Discurso durante a 152ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários a respeito do saldo de balança comercial do Brasil.

Relato de agenda cumprida por S. Exa. no Município de Sena Madureira, no Estado do Acre.

Agradecimento ao Dr. Valter Casimiro, Diretor-Geral do DNIT, pela assinatura de contrato para iniciar as obras do anel viário entre Brasileia e Epitaciolândia, na BR-317, no Estado do Acre.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Comentários a respeito do saldo de balança comercial do Brasil.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Relato de agenda cumprida por S. Exa. no Município de Sena Madureira, no Estado do Acre.
TRANSPORTE:
  • Agradecimento ao Dr. Valter Casimiro, Diretor-Geral do DNIT, pela assinatura de contrato para iniciar as obras do anel viário entre Brasileia e Epitaciolândia, na BR-317, no Estado do Acre.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2017 - Página 76
Assuntos
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, SUPERAVIT, BALANÇA COMERCIAL, PAIS, REGISTRO, ENTRADA, BRASIL, ORGANISMO INTERNACIONAL, VEGETAÇÃO, CRESCIMENTO, INDUSTRIA, TURISMO, COSMETICOS, FARMACOLOGIA.
  • AGRADECIMENTO, POPULAÇÃO, MUNICIPIO, SENA MADUREIRA (AC), ESTADO DO ACRE (AC), RECEPÇÃO, VISITA, DEFINIÇÃO, CANDIDATO, ELEIÇÃO, GOVERNO ESTADUAL.
  • AGRADECIMENTO, DIRETOR GERAL, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), ASSINATURA, CONTRATO, INICIO, OBRAS, RODOVIA, MUNICIPIO, BRASILEIA (AC), EPITACIOLANDIA (AC), ESTADO DO ACRE (AC).

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Armando, eu estava atentamente ouvindo o pronunciamento de V. Exª e acho que é importante, usando os recursos que nós temos, a TV Senado, a Rádio Senado, a tribuna da Casa, falarmos um pouco deste País que não queremos e falarmos também um pouco do País que nós queremos, que o povo brasileiro quer e merece.

    Eu, quando fiz a intervenção, falava de saldo de balança comercial, que significa que o Brasil está produzindo mais, está buscando disputar o mundo. E os números que V. Exª trouxe são extraordinários porque mostram o caminho que nós temos que percorrer nessa área. E, quando traduzimos e dizemos: o que o Senador Armando estava falando? Ele estava falando que nós podemos ter muito mais atividades produtivas, mais emprego e renda, ganharmos mais recursos, mais dinheiro para o nosso País, crescendo três ou quatro vezes as exportações, que é o que os números, os indicadores permitem analisar. E, quando eu faço essa referência, é porque isso tem que ser estratégia de país, tem que ser uma estratégia.

    A minha Região Amazônica é tida no Brasil, hoje, como um problema, Senador Armando; 20% da biodiversidade do Planeta...

    Eu agora vou fazer uma viagem – não neste mês, mas no próximo – para a China. Pela primeira vez – claro –, o Brasil está entrando agora na organização mundial de ratã e bambu.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC) – É uma organização ligada às Nações Unidas, que tem sede na China. Então, veja, uma organização que trata de ratã e bambu, que na Ásia são consumidos... São quase uma commodity.

    E qual é o país que tem as maiores florestas de bambu do mundo? O Brasil. Qual é a participação nossa nesse mercado, nesse comércio? Zero! Nunca estudamos, ou pouco estudamos, e nunca trabalhamos como uma perspectiva de um bom negócio para o País. Aliás, um grande negócio. O Acre tem experiências. Estamos tentando trabalhar na fundação e tecnologia, mas eu lutei muito, três anos, para que o Brasil fosse signatário desse acordo. Agora, em novembro, vai haver a solenidade da entrada do Brasil, o que é um sonho para os chineses. Um dos países que tem as maiores áreas de floresta de bambu estar fora da organização que trata do comércio desse...

    Eu poderia citar um mundo de outras coisas. Qual é a indústria que mais cresce no mundo? Turismo, cosméticos e fármacos. Essas são, tirando as áreas de tecnologia, as atividades que crescem assustadoramente, independentemente de crise ou de país. O Brasil está inserido nas três: no turismo, nós não temos nada; na parte de cosméticos, nós temos tudo. Quer dizer, nós não temos participação nenhuma no turismo, mas imagine este País, com 8 mil quilômetros de litoral, com a Amazônia, com o Centro-Oeste, com o Cerrado, com o Nordeste, com o Sul, com o clima? Nós somos a base, o berço do turismo, e não temos atividade econômica... É insignificante, por mil razões; porque o Brasil nunca pensou em ter; por isso não tem. Na área de fármacos e cosméticos, há uma relação de dependência da biodiversidade, da natureza.

    Nós aprovamos – eu fui Relator – a Lei de Ciência e Tecnologia e a Lei da Biodiversidade. Fui Relator das duas. São instrumentos poderosíssimos. Recentemente fui à L'Oréal, ao mais importante laboratório de cosméticos da América do Sul, a L'Oréal, no Rio de Janeiro, falando: "Agora há uma lei; vocês não vão ser tratados como biopiratas." Pretendo procurar a Natura. Isso é para que a gente possa usar a Amazônia como um ativo econômico; ninguém tem um ativo econômico, uma vantagem comparativa como nós temos.

    Tudo isso mostra as possibilidades que este País tem de crescimento do comércio, de crescimento da indústria, de estar inserido nesse mundo contemporâneo tão desafiador, no qual vão desaparecer várias atividades econômicas, muitas profissões, mas vão se empoderar outras. Por que eu estou falando isso? Para que a gente possa vencer esse período de dificuldades olhando para frente, tentando ver como a gente faz para ajudar o País a se reerguer, a se levantar.

    Veio recentemente, agora – eu fui fazer uma palestra em São Paulo, mas queria ter assistido a ele –, o Presidente Obama. Ele fez uma fala apropriada para o nosso País: ele estava falando de tolerância, de intolerância, de ouvir a pessoa de que a gente nem gosta, em quem a gente às vezes nem acredita... Mas temos que ouvir; é um outro igual a gente falando. Parece que resolvemos ir na contramão; e, na contramão, vai se abalroar, vai se bater, vai se destruir, vai haver danos.

    E eu queria, então, no dia em que sai a indicação do Nobel de Economia, que acaba de ser escolhido, o Sr. Richard, da Universidade de Chicago... Ele traz um repensar, ele traz um repensar para todos nós, porque ele fala de economia comportamental. Quando a gente acha que a economia é número – um paga, o outro compra, um vende, um empresta, o outro lucra o juro, o outro aposta na Bolsa –, não, ele fala de pessoas: que nós temos que nos preocupar com o outro.

    Agora, como é que nós vamos viver isso com os bancos agindo do jeito que agem, com a ganância com que agem, ampliando fortemente os seus lucros – ampliando fortemente os seus lucros – e ganhando muito mais quando a crise é maior? Quer dizer, enquanto houver gente se desempregando, enquanto houver gente sofrendo, os bancos ganham mais. E é uma concentração bancária que nenhum país do mundo acho que tem como nós temos no Brasil. Acho que não tem nenhum país do mundo.

    É incrível. É toda hora querendo copiar o Estados Unidos, mas tem coisa que a gente não faz igual a eles. Quantos bancos há nos Estados Unidos? Na Europa? E quantos há no Brasil?

    Então, nós não vamos a lugar nenhum por esse caminho da ganância, da exploração do outro, sem pensar que... Há um provérbio africano que fala: "Quem quer ir longe vai com muitos. Quem quer ir perto vai sozinho". Então, sozinho a gente vai perto, a gente não vai longe. Para ir longe, tem que ir com muitos, tem que ter trabalho, tem que ter dificuldade, tem que ter convivência com o outro. E o Presidente Obama trouxe um pouco disso para nós, ele falava um pouco disso, que é do que o Brasil está precisando.

    Eu não sei, mas certamente boa coisa não vai dar com esse justiçamento com que a gente vive: um reitor ter que se suicidar por conta da maneira como foi tratado, de não poder falar com um padre, de não poder falar com o advogado, de injustamente ser colocado nu, dentro de uma cela, com criminosos, sem ser criminoso e, "não, mas foi a Polícia que mandou, foi um ministério desses que mandou, foi o juiz que mandou".

    Nós estamos assim: primeiro, a gente condena, destrói as pessoas; depois, a gente vai ver se elas têm alguma culpa. Esse é um caminho da insensatez, que não tem nada de civilizado, e eu fico triste de ver meu País vivendo isso, a intolerância, o preconceito, o ódio presente em tudo.

    Então, fiz esses comentários porque tinha feito o aparte a V. Exª, mas eu vim à tribuna para fazer um registro. Queria aqui dizer duas coisas: agradecer ao povo de Sena Madureira, que nos recebeu numa plenária nesse final de semana. Nós fizemos a última plenária da Frente Popular para ouvir e discutir, com os pré-candidatos ao Governo, o nome da Vice-Governadora, Nazareth; do Líder do Governo na Assembleia, Daniel Zen; do Secretário de Segurança, Emilson Farias; e do Marcus Alexandre, Prefeito de Rio Branco. São os quatro nomes que nós temos, da Frente Popular do Acre.

    Estamos fazendo algo muito bonito, que é, sem brigas, sem confusão, plenárias coletivas, discutindo. E já, agora, no mês de outubro, com o Governador Tião Viana nos ajudando nesse processo, nós temos a definição dos pré-candidatos ao Governo, a Vice-Governador e ao Senado (eu tenho uma honra, junto com Ney Amorim, de ver meu nome colocado). Nesses tempos de tanta insensatez, tem que haver bom senso, e, lá, no Acre, a gente, com união, conseguiu fazer plenárias em todas as regionais do Estado, e a última foi nesse fim de semana. Eu queria muito agradecer às lideranças de Sena Madureira, de Manoel Urbano, de Santa Rosa, que nos acolheram – e eu tive o privilégio de participar.

    E uma outra questão, também muito rapidamente: queria agradecer ao Sr. Valter Casimiro, Diretor-Geral do DNIT. Eu não tenho nenhum problema em fazer isso, porque ele faz parte agora do Estado brasileiro, de um órgão, é um técnico. Nesse final de semana eu não pude participar porque estava em São Paulo, mas em Brasileia foi assinado um contrato para se iniciar as obras do anel viário, Brasileia-Epitaciolândia, na BR-317, que é o que nós chamamos de Estrada do Pacífico. Com isso, nós vamos ter uma obra fundamental naqueles dois Municípios. Inclusive, é a terra do meu pai. Essa é uma luta do Governador Tião Viana de muito tempo, é bom que se diga. Nós estamos trabalhando essa matéria desde o governo do Presidente Lula, depois no governo da Presidente Dilma. E foi a partir de uma emenda coletiva e impositiva de Bancada que nós conseguimos os recursos. Os recursos foram garantidos. A ordem de serviço, o projeto agora foi lançado.

    Eu queria cumprimentar também o Thiago, o Engenheiro Thiago Caetano, que é o responsável, o representante do DNIT no Acre. Eu faço aqui esse registro. Quero agradecer à direção do DNIT, porque cobro muito, cobro muito, e vou seguir cobrando melhorias na estrada. Agora mesmo, de Sena Madureira para Rio Branco as obras estão muito devagar. Há um trecho – que é do Exército – que está muito devagar. Todas as horas há problemas de carros com risco de acidentes graves, problemas nos pneus, danos nos carros por conta da buraqueira nas BRs 364 e 317. Na BR-364 precisamos ter um melhor aproveitamento do período entre uma chuva e outra – porque agora começou o período chuvoso no Acre –, para que a gente não tenha a interdição dela. Essa BR-364 é fundamental para a integração do Acre. Não adianta algum político espertalhão querer se apropriar disso. Todas as pontes dela foram feitas com muito trabalho. Eu trabalhei oito anos nela e não abro mão de seguir lutando por ela, trabalhando intensamente para que a manutenção dela aconteça. Aí vem gente dizer que o dinheiro foi mal gasto. Eu falo: a BR-364 não funcionava muito bem até três anos atrás? Por que ela não está funcionando agora? Porque pararam de fazer manutenção, pararam de investir. Ela era muito melhor ou não era três anos atrás, dois anos e meio atrás do que agora? Isso explica que o dinheiro que nós aplicamos foi um dinheiro necessário. E eu posso também afirmar que foi também aplicado de maneira correta. Agora, numa região em que não há pedras, numa região em que o solo é muito ruim, como é de Sena Madureira até Cruzeiro do Sul, não há dinheiro que chegue, e tem que haver sempre manutenção e investimentos.

    Mas eu, além de cobrar isso, quero fazer esse registro e encerrar essa minha fala agradecendo ao DNIT, ao Ministério dos Transportes por ter possibilitado a operacionalização dessa emenda parlamentar. E digo: a nossa Bancada se uniu – eu sou parte. E digo ao povo de Assis Brasil, de Brasileia, de Epitaciolândia, que, graças ao trabalho do Governador Tião Viana lá atrás, com a Presidente Dilma, graças à união da Bancada Federal, da cobrança dos prefeitos... Está aí a Prefeita Fernanda: eu quero cumprimentar a Prefeita de Brasileia pelo trabalho que está fazendo. Quero cumprimentar o Tião Flores também, o Prefeito de Epitaciolândia, mas a Fernanda foi a anfitriã. Quero parabenizar você, Fernanda, por tudo que está fazendo, pelo trabalho.

    E aqui quero deixar registrado os meus agradecimentos ao Dr. Valter Casimiro, Diretor-Geral do DNIT; ao Thiago Caetano, que é responsável pelo DNIT no Acre. Independentemente de qualquer coisa – eu expliquei para ele que eu não podia ir –, nós todos temos que estar unidos nas boas causas, nas causas que são de interesse de todo o povo do meu Estado. Essa luta por uma BR-364, pela BR-317, sem buracos, com boa manutenção, bem sinalizadas tem que ser uma luta de todos.

    E esse anel viário em Brasileia e Epitaciolândia é algo esperado há muito tempo, por isso é que eu faço questão de registrar aqui no plenário do Senado Federal.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2017 - Página 76