Discurso durante a 128ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre aumento da violência em Santa Catarina (SC).

Registro de arquivamento, pelo Ministério Público Federal, de denúncia contra o Senador Gladson Cameli.

Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª no Acre (AC).

Autor
Sérgio Petecão (PSD - Partido Social Democrático/AC)
Nome completo: Sérgio de Oliveira Cunha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Comentários sobre aumento da violência em Santa Catarina (SC).
SENADO:
  • Registro de arquivamento, pelo Ministério Público Federal, de denúncia contra o Senador Gladson Cameli.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª no Acre (AC).
Aparteantes
José Medeiros.
Publicação
Publicação no DSF de 07/09/2017 - Página 43
Assuntos
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Outros > SENADO
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), VITIMA, AUMENTO, VIOLENCIA, MOTIVO, TRAFICO, DROGA.
  • REGISTRO, ARQUIVAMENTO, DENUNCIA, AUTOR, MINISTERIO PUBLICO, REU, GLADSON CAMELI, SENADOR, MOTIVO, INVESTIGAÇÃO POLICIAL, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • COMENTARIO, ATIVIDADE POLITICA, ORADOR, LOCAL, ESTADO DO ACRE (AC), REFERENCIA, VISITA, MUNICIPIO, EPITACIOLANDIA (AC), SENA MADUREIRA (AC), MANOEL URBANO (AC), JORDÃO (AC), TARAUACA (AC), ELOGIO, ATUAÇÃO, PREFEITO, VEREADOR.

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiramente, Senador Dário Berger, eu queria aqui aproveitar para prestar a minha solidariedade ao povo de Santa Catarina.

    Ouvi atentamente o seu discurso enquanto presidia aqui a Mesa do Senado e hoje pelo que V. Exª passa em Santa Catarina – e eu pude perceber a sua preocupação – é pelo que nós passamos no Acre também. Essa onda de violência está do Acre, estamos lá no Norte, no extremo Norte, a Santa Catarina, no seu Estado, que é um Estado desenvolvido. Nós estamos numa região de fronteira com o Peru e a Bolívia. Segundo as informações, os dois maiores produtores de droga do mundo. E pelo que nós estamos passando no Acre hoje não é diferente lá de Santa Catarina – uma violência com que nós nunca, nunca nos deparamos, com a situação em que está hoje. "Ah, é culpa do Governador, é culpa do Prefeito." Creio que não. Eu penso que...

    E ontem eu vi uma ação do Governador, em que ele distribuía armas e equipamentos para a Polícia Civil e a Polícia Militar. Eu penso que a situação por que hoje nós estamos passando no Acre... E o mais grave: era um problema que nós tínhamos na capital. Nós conseguíamos ver na capital. Hoje se disseminou em todo o Estado, naqueles Municípios pequenos, como Sena Madureira, Cruzeiro do Sul, que é o nosso segundo Município; uma violência com que nós nunca tínhamos nos deparado, com uma situação dessa.

    E me preocupa também, preocupa-me essa situação, porque todos os dias, todos os dias nós temos ali, quando se abrem os jornais, notícias dessa briga de facções. E o pior é que as vítimas são jovens, a juventude, jovens de 17, 16, 18 anos. E, às vezes, viram presa fácil do tráfico de drogas.

    Mas aqui eu queria prestar minha solidariedade ao povo de Santa Catarina e também fazer um apelo ao Governo Federal, para que possa tomar medidas mais fortes, em parceria com os governos de Estado, independente de qualquer partido, porque essa insegurança deixa o povo aterrorizado. Nós estamos perdendo a guerra para os bandidos. A verdade é essa. No meu Estado, a verdade é essa. Essa sensação de insegurança é muito ruim. Digo isso porque eu não tenho segurança, eu não tenho segurança, e hoje estou privado de ir a alguns lugares. Eu moro em Rio Branco. Eu andava muito na periferia, andava tarde da noite. Hoje nós não podemos mais fazer isso por conta dessa onda de violência que tomou conta da nossa capital.

    Mas, Presidente, a minha vinda à tribuna nesta tarde de hoje, é, primeiramente aqui, para comemorar. Comemorar. Recebi agora uma notícia do meu amigo, nosso colega aqui, Senador Gladson Cameli, que é um Senador lá do meu Estado. Ele me ligava até emocionado e dizia: "Petecão, graças a Deus, aqueles que esperavam que iriam tentar manchar o meu nome e o nome de minha família..."

    Recebi agora uma boa notícia: o Ministério Público Federal pediu o arquivamento de uma denúncia que havia contra o Senador Gladson Cameli. Então, eu queria dividir essa alegria com o Senador Gladson e com as pessoas que o acompanham. Todos nós conhecemos o Gladson, conhecemos a família do Gladson, seu pai, o Eládio, sua mãe, D. Linda, pessoas da melhor estirpe, pessoas que chegaram aonde chegaram na vida com muito trabalho. Então, eu nunca tive dúvidas de que o Senador pudesse estar envolvido em qualquer tipo de Lava Jato, sei lá, essas coisas malucas que todo dia nós acompanhamos pela mídia nacional. Estou feliz. Parabenizo o Senador Gladson. Não só a ele, como a todos os companheiros do PP do Acre. Com certeza, o PP do Acre está comemorando mais essa vitória do Senador Gladson Cameli, que é o nosso pré-candidato a governador. Parabéns, Gladson!

    Gostaria de fazer uma breve prestação de contas do final de semana em que estive no meu Estado. Estive lá na quinta-feira. Queria aproveitar para parabenizar o Prefeito Tião Flores, do Município de Epitaciolândia. Fiz questão de estar lá na abertura da Agro Fest, uma festa que já faz parte do calendário cultural de Epitaciolândia. Houve um show gospel na quinta. Pelas informações que tive, foi uma festa maravilhosa na sexta, no sábado e no domingo. Então, parabéns ao Prefeito Tião Flores. Ele foi meu adversário na campanha, mas tenho feito tudo que posso para ajudar o Prefeito Tião Flores, porque sei que as nossas divergências políticas são muito pequenas se comparadas com o carinho que tenho por aquela população de Epitaciolândia, onde mora meu irmão e muitos amigos, o pessoal do meu Partido, que é muito forte, Rosimari e Chiquinho, nossos dois Vereadores, Rubens e Alcione, que estão lá em Epitaciolândia e representam o nosso querido PSD muito bem. Parabéns, Tião Flores, pela festa!

    Na sexta, estive em Sena Madureira, a convite do Prefeito Mazinho Serafim. Fui participar da ExpoSena. Essa festa foi muito bonita. O Mazinho, naquele seu estilo de fazer da melhor forma. Fiquei encantado. Participei da festa do rodeio. Muita gente, a população lotou as arquibancadas. Eu conversava com o Mazinho, que disse: "Aquilo é só um treino do que vai ser a festa do dia 25." Vinte e cinco de setembro é o aniversário de Sena Madureira. Eu fiquei encantado com a festa, uma festa maravilhosa. O Mazinho mostrou força. Hoje é um Prefeito bastante prestigiado na cidade. E quem ganha com isso é a população de Sena Madureira, que vem passando por situações muito difíceis no que diz respeito à violência. Tenho uma relação muito forte com Sena Madureira, convivi em Sena Madureira, que era uma cidade pacata, de muita paz. Mas é isso mesmo. Vamos à luta! O importante é que Mazinho fez uma festa bonita.

    No dia 23 de setembro vamos inaugurar o estádio Marreirão. Vai haver uma festa, já fazendo parte da solenidade, os filhos de Sena Madureira. Será uma festa bonita lá em Sena Madureira. No sábado, nós vamos inaugurar os estádios. E, na segunda-feira, dia 25, aniversário de Sena Madureira, vai haver um show do Amado Batista. O Senador José Medeiros está convidado. Eu sei que você gosta do Amado Batista. Ele vai estar, no dia 25, em Sena Madureira. Eu sou fã número um. Deve haver o número dois, porque o número um, eu tenho certeza de que sou eu. Sou fã do Amado Batista, que vai estar em Sena Madureira. Com certeza, vou estar nessa festa.

    No sábado, fui até Manoel Urbano. De lá, pegamos um avião, um avião pequeno, eu, o Deputado Moisés Diniz, o Professor Coelho e a minha assessoria e fomos até o Município do Jordão.

    Senador José Medeiros, depois olhe no mapa para ver onde é o Jordão. Em Jordão, 80% ou 90% da população são indígenas. Mas é índio mesmo. Não são esses índios que o senhor vê aqui em Brasília fazendo manifestação. São índios originais. Lá, o prefeito é do PCdoB. Veja só. Esse prefeito, acho que nunca me deu um voto. E o Município do Jordão é um dos Municípios que eu tenho mais ajudado através das minhas emendas, por conta das dificuldades por que a população passa.

    Agora, no verão, só se chega de avião, porque o rio seca, e não dá tráfego pelo rio, porque lá não há estrada. No inverno, os comerciantes abastecem tudo, porque, no verão, eles ficam praticamente isolados. O contato com eles é com o Município de Tarauacá. O Prefeito se chama Elson, do PCdoB. Agora, pensem num homem trabalhador. Ele abriu, na floresta, e eu tive oportunidade de ir com ele, 40 quilômetros de ramal. A região é de muito relevo, fica na divisa com o Peru e tem uma influência muito grande das Cordilheiras. E o Elson, com muita garra, respondendo a processos desses bacanas que vivem no ar-condicionado daqui, que vão lá só para multar, tomar as malhadeiras, prender as tarrafas, tomar as linhas com que o pessoal pesca... Não se pode nada. Lá na Amazônia, não se pode nada. O colono, o seringueiro tem de preservar a Amazônia com as unhas, porque ele não pode fazer nada, não pode derrubar um galho, não pode derrubar uma árvore. E o Prefeito Elson me disse que está respondendo a vários processos.

    Há uma comunidade, Senador José Medeiros, chamada Novo Porto. É uma comunidade que fica totalmente isolada. O contato deles é com Tarauacá, só que, no verão, o rio seca. E o Prefeito Elson abriu esse ramal.

    Eu tinha uma vontade tão grande de conhecer. Aloquei uma emenda – valor da emenda, R$150 mil – para comprar três motores, o motor e o gerador. Um desses motores, ele colocou na Comunidade Novo Porto.

    Senador José Medeiros, o senhor não imagina a felicidade daquelas pessoas. As pessoas se contentam com muito pouco. Às vezes, vemos que desviaram R$1 bilhão. Agora, estavam na mala R$50 milhões. Estou falando de uma emenda de R$150 mil. Já entregamos o gerador em Novo Porto. Vai atender a umas 60 a 80 famílias. Você precisava ver as pessoas chorando. As pessoas viviam numa situação, sem poder, durante a noite, ligar uma televisão, um liquidificador, um ferro de passar, sei lá.

    Então, eu penso que um ministro desse que assume aqui, o Presidente deveria dizer: "Olha, você vai assumir o ministério, mas, antes de assumir, você vai passar uma semana lá na Amazônia, lá no Acre, lá na comunidade do Porto", para que ele possa conhecer o outro Brasil, porque é muito fácil. O cabra assume, bota o paletó, fica só aqui, no ar-condicionado, aí foca para São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, que são Estados ricos, mas nós temos uma parte do Brasil que precisa.

    Dizem: "Ah, tem que cuidar da Amazônia". Mas como vão cuidar da Amazônia se essas pessoas não têm o mínimo de atendimento, o mínimo de atenção do governo brasileiro? Essas pessoas são seres humanos, são cidadãos que têm que viver com dignidade.

    Concedo um aparte, porque faz tempo que ele está me pedindo, para depois concluir o meu pronunciamento, ao Senador José Medeiros, meu amigo.

    O Sr. José Medeiros (PODE - MT) – Senador Sérgio Petecão, primeiro eu o parabenizo pelo apanhado que V. Exª fez aqui de visitas, mostrando as características do Brasil, desse Brasil que o Brasil não conhece. Em segundo lugar, V. Exª tocou em dois pontos muito interessantes: a segurança pública e essas condições em que brasileiros vivem nesses locais recônditos, com um Estado não ajudador, mas um Estado atrapalhador. Veja V. Exª, principalmente agora, nessa discussão da Renca, da reserva, eu vi um monte de almofadinha, um monte de bacana, principalmente ligado a PSOL, a esses partidos demagogos que têm poucas bandeiras que realmente ajudam o Brasil, mas muita conversa, esse bando de conversador costuma se reunir na zona sul, lá no Rio de Janeiro, tomando um vinho Pêra-Manca...

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – No Armazém do Ferreira aqui, tomando um chopp.

    O Sr. José Medeiros (PODE - MT) – Aqui também, que era do saudoso Jorge. Sentam-se ali e começam a planejar um Brasil utópico, sem nunca ter pisado em Mato Grosso, no Acre ou no Amazonas. Esses dias eu conversava com um cacique, que me disse a seguinte pérola, Senador Petecão. Ele falou: "Olha, meus meninos saem daqui, vão estudar, voltam e se suicidam". Eu falei: "Como é, cacique?" E ele falou: "É. Acontece que eles conhecem o Brasil, mas voltam e viram guarda florestal de luxo, de grife, sem receber um centavo, porque ele fica aqui, em cima da terra, mas não pode plantar, há madeira, mas ele não pode explorar, há minérios, mas ele não pode também explorar. Então, ele não pode nada". E me mostrou que havia um índio sentando lá num banco. Desde que nós chegamos estava ele lá, e o cacique falou: "Está vendo aquilo ali? É depressão." Então, Senador Petecão, V. Exª mostra a dificuldade dessas comunidades. Essas pessoas não se preocupam com gente – elas não se preocupam com gente. E outra, essa história também, quando eles falam que defendem o índio, é muage. Lembra-se do índio Galdino? Morreu queimado nas ruas de Brasília. Mas cadê esse pessoal que defendia? Cadê um projeto deles que criasse um lugar aqui para quando os índios chegassem? Não estão preocupados. Estão preocupados com o discurso. Então, quando falam de meio ambiente, fazem diante das melhores lanchonetes, dos melhores pubs dos grandes centros do Brasil, sem conhecer, sem saber. "Ah, vou defender a Reserva do Jamanxim". Nunca foi lá, não sabe o que é. Começa a insuflar a população contra aquilo. E todo mundo começa a ir. Quem, no Brasil, em sã consciência quer a destruição da Amazônia? Nenhuma pessoa quer. Agora, se o Senador Sérgio Petecão ou esse Prefeito fizer um projeto lá para ajudar uma comunidade e precisar derrubar um pé-de-pau...

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Não pode.

    O Sr. José Medeiros (PODE - MT) – ...já começam: "Olha, o Senador Petecão está querendo destruir o Amazonas". Se o Senador Petecão defende a segurança pública, defende a segurança da população e a atuação da Polícia, falam: "Ele é da bancada da bala". Esses sujeitos vivem em condomínios... Vou citar aqui, por exemplo, esse Marcelo Freixo, que foi candidato. Ele vive fazendo esse tipo de discurso todo politicamente correto. Nesses dias, fiquei sabendo que ele anda com uma horda de seguranças fortemente armados. Geralmente, moram em apartamentos. Aí o sujeito que está lá no Amazonas, socado no interior de Mato Grosso, sujeito a ataque de onça, não pode ter uma chumbeirinha, uma espingardinha, porque o prendem. Ele fica preso. Então, essa hipocrisia é que mata. Outra coisa: os nossos jovens estão sem limites. Sabe por que, Senador Petecão? Se um jovem cometer latrocínio amanhã, ao meio-dia, daqui a 15 dias ele estará solto. Sabe por quê? Porque essas pessoas defendem o politicamente correto. Então, agora é assim, é a política do pode tudo. V. Exª, quando traz esses temas importantes, pode ser tido como tosco. O senhor não é elegante; é out. Agora, esse é o Brasil onde as pessoas vivem, e é por isso que as pessoas ficam indignadas, porque a sensação... Não é questão de sensação. Segurança, ou se tem ou não se tem. Elas não têm mesmo segurança pública. Então, eu queria parabenizar V. Exª, sempre trazendo esse seu jeito de falar simples, mas que o povo entende, mostrando a realidade e o que precisamos fazer para mudar este País. Muito obrigado.

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Agradeço o aparte do Senador José Medeiros, que é um mato-grossense daqueles do pé rachado, que sabem o que realmente... Principalmente das pessoas mais humildes, aquelas pessoas com mais necessidade. Eu converso muito com o Zé, e falamos exatamente disso. Às vezes ouvimos esses discursos bonitos. O cabra não sabe nem o que é a Amazônia. Eu quero ver o cabra ir lá na cabeceira do Rio Muru, lá no Novo Porto, e lá os índios... Lá ele não vai conversar com os índios, não, porque a maioria, Presidente, não teve nem contato com os brancos ainda. Há algumas etnias que ainda não tiveram contato com o branco.

    Eu vejo os índios se manifestando aqui. De noite, eles estão lá no Armazém do Ferreira tomando uma. É mole ser ambientalista desse jeito, é moleza.

    O Governo Federal deveria... Não é privilégio, não. Um Prefeito como aquele de Jordão deveria ser recebido aqui em Brasília no tapete azul, igual a este do Senado em que nós pisamos, porque a realidade dele é totalmente diferente da realidade daqui.

    Eu fui lá e nos acompanharam sete Vereadores. Fiquei impressionado. A Presidente da Câmara é a Vereadora Meire, uma Vereadora extraordinária. Eram sete Vereadores, do PCdoB, do PSDB, do PDT, de todos os partidos porque entendem... Pelo menos esse sentimento de corpo, esse espírito de corpo existe lá. Eles são unidos.

    Eu levei duas Bobcats, aquelas maquinazinhas. Os prefeitos ficaram todos indignados: "Petecão, como é que você vai levar duas Bobcats para o Jordão. Você está ficando louco? Nem voto tem lá naquele negócio". O cara pensa logo no voto. "Lá tem pouca gente. Há tantas prefeituras aqui com mais votos". Eu disse: amigos, sabem por que eu levo duas Bobcats para o Jordão? É porque no dia em que uma pifar haverá a outra. A que virá para arrumar vai passar no mínimo um ano, porque não tem como trazer, só tem acesso de avião pequeno. A pista é de chão.

    Então, meus irmãos, eu queria parabenizar... (Pausa.)

    O Presidente está me pedindo um aparte. Quanta honra! É a primeira vez que sou aparteado por um Presidente. É a primeira vez na minha vida, em 30 anos de política.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – Não é usual isso, mas é...

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – É um prazer.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – O pronunciamento de V. Exª me chamou a atenção por vários motivos, entre os quais quero destacar o primeiro, e quero me associar a V. Exª e prestar homenagem a um colega nosso, aqui, o Senador Gladson Cameli, uma vez que o Ministério Público...

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – O Ministério Público Federal arquivou...

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – ... pediu o arquivamento...

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – ... uma denúncia que havia contra ele.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – ... de uma denúncia que havia contra ele.

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – E ele pagou um preço caro, lá no meu Estado, pelas acusações. Ele é mais uma vítima desse denuncismo que está no Brasil. E graças a Deus, hoje, o Gladson foi inocentado.

    Agora, e o prejuízo, Sr. Presidente, que isso causou à imagem dele? Entendeu?

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – Então, eu quero me associar a V. Exª e prestar a minha homenagem também ao Senador Gladson Cameli.

    Na verdade, ele teve uma condenação prévia.

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Exatamente.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – Na verdade, ele foi absolvido, vamos dizer assim, de algo em que sequer houver indícios reais de ele haver praticado.

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Exatamente.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – Mas eu posso perceber que deve ter sido um alívio enorme para ele, para a sua família, para os seus correligionários e, sobretudo, para o povo do Acre, que eu quero, então, cumprimentar e parabenizar.

    Ato contínuo, eu quero também parabenizar V. Exª, Senador Sérgio Petecão.

    V. Exª, na manifestação que fez, sem nenhuma distinção, pratica a nova política, uma política nova, a política de levar em consideração aquilo que muitos, inclusive nesta Casa, não levam, que é acolher os nossos munícipes, a nossa população sem nenhuma distinção e com o valor que eles precisam, efetivamente, de um Senador da qualidade e da sensibilidade de V. Exª.

    Quando V. Exª menciona que levou uma emenda de R$150 mil para a aquisição de três geradores, para levar luz a uma comunidade que ainda vive – ou vivia – na escuridão, isso me dá a nítida dimensão da grandeza de espírito de V. Exª, sobretudo no sentido de esquecer qualquer diferença política e partidária que possa nortear as nossas ações, mas, sim, verificando a real necessidade da população que precisa de V. Exª, que precisa de nós sem nenhuma distinção.

    Então, esse é um fato que me chamou bastante a atenção. E fiquei inquieto, aqui, na medida em que V. Exª me permitiu fazer esse aparte, para mais uma vez cumprimentar V. Exª, que é um Senador extremamente destacado aqui e que certamente honra muito o povo do seu Estado, o povo do Acre, deste País, lá, lá em cima... 

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Para lá de lá.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – Para lá de lá, e é um prazer muito grande conviver com V. Exª aqui, no Senado Federal. 

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Senador Dário Berger, eu já estou há 30 anos na política.

(Soa a campainha.)

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Tenho esse meu jeito, assim, de menino, mas já estou meio "veinho".

    Fui deputado estadual por três mandatos, fui presidente da Assembleia do meu Estado por quatro mandatos, fui Deputado Federal, o segundo mais votado no meu Estado, e me elegi Senador. Aquele povo do Acre foi muito generoso comigo. Numa eleição muito difícil, tive quase 200 mil votos. Mas eu confesso ao senhor que hoje eu fiz história: eu nunca tinha sido aparteado por um Presidente no poder. Mas eu lhe agradeço, incorporo o seu aparte ao meu humilde discurso e finalizo.

    Há coisas, assim, que emocionam a gente, porque, quando você chega ali... Porque, às vezes, você liga o noticiário e ouve: "O Governo gastou..." Lá no meu Estado, o Governo do Estado está gastando R$30 milhões ou R$40 milhões para fazer um museu. E, lá na restauração – eu estou falando do novo porto, mas isso não é diferente da restauração, não é diferente da Foz do Breu –, o pessoal vive num total isolamento.

    Esse papel que nós estamos fazendo, essa parceria que eu fiz com o prefeito, quem era para estar fazendo é o Governo Federal, levando o Luz para Todos. O objetivo do Luz para Todos, desse programa, é exatamente levar a energia para aquelas comunidades mais carentes. O Luz para Todos foi até uma parte, e não foi mais porque a empresa que ganhou a licitação não teve condições de fazer, por conta da logística, porque é difícil chegar com material. Ora, mas se a empresa sabe que não pode levar, por que é que se mete? Por que não deixa uma outra empresa ganhar a obra, para que não possa enganar a população?

    Enquanto o Luz para Todo não chega – e eu vou continuar apertando a Eletronorte, para que chegue lá, com o Luz para Todos lá –, nós chegamos com geradores.

(Soa a campainha.)

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Nós chegamos com geradores. Entregamos um, e eu vou voltar ao Jordão, para entregar... Agora nós vamos entregar a uma comunidade indígena. Vamos subir o rio aí, não sei quantas horas, e eu vou lá entregar o outro gerador.

    Não existe estrada, não existe posto de saúde, não existe nenhuma obra que leve tanta satisfação, tanta felicidade ao cidadão, como quando você chega com energia. As pessoas comem carne salgada, e isso prejudica a saúde. O senhor sabe o que é o cabra matar uma caça, salgar – muita gente não sabe nem o que é isso – e passar um mês comendo carne salgada? Aí, aqueles que têm pressão alta já antecipam logo a viagem... E prejudica a saúde.

    Então, eu fiquei muito feliz quando vi ali a satisfação das pessoas, aqueles depoimentos, as pessoas falando com o coração, chorando.

    Então, eu queria mais uma vez parabenizar o Prefeito Elson, lá do Município de Jordão. Nós temos feito boas parcerias. Vou continuar ajudando.

    Eu acho que o Prefeito Elson nunca deu um voto ao Petecão, porque ele é do PCdoB, e até porque, quando eu disputei a eleição, o meu opositor era exatamente do PCdoB. Com certeza o Elson não votou em mim, mas não é por conta disso. Eu sempre tenho dito e vou continuar insistindo: acima dos interesses políticos e partidários, nós temos que colocar os interesses da população.

    O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. PMDB - SC) – Mais um motivo para exaltar a atitude de V. Exª.

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – Entendeu? Então: "Ah, no Jordão não há voto". Não há voto, mas há uma população que precisa e precisa muito do nosso apoio.

    Então, parabéns ao Elson! Parabéns à Vereadora Meire, Presidente da Câmara! Parabéns aos sete vereadores que estão ali, juntos, lutando para levar os benefícios para o Município do nosso querido Jordão!

    E quero agradecer a V. Exª por ter me ajudado muito...

(Soa a campainha.)

    O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - AC) – ... neste meu humilde pronunciamento.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/09/2017 - Página 43