Discurso durante a 128ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas aos casos de corrupção envolvendo empresas públicas.

Defesa de maiores investimentos do BNDES em Mato Grosso.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Críticas aos casos de corrupção envolvendo empresas públicas.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
  • Defesa de maiores investimentos do BNDES em Mato Grosso.
Aparteantes
Lindbergh Farias.
Publicação
Publicação no DSF de 07/09/2017 - Página 27
Assuntos
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Indexação
  • CRITICA, CRIME, CORRUPÇÃO, EMPRESA PUBLICA, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), PARTICIPAÇÃO, GEDDEL VIEIRA LIMA, EX MINISTRO DE ESTADO, SECRETARIA DE GOVERNO, RECEBIMENTO, DINHEIRO, COMENTARIO, DIVULGAÇÃO, AUTORIA, PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA, GRAVAÇÃO, ATUAÇÃO, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).
  • DEFESA, INVESTIMENTO, ORIGEM, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), DESTINO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, PAVIMENTAÇÃO, RODOVIA, AMBITO NACIONAL, INFRAESTRUTURA, SERVIÇOS TURISTICOS, VIABILIDADE, HIDROVIA, LIGAÇÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), REFERENCIA, VOTAÇÃO, SENADO, TAXA, LONGO PRAZO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Senador Pedro Chaves.

    Quero cumprimentar a todos que nos assistem, cumprimentar a todos os Senadores aqui presentes, nosso Presidente que conduz os trabalhos.

    Sr. Presidente, desde ontem temos nos revezado aqui, na tribuna, principalmente fazendo reflexão sobre esse momento que o Brasil está passando, momento em que os fatos se atropelam.

    Em Brasília, eu creio que nem o melhor dos analistas consegue fazer uma previsão para as próximas horas ou se atreve a falar com certeza, porque o cenário...

    Ontem, os jornalistas devem ter lamentado muito, porque os fatos que poderiam estampar manchetes, em cada dia, por si sós, não tinham... Faltou manchete, faltou espaço para tantos fatos. Tanto que, agora, há pouco, um Senador reclamou aqui, porque havia dois fatos muito impactantes numa mesma página. Então, são fatos muito fortes que impactaram o País ontem.

    O certo é que eu não posso deixar de rememorar também que, no Estado de Mato Grosso, recentemente, nós tivemos impactos muito fortes em todo o noticiário político, com vídeos que chocaram toda a população, e são coisas que não dá para se comemorar.

    O certo é que o debate nacional... Quando eu vejo aqui, agora, há pouco, o Senador que me antecedeu, defendendo com unhas e dentes a manutenção de empresas públicas... Mas aquelas malas, Senador Pedro Chaves, que apareceram ontem, com R$51 milhões, os dinheiros que voaram, e isso faz décadas que vem ocorrendo – desde 2002 para cá –, eles não vêm de pé de árvore. Esse dinheiro vem das empresas públicas, esse dinheiro vem da Petrobras, do BNDES, Correios... Tanto é que, do Governo Lula para cá, você tem pessoas do BNDES, das empresas públicas, quase todas presas. As pessoas que foram nomeadas para lá, se você pegar Petrobras, se você pegar Correios, se você pegar... tudo!

    Então, o problema não é quanto vale... Está em discussão hoje: "Olha, quanto vale a empresa? Está vendendo por tanto." O problema é que está se tornando dispendioso para o País manter, além da empresa e seus eventuais prejuízos, as pessoas que para ali são direcionadas, para tungarem, para vilipendiarem, para tomarem para si os recursos da empresa. E, aí, quando a população brasileira depara, ontem, com R$51 milhões, a dúvida que fica... As pessoas falam: "Olha, isso deve ter sido ao longo de anos". Pode ter sido numa operação só. Pode ter sido numa operação só.

    Então, eu não sou daqueles que defendem que o País continue sangrando com essas empresas, que pode muito bem passar para as mãos privadas, e o Brasil não ficar mais arcando. Petrobras, por exemplo, virou uma vaca sagrada, mas ela tem sido, nos últimos anos, uma empresa que, se fosse privada, teria falido e fechado. Agora, ela é nossa quando é para socializar o prejuízo e os brasileiros têm que pagar, tem que sair do Tesouro; mas, quando é na hora dos lucros, eu não vejo em que impacta isso, a não ser para os funcionários da Petrobras ou para dois ou três acionistas.

    O certo é que os brasileiros não conseguem entender, por exemplo, como que a Bolívia compra a gasolina, o petróleo da Petrobras à metade do preço que os brasileiros pagam.

    Então, essas discussões todas deixam o brasileiro enojado e descontente. E as pessoas dizem: "Por que que as pessoas não vão para a rua?" Porque já estão desalentadas. Quando você vê, ontem, por exemplo, um Procurador da República constrangido, o Procurador da República gaguejando, e você notava que ele não estava confortável naquela missão ali.

    Então, os brasileiros já começam a pensar por que que o Procurador estava tão nervoso? Por que que o Procurador estava... Por que que não deixou...

    Essa denúncia, por exemplo: eu acho que tinha que ser denunciado, sim. Demorou. Mas todos os brasileiros se perguntam: "Por que que essa denúncia do Lula, da Dilma, não foi na segunda ou não foi na quarta passada? Por que tinha que ser no mesmo dia?"

    Então, o que ficou parecendo foi assim... Uns dizem: "Olha, fez para apagar, para contrapor a mídia negativa sobre o Ministério Público". Outros dizem: "Não, fez porque tinha que fazer mesmo." Mas pouca gente concorda que o Ministério Público foi isento naquele particular.

    Então, nós precisamos que as nossas instituições possam ter menos pessoalidade, porque nós queremos que seja apurado tudo. Digo isso, porque a última fronteira em que a população estava acreditando era a PGR. E agora nos sobra Curitiba, porque, com todo o respeito pelo Procurador que ora sai do cargo, estourou um saco de tinta vermelha, e ele estava de camisa branca no momento. Então, isso aí vai ser com certeza investigado, tem que ser investigado tudo, para que fique às claras, e o Ministério Público possa resgatar, porque as pessoas precisam acreditar. As pessoas precisam acreditar.

    E esse negócio de ir para a TV e dizer que há informações gravíssimas contra o STF, e esses áudios não aparecerem, e isso não se confirmar verdadeiramente no outro dia, é de uma irresponsabilidade sem tamanho. Eu espero até que esses áudios apareçam, porque já foi anunciado que existem áudios gravíssimos contra o STF. E aí o Senador Jorge Viana aqui cobrou, falou, que é preciso que a Presidente do Supremo Tribunal Federal seja incisiva na exigência de que essas coisas apareçam.

    Como é que você pode enlamear a Corte Suprema do País e depois não aparecer o que aconteceu? Já havia acontecido recentemente com o Presidente da República. Agora acontece com o STF. Que história é essa de dar entrevista, dizer que vai aparecer um áudio gravíssimo e esse áudio não aparecer? Então, precisamos escutar esse áudio, para vermos a gravidade e sabermos se a nossa Corte é uma Corte proba ou não, até para que este Senado possa tomar providência, porque cabe ao Senado, em tese, fazer o impeachment de algum ministro do Supremo Tribunal Federal. Agora, o que não pode é, num momento em que a população brasileira já está extremamente descrente de tudo, você dizer: "Olha, há um ministro que está envolvido de forma gravíssima! Os outros foram citados e tal." E depois essa coisa não se confirmar? Então, o Procurador precisa colocar esses fatos todos em ordem, para que ele não saia pela porta dos fundos da Procuradoria-Geral da República.

    Mas, Sr. Presidente, outro fator que eu vi aqui: ontem nós votamos a TLP, que está substituindo a TJLP. Eu ouvi discursos aqui, inflamados, defendendo a manutenção do sistema que vige no BNDES. E eu tenho ressalvas com relação a esse raciocínio, pelo seguinte: Mato Grosso, Sr. Presidente, V. Exª conhece bem, porque guarda semelhanças com Mato Grosso do Sul, é um Estado que tem vivido exclusivamente da produção, um Estado que tem produzido muito. E mais: eu queria avisar para quem vive no Rio de Janeiro – agora mesmo vi uma postagem do Freixo – que é muito bacana discutir meio ambiente, discutir Amazônia, discutir Mato Grosso sentado lá no MIR, no Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, discutir Pantanal sem nunca ter ido ao Pantanal, discutir as diferenças deste País baseado no Google. É muito importante que as pessoas emitam suas opiniões, mas é importante que elas sejam verdadeiras.

    Sr. Presidente, no Estado de Mato Grosso, por exemplo, cito o Município de Tesouro. Aliás, o padre de Tesouro está lá no meu gabinete agora. O Município de Tesouro tem 3 mil habitantes. É pequenininho, mas é um Município que é praticamente desde a fundação do Estado, de quando houve o ciclo da mineração, com muito diamante. E hoje se tornou um polo turístico. Mas Mato Grosso tem como explorar aquele polo? Não tem, porque não há infraestrutura.

    Há Nobres, Senador Pedro Chaves, que guarda similaridade, é muito parecido com Bonito. Lá há um rio que as pessoas ficam estupefatas quando veem. Como vaza gás lá, se a pessoa risca um fósforo, pega fogo no rio. Aquilo é de uma beleza extraordinária. Há águas flutuantes, para as pessoas fazerem flutuação, águas transparentes, peixes à vontade. É igualzinho a Bonito. O Brasil inteiro conhece Bonito. Mas Mato Grosso não tem tido como fazer exploração daquela importante indústria de turismo. Por quê? Por falta de infraestrutura.

    Há lá a maior produção de grãos de todas as espécies, mas o nosso produto chega sem competitividade, Senador Pedro Chaves, por falta de infraestrutura.

    Ontem jantei com o Embaixador da Argentina e com seu Conselheiro-Chefe, Leopoldo. E falávamos sobre a hidrovia – inclusive, havia representantes de Mato Grosso do Sul – da Argentina até Mato Grosso, que iria baixar os custos. Aliás, hidrovia essa que foi por onde Mato Grosso foi colonizado, mas, hoje em dia, não se usa.

    Então, por que é que eu estou tecendo todo este rosário aqui? É porque as discussões, aqui no Senado, ontem eram sobre os pequenos, era sobre a questão do BNDES e que se tinha que manter o sistema do BNDES. E, ao mesmo tempo, faziam um discurso defendendo os pequenos. Eu enquadro aqui Mato Grosso como um dos pequenos que devem ser beneficiados.

    Senador Pedro Chaves, nós temos uma rodovia lá, a BR-163, que há muitos anos, muitos anos... Essa rodovia, inclusive, liga o seu Estado a Mato Grosso e depois sobe ao Pará. Na época, a Presidente Dilma anunciou a privatização dessa rodovia. Tudo muito bem, tudo certo, mas, de repente, quando veio essa quebradeira toda, foram cortados os investimentos para a BR-163. E o que é que aconteceu? O BNDES simplesmente não mandou o dinheiro, e a duplicação da rodovia parou. Acontece que a concessionária já está lá em Mato Grosso cobrando pedágio, e as pessoas ficam muito indignadas com isso.

    O que é que ocorre? O dinheiro não vai, porque tinha havido um modelo, o das chamadas campeãs, em que o dinheiro só ia para a JBS, para a Odebrecht, para as grandes empresas escolhidas pelo governo que estava de plantão. Isso é uma escolha do governo. Agora, como mato-grossense, como representante do Estado de Mato Grosso, eu tenho que dizer que foi uma escolha errada. Primeiro, porque no momento em que escolheram essas campeãs, eles começaram a quebrar as concorrentes todas. Em Mato Grosso, a JBS foi fechando as plantas frigoríficas todas e foi criando um caos de desemprego em regiões como Vila Rica, como Rosário, como Mirassol d'Oeste. E aí, paralelo a isso, a infraestrutura também não saiu.

    Ontem nós discutíamos aqui, quando falávamos da TLP, e muitos Senadores defenderam o mesmo modelo, mas Senadores que vivem aqui dizendo e defendendo os pequenos. E eu falei até aqui: é um discurso que não consigo entender. Louvam-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim, porque, quando é para decidir alguma coisa aqui para ajudar os pequenos, o que acontece? Votam contra. Batem direto no desemprego, mas, quando a gente tenta arrumar uma legislação que possa criar um ambiente entre empregado e patrão, demonizam por causa do discurso, por causa da luta política. É uma defesa fake dos pequenos, é uma defesa em que se fala, durante o dia, dos pequenos, da defesa do pobre, mas, à noite, toma vinho Pêra-Manca com o andar de cima.

    É por isso – já me encaminhando para o final, Sr. Presidente – que eu digo que essa caravana que foi falada agora há pouco terá pouco efeito. Ela terá pouco efeito, primeiro, porque eu faço a seguinte avaliação: o que levou esse grupo à Presidência da República foi aquela carta aos brasileiros, que conseguiu agregar o teto, porque o candidato tinha teto, a um público que não era do Partido dos Trabalhadores. O que aconteceu? De lá para cá, mudaram o discurso e foi-se o candidato paz e amor. Sobrou agora só o ódio e a revolta. E esse público sumiu.

    Então, não há perigo, gente. Não precisa se preocupar. Agora há pouco, eu recebi um monte de mensagem: "Olha, o Senador está na tribuna falando um monte de coisa." Falei: não há perigo de eles ganharem a eleição. Podem ficar tranquilos. Aquele aporte de gente eram aqueles mesmos que estavam na rua. Já perderam. Então, fiquem tranquilos, gente! Esse descalabro que aconteceu no País não vai acontecer novamente. Essas pessoas não voltam para o poder. Nós estamos numa democracia. Podem deixá-los falar à vontade. Há poucos dias, eu vi um vídeo do ex-Ministro Jaques dizendo o seguinte: "Olha, por enquanto, nós estamos nesse modelo democrático. Nós temos que jogar conforme as regras." Mas sinalizando: olha, o nosso intuito não é esse, a nossa parada não é a democracia.

    Então, podem ficar tranquilos porque o Brasil está mudando. O Brasil está mudando, e nós vamos passar por toda essa turbulência. Esse período da tungagem das empresas públicas, esse período das malas vai passar. Não vamos nos fixar. O que nós precisamos, neste momento de ebulição e de sofrimento, é pensar o seguinte: o Brasil já passou por muitas crises, o Brasil já passou por muitos governos difíceis, e nós vamos passar por esse também. Está vindo um futuro muito diferente.

    Eu não tenho dúvida de que, daqui para frente, a nossa discussão tem que começar a ser a seguinte: qual é a postura do Brasil no cenário internacional? O que devemos fazer para gerar mais emprego? Porque, neste momento, as pessoas não estão nem aí para essa discussão do que está acontecendo. Estão enraivecidas, até já desistiram da classe política. O que eles querem é emprego. Senador Dário Berger, o que as pessoas de Santa Catarina querem é o seguinte: que o milho chegue a Santa Catarina a preços que tornem possível aos criadores de suínos, por exemplo, vender o seu produto de forma competitiva. É isso que as pessoas estão querendo. Sabe por quê? Porque é isso que vai gerar emprego para as pessoas que estão lá em Santa Catarina. E é para isso que precisamos criar condições.

    Esses dias me falaram: "O que você estava fazendo, Medeiros, lá na Argentina?" Eu falei: eu estava tentando viabilizar – e estou ainda –, junto com a Embaixada argentina uma hidrovia para que o milho de Mato Grosso possa ir até Santa Catarina pela hidrovia e chegar lá com valor que seja bom para Mato Grosso, para Santa Catarina e para o Brasil.

    Então, esse é o debate que as pessoas estão querendo. O puxão de cabelo, a provocação não interessam ao povo brasileiro.

    Agora, eu não me furto de fazer contraponto. Não me furto porque o bom povo de Mato Grosso não me mandou aqui para ser um frouxo. O eleitor não gosta de frouxo. O povo mato-grossense não quer um Parlamentar banana aqui. Então, eu não fujo do debate. Eu não fujo do debate e não sou daqueles de jogar para a galera. Eu não jogo para a galera. "Ah, não, porque a rede social está falando eu vou deixar de me posicionar." Não, eu me posiciono!

    Nesses dias, um sujeito me disse o seguinte: "Senador, o senhor tinha de ter dado um soco na cara do Senador Lindbergh." Eu falei: opa, calma lá. O Senador Lindbergh está fazendo o papel de defender o Estado dele e de defender a militância que é dele. E ele está fazendo o papel certo. Cabe a mim fazer o contraponto.

    Agora, nós precisamos ter na representação de cada Estado pessoas que possam ter sangue nos olhos. Sabem por quê? Porque, quando começamos no deixa para lá, no deixa aqui, você vai esquecendo que o seu Estado está precisando de você aqui.

    Eu tenho apanhado aqui. Tenho participado da Base do Governo. Devo sair agora, porque mudei de Partido, fui para um Partido que está fora da Base. Mas meu compromisso é com o Estado. Há poucos dias, eu disse aqui: ou o BNDES dá um jeito de mudar a política em relação a Mato Grosso ou não contem comigo. Eu não vou ficar apoiando esse tipo de política. A D. Maria Silvia queria entesourar o BNDES. E a critiquei. Nem a conheço. Nunca a vi.

    Agora, há lá, a cada semana, hordas de mato-grossenses morrendo na BR-163. Eu posso concordar com isso? Não. Não vou concordar e vou criticar quem for a respeito disso. Por quê? Estou aqui representando o Estado de Mato Grosso.

    O Sr. Lindbergh Farias (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Já que V. Exª...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT) – Fala, Excelência.

    O Sr. Lindbergh Farias (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – ... hoje foi gentil comigo, eu quero parabenizá-lo pelo figurino. V. Exª está muito elegante hoje aqui.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT) – É. Eu estou.

    Na verdade, essa aqui foi Jô Soares que contou. Ele disse que chegou ao Parque do Xingu, em Mato Grosso, e o Cacique Raoni estava horrendo. Disse que ele estava pintado, aquela figura, todo paramentado. E o Jô Soares falou: "Cacique, parabéns, o senhor está muito elegante." Ele falou: "É, eu estou." O Jô Soares falou: "A partir daquele dia, eu aprendi a receber elogio." Então, muito obrigado, Senador. Realmente, eu estou muito elegante.

    Senador Dário Berger, eu queria agradecer pelo tempo e dizer a todos os brasileiros que estamos chegando ao dia 7 de Setembro e vamos comemorar a Semana da Pátria ou a nossa Independência. E há pessoas que dizem que o Brasil não é independente, que o Brasil é não sei o quê, que o Brasil é dependente do imperialismo. Olha, eu não me atenho a isso. Nós temos um País extraordinário, maravilhoso. Temos nossas dificuldades, mas nós vamos passar por isso.

    Eu digo isso, Senador Dário Berger, porque, nessa questão do milho, por exemplo, que eu estava falando agora há pouco, os mato-grossenses, como não têm como escoar o milho – até tem, mas o frete é muito caro –, agora começaram a produzir etanol de milho. Nós inauguramos a primeira usina de etanol de milho, em Lucas do Rio Verde, e vai-se produzir álcool ali, combustível. Isso vai ser muito importante, porque vai, inclusive, equilibrar um pouco os preços. Os produtores lá têm dito o seguinte: "Olha, quando há uma safra grande, o Brasil todo ganha, menos a gente, porque o preço vai lá embaixo." Isso vai ajudar a equalizar isso, a equilibrar. E eu não tenho dúvida de que vai ser bom para o País, e, em breve, essas usinas vão estar espalhadas pelo Brasil todo, criando empregos, gerando empregos.

    Então, vemos essas mazelas aqui em Brasília, mas, quando eu vou para Mato Grosso e chego lá, eu recarrego as baterias, Senador Dário Berger, porque eu vejo a riqueza daquele Estado e o que nós podemos fazer. E, quando eu vejo, por exemplo – nós estamos na Semana da Pátria –, que a Aeronáutica junto com a Embraer, uma empresa brasileira, construíram o KC-390, um avião que é top na categoria dele no mundo, construiu da prancheta, o avião já está voando, já há encomendas, quando vemos esses exemplos, vemos que nós podemos, conseguimos, é só querer. E fica parecendo até o slogan da campanha do Obama. Yes, I can. Nós podemos, nós sabemos, o que a gente precisa é justamente mudar.

    E eu digo a todo mundo, ao Brasil inteiro, que nós não podemos nos comportar como balde de caranguejo. Dizem que, no balde de caranguejo – eu não sei, V. Exª conhece, mas me disseram, eu não conheço, lá no Mato Grosso não há mar –, colocam-se os caranguejos lá dentro e, toda hora que um vai tentando sair, o outro vai puxando e eles ficam lá dentro, não saem nunca.

    Então, nós temos exemplos extraordinários, veja bem como nós temos atletas que o mundo inteiro admira. Nós somos um País que precisa acontecer agora. Precisamos parar de ser o País do futuro e ser o País do presente.

    Muito obrigado, Senador Dário Berger.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/09/2017 - Página 27