Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a comemorar os quarenta anos de fundação da Igreja Universal do Reino de Deus.

Autor
Hélio José (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene destinada a comemorar os quarenta anos de fundação da Igreja Universal do Reino de Deus.
Publicação
Publicação no DCN de 28/06/2017 - Página 29
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, IGREJA EVANGELICA.

     O SR. HÉLIO JOSÉ (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - O livro do Êxodo, capítulo 16, versículo 35, descreve a peregrinação do povo de Israel pelo deserto do Sinai. O povo hebreu deixou o Egito após quatro séculos de escravidão e, sob o comando de Moisés, partiu em busca de Canaã, a Terra Prometida.

     A jornada não foi breve, nem fácil -- foram 40 anos de dificuldades e provações --, mas, durante todo aquele tempo, Deus alimentou seu povo, lapidou sua fé e permaneceu ao seu lado.

     Essa é uma passagem muito conhecida da Bíblia. Não há quem não se comova com a história de Moisés e dos Dez Mandamentos.

     É difícil, também, não fazer um paralelo entre a travessia do Sinai e os 40 anos da Igreja Universal do Reino de Deus.

     Nós sabemos das dificuldades e das provações que a Universal teve de superar ao longo de seus 40 anos de existência.

     Sabemos dos obstáculos que seus fiéis, seus bispos e pastores enfrentaram, no Brasil e em outras partes do mundo. Sabemos, também, como vocês têm prosperado e permanecido devotos à missão de manter acesa a chama do Evangelho e de continuar “ganhando almas” para Deus.

     Já vai longe o dia em que o cidadão Edir Macedo Bezerra subiu os degraus do coreto do Jardim do Meier pela primeira vez, com uma Bíblia debaixo do braço, um teclado e um microfone, e começou a proclamar e a magnificar a palavra de Deus.

     Os coretos representam as praças de nossas cidades do interior e sempre serviram como palco para apresentações de pequenas bandas e fanfarras, ou como sede para manifestações cívicas e políticas. Naquele ano de 1977, o Bispo Macedo emprestou ao coreto do Meier uma função nova, ainda mais nobre que as habituais.

     Entre o pequeno coreto do Méier e o majestoso Templo de Salomão, inaugurado em 2014 e considerado uma das maiores construções religiosas do mundo, muitos anos se passaram e muita coisa aconteceu.

     A primeira Igreja Universal começou a funcionar no bairro da Abolição, no Rio de Janeiro, em 9 de julho de 1977. Em 1998, foi inaugurada a catedral João Dias, no Bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Em 1999, foi a vez da catedral de Del Castilho, também no Rio de Janeiro, na avenida que leva o nome de nosso saudoso Dom Hélder Câmara.

     Em 2007, começou a funcionar a catedral de Soweto, em Joanesburgo, na África do Sul. E, em 2010, a catedral de Los Angeles, na Califórnia.

     Mas não foram apenas as inaugurações que pavimentaram os caminhos da Igreja Universal.

     O verdadeiro trabalho, o trabalho de base, que deu sustentação a tudo, foi a pregação do Evangelho, dentro dos templos, nas ruas e nos mais diversos meios de comunicação. Para a verdadeira Palavra, como se sabe, não há fronteiras.

     Em 1980, milhares de voluntários da Igreja Universal do Reino de Deus começaram a visitar presídios levando apoio material e espiritual aos detentos. Em 1984, a Universal adquiriu a Rádio AM Copacabana, conquistando um novo instrumento para veicular sua mensagem. Em 1987, o evento chamado “Duelo dos Deuses” reuniu mais de 200 mil pessoas no Maracanã e revelou a força do movimento evangélico no Brasil.

     Um ano antes, em 1986, a Universal iniciou sua expansão para além de nossas fronteiras. Primeiro, Nova Iorque, nos Estados Unidos. Depois, em 1989, Argentina e Portugal. Em 1992, chegou ao continente africano. Em 1995, ao Japão. Em 1998, Índia. Em 2003, Hong Kong. E, em 2015, inaugurou, na África, a primeira igreja da tribo Massai.

     Não nos esqueçamos, também, do trabalho social, stricto sensu, realizado pela Igreja. O Projeto Nova Canaã, em Irecê, no polígono das secas baiano, fornece alimentação, transporte, material didático, acompanhamento médico e odontológico, e educação em tempo integral para mais de 600 crianças da região. E o Projeto Ler e Escrever alfabetiza e capacita jovens e adultos no Brasil e noutros países de língua portuguesa desde 1998.

     Hoje em dia, a Universal conta com 15 mil pastores, que proveem orientação espiritual para um rebanho de 8 milhões de fiéis, em 105 países diferentes. Os números são um reflexo do trabalho consistente, contínuo e dedicado de todos os envolvidos em suas ações.

     A Igreja Universal do Reino de Deus é uma das mais sólidas e mais vigorosas representantes de um movimento que se torna mais importante e mais influente a cada dia que passa.

     Em 1980, segundo o IBGE, apenas 6% da população declarava-se evangélica. Em 1991, esse percentual subiu para 9%. Em 2000, já eram 15%. Em 2010, o percentual subiu para 22%, correspondendo a 42 milhões de pessoas.

     Em 2016, segundo o Datafolha, praticamente um terço da população brasileira com mais de 16 anos de idade já se declarava evangélica, e a grande maioria desses fiéis frequentava igrejas pentecostais, como a Igreja Universal.

     É verdade que o Brasil é um País laico. Não existe religião oficial. As pessoas são livres para seguirem e professarem a fé que escolherem. A liberdade de culto é uma cláusula constitucional.

     O art. 5º, inciso VI, de nossa Constituição diz que: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

     Não há como negar, entretanto, que nossa sociedade se baseia em valores fundamentalmente cristãos: 80% dos brasileiros identificam-se como evangélicos ou católicos; apenas 6% seguem outras religiões.

     E mesmo aqueles 14% que não se identificam com alguma religião específica, essas pessoas certamente endossam, de todo coração, valores como o amor, a bondade, o altruísmo, a honestidade, a responsabilidade, a justiça social, o respeito ao próximo e a cultura da paz.

     Não é necessário frequentar igreja para concluir que, sem a prática diária desses valores, a vida em comum torna-se virtualmente impossível.

     O Brasil está passando por uma fase muito difícil. Nosso cenário político, econômico e social é instável e sombrio. Pergunto-me, frequentemente, como chegamos a tal ponto? Por que estamos passando por uma situação tão difícil?

     Acho que a melhor -- senão a única -- resposta para tais perguntas deve ser a ausência de Deus no coração de muitos daqueles que, de alguma forma, dirigem os destinos de nossa nação.

     Está faltando respeito a uma regra fundamental da vida em sociedade, uma regra inscrita há muito tempo em Levítico 19:18, que diz que “não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

     Essa regra -- ama teu próximo como a ti mesmo -- está presente em praticamente todas as religiões, independentemente da denominação. É um mandamento ético e um princípio humano fundamental.

     Trata-se, em última instância, de uma norma de convivência democrática; de um código de conduta republicana; de uma regra inevitável para qualquer nação que, em benefício de seus filhos, tenha a pretensão de sobreviver a si mesma e progredir.

     É grande, pois, a responsabilidade da Igreja Universal do Reino de Deus -- e não apenas dela, mas de todos e de cada um de nós -- na divulgação da boa palavra, dos princípios cristãos e das regras mais básicas de convivência humana e social.

     Se continuarmos carentes desses ensinamentos, desses princípios cristãos elementares, nossa nação, mesmo tendo Deus como compatriota, jamais prosperará.

     Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 28/06/2017 - Página 29