Comunicação inadiável durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento a respeito da questão da segurança das fronteiras e do combate à violência no Brasil.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
DEFESA NACIONAL E FORÇAS ARMADAS:
  • Posicionamento a respeito da questão da segurança das fronteiras e do combate à violência no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 21/09/2017 - Página 26
Assunto
Outros > DEFESA NACIONAL E FORÇAS ARMADAS
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, AUSENCIA, SEGURANÇA, LOCAL, FRONTEIRA, BRASIL, ENFASE, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, REGISTRO, ATUAÇÃO, TRAFICANTE, DROGA, ARMAMENTO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Srªs e Srs. Senadores, cumprimento todos, assim como cumprimento todos que estão assistindo a esta sessão pela TV Senado e nos ouvindo pela Rádio Senado.

    Sr. Presidente, a Senadora Simone Tebet, há pouco, falava sobre a questão das fronteiras e sobre a questão da violência no Brasil sob todas as suas formas. Eu aproveito aqui para falar um pouco sobre o Estado de Mato Grosso. O Estado de Mato Grosso é um corredor importantíssimo no tráfico de armas e no tráfico de drogas e, com isso, abastece os grandes centros.

    Eu tenho, constantemente, dito aqui que é muito mais fácil o Brasil combater o tráfico de drogas no atacado do que no varejo. Eu vejo essas imagens do Rio de Janeiro, de Minas, de São Paulo, em que, vez por outra, essas milícias se digladiam por causa do comércio, por causa do tráfico de drogas, e fico imaginando que toda aquela droga passou pelas fronteiras. E eu fico muito preocupado, porque, quando se fala em fronteira no Brasil, a impressão que tenho é a de que as autoridades de segurança pública nacional só pensam na Região Sul e na Região Sudeste, mas não pensam em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul. Aliás, pensam até um pouco na Região Norte.

    Mato Grosso faz divisa de 700km de fronteira seca e de 200km por rios com a Bolívia. Aquilo ali não é um queijo suíço; aquilo ali não tem queijo mais. É tudo aberto. Nos últimos cinco meses, quase três toneladas de cocaína pura foram apreendidas em Mato Grosso. Para onde ia essa cocaína? Imaginem essas três toneladas divididas em pequenas porções e espalhadas nos bairros do Rio de Janeiro e de São Paulo. Não há polícia que dê conta! A polícia de São Paulo, por exemplo, é maior do que todo o Exército Brasileiro. A Guarda Civil do Rio de Janeiro é maior que o contingente da Polícia Federal.

    Então, nós precisamos otimizar o trabalho das polícias. Precisamos fechar as fronteiras, equipar os Estados, e uma das formas que tenho sugerido é que os bens apreendidos por essas polícias possam ficar nos Estados em que foram apreendidos, porque isso vem para um fundão. Hoje a segurança pública dos serviços essenciais é uma das poucas que não tem fundo algum para se manter. E o que acontece? Quando o cinto arrocha, todo ano acaba sendo contingenciado.

    E aí nós temos, além disso tudo, uma parte do pensamento nacional, dos quais a Senadora Vanessa... Vou citar aqui o nome dela, que não está aqui para pedir a palavra pelo art. 14. Ela acabou de fazer um discurso aqui – e eles sempre vão nessa linha – dizendo quase o seguinte: as pessoas estão com fuzis, e a polícia tem de ir com flores.

    Eu acabei de ler, no UOL, uma matéria em que se vê nitidamente a vontade do repórter de condenar a polícia de São Paulo por ter, num confronto aberto com bandidos que estavam com fuzis e com coletes, matado dez. Havia 13 policiais, num confronto quase mano a mano. Morreram dez, e cinco policiais saíram feridos daquele confronto.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT) – Você vê isto numa notinha de rodapé, que cinco policiais saíram feridos. Mas dizem: "Nossa, mataram os coitadinhos!"

    Então, precisamos começar a fazer um debate franco: é para combater ou não os bandidos?

    Eu vi ontem muita gente criticando, dizendo que a polícia do Rio não agiu quando entraram 50 bandidos na favela. Bem, a polícia não agiu. Aí, eu pergunto: e se tivesse agido, Senador João Alberto? Se a polícia tivesse matado aqueles 50, provavelmente estariam todos aqui se esgoelando, dizendo: "A polícia brasileira é assassina! A polícia brasileira é a que mais mata!" Aí a polícia fez o quê? "Está tudo bem, deixa tocar."

    Daqui para frente, com certeza, vai ser cada vez mais assim, porque nossos representantes, infelizmente, estão defendendo bandidos! Aqui há mais gente defendendo bandido do que defendendo a população. Essa é a grande verdade.

    V. Exª vai ser Governador, e espero que possa colocar outra linha na segurança pública de Rondônia.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT) – Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/09/2017 - Página 26