Pronunciamento de José Agripino em 15/08/2017
Pela ordem durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Repúdio ao aumento dos níveis de violência no Estado do Rio Grande do Norte e pedido de ajuda ao governo federal para resolver a situação.
- Autor
- José Agripino (DEM - Democratas/RN)
- Nome completo: José Agripino Maia
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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SEGURANÇA PUBLICA:
- Repúdio ao aumento dos níveis de violência no Estado do Rio Grande do Norte e pedido de ajuda ao governo federal para resolver a situação.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/08/2017 - Página 56
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA PUBLICA
- Indexação
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- REPUDIO, AUMENTO, VIOLENCIA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), MUNICIPIO, NATAL (RN), CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, NECESSIDADE, COMBATE, CRIME, PEDIDO, APOIO, GOVERNO FEDERAL, MANUTENÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, ENTE FEDERADO.
O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco Social Democrata/DEM - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, nós estamos em processo de votação do nome do Sr. Silvio Roberto para o CNMP, e vem à discussão neste plenário, até muito oportunamente, a manifestação do STJ sobre um recurso da Deputada Maria do Rosário em relação a uma atitude do Deputado Bolsonaro, no que diz respeito à violência. E é exatamente sobre isso que eu quero aproveitar este espaço que V. Exª me concede, para dar do Senado um grito de clamor pelo o que está ocorrendo neste momento no meu Estado, no Rio Grande do Norte.
Eu fui Governador duas vezes. No primeiro governo, eu tive oportunidade de criar, Senador João Alberto, um dispositivo de polícia especial chamado Metropol. Foi o primeiro surto de insegurança que aconteceu no meu Estado, e prontamente eu criei Metropol, uma tropa de elite, bem equipada, que abafou completamente as manifestações de insegurança. Isso foi lá atrás, mais de 20 anos. Ao longo do tempo, os problemas se agudizaram. No meu Estado, há dois anos, a questão da insegurança se instalou como talvez o mais grave dos problemas do Rio Grande do Norte, tão grave quanto o mau atendimento de saúde pública, com exemplos candentes, que começam a atingir pessoas ícones da sociedade. É evidente que a segurança diz respeito a pobres, médios e ricos, e a preocupação tem que ser com todos.
Eu me lembro de que, há mais de um ano, eu estava no exterior e fui informado do brutal assassinato da filha de um ex-auxiliar meu, uma pessoa muito querida, João Paiva. Lá nos Estados Unidos, eu vi o vídeo do ataque ao automóvel e de a filha do meu amigo querendo tirar os filhinhos do carro e sendo brutalmente assassinada. Esse fato comoveu o Estado do Rio Grande do Norte e chamou a atenção do Brasil inteiro para a escalada de violência que vinha ocorrendo no meu Estado.
De lá para cá, a coisa só se agudizou, Senador João Alberto. Hoje os níveis são alarmantes: são 27 carros roubados por dia; são 1.500 assassinatos em seis meses. O Rio Grande do Norte está mais violento do que o Haiti – do que o Haiti! O Rio Grande do Norte foi manchete dos telejornais, há pouco tempo, com os levantes nas penitenciárias, que fizeram com que a Bancada Federal – e eu tomei à frente desse movimento – junto com o Governador do Estado fôssemos ao Governo central pedir o apoio da Força Nacional, que foi para o Estado e que, ao chegar lá, colocou ordem nos ônibus incendiados, nas agressões, na perda de controle na capital e no interior. A Força Nacional saiu ou diminuiu a sua presença, e a onda de violência está hoje como nunca esteve, em níveis que deixam a sociedade organizada absolutamente em choque. Senador Eunício, a situação da sociedade potiguar, da capital e do interior, hoje é de estado de choque.
Por quê? Porque o ex-Presidente do Tribunal de Contas do Estado – eu vi o vídeo – teve o carro fechado por assaltantes ao lusco-fusco: os assaltantes tiram o ex-Presidente do TCE do carro com os dois filhos, deixam os três sujeitos à própria sorte, a serem assassinados; por sorte, conseguem se livrar e vão embora. Daí a pouco, pegam o médico Airton e dão um tiro na boca de Airton, um homem de 89 anos de idade, uma referência na medicina potiguar. E esses exemplos se repetem com desembargadores do Tribunal de Justiça, com médicos, com engenheiros, com pessoas do povo, com todo mundo. Ninguém mais tem coragem de sair de casa. É espírito de beligerância! Natal hoje vive estado de guerra! É uma coisa absolutamente revoltante e inédita.
Infelizmente, digo: o Governo perdeu o controle; o Governo do Estado perdeu completamente o controle do dispositivo de segurança.
Eu vou tomar a iniciativa de convidar os Senadores e os Deputados Federais do meu Estado para irmos ao Presidente da República pedir a ele a presença ostensiva da Força Nacional como elemento de sobrevivência.
Eu fui duas vezes Governador, fui Prefeito e sou Senador pelo quarto mandato e eu nunca vi o meu Estado, a minha sociedade, da capital e do interior, tão inquieta com a questão da segurança. As pessoas têm medo de ir e vir. Os assassinatos, os roubos, os arrombamentos são frequentes. É o que funciona o tempo todo; é o que acontece o tempo todo. Perdeu-se o controle. É preciso que a classe política, que as instituições funcionem e ajam.
E eu estou querendo fazer esta comunicação do plenário do Senado: nós vamos tomar providências, até em apoio ao que o Governo do Estado possa vir a fazer, pedindo ao Presidente da República, mais uma vez, uma presença mais permanente – ou permanente – da Força Nacional em benefício da sobrevivência de pessoas e da tranquilidade de uma sociedade que é pacata – a sociedade potiguar –, que está inquieta e pedindo socorro.
Obrigado a V. Exª.