Pela Liderança durante a 112ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo aos Governos Estadual e Federal para regularizarem o funcionamento do Hospital Universitário Pedro Ernesto, localizado no Estado do Rio de Janeiro, que, em razão de crise financeira, reduziu o número de internações, cirurgias eletivas, consultas e exames laboratoriais.

Autor
Romário (PODE - Podemos/RJ)
Nome completo: Romario de Souza Faria
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Apelo aos Governos Estadual e Federal para regularizarem o funcionamento do Hospital Universitário Pedro Ernesto, localizado no Estado do Rio de Janeiro, que, em razão de crise financeira, reduziu o número de internações, cirurgias eletivas, consultas e exames laboratoriais.
Publicação
Publicação no DSF de 10/08/2017 - Página 31
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), OBJETIVO, REGULARIZAÇÃO, FUNCIONAMENTO, HOSPITAL, MOTIVO, SITUAÇÃO, CRISE, FINANÇAS, REDUÇÃO, ATENDIMENTO, DOENTE.

    O SR. ROMÁRIO (PODE - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Boa tarde, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos ouvem e nos veem através da TV Senado, da Rádio Senado e da internet.

    Sr. Presidente, hoje minha fala é especial, sobre o Hospital Pedro Ernesto. Desde o início do ano passado, tenho acompanhado as imensas dificuldades pelas quais tem passado o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que tem um importantíssimo papel no diagnóstico e tratamento de pessoas com doenças raras no meu querido Estado do Rio de Janeiro. O Pedro Ernesto é também, junto com o Inca, um dos principais centros de atendimento de pacientes de câncer. São quatro mil cirurgias oncológicas, Sr. Presidente, realizadas todo ano.

    Infelizmente, a maioria dessas cirurgias será cancelada por falta de recursos, condenando muitas pessoas à morte por incompetência e insensibilidade dos nossos governos.

    Profissionais de saúde, professores e servidores do Pedro Ernesto estão sem receber o salário integral há dois meses, Sr. Presidente. Muitos se endividaram para sobreviver em meio à crise e não têm sequer como pagar as passagens para chegar ao hospital.

    Por falta de alternativa, a direção do Pedro Ernesto tomou a dolorosa decisão de reduzir internações, cirurgias eletivas, consultas e exames laboratoriais. Apenas 160 dos 350 leitos de internação estão disponíveis. Das 10 mil cirurgias que poderiam ser feitas, apenas 3 mil estão sendo realizadas. Os atendimentos ambulatoriais serão reduzidos para menos da metade, Sr. Presidente, uma tristeza. Se nada for feito, o Pedro Ernesto pode parar de atender por absoluta falta de condições. A direção do hospital estima que, se fosse obrigada a fechar as portas, 793 pacientes correriam risco de morte. São quase 800 famílias sob risco de assistir, impotentes, à morte de seus entes queridos por causas que poderiam ser evitadas.

    Essa situação dramática, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, já se arrasta por quase dois anos, desmotivando quem lá trabalha. Desde o começo da crise, 77 médicos concursados já pediram exoneração.

    Enquanto isso, o caos econômico no Estado do Rio de Janeiro se agrava, ao mesmo tempo em que a população acompanha, com imensa indignação, o seu ex-Governador, Sérgio Cabral, bater um recorde atrás do outro, o vergonhoso recorde de figurar como réu ou investigado em 14 processos criminais da Lava Jato. Até agora já se identificou o desvio de mais de R$300 milhões que sumiram no ralo da corrupção, dinheiro que Sérgio Cabral transformou em joias caras, dinheiro sujo que engordou contas bancárias no exterior, patrocinando uma vida de luxo e extravagâncias ao ex­Governador e sua quadrilha. É o mesmo dinheiro que falta nos hospitais públicos do Rio de Janeiro, que leva ao cancelamento de cirurgias, à falta de medicamentos e que faz gente morrer, todo santo dia, à espera de uma ambulância ou na porta de um hospital. A corrupção mata, Sr. Presidente, e, infelizmente, nossa população do Rio de Janeiro está descobrindo isso da pior maneira possível.

    É uma situação que me deixa profundamente triste. Por isso faço um apelo ao Governador Pezão, ao Governo Federal, aos Senadores e aos Deputados do Rio de Janeiro. O que peço, Sr. Presidente, é que juntemos forças para resgatar o Hospital Pedro Ernesto. A folha de pagamento custa R$11 milhões por mês e são necessários mais de R$20 milhões para regularizar o funcionamento do hospital. São valores que desaparecem quando comparados às cifras da corrupção que vemos todos os dias nos jornais. Conseguir esse recurso é o mínimo que devemos à sofrida população do Rio de Janeiro e também aos milhares de profissionais que dedicam a sua vida a aliviar o sofrimento de tanta gente.

    Era isso o que eu tinha a dizer.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/08/2017 - Página 31