Discurso durante a 175ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento da Srª Derlei Catarina de Luca, professora e defensora dos direitos humanos.

Autor
Dário Berger (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Dário Elias Berger
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo falecimento da Srª Derlei Catarina de Luca, professora e defensora dos direitos humanos.
Publicação
Publicação no DSF de 21/11/2017 - Página 18
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, MULHER, PROFESSOR, DEFENSOR, DIREITOS HUMANOS, ENCAMINHAMENTO, VOTO DE PESAR, APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA, ELOGIO, VIDA PUBLICA, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, INSERÇÃO, ATA, HOMENAGEM.

    O SR. DÁRIO BERGER (PMDB - SC. Sem revisão do orador.) – Então, vou me antecipar a V. Exª para dizer o seguinte.

    Eu estou requerendo, nos termos do art. 218 do Regimento Interno do Senado Federal, a inserção na ata de voto de pesar pelo falecimento, no dia 18 de novembro do corrente ano, da professora e defensora dos direitos humanos Derlei Catarina de Luca bem como também a apresentação das condolências à família.

    Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, isso representou um adeus à Srª Derlei Catarina de Luca, que era a voz de Santa Catarina pelos direitos humanos.

    O Brasil perdeu, no sábado passado, Derlei Catarina de Luca, aos 70 anos. Professora e escritora, não venceu a batalha que travava contra um câncer. Catarinense, natural de Içara, Derlei era reconhecida no País como uma das principais vozes a denunciar os horrores praticados pela ditadura militar.

    Trazia no corpo as marcas das intermináveis sessões de tortura a que teria sido submetida nas vezes, nos momentos em que ficou presa em São Paulo na Operação Bandeirantes. Após conseguir fugir, exilou-se no exterior e só voltou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia.

    Desde então, desde 1979, 1980, dedicou-se ao resgate da memória dos desaparecidos políticos nos anos de chumbo do Brasil. Fundou o Comitê Catarinense Pró-Memória dos Mortos e Desaparecidos e o Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça.

    Sua maior batalha, desde então, foi a incansável pesquisa para descobrir o destino do seu amigo, o Deputado catarinense Paulo Stuart Wright, morto em 1973 e até hoje desaparecido.

Em 2005, Srª Presidente, [em] uma matéria assinada por Renê Müller e Marcos Espíndola, publicada no Diário Catarinense (...), [com] o título "O bebê que driblou a ditadura", os repórteres contaram a saga de Derlei, que teve de abandonar o próprio filho para fugir da perseguição política e só foi (...) [reencontrá-lo] [muitos] anos depois.

Derlei era, antes e acima de (...) [tudo], uma humanista, [uma] democrata convicta. Lamentavelmente, palavras em desuso em tempos de ignorância e intolerância [sobretudo] nas redes sociais [fazem o dia a dia dos brasileiros e das brasileiras.]

    Portanto, Srª Presidente, era esse o requerimento que eu queria apresentar. E, evidentemente, quero me solidarizar com todos os democratas, todos os ativistas, todos aqueles que lutam pelos direitos humanos e, sobretudo, com os seus amigos, com a sua família e com a sua luta.

    Fica aqui, então, os meus votos de pesar e meu profundo sentimento pelo desaparecimento da Srª Derlei Catarina de Luca, a voz de Santa Catarina pelos direitos humanos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/11/2017 - Página 18