Comunicação inadiável durante a 160ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à postura supostamente parcial do PT junto ao Conselho de Ética do Senado.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Críticas à postura supostamente parcial do PT junto ao Conselho de Ética do Senado.
Publicação
Publicação no DSF de 26/10/2017 - Página 23
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • CRITICA, AGRESSÃO, SUSTENTAÇÃO ORAL, LINDBERGH FARIAS, SENADOR, VITIMA, JOÃO ALBERTO SOUZA, IDOSO, PRESIDENTE, COMISSÃO DE ETICA, DESAPROVAÇÃO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Eu também estava com uma fala aqui previamente, mas, pelo decorrer da sessão e pelo que ouvi, Sr. Presidente, não posso me calar.

    Eu ouvi aqui uma comparação feita por um Senador de que ele e outros cúmplices teriam sido colocados no Conselho de Ética, enquanto outro Senador fora absolvido no Conselho de Ética. E é bom que a gente esclareça os fatos, para que não fique o discurso – e vou falar o termo correto – "lampanoso" ou, para quem quiser um sinônimo mais conhecido, o discurso mentiroso, que foi colocado aqui para todos ouvirem.

    O que aconteceu? Numa sessão e numa discussão política, houve o fato de as Senadoras invadirem a mesa do plenário e transformá-la em um acampamento dos sem-terra, como se fosse... Comeram marmita aqui nessa mesa. Esse fato foi para todo o mundo, foi colocado para o País inteiro, para o mundo inteiro, como se isso aqui fosse um acampamento, como se fosse uma favela daquelas rurais que o PT faz no campo.

    Pois bem, essa conduta foi colocada para avaliação do Conselho de Ética, e, a meu ver, o Conselho de Ética foi muito bondoso e não passou nenhuma reprimenda nem ao menos uma atenção.

    Em segundo lugar, nesse dia, quando o Presidente – que agora preside esta sessão – abriu a sessão, foi praticamente... Aliás, praticamente, não; foi agredido com palavras, aos berros, e quase agredido fisicamente pelo Senador Lindbergh. Isso não condiz com a luta política do Parlamento, onde se pode usar palavras fortes, mas não berros para agredir uma pessoa, com todo respeito, já idosa. Aquilo seria crime até no Estatuto do Idoso.

    Pois bem, representei, sim, contra o Senador no Conselho de Ética, e o Conselho de Ética está avaliando.

    Agora, o que me pasma é a desfaçatez. O que me deixa pasmo é como são vestais, como apontam os dedos. A Senadora que me antecedeu agora há pouco aqui fez uma explanação, como se o seu partido fosse santo, como se esse governo de que ela participou não tivesse cometido nada disso.

    Ora, eu ouvi falar aqui de Refis para os grandes. Pois bem, o Sr. Marcelo Odebrecht falou, nos depoimentos da Lava Jato, na sua delação, que foi vendida a MP 470 – foi vendida ao Governo para haver Refis. Vendida! Aí dizem, "Não, é só para os grandes. É só para os grandes." E se intitulam defensores dos pequenos. Pequenos... Não vou falar o que ia me sair aqui agora. Mas pequeno só serve para ser poleiro, só serve para ser trampolim para eleição. Os pequenos não comeram à mesa durante o governo. Os pequenos só serviram de escada.

    Mas eu vou dizer o seguinte: agora condenam o Senado. Eu votei a favor do afastamento do Senador Aécio; mas eu fico muito admirado é de ver a cara de pau de virem aqui se passar por santos. Senador Renan Calheiros, eu não concordo de jeito nenhum com quem aponta dedos. Sabe por que, Senador Renan Calheiros? Na mesma hora em que eu estou aqui apontando o dedo para alguém, pode ser que amanhã ou depois eu esteja na mesma situação dele. Então, eu sou daqueles que gostam de cuidar da minha vida.

    Agora, eu não perdoo vestal. Eu não perdoo quem apronta e gosta de se passar por santo. Então, já que o PT quer tanta santidade, eu vou pedir para o meu gabinete ver quem tem problema no PT. Já que a régua é essa, não pode ser só para o Aécio. Vamos fazer esse levantamento e mandar para o Conselho de Ética, para ficar tudo igual. Aí o Conselho perdoa todo mundo ou condena todo mundo, mas vai ficar tudo muito bem, já que a régua é essa – já que a régua é essa.

    Podem falar: "Ah, é uma retaliação." Não, não é retaliação, porque eu não sou do PSDB, não sou amigo do Senador Aécio e não votei a favor do Senador Aécio. Mas é que não pode haver isto aqui: o PT pode tudo, ninguém pode nada. Ele pode subir na mesa, pode quebrar microfone. Eu duvido que, se fosse outro Senador que não fosse do PT, não teria sido punido ali.

    Então, Senador João Alberto, eu penso que daqui para a frente os códigos entre Senadores ou serão de respeito ou não serão de respeito algum. Ou se tolera o de todo mundo...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... ou não se tolera o de ninguém. Porque a lei ou rege a todos ou não rege a ninguém.

    Estou vendo agora um vestal passar por Minas, fazendo uma corrida no País inteiro e se passando por santo, dizendo cada doidice – cada doidice! Ele está tentando voltar ao poder. Então vou usar uma hashtag bem feia que há por aí: hashtag #Não passarão!

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/10/2017 - Página 23