais forte, e esses sonegadores, esses que se aproveitam da legislação têm que ser enquadrados na forma da lei. Não, mas sempre há uma brecha para correr, sempre há uma brecha para escapar, sempre há uma brecha para poder sair ileso. E aí quem paga a conta, mais uma vez, é a sociedade.

    Então, precisamos ter responsabilidade, precisamos debater, e a ideia da oposição é fundamental, mas fazer igual àquela palhaçada que fizerem outro dia na Comissão da CAE? Aquilo é uma vergonha! Desculpe-me meus colegas, mas falei aqui da tribuna: isso é uma vergonha!

    Discutir é válido. "Ah, mas não quer que vote, não quer que aprove." Vá para o voto. Ou ganha, ou perde, mas tenha a humildade de enfrentar, de debater em todas as áreas.

    Eu sei que o Governo Federal hoje infelizmente está sangrando. A situação não está boa, mas, mesmo assim, está aí enfrentando essas reformas que político nenhum teve a coragem de fazer em todas as áreas! O que tem de mudar? O que tem de melhorar?

    Eu também não sou dono da verdade, mas, com certeza, as minhas opiniões vão fortalecer as ideias e, ao mesmo tempo, vão colocá-las em prática e pode documentar.

    Vou dar outro exemplo a vocês aqui, se me permitirem. Eu tenho um projeto, Senador Cidinho, nosso Presidente, que permite a prefeitos, governadores e entidades filantrópicas na área saúde comprarem medicamento direto das fábricas, direto dos laboratórios. Vocês acreditam que esse projeto não consegue sair da Comissão de Constituição e Justiça? Aí paga-se por uma Cibalena, que vale R$0,20, R$1. E um projeto como esse não consegue andar! Até aqui dentro, infelizmente, gente! Isso é um absurdo! O projeto de lei está lá dizendo claramente que as prefeituras, as entidades filantrópicas podem comprar medicamentos, material penso para os hospitais. E está faltando remédio em tudo que é lugar! Está faltando remédio em tudo que é cidade! Até aqui em Brasília, a saúde – e me desculpem – está na UTI. Até aqui está na UTI!

    E olha que veio, nesses dias, uma amiga nossa de Rolim de Moura, de Santa Luzia, na semana passada, a uma consulta no Sarah Kubitschek por conta de um problema que o filho tem na coluna. Mandaram que ela voltasse daqui a seis meses. Por que esses materiais ortopédicos, por que esses medicamentos, por que esse material penso não pode ser comprado diretamente na fábrica e descontado diretamente na conta da prefeitura, do Estado, descontado dando-se como garantia o FPM ou o FPE? Por que não se pode fazer isso?

    O projeto está aqui dentro desta Casa e não anda! Está na Comissão de Constituição e Justiça, Sr. Presidente, para ser aprovado. E eu fiz um requerimento à Mesa para tomar providências, mas, ainda assim, não anda. Até parece que o lobby não é só na Lava Jato, não é só na Petrobras; é na área do medicamento também. É na área do medicamento! Isso é uma podridão! Isso é uma nojeira!

    Está aí: defendi e continuo defendendo a fosfoetanolamina, a pílula do câncer. Aí ouvi, no domingo à noite, no Fantástico, o Drauzio Varella. Está aí! Fizeram a lei contra... Aquela da obesidade... O Congresso fez. E a fosfoetanolamina, a pílula do câncer, ficou provado que não dá resultado. Não dá resultado para esses desonestos, para esses corruptos, para esse pessoal que não quer a verdade, esse pessoal que quer se utilizar da desgraça alheia, vendo o pessoal morrer porque a indústria do câncer dá dinheiro. Mas como dá dinheiro? Dá dinheiro sim! Dá dinheiro na hora da consulta; dá dinheiro na hora do exame; dá dinheiro na biópsia; dá dinheiro na hora da cirurgia, da internação; dá dinheiro na quimioterapia; dá dinheiro, Zezinho, na hora da radioterapia. Então, o câncer dá dinheiro! Para que colocar um comprimido e dizer que ele faz efeito?

    Eu tenho amigos meus que estão tomando a pílula do câncer até hoje e estão por aí andando normalmente, pessoas que estão com as suas vidas normais e já haviam, Zezinho, Cidinho, encomendado a missa de sétimo dia. E estão aí, andando junto à sociedade, estão bem. E aí é proibido? E aí vem o Drauzio e diz que o Congresso Nacional fez uma lei. Não pode uma coisa dessas! O Congresso...

    Olha, rapaz, se nós não pudermos fazer uma lei aqui, Drauzio Varella, o que nós estamos fazendo aqui dentro então? O que nós estamos fazendo aqui no Congresso? Estamos aqui para quê? Para coçar a perna? Não, estamos aqui para fazer legislação, porque a nossa Anvisa infelizmente compactua com esses grandes laboratórios. Desculpe-me o Diretor-Presidente da Anvisa, mas ela está, sim, e você está junto também! Está junto, porque aprovam o remédio do câncer, o Yervoy, de R$240 mil por cinco ampolas, e não aprovam um medicamento que custa barato. Por quê? Porque o lobby dos laboratórios...

    Há um laboratório em São Paulo que começou, há algum tempo, com uns remédios genéricos. Eu estive passeando na semana do feriado em uma ilha do Caribe. Enquanto eu, que sou empresário "meia boca" em termos financeiros, ia de avião de carreira, esse empresário do remédio chegou com aquele avião gigante dele e desceu lá em San não sei o quê, junto com sua família, numa boa. E quem paga essa conta são os doentes do Brasil! O avião dele é um grande que tem umas faixas vermelhas. Não me recordo o nome desse empresário; senão, eu iria falar o nome dele aqui agora. Mas quem paga essa conta? Lógico que somos nós, os consumidores de medicamentos, de remédios. Eles podem pagar advogados bons. Eles colocam os melhores advogados do Brasil e do mundo. É um esquema de nível nacional e mundial. E nós aqui infelizmente, muitas vezes, ficamos de cócoras, ficamos acuados, com medo de fazer uma legislação que dê segurança.

    Portanto, eu digo que, muitas vezes, eu me sinto impotente. Muitas vezes, eu me sinto incapaz. Mas não é que eu não esteja lutando. Eu estou lutando, sim, estou esperneando, porque eu busco o melhor para a sociedade, eu busco o melhor para o nosso povo, mas infelizmente, em muitos setores, prevalecem os interesses individuais, particulares, especialmente quando há a participação de alguns políticos de algumas áreas. E isso não pode existir.

    Quero deixar bem claro aqui, Presidente, e agradecer essa atenção especial de V. Exª.

    Nós teremos amanhã a visita do Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, o Diretor-Geral nacional, Dr. Renato, ao Estado de Rondônia, para dar posse ao novo superintendente, porque o ex-superintendente é aquele que o Fantástico filmou fazendo firula e que foi mandado para Rondônia fazer firula. Estava lá só deixando o tempo passar para se aposentar. Agora está lá, já assumiu o comando e amanhã vai estar tomando posse definitivamente o Sr. Bruno Malheiros. Colocou sangue novo na Polícia. Ao mesmo tempo, a Bancada Federal liberou recursos, e está sendo feita a nova sede da Polícia Rodoviária Federal.

    A Polícia Rodoviária Federal pode, sim, ajudar a combater o tráfico de armas e de drogas. Nós falamos, há pouco, num aparte, da maneira que usaram o nome do Ministro Blairo Maggi no final de semana, indevidamente. Botaram o nome dele na lama. Portanto, é com isso que nós não podemos concordar e aceitar. Portanto, a Polícia tem como evitar, sim, tem como ajudar, tanto a Polícia Rodoviária Federal como a Polícia Federal e as polícias estaduais, tanto a civil como a militar, para que não seja preciso entrar nesses grandes centros para combater a droga lá dentro. Também pode ajudar a combater o roubo de carros e de cargas, que vão para a Bolívia e lá são trocados por drogas.

    Também na sexta-feira, teremos a presença do Diretor do DNIT em nosso Estado, juntamente com o Deputado Federal Luiz Cláudio, os nossos Senadores, o Senador Raupp e os demais Senadores, e também os demais Deputados Federais, às 9h da manhã, para visitar os viadutos de Porto Velho, que eram um pesadelo há algum tempo, e agora estão se tornando realidade. E essas obras vão trazer para os comércios das laterais do Trevo do Roque, da BR-364, tanto a saída para Vilhena como a saída para o Acre, dignidade e respeito para os nossos comerciantes, porque eles sofreram muito, por vários anos, por falta de seriedade na gestão daqueles recursos, com o convênio com o Município, na época, a Prefeitura de Porto Velho.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – E, além disso, nós estaremos indo para Guajará-Mirim para a inauguração da obra, da pavimentação asfáltica da BR-425, da BR-364 até Guajará-Mirim, às 11h30, na cidade de Nova Mamoré, onde o diretor do DNIT vai ser homenageado. Estaremos presentes. E, após, às 15h, na sexta-feira, nós estaremos em Guajará-Mirim, na Câmara Municipal, também onde haverá o evento de inauguração.

    E também dizer, Sr. Presidente, que eu me sinto feliz como Senador da República por uma reivindicação, lá atrás, há três anos, dos acadêmicos de Guajará-Mirim, do diretor daquele campus universitário, da Unir, de Guajará-Mirim, para que fosse feita uma pista dupla até a frente da universidade federal, na saída de Guajará-Mirim, indo para Porto Velho. E eu fui atendido, tanto eu como o Deputado Luiz Cláudio fomos atendidos pelo DNIT na época, pelo Ministro Antonio Carlos, que era Senador e estava aqui junto conosco e mandou fazer a ampliação, fazer o projeto, e hoje é uma realidade, dando segurança para os nossos alunos, para os nossos acadêmicos, que buscam um conhecimento e uma formação.

    Então, é com imensa alegria que nós vamos estar lá na sexta-feira, participando dessa inauguração, sem contar também com a da ponte que interliga Rondônia e Acre, que, infelizmente, faz tempo que está lá. A balsa tem um esquema tão podre, igual às balsas do Amazonas. Não querem que saia a 319 e entram na Justiça, entram na Justiça e entram na Justiça, para não sair a ponte. Mas, graças a Deus, nós temos hoje, tanto na Justiça como em outros setores, pessoas que não pactuam, de maneira nenhuma, para que se perpetuem os balseiros, e, aí, sim, há a substituição das balsas por pontes, interligando e dando qualidade de vida tanto para os acrianos, tanto para quem vai na Transoceânica, para o Pacífico, do outro lado também, como também para a população de Extrema, Vista Alegre e Nova Califórnia, lá no distrito de Porto Velho, naquela região.

    Vou dizer para vocês que é uma alegria, Senador Cidinho, estar aqui junto e dizer que compartilho com V. Exª do aparte que fez antes, sobre a citação do nome do nosso Ministro Blairo Maggi. Citaram que o avião tinha decolado de uma das fazendas do Ministro, e, depois, ficou provado que não era verdade. Infelizmente, essa divulgação saiu nas mídias sociais. Os adversários, que são uns covardes, pegam essas matérias e plantam de todos os jeitos. Infelizmente, vai demorar muito tempo para cicatrizar mais essa ferida.

    Por isso, tenho sempre colocado que toda delação, toda colocação, antes de ser divulgada, tem que ter prova. Quando tiver prova, "meta a taca" até embaixo! Não poupe, porque, como diz o meu amigo lá de Rolim de Moura, se lavar cabeça de burro, perde água e sabão. Então, não adianta: o cara pisou na bola, é verdadeiro, tem que "meter a taca". Mas, infelizmente, as pessoas serem injustiçadas da maneira como foi citado mais uma vez aí, nessa situação nova, o Senador Blairo Maggi, isso constrange todo mundo.

    Especialmente, sabe quem paga caro, Presidente Cidinho? É a nossa família, são os nossos filhos, que vão à escola e que ouvem chacotas dos colegas da escola. Então, infelizmente quem está na vida pública convive com isso no dia a dia.

    Mas tenho certeza de que virão dias melhores, e nós podemos fazer não só uma Rondônia melhor, mas um Brasil cada vez melhor.

    Da mesma maneira, nós colocamos, há poucos dias, à disposição do DNIT, R$100 milhões, para que possa fazer o projeto executivo da duplicação da BR-364, de Vilhena até Porto Velho.

    Precisamos duplicar aquela rodovia, que não tem mais condições de trafegabilidade. O movimento é muito intenso, acidentes acontecem a toda hora, especialmente na região quando chegamos da cidade de Cacoal, do Riozinho, indo até a cidade de Ariquemes. É um lugar de serra, de morro...

    O SR. PRESIDENTE (Cidinho Santos. Bloco Moderador/PR - MT) – Senador Ivo, só um aparte aqui. Quero cumprimentar a nossa querida Senadora Serys Slhessarenko, lá do Mato Grosso, que está nos visitando. É um prazer recebê-la aqui no nosso plenário. Eu sou muito amigo dela, fui eleitor dela e serei novamente se ela for candidata.

    Seja muito bem-vinda. Ela deixou aqui projetos de lei importantes, como o exemplo do projeto de lei da delação.

    Seja muito bem-vinda, Senadora Serys.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Obrigado, Sr. Presidente.

    E, em gentileza às mulheres e a nossa representante do Paraná, Gleisi Hoffmann, pode ter certeza que nós ficamos. Eu fiquei aqui também usando um pouco mais do tempo, como é de praxe os demais Senadores aqui também utilizarem, e há pouquinho tempo atrás a Casa estava praticamente vazia. Portanto, eu quero agradecer esse tempo extra que foi dado à minha pessoa como também foi dado aos Senadores e Senadoras que me antecederam.

    Mas pode ter certeza, Senador Cidinho... Quero aqui, mais uma vez, agradecer aos meus amigos e às minhas amigas do Estado de Rondônia, àqueles que vão à igreja, aos irmãos, às irmãs, aos líderes religiosos que vão à igreja e sempre, nas suas orações, têm orado não só por mim, mas por todas as autoridades Com certeza, só tem uma maneira de mudar essa situação em que o Brasil vive: com muita oração e muita fé em Deus.

    Que Deus abençoe a todos! Até a próxima oportunidade se Deus assim o permitir.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/06/2017 - Página 31