Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene do Congresso Nacional em comemoração ao aniversário de 80 anos da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Solene do Congresso Nacional em comemoração ao aniversário de 80 anos da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Publicação
Publicação no DCN de 11/08/2017 - Página 18
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, MOTIVO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES (UNE), ELOGIO, ATUAÇÃO, ENTIDADE, MOVIMENTO ESTUDANTIL, COMENTARIO, IMPORTANCIA, SOCIEDADE, JUVENTUDE.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Senadora Vanessa.

    Quero cumprimentar a todos. Depois, me dirigirei à nova direção da UNE.

    Mas, quando a gente fala de UNE, a gente fala de história. Para mim, que vivi como Presidente da UNE, também de muitas emoções.

    Eu estava lembrando agora com o Orlando que, amanhã, 11 de agosto, vai fazer 25 anos da primeira passeata daquele impeachment de 1992, do primeiro ato.

    E eu me lembro, Jandira, que a gente passou 15 dias. Naquela época não havia redes sociais. Para fazermos uma passeata, a gente tinha de reunir os grêmios, os DCEs e tínhamos de ir em cada escola, mobilizando. O Capelli foi Presidente da UNE e pegou esse momento. Parece um momento tão para trás, mas são 25 anos.

    E me lembro de que, naquele período, Orlando, todo mundo dizia uma coisa: "a UNE morreu". A UNE é a sua história. Muitas vezes mataram a UNE. E, de fato, a história da UNE é uma história tão fantástica, tão bonita.

    Surge em 37, pressiona o governo brasileiro a entrar na Segunda Guerra Mundial contra o eixo nazifascista. Depois, o Aldo Arantes aqui vai falar de toda a história, ele que foi um Presidente da UNE que marcou a história com o CPC da UNE.

    Eu ainda tive, Aldo, um pai que foi Vice-Presidente da UNE em 1959, na gestão de Oliveira Guanaes. Então, eu já nasci com a coisa da UNE muito forte na minha vida. Meu pai foi candidato a Presidente num ano, perdeu, e foi Vice-Presidente em 1959. Depois, a resistência na ditadura militar. Nomes, como de Honestino Guimarães, que sempre têm que ser lembrados para essa nova geração de jovens do País.

    Mas eu falo para vocês num momento em que eu acho que a UNE tem uma chance de fazer um grande processo de mobilização parecido com que a gente viveu, porque vocês sabem o tamanho da destruição que está vindo por aí em cima de universidades públicas, em cima de tudo que é programa social. E isso abre uma situação nova, na minha avaliação, no movimento estudantil.

    É claro que nós temos, Aldo Arantes, muito orgulho do que foi feito nos governos de esquerda, os governos Lula e Dilma aqui no País; as mudanças na universidade; ampliação das universidades; a política de cotas. Agora, a gente sabe que a UNE sempre cresceu – a contradição é essa – em momentos de crise profunda como esta que a gente está enfrentando. Se você vai olhar a história, é sempre nesses momentos que a UNE ocupa as ruas com tudo.

    Então, eu acho e eu quero encerrar dizendo isso para vocês, para essa nova direção da UNE, para a Presidente Mari, para a Jessy, para essas mulheres que estão à frente também de uma entidade tão importante como essa. Aqui no Senado, quem lidera a oposição também é um conjunto de mulheres bravas, Vanessa Grazziotin, Gleisi Hoffmann, Fátima Bezerra, Regina Sousa, Lídice da Mata, e vocês têm que conduzir a UNE neste momento, e eu acho que vocês têm que entender, e entendem isso, que a prioridade número um é mobilização, jogar todas as energias nas mobilizações de ruas. Só com o povo nas ruas a gente vai conseguir derrotar essa onda de retrocesso que vem aí.

    Conversava agora, Jandira, com o Presidente da Andifes sobre a preocupação nossa com as universidades, que não têm como funcionar até o final do ano. Eles vêm agora com a discussão...

(Soa a campainha.)

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT - RJ) – ... só para encerrar, saindo da UNE, mas entrando num tema que é fundamental da universidade pública. Eles vêm agora com a tese da mudança da meta fiscal. Nós não vamos dar cheque em branco para este Governo do Temer, alterando uma meta fiscal para eles comprarem voto e Parlamentares para fazerem o que fizeram agora há pouco.

    Agora, nós estamos abertos a uma discussão de uma alteração de meta fiscal com recursos dirigidos à universidade pública e à ciência e tecnologia. (Palmas.)

    Falei isso para o Presidente da Andifes, queríamos sentar na próxima semana, porque a defesa da universidade pública e gratuita agora é algo que tem que juntar um número cada vez maior de brasileiros.

    Parabéns à União Nacional dos Estudantes.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 11/08/2017 - Página 18