Pela Liderança durante a 14ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a comemorar os 45 anos da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Autor
Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
PODER JUDICIARIO:
  • Sessão Solene destinada a comemorar os 45 anos da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Publicação
Publicação no DCN de 19/09/2017 - Página 25
Assunto
Outros > PODER JUDICIARIO
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, JUIZ FEDERAL, BRASIL.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco/PTB - RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, como sempre os últimos são os primeiros. Eu sou da Região Norte, e o Estado de Roraima é o primeiro das Américas, contando de lá para cá.

    Quero aqui, Sr. Presidente Elmano Férrer, velhinho trabalhador do Piauí, saudar e parabenizar V. Exª por essa iniciativa tão importante deste momento, de fazer essa solenidade, essa sessão de solenidade em homenagem a uma associação que já inverna por 45 anos.

    Quero também aproveitar e saudar também aqui, representando a Presidência do Superior Tribunal de Justiça, Sr. Ministro Humberto Martins; o Sr. Ministro do Superior Tribunal de Justiça Reynaldo Soares da Fonseca; também o Presidente da Ajufe, Sr. Roberto Veloso; o nosso companheiro, Senador Hélio José, que acabou de descer desta tribuna; e o Senador Wellington Fagundes.

    Sr. Presidente, eu aqui já estava assistindo a subirem a esta tribuna vários oradores, inclusive o Presidente da Associação, que, sem nenhuma dúvida, já declinou aqui a grande importância da Associação para o fortalecimento do Judiciário, especialmente dos juízes federais, que são hoje, sem nenhuma dúvida, uma grande referência no nosso País.

    Eu estava vendo aqui, rapidamente, que, apesar desses 45 anos, dessa grande luta, nós temos hoje 1.796 juízes federais; cargos existentes, 2.416; e temos aí uma vacância de 620 cargos a serem preenchidos. Naturalmente, essa lacuna, essa falta... Completar os cargos de juízes é muito importante para o País.

    Mas eu queria aqui aproveitar a presença desses magistrados no sentido de citar que eu estive recentemente no meu Estado e estava, Sr. Presidente, num programa de rádio. Lá o cidadão me ligou e disse assim: "Senador Telmário, olha, nós estamos desencantados com a política. A política virou realmente, no País, um total desencanto. É muita sujeira, é muita coisa ruim, e este País não tem mais jeito. Você acha que tem jeito? E a Justiça não bota esses políticos corruptos na cadeia. Por que não bota?"

    Eu falei: "Olha, eu até entendo esse seu desencanto; eu até entendo essa sua desilusão. Mas vamos embora por aqui..." E uma hora ele disse: "Não! Nós precisamos da ditadura. Isso tem que acabar." Eu falei: "Olha, eu queria ir por este caminho, veja você. Se hoje toda essa sujeira que passa, que está sendo tirada de debaixo desse tapete, está vindo à tona, nós devemos, ao meu ver, a três coisas. Primeiro, à democracia, que, dos piores, é o melhor sistema; permite esse trabalho, um trabalho público, um trabalho externo, um trabalho de conhecimento geral. Segundo, deixe-me falar uma coisa. Sobre as nossas instituições, apesar de haver esse desencanto com elas, há instituições extremamente fortalecidas. Tempos atrás ninguém ouvia falar na PGR; hoje, tem uma grande importância, a tirar pela posse da nossa Procuradora-Geral."

    Então, eu dizia para eles que o Ministério Público, a Procuradoria e os juízes de um modo geral têm, sem nenhuma dúvida, um compromisso com a Nação brasileira, um sentimento de brasilidade, de cidadania e, sobretudo, de honestidade. Estão ocupando esses cargos tão importantes não por nomeações, indicações, mas sobretudo pelos seus méritos, pelas suas capacidades. E é nesse sentido e nesse espírito que o Judiciário se fortaleceu, ao ponto de hoje angariar a grande confiança da população brasileira.

    E são exatamente estes senhores – juízes, promotores, procuradores, defensores – que hoje conseguem trazer uma luz de esperança ao nosso País, a título de que as instituições funcionem fora daquilo, num sistema que seja cabível e compreensivo.

    Com esses métodos não republicanos nós não podemos conviver. Então, eu acho que o Judiciário – e falei para essa ouvinte – está fazendo o papel dele; os juízes estão fazendo; os promotores; os procuradores; todo mundo fazendo o seu papel. Agora, cabe à sociedade contribuir e fazer a sua limpeza ética. Isso é possível já bem aí, no amanhã, nas próximas eleições, porque esperar tudo do Judiciário... Eu falei para ela: "Há o trâmite, há as coisas, um processo, há as suas burocracias." Agora, esperar que o Judiciário sozinho, Senador Elmano, faça essa limpeza? A sociedade brasileira tem de ter essa consciência. Não adianta espernear, não adianta apedrejar, não adianta criticar se, na hora de digitar na sua votação, você exatamente não olhou o passado da pessoa e não observou se ela está ou não apta a representá-la, principalmente nesta Casa.

    Eu sempre digo que não é a política que faz a pessoa virar corrupta, mas é votando no corrupto que você coloca na política. Então, eu fiz essa colocação no meu Estado, porque o meu Estado é vítima, há muito tempo, assim como o Brasil é, dessa política que realmente macula; dessa política que destrói; dessa política que corrói; dessa política que corrompe; dessa política que tira o sonho e a esperança do nosso povo e da nossa gente.

    Então, eu queria aproveitar, Senador Elmano, esta oportunidade que V. Exª faz nesta sessão solene e aqui, em nome de todos os magistrados, as autoridades presentes, saudar todo o Judiciário brasileiro, de um modo geral, em todas as suas instâncias, e dizer que é nessa caminhada, nessa firmeza, nessa determinação, com esse amor ao País, que nós vamos ter, sem nenhuma dúvida, a curto prazo, um Brasil muito melhor, um Brasil em que a gente se orgulhe dele; um Brasil em que a gente possa voltar a acreditar; um Brasil em que a gente possa voltar a sonhar; um Brasil em que a gente tenha a coragem de vestir a cor das nossas bandeiras e dizer: "Eu sou brasileiro. Eu amo o meu País. O meu País é composto por pessoas do bem, por pessoas honestas, por pessoas dignas, por pessoas que façam a coisa pública ser devolvida na sua integridade, com honestidade, à sua população."

    Então, eu quero aqui concluir a minha fala, parabenizando todos os magistrados que estão aqui neste plenário e todos aqueles que estão nos seus gabinetes fazendo a Justiça do sonho do povo brasileiro.

    O meu muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 19/09/2017 - Página 25