Discurso durante a 153ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao estado do Mato Grosso do Sul pelo transcurso do aniversário de 40 anos.

Autor
Simone Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem ao estado do Mato Grosso do Sul pelo transcurso do aniversário de 40 anos.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2017 - Página 35
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).

    A SRª SIMONE TEBET (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, dia 11 de outubro, amanhã, o meu Estado de Mato Grosso do Sul celebra quatro décadas de existência oficial. Neste dia, que todas as cuias de tereré se voltem para o alto, num brinde especial ao orgulho de ser sul-mato-grossense, ao orgulho de uma gente honesta, ordeira, solidária e trabalhadora, que não mede esforços para construir um Estado que desponta como um dos mais prósperos do País.

    Há quarenta anos, o povo de Mato Grosso do Sul tomou o trem da sua própria história, sem esquecer as estações marcadas a ferro, sangue e esperança na história do Brasil. Ali, em outubro de 1977, inaugurou-se não apenas uma nova estação, uma nova linha, mas uma nova locomotiva, como nas tradições retratadas em Inocência, sem favor, um dos mais belos livros da literatura brasileira. Mas nossos olhos, novos como os de um recém-nascido, buscavam uma nova "inocência", mais adequada aos novos tempos, buscavam novos caminhos, novas trilhas, novos trens.

    Um novo trem da história atravessa, há quarenta anos, o Pantanal e percorre o Cerrado, os planaltos, os chapadões e as serras escarpadas da minha terra.

    Um novo trem atravessa o Pantanal e viaja no tempo, ao som da guarânia, do chamamé, do cururu, do siriri, do vanerão e de todas as toadas e entoadas por quase 3 milhões de corações sul-mato-grossenses.

    Um novo trem atravessa o Pantanal ao sabor do sobá, do porco no rolete, da linguiça, do peixe à pantaneira e do arroz com guariroba – artes e sabores de um povo que cultiva o futuro em terra fértil.

    Um novo trem atravessa o Pantanal pelos trilhos da Serra da Bodoquena, de Bonito, de Jardim, de Corumbá, de Aquidauana, de Bela Vista e de tantas outras imagens típicas de postal, verdadeiras lembranças do paraíso, que encantam a todos os que nos visitam.

    Um novo trem atravessa o Pantanal e viaja na cultura dos nossos povos indígenas, que vivem em nós, não apenas em nossos corpos, como provou a pesquisa do genoma, mas na carne mais profunda do nosso espírito, no cerne de nossa cultura, de nossas tradições, patrimônios culturais que se revelam na produção artesanal esculpida no barro, como a cerâmica terena e kadiwéu, e na madeira, como a viola de cocho e os bugres de Conceição.

    Um novo trem atravessa o Pantanal e traz gente de todas as estações, de todos os quadrantes do Brasil e do mundo, carregando e mesclando todos os sotaques, todos os temperos, todos os acordes, todas as emoções.

    Mato Grosso do Sul é a terra onde se juntam, num mesmo traço de união, vizinhos de soleira e de fronteira e gente que vem de outras terras, de outros mares, que falam agora a linguagem viva da amizade, algo assim como um esperanto, que traduz os desejos comuns de construir um Estado humano, solidário e progressista.

    Mato Grosso do Sul é a terra onde se reúnem, numa mesa de comunhão, o pão de queijo mineiro, o acarajé baiano, o tacacá paraense, a peixada capixaba, o pirarucu amazonense, a galinhada goiana, o virado paulista, a feijoada carioca, o churrasco gaúcho e tudo mais que nos alimenta, de corpo e alma.

    Mato Grosso do Sul – meu berço, minha casa, meu chão – é um Estado síntese do Brasil na sua história, na sua geografia e na sua gente. Por isso, qualquer brasileiro, de qualquer canto e recanto deste País, ao visitar o nosso Estado, se sentirá em casa.

    Os contornos do nosso mapa abraçam cinco Estados brasileiros e dois países sul-americanos. As águas do Rio Paraná fertilizam nossas terras e, ao mesmo tempo que demarcam nosso rosto próprio, ao delimitar nosso território, são pontes líquidas que nos unem aos nossos vizinhos, vias de mão dupla por onde recebemos e oferecemos progresso, esperança, alegria.

    O Pantanal é o nosso coração – pulsação criativa da natureza e da cultura, exuberante de vida, repleto de passado, prenhe de futuro.

    Um novo trem atravessa, há 40 anos, o coração do Brasil.

    O meu vagão partiu de Três Lagoas. Nesses trilhos, carrego meu coração sul-mato-grossense com gratidão e fé.

    Por isso, neste momento, não vou citar poetas nem cantores, de que minha terra é farta. Apenas recolho, no fundo do meu coração, humildemente e em silêncio, o meu louvor e o meu agradecimento.

    Obrigada, Mato Grosso do Sul.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2017 - Página 35