Discurso durante a 119ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa da rejeição da reforma política, de autoria do governo de Michel Temer, Presidente da República.

Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª em Rondônia (RO).

Elogio à Embrapa pelo desenvolvimento de tecnologias que contribuem para o desenvolvimento da agricultura brasileira.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SISTEMA POLITICO:
  • Defesa da rejeição da reforma política, de autoria do governo de Michel Temer, Presidente da República.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª em Rondônia (RO).
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Elogio à Embrapa pelo desenvolvimento de tecnologias que contribuem para o desenvolvimento da agricultura brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 22/08/2017 - Página 28
Assuntos
Outros > SISTEMA POLITICO
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • DEFESA, REJEIÇÃO, REFORMA POLITICA, AUTORIA, GOVERNO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, AUMENTO, VERBA, DESTINAÇÃO, FUNDO PARTIDARIO, FINANCIAMENTO, CAMPANHA ELEITORAL.
  • COMENTARIO, ATIVIDADE POLITICA, ORADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO), MUNICIPIOS, ESPIGÃO D'OESTE (RO), PORTO VELHO (RO), ARIQUEMES (RO), THEOBROMA (RO), ROLIM DE MOURA (RO), PIMENTA BUENO (RO), OURO PRETO (MG), JARU (RO), JI-PARANA (RO), REFERENCIA, HOMENAGEM, COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS (CPRM), PARTICIPAÇÃO, EVENTO, IGREJA EVANGELICA, ENTREVISTA, RADIO, INAUGURAÇÃO, FABRICA, RAÇÃO, CAMPO, FUTEBOL, BORRACHA SINTETICA, GINASIO, VISITA, OBRA DE ENGENHARIA, ASFALTAMENTO.
  • ELOGIO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), MOTIVO, DESENVOLVIMENTO, DEFENSIVO AGRICOLA, PRODUTO BIODEGRADAVEL, COMBATE, PRAGA, APERFEIÇOAMENTO, TECNOLOGIA, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, REFERENCIA, PRODUÇÃO, CAFE.

    O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, eu queria dizer ao nobre Senador Reguffe que o meu voto também será contra. Eu votarei contra o fundo partidário de R$3,6 bilhões. Eu já me manifestei, acho que há duas semanas, e tenho me manifestado sempre que tenho oportunidade. V. Exª tem razão quando diz que, enquanto faltam recursos para a educação, para a saúde, para a infraestrutura, para a segurança pública e para tantas outras áreas essenciais para o País, você aprovar um fundo de R$3,6 bilhões para financiar mais de 30 partidos políticos...

    Eu venho defendendo, neste Senado Federal, há muito tempo, há mais de dez anos, uma redução, um enxugamento do número de partidos, para que se possa fazer campanhas mais baratas. Se isso não for possível, defendo o fim das coligações proporcionais. Uma cláusula de barreira em que cada partido lançaria os seus candidatos já seria uma espécie de uma reforma eleitoral. Agora, do jeito que está, com o voto proporcional, com 35, 40 partidos – e daqui a pouco vai haver 50, 60 –, a sociedade brasileira, a democracia brasileira não vai aguentar, Senador Reguffe. Eu posso dizer, com absoluta certeza, que a democracia brasileira não vai resistir. Um país, com todo o respeito – eu já falei um dia na CCJ –, com uma esculhambação como está nessa questão da quantidade de partidos, da quantidade de candidatos, e agora com financiamento público de campanha é realmente inaceitável. Parabéns a V. Exª!

    Sr. Presidente, subo a esta tribuna para falar sobre a Embrapa. Mas antes de falar sobre a Embrapa, como eu tenho feito quase todas as semanas, farei uma breve prestação de conta sobre a minha jornada no Estado de Rondônia, inaugurando obras, entregando obras, dando ordem de serviço, visitando obras, fazendo vistorias em obras. E, nessa última semana, eu passei inicialmente por Porto Velho, onde participei de uma homenagem à CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais).

    Essa empresa presta um relevante serviço à geologia brasileira, à prospecção, à pesquisa na área mineral e também na hidrologia. Foi a CPRM que melhor informou a população de Rondônia, do Acre – e até da Bolívia – e de outros Estados, sobre as enchentes históricas que tivemos em 2014. A CPRM media diariamente – acho que durante várias vezes por dia –, dando conta de como estava o nível das cheias e de como iria ficar nos dias seguintes, se estava subindo ou se estava abaixando. Então, a CPRM, além de prestar esses relevantes serviços à geologia brasileira, presta também à hidrologia do nosso País. A CPRM, no dia 15, completou 49 anos – então, no ano que vem, vai completar 50 anos – de serviços prestados ao Brasil. Então, parabéns à CPRM nacional e à seção de Rondônia, com o Dr. Júlio, que é o Coordenador da CPRM em Rondônia!

    Estive também na cidade de Espigão d`Oeste, no mesmo dia, na quinta-feira. Pela manhã foi a homenagem à CPRM, e à tarde estive com o Presidente da Assembleia, Deputado Maurão de Carvalho, na cidade de Espigão d`Oeste. Houve lá um grande evento evangélico da Ordem dos Pastores de Espigão d`Oeste, com um show à noite de Samuel e Daniel. Havia mais de 5 mil pessoas na praça da cidade, uma cidade que, como todas de Rondônia, conta com uma incidência forte de evangélicos.

    No dia seguinte, estive na cidade de Ariquemes, inaugurando uma grande fábrica de ração, que já derrubou o preço da ração. Olha só, essa fábrica de ração é do grupo Zaltana, que é um grupo local, com parcerias de empresários de outros Estados, mas predominam sócios locais, de Ariquemes, de Rondônia. Eles já haviam inaugurado o frigorífico de peixe, inclusive produzem o peixe sem espinha, o tambaqui sem espinha, que é um peixe maravilhoso, e outro peixes da Amazônia, sobretudo de Rondônia. E Rondônia é um grande produtor; talvez o maior produtor de peixe em cativeiro hoje do Brasil seja Rondônia. E esse grupo Zaltana se instalou em Ariquemes, produzindo ração e beneficiando o pescado, o peixe, com o frigorífico de peixe. Então, parabéns ao grupo Zaltana.

    Estivemos, logo em seguida, ainda na sexta-feira, no finalzinho da tarde, início da noite, na cidade de Theobroma – Theobroma fica próxima de Jaru –, onde eu inaugurei um campo sintético, emenda parlamentar minha e da Deputada Marinha. E há mais três campos de futebol iluminados para serem inaugurados no mesmo Município. Lá eu pude jogar: joguei por 30 minutos e fiz dois gols. Eu vou fazer 62 anos, Presidente, agora no dia 24, nesta semana, quinta-feira, e fazia muito tempo que eu não jogava bola. Joguei muito no passado, mas depois fui parando, parando... Agora, como eu faço muita caminhada e até corrida, estava mais ou menos em forma, pude jogar 30 minutos e, nesses 30 minutos, ainda fiz uns golzinhos, que eu fazia tanto no passado; e ainda voltaram a acontecer nesse jogo lá na cidade de Theobroma, com o prefeito, os vereadores, empresários e a comunidade local. Logo, logo, vou voltar para inaugurar os outros campos de futebol lá no Município de Theobroma.

    No sábado, estive na cidade de Rolim de Moura. Em Pimenta Bueno, participei de entrevista em uma rede de dez emissoras de rádio, também prestando conta do nosso trabalho. Fui a Cacoal, cidade onde eu fui Vereador há mais de 35 anos, para visitar obras de asfaltamento e de pavimentação feita pelo Governo do Estado e pelo DER, inclusive ruas e avenidas, uma delas que liga a um shopping que vai ser inaugurado agora na sexta-feira, dia 25. Vai ser um shopping center muito moderno, do Dr. Ivan, que é um empresário em Cacoal e Rolim de Moura. Eu estarei lá também na inauguração desse shopping na cidade de Cacoal.

    Depois me dirigi ainda à cidade de Pimenta Bueno, onde inaugurei à noite um ginásio de esportes, emenda da Deputada Marinha e nossa, um ginásio moderno, onde houve um campeonato de kung fu e de outras modalidades de artes marciais. Sempre ajudando o esporte, a cultura e o lazer no Estado de Rondônia.

    Nessa andada lá, ainda passei pela cidade de Ouro Preto, entre Ouro Preto e Jaru, onde o DNIT está restaurando a BR-364, com asfalto usinado, com terceiras faixas. Na madrugada ainda foi fechada, entre 4h e 10h da manhã de domingo, para que pudesse fazer a detonação de uma pedreira, por onde vai passar a terceira faixa daquela rodovia nas partes mais altas, nas lombas.

    Passamos também, é claro, por Jaru, Ouro Preto e Ji-Paraná, onde há um anel viário que está sendo construído pelo Governo do Estado. Então, no total foram novamente mais de dez cidades visitadas neste último final de semana no Estado de Rondônia. A média tem sido esta: entre oito a dez cidades todos finais de semana.

    Entro agora, Sr. Presidente, no discurso da Embrapa: nossos elogios e nosso parabéns à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

    Em meio a tantas notícias de crise e de dificuldades pelas quais passa o País, quero hoje trazer aqui uma boa nova: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) acaba de desenvolver um defensivo agrícola natural capaz de combater os nematoides, uma das pragas que mais trazem prejuízos para o agricultor em todo o mundo, não só no Brasil. Olha só: a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolvendo produtos que, no primeiro momento, vai atender o Brasil, vai atender Rondônia e, futuramente, vai atender o mundo, porque a Embrapa está com centros de pesquisa também em vários países do mundo, sobretudo os países da África. Isso é muito importante.

    Trata-se de um defensivo verde derivado de resíduos da cadeia produtiva de biocombustíveis, matéria-prima barata e com muita oferta. Essa é uma ótima notícia para o campo, para o agronegócio brasileiro, porque os nematóides atacam as raízes de vários tipos de plantas, entre as quais a soja e o algodão, causando perdas de R$35 bilhões por ano ao agricultor brasileiro.

    Eles podem ser combatidos de muitas maneiras, que vão desde a rotação de culturas até o uso de distintas tecnologias. Contudo, a aplicação de um nematicida natural, como o desenvolvido pela Embrapa, afeta menos o equilíbrio ambiental do que a aplicação dos pesticidas provindos da petroquímica e, por isso, possui uma grande vantagem, além de ser mais barato. E são várias as formas de uso do produto no campo. Entre elas, destaco a nanotecnologia, que permite a sua liberação ao longo do tempo, com menos aplicações do defensivo. Isso vai ser uma verdadeira revolução no campo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, beneficiando o Brasil e Rondônia em particular, que é um Estado que vem contribuindo muito para a agricultura nacional.

    A estimativa do Valor Bruto da Produção Agropecuária do Estado de Rondônia, em 2017, é de R$8,5 bilhões, o maior dos últimos nove anos. O montante é 10% superior ao de 2016, que foi de R$7,7 bilhões.

    Na safra atual, o café – visitei algumas lavouras de café neste final de semana e também tirei algumas fotos lá, já floradas, completamente floradas devido à chuva que deu – volta a ser o principal produto agrícola do Estado em valor, com 34%, seguido pela soja, com 30%, e o milho, com 18% do valor total de lavoura. Esses números, por si mesmos, demonstram o impacto que essa nova tecnologia pode ter para os agricultores de Rondônia e de todo o Brasil.

    Quero destacar ainda que, em recente seminário na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, especialistas discutiram estratégias para estimular as tecnologias verdes no Brasil. E a Embrapa saiu na frente.

    Na ocasião, o Vice-Presidente da Associação Brasileira de Controle Biológico, Dr. Ari Gitz, apontou as mudanças de hábito e o desejo dos consumidores de adquirirem alimentos livres de químicos como principais motivadores para o mercado de biodefensivos, que já movimenta US$4 bilhões por ano no mundo. No Brasil, são 56 empresas e 195 produtos registrados.

    Então, Srªs e Srs. Senadores, estamos diante não apenas de uma tecnologia que vai beneficiar enormemente o agronegócio nacional, como também deparamos com uma excelente oportunidade de desenvolver novos negócios e expandir o mercado de defensivos verdes em nosso País.

    Por isso, precisamos valorizar mais a Embrapa. Ela é uma verdadeira vitrine de soluções tecnológicas em desenvolvimento, que atua conforme a demanda, responde o problema e repassa a solução ao mercado.

    Lá em Rondônia, Sr. Presidente, a Embrapa desenvolveu também uma variedade de café, o BRS Ouro Preto, o café clonal desenvolvido pela Embrapa e também com o apoio dos próprios produtores. Esse café eu falo que é o bicho. Ele está produzindo até 160 sacas por hectare. Vai ser o futuro do Estado de Rondônia, como já é hoje. Em valor agregado, o café já é, na área da lavoura, o principal produto de Rondônia.

    Ela não só faz parcerias com empresas que têm necessidades específicas, como também atua no desenvolvimento de tecnologias com empresas que têm demandas de grande escala. Além disso, repassa licenças para uso de tecnologias.

    Parabenizo, portanto, a Embrapa, não apenas pelo desenvolvimento dessa tecnologia verde de combate aos nematóides das plantas, mas por todo o trabalho que vem realizando desde a sua criação, gerando mais produtividade no campo, riqueza para a nossa gente, para os nossos agricultores, para os nossos produtores, para o agronegócio brasileiro.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

    Parabéns à Embrapa brasileira.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/08/2017 - Página 28