Discurso durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal pela não concessão de empréstimo ao Estado da Bahia para investimentos na saúde, educação e infraestrutura do Estado.

Autor
Otto Alencar (PSD - Partido Social Democrático/BA)
Nome completo: Otto Roberto Mendonça de Alencar
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas ao Governo Federal pela não concessão de empréstimo ao Estado da Bahia para investimentos na saúde, educação e infraestrutura do Estado.
Aparteantes
Lídice da Mata.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2017 - Página 29
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, NEGAÇÃO, CONCESSÃO, EMPRESTIMO, ESTADO DA BAHIA (BA), OBJETIVO, INVESTIMENTO, SAUDE, EDUCAÇÃO, INFRAESTRUTURA, DERIVAÇÃO, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AJUSTE FISCAL, RENEGOCIAÇÃO, DIVIDA, ESTADOS, COMENTARIO, REPRESALIA, VOTO FAVORAVEL, DEPUTADO FEDERAL, ADMISSIBILIDADE, DENUNCIA, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PREJUIZO, POPULAÇÃO, AMBITO ESTADUAL.

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Senador Paulo Paim, agradeço a V. Exª, agradeço também ao Senador Paulo Rocha e quero fazer uma saudação aos Senadores e às Senadoras que estão hoje aqui no plenário.

    O fato que trago aqui hoje é um fato que é lamentável, neste período, no século XXI, acontecer depois de se firmar compromissos e de se empenhar a palavra.

    Como todos os Senadores e as Senadoras sabem, nós votamos, muito mais para atender aos Estados do Sul e do Sudeste, o projeto de lei de renegociação das dívidas dos Estados, porque aos Estados do Nordeste ele praticamente não serviu para o ajuste fiscal, sobretudo ao meu Estado, o Estado da Bahia, um Estado que está bem organizado, que já vem com uma organização estrutural grande desse ponto de vista desde os oito anos do ex-Governador Jaques Wagner e agora com o Governador Rui Costa.

    O Governador Rui Costa teve o cuidado de tomar as providências e fazer uma lei de reordenamento administrativo que deu condição de compatibilizar as receitas do Estado com as despesas do Estado. Portanto, ele está pagando os salários rigorosamente em dia, pagou o décimo terceiro, está fazendo investimentos com recursos próprios, Senador Paulo Paim, está construindo estradas com recursos próprios, porque fez esse ajuste fiscal.

    Nós votamos aqui a renegociação das dívidas dos Estados para atender aos Estados endividados em situação praticamente de calamidade, como é o caso do Estado do Rio de Janeiro, que já vem sendo socorrido pelo Governo Federal. Desde o ano passado que já se socorre o Rio de Janeiro por seus problemas financeiros, e nunca me coloquei contra isso. Pelo contrário, respeito o povo carioca. O povo carioca não tem culpa de ter tido governantes perdulários e que andaram pelo caminho da improbidade administrativa e da corrupção ao ponto de o ex-Governador estar preso e o atual Governador, com problemas com a Justiça, como teve também problemas com o Tribunal de Contas do Estado e com seus conselheiros. Enfim, é uma sociedade política que está muito comprometida com a lei por atos que foram cometidos de forma incorreta, indevida e, sobretudo, com corrupção.

    Nós trabalhamos e, com apoio dos Senadores e das Senadoras do Nordeste – inclusive, aqui está a Senadora Lídice da Mata –, aprovamos o projeto de renegociação das dívidas dos Estados, que beneficiou o Rio Grande do Sul – o Estado do Senador Paulo Paim foi muito beneficiado na renegociação das dívidas –, o Estado do Rio de Janeiro, o Estado de São Paulo, o Estado de Minas Gerais, os grandes devedores. O maior devedor à União é exatamente o mais rico. O Estado de São Paulo deve à União R$220 bilhões; a capital, 79; o Rio de Janeiro, mais de R$100 bilhões de débitos; Minas Gerais, mais de 80; da mesma forma, o Rio Grande do Sul.

    Com essa aprovação em que nós votamos a favor aqui, foi feito um acordo com o atual Presidente da República, Michel Temer, de que os Estados que não foram beneficiados teriam o direito a um empréstimo do Banco do Brasil e, no caso da Bahia, do Banco Europeu de Investimento (BEI), um empréstimo de 200 milhões de euros, e do Banco do Brasil de R$600 milhões. Por que isso? Porque a Bahia estando organizada como está do ponto de vista fiscal tem condição, tem capacidade de tomar esses recursos sem comprometer as suas finanças, sem comprometer o seu fluxo de pagamento tanto do pagamento de pessoal como do custo operacional da máquina administrativa. Isso foi acordado.

    Eu tive uma reunião com o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com a Senadora Lídice, que lutou muito por isso. Tivemos reunião com a Secretária do Tesouro Nacional, com a Drª Pricilla Santana, com a presença da Senadora Lídice, a minha presença e a do Senador Roberto Muniz, e ficou tudo certo de que o Governo do Estado teria as condições de tomar esses R$600 milhões para aplicar na saúde pública na Bahia, na educação e na infraestrutura.

    É uma coisa normal, de direito. Não é o caso de se dar à Bahia recursos a fundo perdido, como está se dando ao Rio de Janeiro e a outros Estados, fazendo bonificação em troca de apoio político, mas, já que tinha sido acordado, nós vamos cobrar isso do Governo. E o Governo, há mais ou menos duas semanas – agora na quinta-feira acho que vai fazer 20 dias –, publicou no Diário Oficial da União o empréstimo, o contrato de empréstimo que está aqui. Aqui está o contrato de empréstimo que o Governo publicou no Diário Oficial da União, o empréstimo em que a Bahia tomaria R$600 milhões. Sendo publicado – tinha passado já por todas as esferas do Banco do Brasil – então era só o Presidente atual do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, assinar, o Governador Rui Costa assinar e os recursos seriam destinados ao nosso Estado, Senadora Lídice da Mata.

    Para minha surpresa, quando saiu publicado no Diário Oficial da União, no dia 13 de julho de 2017, numa quinta-feira, eu chego à Bahia e recebo um telefonema do Ministro Eliseu Padilha. Senador Paulo Paim, isso é muito grave. Com um contrato de empréstimo publicado, recebo um telefonema do Ministro Eliseu Padilha: "Senador, por ordens superiores, e eu recebo ordens superiores, o contrato de empréstimo com a Bahia não vai ser mais assinado." Eu digo: Ministro, o que aconteceu? "Não, eu não posso dizer ao senhor, mas eu recebi ordens superiores para não assinar o contrato do Banco do Brasil com o Governo do Estado da Bahia." Eu insisti e ele disse: "Não, o senhor sabe, ordem superior é ordem do Presidente da República." Eu disse: mas por quê? Se é um contrato de empréstimo? Se foi acordado? Se foi dada a palavra, olho no olho do Presidente com o Governador da Bahia, por que suspender agora? "Eu recebi ordens superiores."

    Não foi assinado. O Governador da Bahia ficou ligando para o Presidente do Banco do Brasil, que não atende o Governador do Estado da Bahia, um Estado da Federação, como todos os Estados, com uma importância grande no Nordeste brasileiro. Então, não atendia absolutamente.

    Viemos, na semana passada, para a votação. E a pressão qual era? Não, pode-se assinar se por acaso os Deputados Federais do PSD da Bahia votarem contra a admissibilidade. Se eles votarem "sim" para que o processo seja extinto, o relatório do Deputado de Minas, que escreveu o nome na história e vai ficar maculado pelo resto da vida, não me lembro o nome dele, até porque a história registra mais os heróis do que aqueles que são infiéis com a história do Brasil e da República brasileira... Se por acaso esses Deputados, são cinco Deputados...

    Eu quero aqui agradecer ao Deputado Fernando Torres, que, por sinal tomou uma atitude talvez a mais franca e aberta. Senador Paulo Paim, ele se virou para o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e disse: "Olha, eu votei no senhor para Presidente da Câmara e hoje o Presidente é Michel Temer. Nem o senhor nem o Michel Temer podem ser Presidentes do Brasil, porque não foram eleitos pelo povo. Quem foi eleito pelo povo foi a Presidente Dilma. E pode ter absoluta certeza de que o povo, diante disso, vai voltar a eleger o Presidente Lula." Foi o que disse o Deputado Federal Fernando Torres.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Casualmente eu estava assistindo.

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Como?

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu estava assistindo pela TV e me marcou essa fala dele.

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Estava assistindo pela TV.

    Então, os Deputados do PSD da Bahia não votaram... Votaram "não", não votaram "sim", como queria o Presidente da República, pela pressão para liberar esse empréstimo.

    Eu quero agradecer ao Fernando Torres, ao Sérgio Brito, ao Paulo Magalhães, ao José Nunes e ao Antonio Brito, que foram retaliados. As emendas foram cortadas, o empréstimo não saiu e, para minha surpresa, um pouquinho antes da votação, antes não, pela manhã, eu recebi um telefonema do Palácio do Planalto, em que o próprio Presidente, conversando comigo, pediu que eu desse o apoio dos cinco federais da Bahia.

    Eu disse: "Presidente, eles vão votar com a consciência deles; eu não posso forçar ninguém a votar a favor da sua permanência. Eu não quero aqui, de maneira nenhuma, lhe dizer uma palavra dura. É o seu direito buscar a aprovação, mas eles vão votar com consciência deles. Eu não posso pressioná-los. Agora, Presidente, eu lhe pergunto: por que que o empréstimo com a Bahia não pode ser assinado? Por que não pode ser assinado o empréstimo, que é um direito do Estado da Bahia, Presidente Michel Temer? Por que não pode? Há algum problema?"

    Nós já sabíamos – a Senadora Lídice sabia – que o Partido Democratas, através da representação da Bahia e do líder principal lá do Estado, que é o atual Prefeito, o ACM Neto, tinha feito uma pressão para não assinar esse contrato, e eu perguntei ao Presidente da República. Para minha surpresa – para minha surpresa –, Senador Paulo Paim, o Presidente me disse exatamente como eu vou falar aqui agora, e o senhor pode ter absoluta certeza de que eu não costumo... Eu construí uma vida na Bahia de palavra dada, palavra cumprida; e não costumo discorrer do que não seja em cima da verdade. Eu nunca, na minha vida, dei minha palavra para não cumprir; eu falo a verdade. Eu não vou, de jeito nenhum, dizer uma coisa na tribuna que eu não posso sustentar e garantir.

    Claro que a é a minha palavra com a Presidente, mas o Presidente me disse textualmente assim: "Senador, eu, para mandar assinar esse contrato do Banco do Brasil com a Bahia, tenho que convencer os meus aliados, os Democratas, que não querem que assine agora; e, o senhor sabe, eles estão me apoiando agora nessa questão aí da admissibilidade ou não do parecer do Deputado", que é de Minas Gerais – eu não me lembro do nome.

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Senador...

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Mas eu nunca imaginei na minha vida que esta palavra eu pudesse ouvir de um Presidente da República: de se dobrar à pressão do Partido Democratas para que os recursos da saúde, da educação e da infraestrutura não fossem para o Estado da Bahia, pedido pelos representantes da Bahia – da Bahia! Eles podem até negar, mas não vão convencer, absolutamente, nem o povo da Bahia, nem a mim, que vi esse contrato com o Banco do Brasil – para o Governador Rui Costa assinar – não ser assinado. E o Presidente do Banco do Brasil, há 21 dias, não assina, porque o Presidente disse que não assina. Só assina se for "dando que se recebe".

    "Dando que se recebe" não existe na minha cartilha, nunca existiu. Eu não vou amarrar a consciência de ninguém, e ninguém pode amarrar também a minha consciência e a minha decisão por favores pessoais de grupos ou de setores.

    E eu vou ceder o aparte a essa brava guerreira da Bahia, a Senadora Lídice da Mata, pela qual eu tenho uma admiração fantástica, muito grande. É uma mulher que representa muito bem o nosso Estado.

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Obrigada. A admiração é mútua, Senador Otto. O que V. Exª relata dessa tribuna deixou todos nós, baianos, estarrecidos; e estarrecidos tanto com esse tipo de negociação, quanto com a iniciativa de políticos baianos tomarem esta decisão de exigirem que o Presidente não permita que a Bahia seja beneficiada. V. Exª e eu, na Comissão de Assuntos Econômicos, votamos rapidamente, lá e aqui, o empréstimo solicitado pelo Prefeito ACM Neto...

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Exatamente.

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – ... para a cidade de Salvador, porque o nosso compromisso é com o povo daquela cidade. Essas pessoas, esses que se acham líderes políticos, que receberam o voto do povo baiano, na verdade, estão traindo o povo baiano. Se houvesse um voto destituinte, deveriam ser destituídos de suas representações do Estado da Bahia, porque eles não estão fazendo mal ao Governo da Bahia apenas; eles estão fazendo mal ao povo baiano, que necessita desses investimentos. Este DNA eu conheço profundamente: esse DNA da retaliação, da perseguição, que esse grupamento do DEM insiste em manter como um método político em pleno século XXI – como V. Exª ressaltou. Tudo que V. Exª contou aí é a mais absoluta verdade. E nós, como representantes da Bahia aqui, temos o dever de denunciar essa situação e de nos colocar em posição de luta contra esse tipo de sabotagem ao Governo da Bahia e aos baianos. Eu quero me solidarizar com o seu pronunciamento, que é meu também, pois apoio todas as suas palavras, assino embaixo, e dizer que nós não vamos aqui descansar um só dia; vamos ficar na permanente denuncia dessa situação enquanto não houver uma reversão desse quadro. Essa posição do Presidente Temer é uma posição contra o povo baiano. E a posição desses senhores que lideram o DEM na Bahia – entre eles o Prefeito, cuja posição ficou demarcada a partir do seu jantar com o Presidente da República –, sem dúvida nenhuma, está traindo completamente os interesses do povo baiano. Então, o meu aplauso. E nós estaremos aqui para dar continuidade a essa luta.

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Eu incorporo o aparte de V. Exª ao meu pronunciamento, Senadora Lídice da Mata.

    E quero dizer que nós não esperávamos que esse fato pudesse acontecer, até porque a Bahia, em 2014, deu a maior vitória política do Brasil à Presidente Dilma, e o atual Presidente da República era o Vice-Presidente. Se ele está sentado nessa cadeira é porque a Bahia decidiu as eleições. Comemorou-se em Minas, comemorou-se em São Paulo a derrota da Presidente Dilma, e nós, no segundo turno, na Bahia, demos de frente 2,920 milhões de votos. Então, se o Vice-Presidente é o atual Presidente, ele sentou nessa cadeira exatamente porque essa vitória foi dada pela Bahia. Ele devia pelo menos ter um pouquinho de reconhecimento, de gratidão pela Bahia, até porque o DEM, na Bahia, votou com o candidato Aécio Neves, que perdeu as eleições para a Presidente Dilma.

    Então, nada foi observado infelizmente; e a palavra foi dada, mas não foi cumprida. Está publicado no Diário Oficial da União, e eu espero que o Presidente do Banco do Brasil possa assinar isso com o Governador Rui Costa, por determinação, como falou o Ministro Eliseu Padilha, de quem manda. Como ele disse: "Cumpro ordens e me foram dadas ordens. Embora tenha sido publicado hoje pela manhã, agora à tarde recebi ordens para não mandar assinar o contrato com a Bahia."

    É uma perseguição odiosa. Isso vai, talvez, prejudicar o meu Estado na área da saúde, com as policlínicas que o Governador está fazendo, no ensino público, com as escolas, nos investimentos em infraestrutura; mas não vai tirar a nossa vontade de trabalhar pelo Estado, de lutar, de enfrentar...

    E, sem nenhuma dúvida, eu sou produto das urnas, como V. Exª o é a vida inteira – ganhamos sempre todas as eleições que disputamos –, e, em 2018, nós vamos cobrar dos autores essa perversidade com a Bahia nas urnas e vamos derrotá-los outra vez. Vamos trabalhar com unidade, com força e vamos cobrar isso aqui. Se V. Exª ficar comigo, na hora do voto no meu Estado, vou dizer aqui: esse empréstimo não veio para a Bahia.

    É empréstimo de direito, não é a fundo perdido, como estão dando ao Rio de Janeiro em função dos Governadores perdulários que por lá passaram – um preso e outro também denunciado. Ou seja, a tropa toda contaminada pela corrupção e pela improbidade administrativa. Um Estado que cumpriu o dever de casa, que fez o ajuste fiscal, que tem um Governador que trabalha – que tem uma vida limpa e honrada – não pode receber um empréstimo? Não é fundo perdido, não; não é favor, não. É compromisso, palavra. Palavra dada tem que ser cumprida, absolutamente cumprida!

    Portanto, eu faço aqui esse protesto. E quero dizer que a minha veemência nesse caso vai se expandir, vai aumentar. Não vou ficar, absolutamente, só neste pronunciamento aqui, no Senado. Eu acho que nós temos que nos reunir – V. Exª, Senadora Lídice da Mata, o Senador Roberto Muniz – e tomar uma providência. Talvez marchar, ir para a porta do Palácio do Planalto para perguntar ao Presidente da República se ele vai cumprir a palavra com a Bahia ou não vai cumprir, se ele vai cumprir a palavra com povo da Bahia para os benefícios ou não vai cumprir.

    Se há uma coisa nessa luta nossa aqui que nós não temos que dar, é satisfação ao Governo, porque não temos cargo. Eles nos foram oferecidos...

(Soa a campainha.)

    O SR. OTTO ALENCAR (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – ... rejeitamos os cargos; temos independência! Já votei matérias aqui de interesse do Governo sem nenhum interesse de contrapartida, como foi o caso da DRU, que nós votamos, e da PEC 55. Por minha consciência, já votei contra. Tenho independência para dizer em alto e bom som que não vai ficar por isso mesmo. Nós vamos tomar uma providência. Se tivermos que marchar ao Palácio do Planalto três Senadores e os Deputados Federais, vamos à porta do Palácio para perguntar: "V. Exª tem palavra e vai cumprir ou não vai cumprir a palavra com o povo baiano e com o Governador da Bahia?"

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2017 - Página 29