Discurso durante a 173ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogio ao Programa Cartão Reforma, do Governo Federal, que concede subsídios para a compra de materiais de construção a famílias de baixa renda

Registro de eleição extemporânea em Primavera do Leste (MT) e apoio ao candidato do Partido da República (PR), Leo Bortolin.

Apreensão com a situação da saúde pública em Mato Grosso (MT).

Autor
Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Elogio ao Programa Cartão Reforma, do Governo Federal, que concede subsídios para a compra de materiais de construção a famílias de baixa renda
ATIVIDADE POLITICA:
  • Registro de eleição extemporânea em Primavera do Leste (MT) e apoio ao candidato do Partido da República (PR), Leo Bortolin.
SAUDE:
  • Apreensão com a situação da saúde pública em Mato Grosso (MT).
Publicação
Publicação no DSF de 14/11/2017 - Página 24
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > SAUDE
Indexação
  • ELOGIO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, PROGRAMA DE GOVERNO, CONCESSÃO, SUBSIDIO, AQUISIÇÃO, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA.
  • REGISTRO, ELEIÇÃO, MUNICIPIO, PRIMAVERA DO LESTE (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT).
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, SAUDE PUBLICA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), REGISTRO, ATUAÇÃO, BANCADA, ENTE FEDERADO, OBJETIVO, MELHORIA.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, inicialmente eu gostaria de registrar que, daqui a pouco, às 16h, o Governo Federal vai lançar o Programa Cartão Reforma, que busca melhorar as condições de moradia das famílias de baixa renda por meio da concessão de subsídio para a compra de materiais de construção e também para a assistência técnica de profissionais da área da construção civil. Nesse sentido, quero dizer que o programa vai possibilitar a reforma, a ampliação ou a conclusão das unidades habitacionais.

    Esse benefício é totalmente subsidiado. Ou seja, não configura financiamento nem prestações. Cabe ao beneficiário custear apenas mão de obra, equipamentos e ferramentas necessários para a execução do serviço.

    Isso aqui creio ser fundamental, principalmente neste momento em que temos muito desemprego – e muitas pessoas, às vezes, até começaram a fazer uma reforma, começaram a ampliar a sua casa e estão até endividados. Então, trata-se de um programa para atender à população de baixa renda. Acredito que será um programa de grande sucesso, tanto é que defendemos e estaremos defendendo programas como esse, porque também representam a geração de emprego diretamente em uma área que é uma das maiores geradoras de emprego do Brasil.

    Sr. Presidente, eu quero aqui também dizer que hoje nós estamos no Mato Grosso com duas cidades com eleições extemporâneas. Na cidade de Primavera do Leste, que é bem próxima de minha cidade natal, Rondonópolis, temos lá um candidato, o nosso companheiro Léo; é um jovem candidato, que atualmente está como Prefeito interino, já que assumiu a Prefeitura na condição de Presidente da Câmara dos Vereadores e, agora, enfrenta essa eleição.

    Nessa disputa ele conta, inclusive, com um companheiro do nosso Partido, Sérgio Fava, que é um produtor, uma pessoa extremamente competente e que tem ajudado muito o Léo na campanha. Tenho certeza de que, assim como ele está sendo importante na campanha, será como Vice-Prefeito. Quero dizer que o nosso companheiro Sérgio Fava teve a indicação do diretório municipal, que foi dirigido pelo nosso Presidente, o Vereador Luis Costa, um vereador atuante do PR, que, inclusive, poderia ser o nosso candidato a Prefeito. Mas, por entendimento que houve inclusive com o Léo, decidiu-se, então, que o Léo, já que estava na condição de Prefeito, pudesse ser o candidato à reeleição.

    Aí, Sr. Presidente, eu quero destacar aqui essa campanha em que o nosso companheiro Léo tem sido brilhante. Mesmo com os adversários tentando levar a campanha para a baixaria, o Léo tem mantido a sua posição firme, a posição de uma pessoa que sabe o que é a responsabilidade de administrar o Município.

    Em tão pouco tempo em que o Léo esteve à frente da Prefeitura... Como ele mesmo tem dito, ele não foi eleito para isso. Ele tem consciência disso, mas está preparado, pronto, energizado para fazer um bom trabalho à frente da Prefeitura por mais três anos naquele Município. Tanto é assim que, em tão pouco tempo, ele já fez tantas obras, tantas iniciativas inovadoras! E, como disse aqui o nosso Senador Cristovam Buarque, para uma administração é preciso que se tenha boas ideias, é preciso que um prefeito tenha inovação, capacidade inovadora, eficiência administrativa – e tudo isso é a marca do Léo.

    Em tão pouco tempo, ele já conseguiu fazer obras, concluir obras, iniciar novas obras. Quero, inclusive, destacar uma coisa simples, mas que mostra a sua criatividade, e que foi inclusive destaque no Jornal Nacional, em matéria nacional e internacional. O Léo fez a pintura das faixas de pedestre na cidade com uma impressão em 3D. Aquilo dá uma segurança muito maior ao pedestre; os motoristas, quando veem a faixa em uma impressão em 3D, já param muito mais distantes. Parece que está elevada aquela faixa em relação ao nível do asfalto. Essa foi, então, uma matéria extremamente discutida hoje nacionalmente e que não só a população de Primavera está aprovando, como também outras cidades já estão copiando.

    Então, é nessa linha que eu quero aqui parabenizar o Léo pela sua campanha limpa, uma campanha de alto nível, uma campanha propositiva, e tenho certeza de que as pesquisas que o colocam com mais de 70% das intenções de votos válidos serão confirmadas agora no dia 19, quando teremos as eleições na cidade de Primavera. E tenho certeza, Léo, de que, com toda a sua equipe, o Sérgio Fava e todos que o estão ajudando, vocês terão uma merecida vitória em razão desse grande trabalho. Quero, inclusive, parabenizar o companheiro Gilmar D'Moura, advogado que está lá também orientando, junto com toda a equipe jurídica; na área de marketing, o Bruno Bini, que é um profissional extremamente competente, um cineasta que tem feito um grande trabalho.

    E, aqui, como Senador, o nosso papel, o nosso compromisso é continuar ajudando Primavera do Leste.

    Sr. Presidente, Primavera do Leste é uma cidade muito nova, cidade que foi desmembrada de Poxoréu. A minha cidade de Rondonópolis também foi desmembrada de Poxoréu. E Primavera do Leste, com 26 anos hoje, já chegou a ser o quarto orçamento do Estado de Mato Grosso, dada a força da agricultura, da agroindústria, e temos ajudado todos os prefeitos – e aí não vejo cor partidária. E assim será com o Léo.

    Na maioria das obras que há em Primavera, sempre tivemos participação – desde o começo, o asfalto, a primeira rua asfaltada, o primeiro serviço de água. Agora, inclusive, é projeto do Léo fazer toda uma reformulação da área da lagoa de tratamento do esgoto da cidade, ampliar esse sistema de abastecimento. Enfim, temos vários projetos, como foi a implantação da Escola Técnica Federal, Ifet, o campus do IFMT lá em Primavera do Leste.

    Agora há pouco, aqui, o Cristovam Buarque falava da importância que representa o ensino profissionalizante. Inclusive como Relator da LDO, no ano passado, nós alocamos e garantimos recursos para que todos os Ifets do Brasil pudessem ter o seu funcionamento, dada a importância que representa para o Brasil o ensino profissionalizante. Aliás, votamos, ainda como Deputado Federal, a transformação... Antes, o ensino profissionalizante era interligado ao ensino propedêutico; ou seja, alguém que já tinha um curso superior e quisesse fazer um curso profissionalizante, tinha que fazer o ensino propedêutico junto. Isso era um absurdo. Então, o número de vagas diminuía muito. Hoje, não. Ampliou-se bastante, e, só no meu Estado, a Escola Técnica Federal tem mais de 20 mil alunos – parece-me que 23 mil alunos. É importante dizer que é uma escola técnica de todos os níveis: de curta, média e longa duração, inclusive com cursos universitários.

    A Escola Técnica Federal, o Ifet, de Mato Grosso, a reitoria implantou em 17 Municípios do Estado de Mato Grosso, atendendo regiões longínquas, regiões distantes; ou seja, está presente em todo o Estado de Mato Grosso. Por isso, eu quero aqui estimular e parabenizar o Léo, porque hoje a Escola Técnica de Primavera é um exemplo. Houve uma grande parceria com a prefeitura municipal. O Prefeito Érico Piana esteve aqui conosco, e conseguimos então implantar essa escola lá, que hoje é uma escola modelo, assim como também já garantimos recursos no Orçamento, que já está liberado para a Prefeitura na área de saúde, na construção de unidades de saúde daquele Município.

    Então, eu desejo ao Léo... E tenho certeza de que a vitória será consagradora.

    E é importante – quero falar aqui até para a população de Primavera que nos ouve – dizer que uma votação expressiva para um prefeito dá crédito para que o prefeito chegue aqui reforçado, capitaneado por esses votos, inclusive para conseguir os recursos. E aí o Léo tem o apoio da maioria, Senador Elmano Férrer. O nosso Senador e os três apoiam o Léo lá em Primavera do Leste. A maioria da Bancada Federal, secretários de Estado e a maioria dos Deputados Estaduais estão com o Léo, tanto é que estiveram lá presentes e estão sendo presentes. Hoje está lá o Deputado Valtenir Pereira; ontem esteve a Deputada Janaína, assim como vários Parlamentares, sendo que já fizemos inclusive caminhada lá na cidade de Primavera.

    Mas eu tenho que falar aqui, infelizmente, Sr. Presidente, sobre a questão da saúde no meu Estado, que está extremamente precária, e isso nos tem trazido uma grande preocupação.

    Esta semana, eu estive lá em Mato Grosso discutindo com o Secretário, já que o Governador está viajando para o exterior... Espero que ele consiga trazer dessa viagem notícias boas para Mato Grosso, e não que seja só de investimentos que existirão apenas no futuro. Nós precisamos de coisas concretas. Nós precisamos que os recursos públicos do Estado sejam aplicados de forma não só correta, mas que objetive que o Governador possa, ao chegar, nos apresentar os resultados dessa viagem.

    Discutimos com o Secretário-Chefe da Casa Civil, o Deputado Max, que assumiu a Secretaria da Casa Civil. Nós tivemos uma reunião na Associação Mato-Grossense dos Municípios, onde estava a grande maioria dos prefeitos, inclusive com uma proposta inicial até de impeachment do Governador. Eu disse aqui da tribuna que acho que esse não é o caminho. Acho que o caminho é o diálogo. Assim, fomos lá, conversamos com os prefeitos, e a definição dos prefeitos foi de aguardar mais para que o Governador, através da posição do Secretário-Chefe da Casa Civil, Max, que assumiu o compromisso de estar regularizando os pagamentos, que o fizesse.

    E aí entra o nosso papel, de toda a Bancada Federal. Nós fizemos, no ano passado, uma emenda ao Orçamento da União. Das duas emendas impositivas... Aliás, é bom dizer que nós só tínhamos direito a uma emenda impositiva. Como Relator da LDO, ampliamos para duas emendas impositivas, e, em Mato Grosso, uma delas nós colocamos exatamente para a área da saúde, de R$156 milhões, prioritariamente para conclusão, para equipamentos das obras do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá e para equipar os hospitais filantrópicos, bem como os hospitais regionais.

    Naquela época, Sr. Presidente, há um ano, nós advertimos o Governo do Estado do caos a que poderia ser levada a nossa saúde. Fizemos aqui uma audiência pública para a qual convidamos o Governo do Estado, o Ministério da Saúde, os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, as filantrópicas, e lá estivemos presentes. Discutimos por mais de quatro horas. E a conclusão dessa audiência foi de que o Governo do Estado iria apresentar ao Ministério da Saúde um planejamento do que deveria ser a saúde do ano de 2017: onde seriam aplicados os recursos, de que forma, a priorização. Enfim, é aquilo que dissemos agora há pouco: governar é a arte de saber priorizar a aplicação dos recursos públicos. E quando as pessoas estão morrendo, Sr. Presidente, aí não dá para brincar com a vida das pessoas. Infelizmente, era isso que já estava acontecendo àquela época.

    Levamos o Ministro da Saúde a Mato Grosso. Ele visitou as unidades da capital e pôde ver lá mais de 150 pessoas nas macas dos hospitais, principalmente no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá e também no Hospital Júlio Müller. Naquela época, nós já advertíamos.

     Nós temos lá, Sr. Presidente, um recurso de mais de R$80 milhões parado na conta do Estado de Mato Grosso, fruto de uma emenda, de um trabalho que fizemos aqui para a construção do novo hospital universitário. No governo passado, foi feito o projeto, foi feita a licitação, o recurso foi liberado integralmente por parte do Governo Federal para a Universidade Federal de Mato Grosso através do Ministério da Educação, já que os hospitais universitários são mantidos através dos recursos da educação, e esses recursos para lá foram. A obra começou; infelizmente a empresa quebrou, o governo novo entrou e nem a nova licitação foi feita. E o dinheiro está lá, parado durante esses três anos e meio, quase quatro anos, e as pessoas sofrendo, morrendo.

    Essa semana, nós tivemos um temporal na cidade de Cuiabá, uma chuva extremamente forte. E esse Hospital Universitário Júlio Müller teve lá... As imagens são estarrecedoras, Senador Elmano. As pessoas dentro do hospital, e parecia que era uma tromba d'água caindo nos leitos, na área de recepção do hospital

    Esse Hospital Júlio Müller funciona em condições precárias, é uma construção de mais de 40 anos. Lá também foi começada uma obra, que é o Centro de Nefrologia, um convênio do Governo do Estado de Mato Grosso, do governo anterior, com o Hospital Júlio Müller e esse recurso do Ministério da Saúde. Infelizmente também a obra foi paralisada, e o atual Governador do Estado, o ex-Senador Pedro Taques, resolveu devolver o recurso para o Ministério da Saúde, e está lá o esqueleto parado até hoje, e as pessoas sofrendo nas macas.

    Então, à época, um ano atrás, o que nós propusemos? Já que o Hospital Júlio Müller é um hospital universitário, já que tem mais de 80 milhões parados na conta, transfere 10 milhões, reforma, melhora as condições do Hospital Júlio Müller, e nós nos comprometeríamos a colocar uma emenda no Orçamento para repor esse recurso quando a licitação do novo hospital universitário fosse feita, as obras começassem e utilizassem o recurso.

    Já se passou, Senador Elmano, mais de um ano, e o recurso continua parado; nem a licitação do novo hospital universitário foi feita. Está lá a obra inacabada. E já se passaram mais de três anos, o governo já está findando no ano que vem, o governo do Governador Pedro Taques. Ou seja, estamos chegando ao final do ano. Três anos o dinheiro parado, e nada, nenhuma atitude foi tomada. Aliás, no ano passado disseram, quando foi lá o Ministro, que se tinha feito uma audiência e que se faria a licitação, e até hoje nada.

    Então, a Bancada Federal, depois de muita discussão – porque essa emenda que colocamos aqui, no Orçamento, de 156 milhões, foi exatamente para compra de equipamentos e reforma das unidades, com prioridade para o Hospital e Pronto Socorro Municipal. Já está findando o ano, e até este momento não chegou nenhuma proposta por parte do Governo do Estado.

    O que fizemos? Tivemos que, atendendo inclusive a um acordo feito pelo Prefeito da capital, o Prefeito Emanuel Pinheiro, que nós apoiamos... E eu já dizia para ele um ano atrás que se ele ficasse aguardando – ele que marcou como meta inaugurar o novo Pronto Socorro agora, no aniversário da cidade do ano que vem, em abril –, eu dizia a ele: "Prefeito Emanuel, não faça essa promessa, porque dificilmente V. Exª terá condições de inaugurar esse Pronto Socorro funcionando".

    Digo isso porque, até o Governo do Estado licitar, entregar para o Governo Federal – aprovar e licitar... Eu acredito que este governo, com essa falta de atitude, vai demorar muito. E já estamos encerrando o ano, e nada foi feito. Aí tivemos que alterar a nossa emenda e aceitamos esse acordo feito, exatamente para que o Estado não perdesse o recurso. O Senador Davi Alcolumbre foi o relator. Está aqui o nosso ofício, o meu ofício, onde fiz um destaque. Depois fizemos um destaque, inclusive, de toda a Bancada – todos assinaram e concordaram – em que transferimos, desses 156 milhões, que eram para equipamento, para reforma e ampliação, todo esse valor para custeio. Com isso, então, Governo do... E alocando todo esse recurso para o Governo do Estado, fruto de um compromisso que foi assinado pelo Secretário Max, em quem eu confio, acredito... Ele, como político... É a primeira vez que temos um Secretário, um Deputado Estadual, porque o Governador Pedro, quando assumiu, queria execrar a classe política. Não acreditava nos políticos. Disse que os políticos não podiam participar do governo dele. E hoje, infelizmente, tanta coisa ruim aconteceu, e lá... Felizmente! Ao contrário: felizmente, o Max, que é Deputado Estadual, foi prefeito, uma pessoa experiente, um hábil negociador, assumiu a chefia da Casa Civil. E, com isso, melhorou o diálogo aqui, junto à Bancada, e fizemos então essa modificação no Orçamento, alocando 156 milhões para custeio, com o propósito, com o compromisso de se fazer um convênio com a Prefeitura Municipal de Cuiabá, em que 82 milhões...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... seriam de recursos da fonte, saindo do Governo do Estado, para equipar o pronto-socorro. E aí, com esse convênio, então, a Prefeitura poderá fazer a licitação.

    Aguardo, espero, que o Governo honre com o Prefeito Emanuel e que ele possa, então, fazer a licitação, e nós termos a conclusão do hospital – claro, não mais em abril do ano que vem – e colocar esse hospital em funcionamento, o que é muito importante para Cuiabá e para Mato Grosso, porque Cuiabá, a nossa capital, atende não só ao interior todo de Mato Grosso como a outros Estados, como Rondônia, e até a outros países. A Bolívia, por exemplo, com quem fazemos uma divisa de 720 km, de divisa seca, e ali muitas pessoas da Bolívia acabam vindo, para se tratar em Cuiabá.

    Então, Cuiabá está sobrecarregada sim. Inclusive, o Prefeito Emanuel tomou uma atitude, esta semana, de não mais atender àquilo que não fosse emergência.

    Então, eu espero que realmente o Governo do Estado possa cumprir esse convênio, porque não só esse convênio que foi feito com a Prefeitura de Cuiabá, como também os recursos, deverão ir para as filantrópicas, visto que, infelizmente, infelizmente, o Governador já disse, em outros momentos, publicamente, que não tem nenhum compromisso com as filantrópicas de Mato Grosso.

    Ora, Senador Elmano, as filantrópicas, as Santas Casas de Misericórdia, todas as filantrópicas, no Brasil inteiro, são extremamente respeitadas e prestam um serviço provado, com um custo de menos de 50% do que o dos serviços prestados diretamente pelos hospitais regionais, pelos serviços dos hospitais privados.

    Então, se nós temos as filantrópicas prestando um serviço de qualidade, que tem uma credibilidade, uma respeitabilidade da população, por que não as termos como parceiras, por que o Governo dizer que não tem nenhum compromisso?

    E aí, Sr. Presidente, a Santa Casa de Misericórdia da minha cidade, Rondonópolis, teve que, infelizmente, agora, fechar os seus trabalhos.

    E eu quero registrar aqui, com muito respeito, o Conselho Diretor da Santa Casa: o Presidente Tiago Coelho, o Dr. Kemper Pereira, o Sinesio Alvarenga e também o Dr. José Osíris. Eles tiveram que tomar atitude, através do corpo clínico, que não tinha mais como prestar o serviço, depois de quatro meses sem receber, Sr. Presidente. Como é que vai trabalhar? Como as pessoas, os médicos, os profissionais, sem equipamento, sem receber, com o salário por quatro meses atrasado, poderiam continuar o seu serviço?

    E, aí, toda a unidade de terapia pediátrica foi fechada. Foi uma luta nossa para conseguir fazer funcionar essa Unidade de Terapia Intensiva pediátrica. Está fechada. Também, todos os procedimentos eletivos, todos eles estão fechados. Além do serviço de urgência e emergência.

    Os leitos de UTI, ontem – agora, há pouco, recebi a notícia do Dr. Kemper –, tiveram que ser fechados. O serviço de emergência, os leitos que ainda estão sendo utilizados, as pessoas... O hospital não tem mais equipamento, não tem mais remédio, não tem mais como atender, porque está simplesmente com 4,5 milhões em atraso, e vão vencer agora, no dia 20, mais 1,7 milhão. Ou seja, tinha 5,3 milhões de dívida, recebeu 860 mil esta semana. Mas tem 4,5 milhões ainda em débito.

    Segundo a Diretoria da Santa Casa, já foram ao banco, já tomaram recursos emprestados, e hoje a Santa Casa não tem mais onde buscar esses recursos.

    Por isso, eu quero aqui, ao falar isso, dizer que nós, da Bancada Federal, fizemos a nossa parte. Estamos trabalhando. Hoje mesmo já conversei com o Ministro do Planejamento. Vou agora ao Palácio do Planalto, colocar isso pessoalmente ao Presidente da República.

    Mas, claro, o Governo Federal – e eu quero aqui deixar isto muito claro à população que nos assiste – está com todos os seus procedimentos, com todos os seus convênios pagos ao Governo do Estado. O Governo Federal não está atrasado. Então, o problema é a gestão do Governo do Estado.

    E aí, inclusive, eu faço um apelo... Esse, sim. Eu quero fazer um apelo aqui ao Ministério da Saúde. Vou, amanhã de manhã, ao Ministério da Saúde, porque nós temos, lá também, a necessidade de fazer o credenciamento das UTIs pediátricas. O Deputado Adilton, que é da minha cidade, também já esteve lá, o Deputado Carlos Bezerra... Eles dizem que estão ultimando, e isso é extremamente importante, porque, fazendo o credenciamento, eles poderão receber o recurso diretamente.

    Hoje também estive, pela manhã, na minha residência em Cuiabá, com o Dr. Preza. Ele, que é o Diretor da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. O ano passado, nós liberamos um recurso para a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Não foi recurso muito expressivo, não, Sr. Presidente, mas, quando se tem competência, seriedade, capacidade...

    Com aquele recurso, de aproximadamente dois milhões, a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá adquiriu mais de 800 equipamentos e implantou o primeiro serviço de nefrologia infantil, de hemodiálise infantil na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá – o primeiro de Mato Grosso. Ele foi implantado com as máquinas que lá chegaram, fruto da aquisição desse recurso. Uma coisa, assim, extremamente emocionante para mim, quando lá fui para participar da entrega desse equipamento; um serviço médico de alta qualidade e o primeiro serviço implantado no Estado de Mato Grosso.

    Imagine um serviço desses fechar. As crianças tinham que ir para outros Estados, os pais tinham que se mudar, morar em outros Estados, porque o nosso Estado não tinha esse serviço.

    E quem está prestando esse serviço é exatamente a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, assim como também as outras unidades. Nós temos o Hospital Geral de Cuiabá, cuja administradora esteve aqui há poucos dias. Comprometemo-nos com a administradora em alocar um recurso, que também não é muito grande. É um recurso de 1,5 milhão, que vai transformar esse hospital que é referência no Estado de Mato Grosso, um hospital que faz cirurgias de alta complexidade, mas é uma construção de mais de 40 anos; precisa ser apenas melhorada, para que o serviço possa ser prestado com qualidade. Um recurso de R$2 milhões será suficiente para que eles façam um grande serviço.

    Então, eu quero aqui trazer o meu apoio a todas as filantrópicas do meu Estado, porque todas elas são instituições de alta respeitabilidade. Aliás, tenho que dizer que, na minha cidade, o Hospital Regional de Rondonópolis é administrado pelo Estado, mas quem fazia a administração era a Fundação Dom Camilo, uma instituição de São Paulo, dos padres, que funciona há mais de 80 anos, extremamente respeitada, que fez um trabalho brilhante no Hospital Regional de Rondonópolis, um serviço de qualidade, e reformou o hospital, que funcionava muito bem desde o Governo passado. E agora, infelizmente, eles entregaram o serviço, e, quanto à empresa que está lá, uma Ocip de Goiânia, parece-me que já está com problema também. Já está pensando em paralisar o serviço do hospital regional.

    E ontem estive no aeroporto com o pessoal da cidade de Sinop, também uma Ocip da cidade, com o hospital regional tendo que fechar também. Aí, o Deputado Nilson Leitão está empreendendo uma luta muito grande, talvez até com rompimento político com o Governador, porque ele está indignado. Todos nós estamos. A Prefeita de Sinop, Rosana, que esteve aqui... O que podem fazer os prefeitos? Todos os prefeitos com mais de R$150 milhões para receber. E o pior, Sr. Presidente: a dificuldade do diálogo. O Secretário de Saúde – foi uma afirmação dos prefeitos, lá – não atende às filantrópicas, não quer conversar, não quer dialogar. E é uma pessoa do bem. Luiz Soares. Eu o conheço. É uma pessoa que eu tenho como uma pessoa do bem. Mas não se faz política se você não dialogar, na imposição. Se está difícil, vamos conversar, como fez o próprio Secretário Max. Vamos à MN, discutir com os prefeitos, buscar soluções. Agora, não há como protelar essa situação da saúde. As pessoas estão morrendo.

    Então, eu quero aqui fazer um apelo a todo o Governo do Estado de Mato Grosso, ao Governador, que está viajando para o exterior. Parece-me que o Vice-Governador também vai viajar. Aliás, o Governador assumiu o Governo do Estado dizendo o seguinte: "No Palácio, todos iriam comer comida de preso". Então, os três primeiros dias ele comeu marmita dos presos, como um ato de marketing. Hoje, está andando de jato para tudo quanto é lado. O custo que o Estado de Mato Grosso está tendo, só com os aviões alugados, daria para resolver o problema da saúde do Estado de Mato Grosso. Agora a comida já não é de preso. Agora a comida é de bufê, famosos bufês da nossa capital.

    Então, fazer discurso apenas para ganhar a mídia não é aceitável num Estado rico como o Mato Grosso, onde as pessoas estão morrendo à míngua, onde as unidades...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... tanto as unidades filantrópicas como os hospitais regionais...

    Todas as cidades estão com os serviços paralisados: Sinop, Rondonópolis, Água Boa, Barra do Garças... Enfim, em todas as regiões do Estado de Mato Grosso os serviços estão sendo paralisados. Não se atende mais a nada na área eletiva. E o Governo do Estado está fazendo um programa itinerante, Senador Raupp, contratando milhares de pessoas que vão para qualquer cidade polo – que eu vou agora. E aí levam carretas, caminhões, com um custo altíssimo de diárias de hotéis, para fazer cirurgias de catarata. É importante fazer a cirurgia de catarata, sim. Mas primeiro temos que salvar as pessoas que estão morrendo dentro da... Como é que você vai fazer um mutirão numa cidade, se as UTIs estão sendo fechadas, as UTIs infantis, os serviços de tratamento que são para salvar a vida?

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Por isso, Sr. Presidente, eu quero trazer aqui a minha indignação, porque a população está nos cobrando e, aí, cobra de todos: "Olha, Senador, o que você está fazendo lá?"

    Nós somos três Senadores de Rondonópolis, a única cidade – eu acho – do Brasil que tem três Senadores. A população fica revoltada: como é que pode, numa cidade que tem três Senadores, a Santa Casa ter que fechar as suas portas? Então, essa indignação eu quero aqui trazê-la, mas mostrando também que estamos fazendo a nossa parte.

    Vou agora à Presidência da República, vou conversar com o Ministro da Saúde, mas tenho que deixar muito claro aqui para a população de Mato Grosso que os serviços de repasse dos recursos, por parte do Governo Federal, estão em dia. Então, estamos praticamente amarrados. E aí fica muito claro que há falta de gestão por parte do Governo do Estado, da administração estadual.

    Então, agradeço muito o tempo, a tolerância, Sr. Presidente, e espero que o Governo de Mato Grosso, logo que o Governador chegue da viagem, tome as medidas necessárias para tirar esse caos em que está a saúde do meu Estado.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/11/2017 - Página 24