Pronunciamento de Humberto Costa em 03/10/2017
Pela Liderança durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre pesquisa de opinião divulgada pelo Datafolha que revela um cenário favorável ao ex-Presidente Lula na corrida presidencial em 2018.
- Autor
- Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
- Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
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ATIVIDADE POLITICA:
- Comentários sobre pesquisa de opinião divulgada pelo Datafolha que revela um cenário favorável ao ex-Presidente Lula na corrida presidencial em 2018.
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/10/2017 - Página 23
- Assunto
- Outros > ATIVIDADE POLITICA
- Indexação
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- COMENTARIO, RESULTADO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, DIVULGAÇÃO, ENTIDADE, VINCULAÇÃO, PERIODICO, FAVORECIMENTO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DISPUTA, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA, CRITICA, JAIR BOLSONARO, DEPUTADO FEDERAL, ATUAÇÃO, POLITICA, POLICIA FEDERAL, MINISTERIO PUBLICO, JUDICIARIO.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado e os internautas que nos seguem. Quero, inicialmente, Sr. Presidente, também manifestar o meu apreço a V. Exª, o meu respeito, e parabenizá-lo pelo seu aniversário.
Mas, Sr. Presidente, nesse final de semana nós tivemos a grata satisfação de observar a confiança e a fé que o povo brasileiro deposita no ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa Datafolha divulgada domingo mostra que Lula vence disparadamente em todos os cenários para a eleição do ano que vem, no primeiro e no segundo turnos, independentemente dos rivais. E o que é mais significativo: a preferência por Lula só aumenta ao longo dos meses.
A despeito de todo o massacre jurídico-midiático a que ele tem sido cruelmente submetido todos os dias, nas TVs, nos rádios, nos jornais e revistas, nas investigações arbitrárias de policiais e procuradores, nas decisões aberrantes, especialmente do Juiz Sergio Moro, a população brasileira demonstra firmemente que rejeita essa caçada política contra ele e ratifica o seu desejo de ter Lula uma vez mais na Presidência da República.
O lamentável é ver que esse projeto mal-acabado de Hitler, esse Mussolini tupiniquim, esse nazifascista chamado Jair Bolsonaro segue na disputa, para a infelicidade dos destinos do Brasil. Esse fato já é largamente explorado pela imprensa internacional, com a finalidade de prejudicar nossos interesses, como fez, recentemente, o jornal britânico Financial Times, ao afirmar, maliciosamente, que Bolsonaro é favorito em 2018. Isso é de uma irresponsabilidade sem tamanho, com o claro propósito de destruir a nossa credibilidade e afugentar investidores, em razão das perspectivas sombrias para o País que uma eleição dessas traria.
Mas, se um sujeito como Bolsonaro – conhecido por defender estupros, mortes, tortura e racismo – hoje mete em risco a própria confiança na democracia e no futuro brasileiros, essa é uma obra direta do PSDB. Os tucanos fizeram o papel de doutor Frankenstein, essa criatura abominável, com o objetivo único de incitar o ódio contra Dilma e o PT e, assim como na história do médico e do monstro, não controlam mais a própria criação. Estão, aliás, sendo absolutamente engolidos por ele. Em todos os cenários, Bolsonaro destrói quaisquer das lideranças do PSDB que lhe são colocadas como rivais.
Mas este não será o país dos Bolsonaros, do ódio, da intolerância. Esse não é o perfil da nossa sociedade, não é o que queremos para o Brasil.
É hora de dar um basta a esse clima...
(Soa a campainha.)
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ... de confronto e nos reagruparmos em torno de ideias que nos levem a um bem comum, porque esse incêndio político ateado na base da sociedade subiu e está na iminência de queimar os Poderes da República, colocando uns contra os outros, pondo em risco os princípios da harmonia e da independência.
Essa cisão institucional não pode prosperar. Ultimamente, ela tem dado margem a perigosos pontos de confronto e feito mostrar os dentes à sociedade aqueles com propósitos suspeitos, mas ainda desconhecidos.
Há, por exemplo, alguns generais sugerindo intervenção militar, sugerindo que o povo se revolte e vá às ruas. Pois eu quero sugerir aos generais que se calem e cuidem do papel que a Constituição atribui às Forças Armadas, porque, dessa forma, eles contribuem mais para a pacificação dos ânimos no País.
Isso é consequência dessa ruptura da ordem democrática que levou à deposição de Dilma Rousseff. Os que incendiaram o País, como o PSDB, não só não conseguem mais controlar o fogo, como estão sendo queimados por ele, haja vista a situação das suas principais lideranças.
O que vemos agora é uma onda de ataques às artes: são museus fechados, é gente perseguida, é livro sendo proscrito, é a reinauguração da pior face do medievalismo no Brasil. Isso tem que acabar. Tem de acabar essa visível caçada política de baixo nível em que se enquadrilham membros da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário...
(Soa a campainha.)
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – Peço um pouco de paciência a V. Exª.
Tem de acabar essa visível caçada política de baixo nível em que se enquadrilham membros da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, com a única finalidade de perseguir desafetos, como se fazia na Inquisição.
Ainda esta semana, o Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, preso numa dessas operações midiáticas, se matou. E aí nós perguntamos: onde é que nós vamos parar, Presidente?
Com Lula, essa implacável sanha persecutória, travestida de processos judiciais, tem o único propósito de interditá-lo para as eleições do ano que vem. As pesquisas atestam que os brasileiros rechaçam vivamente essa prática canhestra, tendo em conta que Lula continua na dianteira de qualquer cenário para 2018, mesmo depois de ter sido injustamente condenado. E, talvez, por isso mesmo.
Por isso, é bom que essas figuras messiânicas do Ministério Público e do Judiciário saibam que não haverá qualquer legitimidade em uma eleição sem Lula. Uma eventual interdição de Lula não será uma interdição qualquer, será a interdição do maior líder da oposição do País e do candidato que está à frente em todas as pesquisas. Como, então, teria legitimidade uma disputa em que Lula fosse impedido de participar por uma série de processos armados, criados, baseados em falas de réus confessos, torturados por inquisidores modernos?
Nós temos reunida uma sólida e qualificada frente de juristas do mais alto quilate que, em bases científicas, desmonta todos os pontos desses processos forjados por juízes e procuradores, alguns que nem sequer tiveram nível suficiente para serem aprovados como advogados no exame da OAB.
O Poder Judiciário está, a cada dia, mais afastado da Justiça. É preciso diferenciar um e outro, porque há muito tempo o primeiro perdeu intimidade com o segundo. Muitos juízes – mas não todos – têm agido sem venda e sem balança, empunhando apenas a espada, a força bruta, distanciando-se do verdadeiro sentido da Justiça.
Vamos denunciar em todos os foros, inclusive em instâncias internacionais, essa barbaridade que se pretende perpetrar aqui. O mundo vai saber que a democracia brasileira sem Lula não é democracia e que nenhuma eleição poderá ter legitimidade se ele for impedido de concorrer. Será uma fraude, um golpe de toga, que nós rechaçaremos da forma mais veemente possível.
E, pior que isso – concluindo, Sr. Presidente –, uma eleição sem Lula distanciaria, ainda mais, o Brasil da união e da pacificação de que precisa nesta hora, acirrando ainda mais os ânimos e jogando o País em um desconhecido e temerário caminho de radicalizações.
Então, é o momento de cada um assumir, firmemente, a responsabilidade do papel em que está investido pelo bem dos destinos da Nação.
Muito obrigado a todos.
Agradeço, especialmente, a V. Exª, Sr. Presidente, pela tolerância com o meu pronunciamento.
Obrigado.