Pronunciamento de Magno Malta em 18/10/2017
Fala da Presidência durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários em defesa da família e críticas à exposição de arte que incentiva a pornografia, a erotização de criança e a pedofilia.
- Autor
- Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
- Nome completo: Magno Pereira Malta
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
-
DIREITOS HUMANOS E MINORIAS:
- Comentários em defesa da família e críticas à exposição de arte que incentiva a pornografia, a erotização de criança e a pedofilia.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/10/2017 - Página 94
- Assunto
- Outros > DIREITOS HUMANOS E MINORIAS
- Indexação
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- COMENTARIO, DEFESA, FAMILIA, MORAL, CRENÇA RELIGIOSA, CRITICA, EXPOSIÇÃO, NATUREZA ARTISTICA, MUSEU, MOTIVO, INCENTIVO, PORNOGRAFIA, SEXUALIDADE, CRIANÇA, CRIME, PEDOFILIA.
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Obrigado, Senadora Lúcia Vânia.
Registro, neste plenário, a presença de alguns vereadores de Juiz de Fora que vêm nos visitar: a Vereadora Sheila Oliveira, o Vereador Charlles Evangelista, o Vereador Julio Obama Jr. - é isso mesmo? Vai acabar sendo o prefeito da cidade -, Delegada Patrícia Ribeiro, que são de Minas Gerais, da terra do Deputado Eros Biondini, que está conosco aqui à mesa. E, ainda, o Vereador Felipe Bastos, Paulo Henrique Cremoneze e Guilherme Kemer.
Sejam bem-vindos, nobres colegas.
Eu digo colegas porque fui vereador. Comecei, como vereador, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, terra de Rubem Braga. Lá, tive a oportunidade, fui vereador por dois anos. Sou daqueles que acha que todo homem público precisava disputar uma eleição de vereador, mesmo que não ganhasse, para saber o que é uma eleição, porque só sabe o que é eleição, Senador Eduardo Lopes - que já chegou a Deputado Federal e, em seguida, a Senador - e Senador José Medeiros, quem disputou uma eleição de vereador, a eleição mais difícil do mundo, na cidade onde todo mundo conhece todo mundo, onde todo mundo estudou com todo mundo, onde o pai de um que já é aposentado é aposentado com o pai do outro, onde o mesmo médico da maternidade pegou um monte... E os caras saem batendo nas portas para falar: “Agora o meu pai é candidato”. “Votei em você na outra; agora, o meu cunhado resolveu ser”. “Agora, eu que sou”. É um negócio para tirar o chapéu!
Por isso, vereadores, sejam bem-vindos, são as figuras mais importantes, porque casa se faz pelo alicerce. O Município não é feito por Brasília, é feito pelo Município; a base é o Município porque é o alicerce. Uma casa se faz pelo alicerce. Quando você chega ao final de uma casa, você só tem o acabamento para fazer. E o grande drama do Brasil, penso, a parte significativa, é a fragilidade do alicerce.
Se os vereadores soubessem a força que têm - a força que têm - e descobrissem que tantos gostariam de ser. Deus dá o privilégio a poucos. Assim como deputado estadual e Deputado Federal. E, quando você chega e senta na cadeira do Parlamento do seu Município, do seu Estado ou do seu País, chega lá, se esquece e se deixa comandar por um homem, comandar por outros, perde a sua independência, perde o discurso que fez para chegar ali e fica dependente dos outros, consultando os outros e fica... É uma coisa terrível! Se eles descobrissem a força e o valor que têm, certamente seria de uma outra forma.
Parabéns, sejam bem-vindos, vereadores do Brasil! Vocês são muito importantes - aqueles que estão me vendo pela TV Senado e também me ouvindo pelas redes sociais e pela Rádio Senado.
Cumprimento a Jurista Bia Kicis, Procuradora, lutadora dos direitos da sociedade, do respeito à família, do respeito à vida, do respeito às crianças.
Neste momento, Senador Zé Medeiros, Senador Eduardo, eu quero chamar a atenção do Brasil, e este é o meu lugar para chamar a atenção do Brasil, até porque foi assim que enveredei pela vida pública.
São 38 anos tirando drogado da rua. Investindo minha vida na vida dos outros foi que aprendi. Tirando gente da rua, enxugando lágrima de mãe que chora, enxugando lágrima de esposa, devolvendo filhos às suas famílias... Eu tenho uma instituição de drogados chamada Projeto Vem Viver, no meu Estado. E o Projeto Quero Viver, de Minas, também foi fundado por mim, Deputado Eros Biondini.
Eu militei na vida e continuo militando na vida. Sou cristão. Vivo num País majoritariamente cristão. Esta é a maior Nação católica do mundo. É um País de católicos, um País de evangélicos, um País de espíritas e de ateus, alguns, que querem criar seus filhos e ver sua família ser criada nos moldes de Deus: macho e fêmea.
Nós estamos vivendo, neste momento, um momento sensível, terrível, de um ataque sistemático, organizado contra a família, Deputado Alan. Esse ataque sistemático é o texto próprio do Karl Marx, na sua tese, quando começou a discutir o comunismo para o mundo: "Destrua a família. Destrua os seus valores. Exponham as crianças. Erotize as crianças. Mostre às crianças a bestialidade, o sexo com animal." Trata-se da zoofilia, mas o termo mais correto é bestialidade. "Mostre a elas. Homens... Dois, três homens, abusando de uma só criança. Conjunção carnal. Desmoralização. Faça isso. Exponha o nu. E aí, sim, destruiremos esses valores." Disse ele que o grande problema da sociedade é a família, porque elas detêm o patrimônio. "Destrua a família. Aí o Estado vira Deus. Distribuiremos renda." Isso é um acinte contra a natureza de Deus.
Alguns dizem, de forma hipócrita - alguns Senadores, alguns Deputados Federais, alguns políticos e alguns jornalistas esquerdopatas: "É preciso separar religião de política." Separar o que de quê? É possível separar um homem das suas convicções? Claro que não! Alguém pode me separar das minhas convicções? Jamais! Mas esses políticos, por exemplo, agora, quinta-feira próxima passada, dia 12, Dia da Criança e também Dia da Padroeira do Brasil - eu não sou católico, sou evangélico, nós divergimos doutrinariamente, mas precisamos, na defesa da vida e da família, estar juntos todo o tempo e o tempo todo -, estavam lá em Aparecida. Eu vi a postagem de muitos deles, de cabeça baixa, contritos, rezando. O que vocês estavam fazendo lá, se é necessário separar política da religião?
Alguns vieram aqui e disseram: "Nesses dias agora, nesse feriado, eu fui aos acampamentos evangélicos. Que coisa bacana de jovens sem drogas, sem palavrão." O que você foi fazer lá, se você não é de lá? O interesse é eleitoral. Eles foram atrás de voto, de fazer a velha conquista, a velha catequese. E, nesses momentos, eles se mostram católicos, absolutamente católicos, se benzem, se confessam. Seria isso uma mentira? Até aqueles que se confessam de esquerda. E alguns deles, aqui no Senado, eu os acompanhei na igreja, e vi alguns darem a paz do Senhor.
E, depois da eleição passada, eles sobem na tribuna e dizem: "É preciso separar." O que de quê? Alguém pode separar Magno Malta da sua fé? Não! Alguém pode separar o Eros da sua fé? É católico, aliás, é um músico da Igreja Católica, um jovem católico, praticante, representante, Vice-Presidente da Frente Católica.
Evangélicos, católicos, nós todos que acreditamos e temos a Bíblia como regra de fé e prática estamos vivendo dias do acinte organizado. O que é o acinte organizado? Vejam sistematicamente essas exposições onde os nossos filhos sistematicamente foram arrumados - crianças de escola - para serem levados, Senador Zé Medeiros, para essas exposições, para ver coito de homem com animal, abuso de criança. Sistematicamente, tem acontecido em lugares diferentes, de forma coordenada, como um ataque terrorista, como homens bomba explodindo de forma imoral, em algum lugar, nos museus patrocinados pelo Santander, patrocinados pelo Itaú. Quanto a isso nós precisamos tomar providências! Se eles são tão ousados para fazer o enfrentamento, nós é que não podemos nos calar! Se eles não têm vergonha de tomar esse tipo de posição, por que nós é que vamos nos envergonhar do Evangelho que cremos e pregamos? Não, jamais!
Vejam só: em nome da arte, um grupo de artistas - Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, os mais expressivos, e alguns mais jovens, e penso que alguns embarcaram com medo de perder alguma inserção em uma grande emissora, e cujos pais devem estar morrendo de vergonha - disse que isso é cercear a liberdade, é censura. Censura de quê? Censurar a arte? Em nenhum momento, falamos disso. Não tocamos nem em nome de arte. O que é censurar a arte? Censurar a arte como, onde, em qual lugar? Censurar a arte? Arte é pintar. Arte é escrever. Arte é cantar. Arte é ser um escultor, um artista da bola, Sr. Pelé, Sr. Neymar, Sr. Romário, aqui desta Casa - aliás, um grande Parlamentar. Arte é fazer mil gols, não é, Romário? Arte. Não falamos em arte. Continuem fazendo arte, e, se alguém for censurar a arte, nós estamos com vocês. Aí fizeram aquele gesto, botando a mão na boca, comandados pelo Sr. Caetano Veloso, essa gente que fez fortuna em cima da Lei Rouanet, com o suor do povo, cobrando ingresso com o suor do próprio povo.
E aí é um homem bolinando, deitado, sendo tocado por uma criança, incentivada pela mãe. Quando você lê o Estatuto da Criança e do Adolescente, você vê que parece que é o script invertido daquilo que eles estão fazendo. Pedofilia é crime e é crime hediondo. E eu sou o relator dessa lei, que foi sancionada pela própria Dilma, que é de esquerda. O texto prevê tudo aquilo e, para a mãe, prevê uma pena maior - está no Estatuto da Criança e do Adolescente: quem leva, quem incentiva, quem conduz. O texto fala em teatro, peça, representação, apresentação, o texto fala em contracenar. A criança contracenava com um homem com o pênis para fora. Então, se aquela cena do museu fosse feita num quarto fechado, o vizinho seria preso em flagrante, porque seria pedofilia. Não foi, por ter sido num museu?
Pergunto: por que a Srª Fernanda Montenegro, com todo respeito a essa atriz que sempre respeitei, por que a senhora, chegando aos 90 anos - acho que sim -, não faz um nu, se deita em algum lugar e convide jovens para bolinar? Não seria arte? Por que o Sr. Caetano Veloso não faz? Não seria arte? Por que vocês não fazem isso e chamem os vizinhos, os filhos dos vizinhos do condomínio onde vocês moram? Chamem os netos dos outros. Vão à rua e peguem os filhos do pessoal do tráfico, levem lá e vejam se eles vão achar bacana. Não vão! E vocês não têm coragem, não têm coragem!
Ninguém está cerceando arte. Não falamos essa palavra, até porque isso não é arte.
E aí nesse mesmo museu...
E estamos vivendo um momento, Senador Eduardo, de "cristofobia". Eles nos odeiam, porque somos cristocêntricos - o centro é Cristo. São dias de "catolicofobia", dias de ódio aos católicos, à fé católica; de "evangelicofobia"; de "espiritismofobia". Eles são os artistas, eles têm a voz; eles só não entenderam que antigamente só havia uma mão, mas que, depois da internet, ficou via de mão dupla, e o povo fala.
Imaginem a arte. Vou mostrar a arte. Mostrem aqui esse pilantra, mostrem esse pilantra aqui, com a imagem de Nossa Senhora.
Gostaria que este plenário estivesse cheio de católicos. Cadê os Senadores que se elegeram com os votos dos católicos, Senador? Convidei os Deputados Federais - onde eles estão? - que se dizem católicos, que se benzem. Aqui estão representantes, isso aqui poderia estar lotado hoje.
Isso aqui é arte?! É uma imagem de Nossa Senhora no pênis dele. Olhem aqui! Isso é uma imagem de Nossa Senhora, isso aqui é um símbolo caro da Igreja Católica, para os católicos, é um símbolo sagrado para os católicos. Eu não sou católico, sou evangélico. A minha mãe, Senador Cidinho, e a minha avó já foram católicas, e eu era pequenininho quando vi minha avó devota. Símbolo sagrado está aqui no pênis desse pilantra. Depois, ele entra para fazer a artimanha dele e a rala no ralador. É um vilipêndio! E depois joga o pó no pênis.
Não podemos aceitar isso, não. Nós é que vamos ficar calados?! Nós temos que ir para a rua! O Peru foi para a rua, o Chile foi, Colômbia foi! É por isso que eles querem escola com partido, é para fazer isso com os nossos filhos. Nós não podemos nos calar diante de ideologia de gênero. É isso o que eles querem. Católicos, reajam! Família, evangélicos, espíritas, família, família, família! São os nossos filhos.
A Rede Globo não precisa de mim...
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Sr. Presidente, só...
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Já lhe concedo.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Eu...
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - A Rede Globo não precisa de mim.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Você colocou para que fosse mostrado em close. Eu acho que não mostraram em close. Há alguma proibição, alguma regra que impede isso?
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Não. Vai mostrar, então. Dá o close aqui - dá o close aqui.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Então, por favor, a TV Senado...
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Dá o close aqui. Vou segurar.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Cadê o close?
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - É a da frente? Qual é a câmera?
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Ou a câmera não tem close?
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Puxe o câmera aqui, para mim, o close.
Quem é o câmera daí da frente?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Está dizendo que não pode. Onde é que está escrito? Está no Regimento?
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Pode. Pode, sim. Pode dar o close aqui. Eu me responsabilizo. Sou eu. Venha. Isso aqui é arte.
Venha cá: por que o câmera...? Quem é que resolve? Sou eu ou você? Tem que mostrar em qual câmera? A sua câmera?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Quem tem que autorizar é quem está presidindo. Quem está autorizando sou eu. Vamos embora; senão, eu vou parar.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Sim, mas desfocado mesmo. Vamos embora.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Moderador/PR - ES) - Ramal 1329? Para um funcionário dizer se autoriza ou não? Vocês estão de brincadeira! Vocês estão de brincadeira! Está passando... Diga que eu estou dizendo que eles estão de brincadeira, porque eles estão ouvindo. Meu microfone está ligado. Mostre essa arte aqui. Aqui.
Não tem que desfocar nada. Isso aqui está em museu, lá não foi desfocado. (Pausa.)
Eu estou esperando.
Olhem aqui o artista. (Pausa.)
Eu vou dar um minuto. Ou eu vou ter que representar contra os funcionários? Eu vou entrar com uma representação contra a Diretora da TV Senado? A Diretora da TV Senado é Angela. Onde é que ela está?
Vamos embora. Prestem atenção. A Rede Globo não precisa de mim, eu sou um só. É um telespectador a menos, mas eu posso... Televisão é controle remoto, eu posso não assistir o que faz mal à minha família, o que faz mal aos meus filhos, à minha fé. Mas ela não precisa de mim.
Omo? Omo não precisa que eu compre. Eu só sou um consumidor. Se eu deixar de comprar Omo, pode fazer falta. Eles não vão nem perceber. Se eu deixar de comprar Close-Up, se eu deixar de comprar perfume de O Boticário, eu só sou um. Eles querem patrocinar essa bandalheira, mas eu com você somos dois; você e mais um somos três; vocês três e nós somos quatro. E nós revelaremos a nossa indignação diante dessa aberração.
Seria importante que aqui eu estivesse falando de quê? De esgoto, de rio, importante; de calçamento, de asfalto, importante. Mas o importante são as pessoas e não existe pessoa sem família. Não existe pessoa sem gestação. Não existe ser humano para andar em ponte. Não existirá homem nem mulher para tomar conta da Amazônia sem gestação.
Eu gostaria de pedir à minha assessoria jurídica que fizesse uma representação contra a direção de comunicação desta Casa e farei uma representação criminal. O que vocês estão fazendo é criminoso, vocês são servidores públicos. Isso aqui está na exposição. Isso aqui está para as crianças verem. Isso aqui está na rede social. Eu vou representar contra vocês, vou representar contra vocês. E vou representar contra vocês todos, todos, todos.
Nós não podemos nos calar. Se queremos uma sociedade sadia, se queremos ter homens e mulheres sem violação mental, moral, psicológica ou espiritual, nós temos que lutar neste momento, porque é uma orquestração.
Concedo a palavra ao Senador José Medeiros.