Comunicação inadiável durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a necessidade de uma política do Estado brasileiro de combate ao tráfico de drogas.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Considerações sobre a necessidade de uma política do Estado brasileiro de combate ao tráfico de drogas.
Publicação
Publicação no DSF de 27/09/2017 - Página 15
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, PLANEJAMENTO, COMBATE, TRAFICO, DROGA, PAIS.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos acompanham neste momento, também quero me juntar às palavras da Senadora Ana Amélia e parabenizar o Tribunal de Contas da União por tratar de um tema tão relevante e tão caro à população brasileira.

    Digo isso em um momento em que a Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, está passando por um momento dos mais difíceis possíveis em termos de segurança. E não é só a Rocinha. Nos grandes centros brasileiros, perdura a violência, e violência gerada, nutrida, alimentada pelo tráfico de drogas. Nós não temos plantação de maconha; nós não temos plantio de folhas de coca, mas tráfico de drogas que se origina em países vizinhos, os quais são os maiores produtores desse produto no mundo.

    Aí é que vem a importância desse tema trazido pelo Tribunal de Contas da União. Como nós vamos fazer uma gestão capaz de não deixar entrar no atacado as drogas aqui no Brasil? Eu tenho dito constantemente aqui nesta Casa que é muito mais fácil nós combatermos o tráfico no atacado do que no varejo, onde eles fazem pequenos papelotes.

    Ontem, em São Paulo, foi descoberta uma máquina que faz por dia 150 mil papelotes de cocaína. Ou seja, o tráfico evoluiu, Senador João Alberto, e já está em produção industrial. Então é muito mais fácil pegar lá na fronteira, onde nós temos dispositivos eletrônicos que são muito bem capazes de escanear um veículo quando passa. Não precisa tanta logística. Então se investirmos em alguns scanners, se investirmos em tecnologias que possam ajudar nesse combate, o Brasil com certeza diminuirá esses índices que estão nas favelas.

    Mas o caso é, como disse a Senadora Ana Amélia aqui, que nós temos um problema sério, Senador João Alberto, com relação a planejamento, com relação a ter um rumo para as coisas. O Brasil até hoje não se definiu e parece que sofre de uma certa esquizofrenia com relação a esse debate das drogas.

    Alguns intelectuais brasileiros dizem: tem que liberar, vamos liberar as drogas; outros dizem: não, tem que prevenir; e outros dizem: tem que reprimir. Mas, nessa discussão toda, nós nem prevenimos nem reprimimos. E, no meio de tudo, fica a polícia vendida, porque a polícia brasileira já não está sabendo o que fazer. Ela quase tem que pedir desculpa para um bandido quando faz a apreensão. Estou vendo qualquer hora dessa ser proposto aqui no plenário um projeto para colocar espuma nas algemas para que o metal não irrite a pele dos bandidos.

    Então, nós temos que tomar esse tipo de decisão. Que atitude nós temos que fazer? Como nós devemos tratar bandido? Eu estou vendo que nós estamos caminhando para... Cada vez que há um projeto aqui, essa sala do Presidente, Senador Eunício, enche de artistas, artistas que vivem pedindo paz, que vivem fazendo campanha pela paz, mas precisamos chegar a um consenso. Para que haja paz é preciso parar de usar droga, é preciso a população começar a se conscientizar de que a droga é um fator indutor de violência, de insegurança. Então, quem quer paz vai para as clínicas, vai se tratar, vai começar a dar sua contribuição para acabar com a violência.

    Com isso, eu estou querendo insinuar... Não me venham dizer, daqui a pouco, que estou chamando os artistas de... Daqui a pouco, porque eu falei dos artistas, vão dizer que estou dizendo que eles são drogados. Não, não é isso. Eu estou dizendo que a população brasileira precisa se conscientizar de que nós estamos no meio de uma guerra.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE - MT) – Já termino, Sr. Presidente.

    Nós estamos no meio de uma guerra, e cada um de nós tem responsabilidade para acabar com essa guerra. Lógico, o Governo ampliando a sua atuação nas fronteiras, dando instrumentos para os Estados – e aqui cito o Estado de Mato Grosso, que tem uma fronteira seca de 700km e mais 200km de fronteira molhada, entre rios e córregos –, aí sim nós podemos ter pelo menos um arcabouço do que é combater e do que é ter uma segurança pública que venha ao anseio de todos os brasileiros.

    Agora, ficar pedindo paz e enchendo os narizes com pó não dá. Então, cada um, inclusive os que pedem paz, que estão por aí, vai poder dar a sua contribuição. Eu sei que é um assunto difícil, pesado, mas essas verdades têm que ser ditas.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/09/2017 - Página 15