Discurso durante a 114ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Crítica ao Partido dos Trabalhadores e ao governo do ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e defesa da reforma trabalhista para combater a crise e o desemprego.

Manifestação contrária à narrativa do PT a respeito de suposto retrocesso social nas políticas públicas adotadas pelo Governo Federal.

Autor
José Medeiros (PSD - Partido Social Democrático/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TRABALHO:
  • Crítica ao Partido dos Trabalhadores e ao governo do ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e defesa da reforma trabalhista para combater a crise e o desemprego.
POLITICA SOCIAL:
  • Manifestação contrária à narrativa do PT a respeito de suposto retrocesso social nas políticas públicas adotadas pelo Governo Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 15/08/2017 - Página 11
Assuntos
Outros > TRABALHO
Outros > POLITICA SOCIAL
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, POLITICA, ECONOMIA, EPOCA, GOVERNO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, SITUAÇÃO, ATUALIDADE, CRISE, PAIS, DEFESA, REFORMA, TRABALHO, ENFASE, CRIAÇÃO, EMPREGO.
  • MANIFESTO, ASSUNTO, CRITICA, REALIZAÇÃO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OBJETO, REFORMA, TRABALHO, GOVERNO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEFESA, GESTÃO, ATUALIDADE.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente, Ana Amélia, Srªs e Srs. Senadores, todos os que nos acompanham pela TV Senado, que, aliás, está com uma nova grade de programação, Senadora Ana Amélia. Eu vi o folder. Está muito bonito, tudo muito modernizado. Aproveito a oportunidade para parabenizar toda a Agência Senado, o pessoal da Rádio Senado, enfim, que tem feito um trabalho extraordinário. Andamos no interior do Brasil e vemos muitas pessoas que acompanham os trabalhos da Casa através desses instrumentos.

    Mas, Senadora Ana Amélia, V. Exª fez uma belíssima fala, tranquila, serena, didática. E só quem trabalhou muitos anos diante da câmera podia fazer uma fala com presença de palco e tão esclarecedora como a que V. Exª fez hoje.

    E são muito importantes essas suas falas aqui. Não é à toa que eu ando por Mato Grosso e vejo as pessoas mandando abraço, parabenizando, homenageando, porque realmente V. Exª presta um serviço muito importante ao Brasil. E que serviço é esse? É desmistificar, é derrubar, é destruir, é desconstruir as mentiras que são contadas aqui por certos personagens do Partido dos Trabalhadores, do Partido Comunista do Brasil e de outros anexos ao projeto de poder do Partido dos Trabalhadores.

    E por que é importante que V. Exª faça essas falas? Primeiro, como eu disse, pela forma esclarecedora, pela forma tranquila, que faz chegar às pessoas de forma bem clara. Segundo, porque suas falas são destruidoras, demolidoras desse discurso de enganação que fizeram nos últimos anos no Brasil, discurso que passou pelas escolas doutrinando, naquela linha de grêmios de tomar o poder por dentro.

    Se vocês perceberam, o Partido dos Trabalhadores saiu do poder aqui em Brasília, mas boa parte dos nossos órgãos de quinto, de quarto ou de terceiro escalões estão ainda aparelhados por essa doutrina; a nossa academia está aparelhada por essa doutrina. Algumas das nossas empresas privadas – olhem bem – estão aparelhadas por essa doutrina. Sabe por quê? Porque eles fizeram o capitalismo de Estado. E como funciona o capitalismo de Estado? Eu chamo alguns parceiros – às vezes, quem está no poder até se adona de parte dessas empresas para que elas sirvam de transferência de dinheiro público para os organismos partidários. Então, eram feitos aportes muito grandes de somas de dinheiro através do BNDES, Caixa Econômica e Banco do Brasil para essas empresas. E, com isso, eles foram se não se adonando, mas tomando conta da cúpula da empresa, criando uma simbiose entre público e privado de forma que aparelharam também essas. Então, caíram do poder, mas continuaram mandando e dominando.

    Basta ver essa delação que V. Exª citou aqui do Joesley Batista. Notadamente, notadamente, ninguém aqui é a velhinha de Taubaté para acreditar que, de repente, num certo dia, Joesley acordou arrependido dos seus pecados e disse: "Eu vou salvar a República". Munido de um gravador, ele saiu tal qual D. Quixote, bateu às portas do Jaburu, começou a tentar puxar a língua do Presidente para criar uma situação e, depois, foi ao Ministério Público se dizendo arrependido de todos os seus pecados, chamando a cúpula da empresa e fazendo um belo acordo e indo morar na Sibéria. Opa, não. Sibéria, não. Em Nova York, na 5ª Avenida.

    Então, esse é o cenário que nós vivemos até agora, cenário de, por exemplo, pregação do Eldorado de que... E aí, em homenagem a V. Exª, vou citar um caso. Rio Grande é uma cidade lá no Rio Grande do Sul, e esse discurso de que o Brasil ia se tornar um paraíso foi feito lá na cidade de Rio Grande. Eu, que nunca tinha visitado o Rio Grande do Sul, fui justamente para a cidade de Rio Grande. E, quando cheguei lá, parecia aqueles povoados de faroeste quando havia a corrida do ouro, com todo mundo naquela efervescência pensando que ia ver um grande desenvolvimento na cidade devido ao ouro. E a isso assistíamos muito bem nos filmes de faroeste – aquela alegria, parecendo que alguma coisa boa iria acontecer. Foi assim que eu me senti quando estive em Rio Grande, todas as pessoas muito otimistas com o programa da Petrobras, que iria fazer ali o polo naval, polo petroquímico, mas, daí alguns anos, descortinou-se o véu da realidade e abateu-se a depressão sobre aqueles moradores. E sabe por quê? Porque não se concretizou, os empregos não vieram e nada daquele desenvolvimento que se esperava para a cidade aconteceu. Esperança frustrada. Venderam ouro de tolo para os moradores de Rio Grande, assim como fizeram em vários Estados do Brasil, como Abreu e Lima, lá no Rio de Janeiro ou Mato Grosso, com a BR-163. Essa foi a realidade.

    Mas, aí, como essas pessoas criaram um cenário de efervescência e, em dado momento, um cenário desenvolvimentista – isso aconteceu de forma bem artificial –, gerou-se um certo momento de alegria no País. Criaram crediários de 80, 90 prestações, e as pessoas que andavam de moto compraram um carro e quem andava de bicicleta comprou uma moto. E hoje eles dizem: "Olha, estão contra o Lula porque o Lula fez as pessoas andarem de avião. Na época do Lula, as pessoas compraram moto. Na época do Lula, as pessoas tinham carro."

    Senadora Ana Amélia, eu sou um exemplo de classe média, classe média baixa. Eu não posso mandar os meus filhos, todos os anos, para a Disney, mas, se eu der cheque sem fundo, com o crédito que tenho devido ao salário do Senado, eu consigo, pelo menos por um ano, viver uma vida de bacana, quiçá até andando em jatinhos executivos por aí. Mas uma hora a conta chega; e, quando a conta chega, aí é que está! Aí é como se diz lá em Caicó: aí que a porca torce o rabo.

    E nós estamos neste momento, a conta chegou. E o que dizem eles? "Olha, vocês estão vendo o que este Governo golpista e usurpador de Michel Temer está fazendo? As pessoas estão desempregadas." Tampam a realidade de que este Governo pegou o Brasil com 12 milhões de desempregados e de que os desempregados que estão aí é simplesmente a inércia do que já vinha, de uma economia destroçada, de um País com uma crise fiscal sem tamanho. Como dizia a velha cartilha de Lênin: acusem os outros do que você faz e xinguem os outros do que você é. E aqui, todos os dias, nós escutamos isso.

    E, nos Estados, os Parlamentares que tentam, como a Senadora Ana Amélia, contar a verdade são achincalhados. Eu não sei se já estão fazendo outdoor, na sua cidade, contra a senhora; mas, na minha cidade, por exemplo, foram estampados os rostos de todos os Senadores e Deputados em outdoor, em vários lugares. E, olha, uma rodada de outdoor, gente, custa caro; uma rodada de outdoor numa cidade é no mínimo R$40 mil, R$50 mil. Mas eles arrumam dinheiro. No sábado, por exemplo, em Cuiabá, contrataram um carro de som – um carro de som, não; um trio elétrico – e foram à praça para fazerem o enterro dos que votaram a favor da reforma trabalhista. Eu até agradeço a quem fez a minha foto no caixão, porque fiquei até bonitinho.

    O que ocorre? O que dá para notar é que eles não encontram mais ressonância na sociedade, porque havia carro de som e duas ou três pessoas nessa manifestação.

    E aí eles mentem contra esses que tentam contar a verdade aqui. Tentam dizer que o trabalhador está sendo precarizado.

    Aliás, por falar em doutrinação, eu vi no Valor Econômico a entrevista de um diplomata. Que triste, que pena ver uma pessoa esclarecida ter tanta má-fé numa entrevista. Ele começa dizendo que a reforma arrebenta o País. E é uma loucura, porque – eu volto a dizer aqui – essa reforma que votamos só vai melhorar o ambiente, pois, da forma como estava vindo, queriam que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) passasse a ser um instrumento draconiano, pior do que o Código Penal, contra quem produz empregos. E tudo o que nós não precisamos é desestimular as pessoas de produzirem empregos, de gerarem empregos, porque, se não há quem gere emprego, não há quem vá estar empregado. E nem todo mundo tem o tino e a vontade de ser empreendedor.

    Então, nessa linha da doutrinação que a Senadora Ana Amélia falou aqui, eles começaram a dizer: "Olha, o trabalhador só vai ter meia hora de almoço." Isso é uma doidice! Isso é uma insanidade! Não se mexeu na hora de almoço. O que a lei passou a dizer é o seguinte: se eu tenho o aniversário do meu filho no sábado e eu não quero trabalhar no sábado, eu posso combinar com o patrão. Eu posso chamá-lo e dizer: "Patrão, se eu tiver menos tempo de almoço, se eu trabalhar com menos tempo de almoço de hoje até sexta-feira – ou se eu trabalhar mais tempo e tiver menos horas de almoço –, eu posso no sábado não vir?" Se o patrão achar por bem, e eu combinar com ele pois quero, beleza, tudo bem. No sábado, você vai ter tempo para arrumar o aniversário do seu filho. Ou se eu quiser ir a uma pescaria, eu posso negociar isso. Bem, mas eles dizem que as pessoas só vão ter meia hora de almoço.

    Eu quero saber, quando a lei for implantada, Senadora Ana Amélia, o que eles vão dizer quando o trabalhador perceber que vai continuar tendo seu horário normal de almoço, como já tinha.

    Passaram a dizer o seguinte: o trabalhador não terá mais trinta dias de férias. Volto a repetir: é mentira! É sandice! É doidice! É má-fé! Não é verdade. O trabalhador continuará tendo 30 dias de férias. O que ele pode fazer, o que a lei permite agora é que, se ele quiser, assim como o funcionário público – porque já existe isso no funcionalismo público –, repartir as férias dele em duas vezes, tirar 15 dias em janeiro e mais 15 dias em dezembro, ou em três vezes, vai poder! Aliás, existe a grande possibilidade de ele ter mais de trinta dias de férias, porque, se ele for um bom calculador, ele pode pensar: "Bom, vai haver um feriado prolongado no Carnaval. Se eu tirar as minhas férias antes do feriado prolongado, vou ter meus 10 dias de férias e mais 5", por exemplo, ou mais 3. E, como há vários feriados no ano, ele pode calcular para ter férias desse tipo.

    Mas fazem questão de vir aqui e dizer: "O trabalhador não terá mais 30 dias de férias." Para quê? Para deixar as pessoas enraivecidas, para deixar as pessoas descontentes. E sabem qual é o objetivo disso? Arrebanhar descontentes. Não existe coisa mais fácil do que arrebanhar descontentes! Não é de hoje essa cartilha.

    Se você é um bom leitor ou se já leu a Bíblia, vai ver que isso foi feito por Absalão, filho de Davi. Ele tinha uma encrenca com o pai e queria o poder. E dizem que ele ficava observando, nos portões do palácio, a pessoa que chegava. E ele via quem saia descontente e falava: "E aí, como foi que julgaram sua causa?"; "Ah! Eu não tive sucesso!"; "Pois é. Você veja que governo! Se eu fosse o rei, numa causa justa como a sua, eu ficaria do seu lado." Ele foi angariando simpatizantes até que deu um golpe no pai.

    Este é um modelo antiquíssimo: querem deixar os trabalhadores em depressão, descontentes, para voltarem a ter o poderio que tinham, a tutela que tinham sobre os trabalhadores.

    Mas, aí, vem a parte importante do discurso da Senadora Ana Amélia – esta é importante para o Brasil: a porca lavada voltou à lama. Este é um ponto importante, que deixo aqui para todos os brasileiros que acompanham a política e têm medo que esse modelo volte ao poder e transforme o Brasil numa Venezuela: lembrem-se de que esse Partido só conseguiu alçar à Presidência da República, chegar ao poder, após fazer a carta aos brasileiros, segundo conta a lenda urdida pelo marqueteiro Duda Mendonça, que criou a figura do "Lulinha paz e amor".

    E ele passou a ter um sorriso, ajeitou a barba. Tinha aquela barba... Na época, eles pensavam que era bonito ser feio. Era aquela coisa horrível. Aí ele ajeitou a barba, deixou uma coisa bonita, um sorriso sempre bonito no rosto, a fala mansa, deixou de ter aquela gritaria. Mas, se vocês perceberem, eles voltaram a ser chatos como eram. Eles danam a gritar. É uma gritaria; parece pela-porco. É uma gritaria infindável, esbravejam. Parece que estão possessos. Voltaram a ser doidos. E o que acontece? Até dizem que ele não está mais radical, está mais maduro.

    Portanto, eles resolveram copiar de vez esse modelo da Venezuela e querem apresentar com nova cara. Veja bem: o PT, que era o partido paz e amor, voltou agora à sua radicalidade. E a gente percebe que o Brasil já não aceitava naquela época, porque eles perderam na época do Collor, em 1989, depois perderam duas vezes para Fernando Henrique e, só depois de Fernando Henrique, quando fizeram a maquiagem, é que chegaram ao poder.

    Então, o que a gente nota é que podem ficar tranquilos, porque desse mal nós não vamos morrer. Com esse modelo que está aí, graças a Deus, eles estão pondo realmente a cara do que é. E a realidade é o que é, não o que a gente quer que seja. E isso é bom, porque voltaram; realmente estão se apresentando aos brasileiros com a cara que têm.

    Qual é a cara deles? A cara deles é aquela cara raivosa do Stédile. A cara deles é aquela cara com que se apresentaram na Esplanada dos Ministérios, quebrando tudo; é a da tomada do poder à base da força. É a da tomada do poder à base do que disse ele recentemente: voltando, ele vai tratar a imprensa na chibata; ele vai fazer o que deveria ter feito, que é controlar a imprensa. Onde é que a gente vê esse modelo? Aqui, na vizinha Venezuela. É um modelo bom? Vamos perguntar se é um modelo bom. A Colômbia já não aguenta receber tantos venezuelanos fugindo desse regime. O Brasil, em Roraima, está lotado de pessoas fugindo desse regime. As prateleiras dos supermercados estão vazias. Então, não é um regime bom.

    Eu até comentei no twitter, se não me engano ontem, em que eu disse o seguinte: a gente podia fazer uma troca, pegar as pessoas do PCdoB, PSOL, Rede e PT que gostam do Maduro e que apoiam o regime do Maduro e mandá-las para lá; e pegar os venezuelanos que não querem o regime do Maduro e trazê-los para cá. Daria certinho. Ficaria cada um com a sua parte; e aí o Brasil poderia seguir em paz. Mas não há problema: eles vão ficar aqui, e a resposta vai vir nas urnas.

    Eles têm sido contra todas as reformas que nós estamos fazendo aqui – e são reformas que o próprio Lula defendia. São reformas que precisam ser feitas. Nós precisamos fazer uma reforma política séria. E aqui a Senadora Ana Amélia disse muito bem sobre a questão da reforma política, talvez a reforma mais importante que nós temos que fazer. Nós temos que fazer a reforma como fizemos a reforma trabalhista e tantas outras. Mas prestem bem atenção: tudo o que foi bom para o Brasil até hoje e que não foi proposto pelo PT o PT foi contra.

    E aí as pessoas podem dizer: "Mas, Senador Medeiros, o senhor tem alguma coisa contra o PT? É pessoal?" Não, não é pessoal, mas é imprescindível que Parlamentares que pensem diferente possam esclarecer as coisas aqui, porque eles batem como se fosse pingo d'água, mentindo, e a população brasileira por vezes fica enganada. Eu vejo pessoas decentes, pessoas sérias que dizem: "Senador, por que o senhor votou na reforma trabalhista? Eu agora vou ter só meia hora de almoço..." Então, é contra essas mentiras que eu venho aqui.

    Mas eu quero rememorar ao povo brasileiro que essa cartilha desse pessoal é posar de vítima, é posar sempre do lado dos pobres...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – ... mas com o pensamento seguinte... É como dizia – vou citá-la novamente – a Bíblia: vocês dizem Senhor, Senhor, "mas o seu coração está longe de mim". Eles falam da pobreza aqui o tempo inteiro, mas o coração está longe dos pobres. Porque, vejam: quando subiram ao poder, não foi com os pobres que eles foram para a mesa. Eles foram para a mesa com a Odebrecht, com a Queiroz Galvão, com a UTC, com a OAS, com a JBS. Foi com esse povo que eles foram comer na mesa. Não havia uma mesa cheia de pobres, não havia o Palácio do Planalto lotado de pobres. Não! Aliás, houve. Na semana que antecedia o impeachment, eles os trouxeram em ônibus, com diárias pagas, e encheram o Palácio do Planalto, que parecia um grêmio estudantil, com pessoas de baixa renda. Foi só naquele momento; no momento do velório, eram essas pessoas que estavam lá.

    Mas, rememorando esse vitimismo, a forma como se comporta e a incongruência, a falta de lógica dessas pessoas: quando o Brasil estava querendo fazer uma transição, foi apresentado Tancredo Neves; o PT foi contra Tancredo Neves. Quando houve o Plano Real – esse plano que foi mantido por eles e que deu estabilidade econômica ao Brasil –, o PT foi contra. E gritavam, como gritam agora contra a reforma trabalhista. E faziam também enterros simbólicos dos que votaram pelo Plano Real, dizendo que era um plano contra as classes menos favorecidas. Então, votaram contra o Plano Real.

    Antes um pouquinho, tinham votado contra a Constituição. Votaram contra a Constituição, que hoje bradam aqui defender.

    Também foram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como foram contra a PEC que tratava do teto de gastos. E por que eram contra a lei do teto de gastos? Porque a política econômica desse pessoal é gastar, gastar e gastar. E, quando o Estado estiver quebrado, eles defendem que o Estado gaste mais para tentar dar um tranco na economia, e citam pensadores. Citam, com todo arroubo, aqui Keynes. E, cada vez que citam Keynes aqui, eu creio que ele se revolve no túmulo, porque não foi isso que ele disse. Mas falemos de Keynes outra hora.

    O certo é que tudo o que é bom para o Brasil o PT foi contra; mas são a favor de tudo o que é bom para o PT e para o Lula. Ultimamente, a agenda que se tem mostrado para o País é boa para eles, mas não para o Brasil.

    E faço todo esse arrazoado aqui simplesmente para mostrar ao povo brasileiro que nós precisamos fazer todas estas reformas: reforma política, reforma tributária, a reforma trabalhista que fizemos... E deixo bem claro ao povo brasileiro: todo mundo vai continuar tendo o mesmo horário de almoço; todo mundo vai continuar tendo FGTS; todo mundo vai continuar tendo 30 dias de férias; todo mundo vai continuar tendo os seus direitos consagrados na Constituição! O que estão dizendo que o trabalhador vai perder é simplesmente mentira para poder ganhar voto, para arrebanhar descontente.

    A reforma do ensino médio foram contra! E agora fizeram uma pesquisa que mostra que a comunidade educacional brasileira já começa a entender que nós precisávamos de uma reforma educacional...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Já termino, Senadora Ana Amélia.

    A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Eu queria apenas aproveitar, porque estamos recebendo visitantes muito ilustres e muito caros ao senhor, Senador José Medeiros. São estudantes de Direito da Universidade de Cuiabá, de Rondonópolis – Senador Medeiros, de Rondonópolis, Universidade de Cuiabá.

    Então eu queria saudar todos os senhores, o Senador José Medeiros está na tribuna e é um representante do Estado de Mato Grosso, um combativo Parlamentar, a quem eu também agradeço do fundo do coração as referências aos gaúchos que moram no seu Estado, o que têm dado estímulo para que continuemos a nossa batalha.

    Então desculpa a interrupção, mas acho que era justa, porque, às vezes, a visita é muito curta e eles têm de sair da visita e o senhor não teria oportunidade de dar um abraço aos jovens estudantes da Universidade de Cuiabá, do curso de Direito de Rondonópolis.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Senadora Ana Amélia, aliás eu agradeço essa oportunidade para cumprimentar os meus conterrâneos, porque sou de Rondonópolis. Aliás, os três Senadores de Mato Grosso são de Rondonópolis, e, para mim é uma honra estar falando aqui para os meus conterrâneos.

    Aliás essa cidade, Senadora Ana Amélia, é uma cidade diferenciada, é uma cidade que tem um polo educacional muito importante; um polo empresarial... Cito, por exemplo, que o maior terminal ferroviário de cargas está em Rondonópolis, que é uma cidade que se tem destacado também no Índice de Desenvolvimento Humano. Lá há uma comunidade muito grande que faz Direito.

    Então quero saudar aqui e agradecer por me fazerem esta homenagem de estarem aqui justamente na hora em que um representante do Estado de Mato Grosso está na tribuna do Senado.

    Falava agora há pouco justamente sobre algumas reformas que temos feito aqui no Senado e que têm sido enxovalhadas pelo Partido dos Trabalhadores. Estou tranquilizando a todos os trabalhadores do Brasil de que essas reformas não são as reformas do Governo Temer, não são as reformas deste ou daquele partido. Nós vamos fazer reformas para que a gente possa gerar emprego, e obviamente que, quanto mais pessoas gerando empregos, mais desenvolvimento vamos ter, e que essas falácias de que só vamos ter meia hora de almoço são mentiras; de que não vai ter mais 30 dias de férias são mentiras; de que daqui para frente vai ter que trabalhar 12 horas, tudo mentira, gente! Podem ficar tranquilo que, quando ela entrar em vigor, o povo brasileiro vai estar em boas mãos nessa reforma. E precisamos fazer outras.

    Então agradeço, de coração, por vocês estarem aqui e quero, em breve, fazer umas visitas, porque eu assim como a Senadora Ana Amélia temos aqui, ao invés de fazermos uma revista para divulgação dos trabalhos, optado por entregar Vade Mecum, Constituição, enfim, códigos que possam ser distribuídos nas universidades.

    Então, estou à disposição. Quem precisar da Constituição, nós estamos lá. Talvez... Já, inclusive, mandei algumas para a Unic, mas estamos à disposição dos estudantes de Rondonópolis.

    Sr. Presidente, quero agradecer o tempo, agradecer à Senadora Ana Amélia e dizer que agora vou até a CPI da Previdência.

    Nesta semana nós abrimos também a CPI dos Maus-tratos infantis, que trata da violência contra a criança, desde abusos até a violência psicológica, enfim, pedofilia, essas coisas. Vamos fazê-la pelo Brasil inteiro, porque é muito grande o número de crianças que têm sido assassinadas, de crianças que têm sofrido violência, e o País precisa ter um olhar diferenciado para esse problema. E nada melhor do que o Senado brasileiro tratar do tema.

    Nesse ano de 2016, já implantamos o Marco Legal da Primeira Infância, mas precisamos avançar mais.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/08/2017 - Página 11