Pela Liderança durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações a respeito da trajetória política de S Exª e acerca de sua filiação ao PMDB.

Autor
Fernando Bezerra Coelho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PE)
Nome completo: Fernando Bezerra de Souza Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Considerações a respeito da trajetória política de S Exª e acerca de sua filiação ao PMDB.
Publicação
Publicação no DSF de 14/09/2017 - Página 42
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • COMENTARIO, HISTORIA, VIDA PUBLICA, ORADOR, FILIAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), RESPOSTA, CRITICA, AUTORIA, JARBAS VASCONCELOS, DEPUTADO FEDERAL, APOIO, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

    O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (PMDB - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Cássio Cunha Lima, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna para, em respeito aos pernambucanos que me honraram com a confiança de representar o nosso Estado no Senado Federal, responder e rechaçar as agressões do Deputado Jarbas Vasconcelos, as quais buscam confundir com meias verdades, numa tentativa vã de denegrir a minha trajetória política e a minha decisão em aceitar o convite da Direção Nacional para retornar aos quadros do PMDB, Partido em que militei por mais de 11 anos e pelo qual tive o privilégio de participar da Assembleia Nacional Constituinte, presidida pelo Dr. Ulysses Guimarães, que muito me honrou com o seu apoio e presença no início da campanha de minha primeira eleição para Prefeito de Petrolina.

    Tenho orgulho das minhas origens, da minha trajetória, das minhas lutas, das derrotas e das muitas vitórias que pude celebrar com o apoio do povo de Pernambuco. De 1982 até aqui, servi ao meu Estado como Deputado Estadual, Federal por duas vezes, três vezes Prefeito de Petrolina, e hoje, Senador da República.

    Nunca traí os meus compromissos com a minha terra, nunca fiz política agredindo ou denegrindo quem quer que seja; diferentemente dos que me atacam, famosos pela verborragia. A verdade é que nunca hesitei em fazer escolhas e por elas sempre fui julgado por quem e para quem devo prestar contas: o povo da minha terra e do meu Estado.

    De 1986 a 2014, participei de todas as eleições majoritárias em meu Estado, sempre pela Frente Popular de Pernambuco, com exceção das eleições de 2002. Estivemos presentes nas chapas majoritárias em três ocasiões: com meu pai, Paulo Coelho, em 1990, como candidato a vice-governador; eu próprio fui companheiro de chapa de Miguel Arraes em 1998; e na última eleição, como candidato ao Senado. Difícil contestar tamanha coerência na cena política pernambucana.

    No período em que fui filiado ao PPS, entre 1999 e 2005, disputei e venci duas eleições para Prefeito de Petrolina, enfrentando, nas duas ocasiões, candidatos apoiados pelo então Governador Jarbas Vasconcelos e pelo ex-Governador Miguel Arraes.

    Mas, aqui, Sr. Presidente, quero registrar: Arraes nunca subiu em palanque para pedir votos contra a minha pessoa, não só pela amizade e respeito que construímos, mas também pela amizade com a minha família, que vem do meu avô, Fernando Bezerra, que o ajudou a se eleger deputado estadual pela primeira vez, assim como pela amizade com o meu pai, que o apoiou para governador em 1962.

    Carrego comigo a honra de ter sido convidado por Arraes a regressar ao PSB e ajudar na construção da frente política que elegeu Eduardo Campos em 2006.

    Essa trajetória merece respeito. Repilo as agressões dos que, não tendo argumentos, buscam macular nossas atitudes com o objetivo de distorcer e criar uma narrativa que justifique seus próprios erros e equívocos políticos.

    Eduardo Campos, quando indagado sobre sua candidatura à Presidência da República...

(Soa a campainha.)

    O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (S/Partido - PE) – ... por um campo político diferente do qual tinha participado, afirmou: "Porque você apoiou, você não está condenado a apoiar quando você já não acredita, quando você já não se vê, não se representa naquele governo."

    Tenho a consciência tranquila de que busquei participar do projeto que apresentamos aos pernambucanos em 2014. Não me foi dado o direito de colaborar e ajudar. Erros administrativos e, sobretudo, políticos vêm se acumulando em Pernambuco. Não tenho receio dos embates que haveremos de enfrentar. Fiz a opção de dar consequência ao voto a favor do impeachment, apoiando verdadeiramente o Governo de transição do Presidente Michel Temer. Não tenho duas caras ou posição dúbia.

(Soa a campainha.)

    O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (S/Partido - PE) – Como justificar o apoio a um governo estadual cujo maior mote é denunciar o palanque da frente das oposições que se articula como sendo um palanque do Presidente Temer?

    Como conciliar o discurso em Brasília com as falas ácidas e críticas ao Governo Federal que são feitas em Pernambuco? Apesar das enormes dificuldades, o Governo do Presidente Michel Temer está conseguindo retirar o País da recessão, avançando nas reformas e criando condições para a volta do emprego e do crescimento.

    Fácil falar de barganhas políticas em nível federal, com o objetivo de atingir pessoas. Mas não reconhecer as mesmas barganhas em nível estadual é uma tremenda incoerência ou cinismo, Sr. Presidente. Será que são as secretarias e os órgãos estaduais que explicam a flexibilidade do Deputado Jarbas Vasconcelos em aceitar alianças políticas que até as eleições passadas condenava? Não quero julgar, o Deputado tem direito de rever suas posições, mas a boa educação política exige que se respeite o posicionamento dos outros.

    A reforma política que pregamos é para oferecer mais transparência, mais legitimidade e, sobretudo, coerência na prática política dos partidos. O que defendo em Pernambuco é o que defendo em Brasília. Partido nenhum pode se prestar a ser instrumento de interesses familiares, mas também é verdade que ninguém, por mais meritórias que sejam as trajetórias, pode se considerar dono de partidos.

    Nesse particular é importante frisar que não basta ter sobrenome para vencer na política. É preciso vocação, preparo, proposta e muito trabalho. Mas é fundamental, Sr. Presidente, ter votos. Alguns líderes fracassam ao tentar eleger seus filhos.

    O Deputado Jarbas Vasconcelos foi informado pela direção do PMDB das minhas propostas. Fui comunicado da sua concordância. Falei, nos últimos dias, duas vezes com o Deputado. Uma, pessoalmente, solicitando uma reunião para encaminharmos um entendimento. A reunião foi marcada. Por telefone ele desmarcou. Na sequência, avisei ao Deputado da minha decisão de filiar-me ao PMDB em Brasília.

(Soa a campainha.)

    O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (PMDB - PE) – O mesmo me cumprimentou e remarcou o nosso encontro. Nenhuma palavra em sentido contrário ou de qualquer ponderação. O tempo se encarregará de revelar as razões para atitudes tão contraditórias em um espaço de tempo tão curto.

    O alarido provocado pelas vozes dos que hoje me criticam vai passar muito rapidamente! Esse estilo de fazer política já foi derrotado muitas vezes pelos pernambucanos. Sei que alguns têm direito e legitimidade para expressar suas opiniões, mas também sei que outros fazem o jogo dos detentores do poder, alimentados por cargos e posições, por promessas que sistematicamente vêm sendo quebradas e não honradas. A ficha vai cair, Sr. Presidente.

(Soa a campainha.)

    O SR. FERNANDO BEZERRA COELHO (PMDB - PE) – Teremos a oportunidade de trabalhar com muitos que hoje fazem o PMDB em todas as regiões do Estado.

    Agradeço, desde já, as manifestações que venho recebendo de diversos companheiros.

    Não fiz nada às escondidas. Não me convidei. Fui convidado. Apresentei uma proposta e um plano de ação política. Busquei o diálogo. Avisei das minhas decisões. Não surpreendi ninguém.

    Estou pronto para uma nova caminhada. Não será fácil. Não me faltará ânimo e disposição. Acredito que seremos capazes de construir uma grande frente política em Pernambuco. Acredito que o PMDB estará pronto para liderar esse novo projeto. Acredito nos pernambucanos e estou certo, Sr. Presidente, de que haveremos de construir um novo tempo.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/09/2017 - Página 42