Fala da Presidência durante a 147ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização de audiência da CPI dos Maus Tratos e da convocação dos responsáveis pela realização de exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Cumprimentos ao Presidente do Conselho Brasileiro de Psicanálise e Psicoterapias pelo trabalho realizado com pessoas que sofreram abusos durante a infância.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
DIREITOS HUMANOS E MINORIAS:
  • Registro da realização de audiência da CPI dos Maus Tratos e da convocação dos responsáveis pela realização de exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
SAUDE:
  • Cumprimentos ao Presidente do Conselho Brasileiro de Psicanálise e Psicoterapias pelo trabalho realizado com pessoas que sofreram abusos durante a infância.
Publicação
Publicação no DSF de 05/10/2017 - Página 108
Assuntos
Outros > DIREITOS HUMANOS E MINORIAS
Outros > SAUDE
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, AUDIENCIA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), OBJETIVO, CONVOCAÇÃO, AUTORIDADE, RESPONSAVEL, OCORRENCIA, EXPOSIÇÃO, ARTES, MUSEU, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • SAUDAÇÃO, PRESIDENTE, CONSELHO, PSICANALISE, MOTIVO, AUXILIO, PESSOA FISICA, VITIMA, ABUSO, PERIODO, INFANCIA.

    O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) – Obrigado, Senador Eduardo Lopes.

    Registro que hoje nós tivemos a audiência da CPI dos Maus Tratos e fizemos uma série de convocações. A convocação de todos aqueles envolvidos no episódio do MAM, de São Paulo. Estive no Ministério Público Federal ontem, que já abriu procedimento investigativo, inquéritos, e com o Secretário de Segurança de São Paulo.

    A nossa assessoria já fez contato com o Piauí, por conta desse fato horroroso, de uma criança, um menino de 11 anos, dentro de uma cela de um estuprador, preso por crime sexual, em um presídio no Piauí. Tem muita coisa envolvida, porque, se foram os pais, o Estatuto da Criança e do Adolescente tem punibilidade. Como que uma criança, um menino, fica na cela de um estuprador? Quem facilitou? Como aconteceu? Todas essas coisas. Aliás, eu estive no Piauí, com a CPI da Pedofilia, lembro-me, em Corrente, quando o prefeito de uma cidade vizinha, um criminoso, um bandido, abusou da filha do Presidente da Câmara de Corrente, o Vereador Gutão, uma menina de 8 anos de idade, com câncer na medula, fazendo quimioterapia. Desgraçado! Desgraçado!

    E certamente, na necessidade, lá nós voltaremos.

    Mas as nossas primeiras oitivas fora desta Casa serão em São Paulo. E nós agradecemos o trabalho do Ministério Público, da Secretaria de Segurança Pública, do Secretário Mágino e, certamente juntos, nós vamos dar muitas respostas. Nós avançaremos na nossa legislação e em tudo que for necessário para fazer a defesa dos nossos filhos.

    Podem chiar, podem nos chamar de retrógrados, obscurantistas – o termo é bonito, inventaram um termo para nós, obscurantistas... Vocês são os claros, os "claritistas"; vocês estão no claro, nós estamos no escuro; trazendo o Brasil de volta para o escuro, porque sair do obscurantismo, ser um intelectual, ser alguém avançado, respeitado, não fundamentalista, com a capacidade de falar, de escrever ou até da Academia, como vocês batem no peito, é exatamente bater palma e achar graça daquilo que é crime contra a criança. O fim do mundo! O fim do mundo!

    Crime não se admite nem contra adulto, nem contra a mulher, nem contra idoso, nem contra ninguém, e nós cumpriremos o nosso papel. A cada crítica que vier, certamente, a cada uma, nós teremos uma legião de brasileiros, defensores da família, que não querem voltar mais aos anos escuros, obscurantistas, de 13 anos, em que nós vivemos na tentativa desesperada de desestabilizar e destruir valores de família.

    Nós estamos aqui, vou repetir a frase da música de Roberto Carlos: pode vir quente que nós estamos fervendo.

    Antes de encerrar esta sessão, eu quero cumprimentar o Dr. José Gomes e também o amigo, Pastor Veloso. Dr. José Gomes, quero cumprimentar o Presidente da Conbrapsi (Conselho Brasileiro de Psicanálise e Psicoterapias). É uma associação de direito privado que trabalha e prepara profissionais. Tem os seus profissionais ali ligados... São pessoas que fazem um curso de psicanálise para ajudar emocionalmente a tantos. E o Brasil está cheio de pessoas deitadas em divãs por aí,

    Mutilados emocionalmente, destruídos por dentro, pessoas sofridas, porque foram abusadas na infância, foram mutiladas. Roubaram a sua infância, roubaram os seus dias de criança. Que sofreram abuso, violência sexual, moral, conjunção carnal e que convivem com esse monstro até a vida adulta – ele, o seu monstro –, e por isso precisam tanto desses profissionais.

    Eu quero cumprimentá-los, até porque, ao cumprimentar a associação ou a confederação de psicanálise, dizer da polêmica desnecessária em que se meteu o Conselho Federal de Psicologia, com essa história de cura gay. Mais uma vez dizer ao Brasil que cura gay não existe. Quem inventou isso foi quem tinha vontade de polarizar. Levante, entre no site da Câmara, procure um projeto chamado cura gay. E sabe qual é a minha tristeza? Que a imprensa sabe disso, que não existe esse projeto. Mas eles dão, fazem manchetes, porque eles querem, de fato, polarizar. E muitas vezes fazem, é o chamado fake news. Sabe por quê? Porque eles querem que você entre na rede deles. Porque quanto mais seguidores eles tiverem, mais dinheiro eles vão ganhar com você clicando. E cada vez que você clica, é dinheiro que eles ganham.

    Não existe isso. O Conselho de Psicologia, que tentou se arvorar, quando tentou tirar a credencial da psicóloga Marisa Lobo. Depois tentou tirar de Silas Malafaia, com a conversa fiada de que um psicólogo cristão não pode atender um homossexual. Pode atender qualquer pessoa com drama emocional.

    E o juiz, quando derrubou ou deu a liminar, em nenhum momento, chamou homossexual de doente. Em nenhum momento o juiz falou em cura gay. Que pena que eles não tiveram o cuidado de ler o despacho do juiz. Que pena que Senadores fizeram discursos tão vazios, desnecessários aqui. Com tantos assessores sentados no gabinete, não tiveram o trabalho de mandá-los ler o despacho do juiz, que, em nenhum momento, fala de cura gay, em nenhum momento fala que psicólogo tem que curar homossexual. Mas psicólogo pode atender qualquer cidadão com problemas emocionais, seja hétero, seja homossexual.

    Há 38 anos da minha vida que tiro drogado da rua, e estou cansado de receber drogado homossexual, com dramas emocionais e que são atendidos por nós. Imagine se a gente entra nessa conversa fiada e diz: "Não, vai embora, aqui você não entra, aqui nós não te recebemos, porque nós não podemos te orientar, senão nós somos criminosos." Muito pelo contrário, pode vir com seus dramas emocionais que nós vamos atender; pode vir com seus dramas emocionais que nós vamos receber, porque esse é o nosso papel.

    Encerro aqui a sessão desta noite, desejando ao meu Brasil que Deus cuide de você.

    Está encerrada a sessão.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/10/2017 - Página 108