Pronunciamento de Vanessa Grazziotin em 03/10/2017
Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Anúncio do início da campanha Outubro Rosa pela prevenção do câncer de mama.
- Autor
- Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
- Nome completo: Vanessa Grazziotin
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SAUDE:
- Anúncio do início da campanha Outubro Rosa pela prevenção do câncer de mama.
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/10/2017 - Página 133
- Assunto
- Outros > SAUDE
- Indexação
-
- COMENTARIO, CAMPANHA NACIONAL DE COMBATE AO CANCER (CNCC), MULHER, ORGÃO, ALEITAMENTO MATERNO, MES, OUTUBRO.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SECRETARIA DE REGISTRO E REDAÇÃO PARLAMENTAR - SERERP COORDENAÇÃO DE REDAÇÃO E MONTAGEM - COREM |
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia/PCdoB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna para destacar que às 18 horas de hoje daremos início a mais uma campanha Outubro Rosa contra o Câncer de Mama. A novidade neste ano junto com o acendimento das luzes é a apresentação de bale clássico pela Escola de Bale Etude Seasons, com uma adaptação do 3º ato do balé Bela Adormecida, do compositor russo Tchaikovsky, com direção de Maria Poggi, mentora da Royal Academy of Dance.
A campanha Outubro Rosa é proposta pela bancada feminina do Congresso, quando senadoras e deputadas contam com apoio da Diretoria-Geral (Dger), do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), do Comitê de Gênero e Raça, do Programa Pró-Equidade de Gênero, do Sistema Integrado de Saúde (SIS), da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, do governo do Distrito Federal e de entidades dos movimentos sociais.
Entre as inúmeras ações que deverão acontecer no mês para conscientizar e ampliar a participação da população no controle do câncer de mama constam um seminário e uma audiência pública na Câmara dos Deputados, um talk show do Instituto Oncovida, no auditório do Interlegis, um desfile de modas no Pontão Sul, uma oficina de saúde da mulher também no Interlegis e ainda o atendimento a 150 colaboradoras terceirizadas do Senado, que farão consultas e exames de mamografia no Hospital da Asa Norte aqui no DF, numa parceria com a Secretaria de Saúde.
As últimas orientações técnicas que recebemos do Ministério da Saúde são para falar em "controle do câncer de mama" e não em "combate ao câncer de mama", pois com a discussão em torno do conceito de cura da doença - e com um número maior de pessoas aprendendo a conviver com ela -, tornou-se mais adequado falar em "controlar" e não em "combater" o câncer.
O Outubro Rosa, Sr. Presidente, é um movimento internacional que teve início no fim do século passado.
Em 1990, a ONG "Susan G. Komen for the Cure", hoje em dia a maior entidade norte-americana atuante no combate ao câncer de mama, realizou a primeira "Corrida pela Cura", em Nova York, distribuindo um laço cor de rosa aos participantes.
Foi o início de uma mobilização que iria modificar a forma de inclusão da sociedade nas ações de prevenção e de vigilância do câncer de mama.
Com o passar dos anos, outras atividades semelhantes foram sendo empreendidas, quando, em 1997, estabeleceu-se o mês de outubro, o Outubro Rosa, como um período de celebração e de fomento às iniciativas destinadas ao controle do câncer de mama.
Desde então, inúmeros eventos, como corridas, desfiles de moda, iluminação de prédios públicos na cor de rosa, entre tantos outros, foram ocorrendo por todo o mundo, sempre visando a conscientizar a população sobre essa enfermidade que é umas das maiores responsáveis pelo óbito de mulheres no mundo.
Para se ter uma ideia, Sr. Presidente, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o INC A, para o Brasil, em 2017 são esperados 57.960 novos casos de câncer de mama.
Depois dos tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil, respondendo por cerca de 28% de novos casos a cada ano.
Outros dados oferecidos pelo INCA evidenciam que o câncer de mama é uma epidemia mortal em nosso País, pois ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil. Os dados mostram o aumento da incidência do câncer de mama no mundo todo, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento.
Uma forma importante de prevenir a doença é adotar alimentação saudável, praticar e atividades físicas, não consumir álcool e ficar longe do tabagismo.
Tendo em vista o aumento do número de casos, as ações de compartilhamento de informações, de apoio a exames de diagnóstico, entre outros, realizadas durante a campanha Outubro Rosa, ganham ainda mais relevância a cada ano.
Como se sabe, o câncer de mama, quando diagnosticado precocemente, apresenta grandes chances de cura e, na maioria dos casos, é possível identificá-lo por meio do autoexame ou da palpação das mamas.
Quaisquer alterações físicas, como presença de caroços, secreções ou mesmo mudanças na textura da pele, são indicativos da necessidade de uma maior investigação médica.
Devemos orientar as mulheres a procurarem o serviço público de saúde, os postos de saúde para valorizar o Sistema Único de Saúde, o SUS, como orientador da política de saúde em nosso país. Esse é um direito de cidadania.
E fundamental garantir o acesso a médicos, a equipamentos de diagnóstico a tratamentos e reabilitação, sobretudo quando consideramos que a maior parte de nossa população não dispõe de plano de saúde ou de recursos para arcar com esses caríssimos procedimentos.
É nesse contexto que a bancada feminina do Congresso tem diuturnamente apresentado projetos, realizado audiências públicas e incentivado pesquisas para subsidiar, conscientizar e facilitar o acesso de brasileiras aos sistemas de saúde do País.
Dos projetos originários desta Casa, gostaria de destacar o PLS n° 584/2015, de autoria da Senadora Lúcia Vânia, que busca assegurar a realização de exame mamográfico às populações de difícil acesso.
Esse relevante Projeto da Senadora Lúcia Vânia, Senhor Presidente, já foi aprovado por esta Casa, em 2016, e encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados.
Além disso, o PLS n° 241/2011, de autoria da Senadora Ana Amélia, caso aprovado, garantirá isenção de Imposto Sobre Produtos Industrializados na compra de veículos para mulheres mastectomizadas.
O Projeto objetiva diminuir a incidência de linfedemas de membro superior em pacientes que realizaram cirurgia de retirada de linfonodos axilares. Como se sabe, o linfedema é um dos maiores complicadores após a cirurgia nas mamas e, não raro, surgem em razão do excesso de esforço. O PLS, dessa forma, facilitará a aquisição de automóveis adaptados, que demandam menos esforço na condução, ampliando as margens de sucesso pós-operatório.
Srªs e Srs. Senadores, o controle do câncer de mama não deve estar restrito a somente um mês do ano, mas deve ser objeto de vigília constante de mulheres e de formuladores de políticas públicas.
Além disso, Sr. Presidente, é uma oportunidade para prestarmos homenagem às mulheres que infelizmente perderam a vida para a doença e também àquelas que conseguiram vencer uma batalha que deixa cicatrizes físicas e psicológicas.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigada!