Pronunciamento de Telmário Mota em 18/08/2017
Fala da Presidência durante a 118ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Considerações sobre o aumento da imigração de venezuelanos para o Brasil.
- Autor
- Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
- Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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POLITICA INTERNACIONAL:
- Considerações sobre o aumento da imigração de venezuelanos para o Brasil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/08/2017 - Página 24
- Assunto
- Outros > POLITICA INTERNACIONAL
- Indexação
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- COMENTARIO, AUMENTO, IMIGRANTE, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, PEDIDO, POPULAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), FECHAMENTO, FRONTEIRA, MOTIVO, FALTA, INFRAESTRUTURA, IMPORTANCIA, APOIO, GOVERNO FEDERAL.
O SR. PRESIDENTE (Telmário Mota. Bloco Moderador/PTB - RR) – Senador Acir, sou solidário com a fala de V. Exª e me somo a ela. V. Exª tem toda razão. É um homem que tem uma vida de empreendedorismo em todos os sentidos, contribuindo muito com a nação brasileira e, sobretudo, com o Estado de Rondônia, um Estado tão querido por V. Exª. Então, V. Exª ocupa, hoje, essa tribuna e faz, naturalmente, um apelo de reflexão para que as pessoas não generalizem.
Hoje mesmo eu estava olhando nas minhas redes sociais como as pessoas perderam o sonho, a esperança, como elas estão revoltadas e acabam generalizando tudo.
Houve um político no meu Estado que defendeu o fechamento da fronteira com a Venezuela e a expulsão da Venezuela do Mercosul. Fico pensando: isso não é tradição do Brasil. O Brasil não toma essas atitudes radicais. Pelo contrário, é um País que sempre buscou o diálogo, o consenso, o bom senso. E a questão da Venezuela, a gente lamenta profundamente os acontecimentos naquele Estado, um Estado que, junto com o Chile, tinha na América do Sul... É como se eles nem daqui fizessem parte. O Chile e a Venezuela pareciam que eram países de outro continente. De repente a Venezuela entra nessa crise econômica e política. E, naturalmente, há muitas denúncias passíveis de ser apuradas, inclusive por esta Casa.
Deveríamos, sem interferência, sem cor partidária, sem tendência, fazer um apanhado para contribuir.
Então, excluir a Venezuela ou fechar aquela fronteira... Naturalmente esse é o sentimento do povo de Roraima, porque ele fica aflito. Para se ter uma ideia, só Pacaraima, que é o primeiro Município da fronteira, duplicou o seu povo, de 14 passou para 25. Um Município que já não tinha uma infraestrutura para suportar a própria demanda da população, recebe o dobro, aí falta tudo: saúde, segurança, alimentação, habitação, etc. Isso acaba causando um caos.
Há também o lado positivo e o negativo. Por exemplo, o Estado de Roraima hoje... Entre os 27 da Federação, só três ultrapassaram, de arrecadação do ICMS, 10%. Em Roraima foram 15% no trimestre, em função do comércio e serviços, porque a Venezuela desabasteceu. Gênero alimentício, medicação, calcário, que hoje vem do setor produtivo da Venezuela, e energia vem da Venezuela.
Então, se fechar ali, nós vamos para a escuridão, um caos absoluto. O que falta é o Governo Federal entender o que entendeu no Acre, por exemplo, buscar aparelhamento e dar suporte àqueles venezuelanos de forma humana, porque essa é a nossa obrigação. E V. Exª, da região, faz aqui um apelo muito justo. O nosso País é grande, maior do que todas essas crises que nós temos verificado.
Ontem mesmo eu estava vendo um comparativo de sindicatos de vários países com o Brasil. É uma coisa incompreensível a quantidade, o número de sindicatos que existem hoje no Brasil. O salário de um juiz de 500 mil.
Então, na verdade, é preciso fazer um reajuste geral neste País em todos os sentidos, para fazer o Brasil ficar do tamanho que ele merece, porque é um país continental. Então, V. Exª faz esse apelo.
Convido V. Exª para assumir a Presidência, para eu usar a tribuna.
Obrigado.