Discurso durante a 175ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração do dia nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração do dia nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Publicação
Publicação no DSF de 21/11/2017 - Página 60
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, CONSCIENTIZAÇÃO, IMPORTANCIA, POPULAÇÃO, NEGRO, DEFESA, NECESSIDADE, COMBATE, RACISMO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SECRETARIA DE REGISTRO E REDAÇÃO PARLAMENTAR - SERERP

COORDENAÇÃO DE REDAÇÃO E MONTAGEM - COREM

20/11/2017


    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, dia Vinte de Novembro é uma da data de muita reflexão, data da morte do grande líder negro Zumbi dos Palmares. O Brasil possui 5.570 municípios sendo que apenas 1047, celebram e refletem o dia Vinte de Novembro. Precisamos reverter estes números.

    A República de Palmares é um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão. Localizado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, o Quilombo acolhia homens, mulheres, crianças, idosos, índios, negros e brancos, que combatiam a escravidão.

    O quilombo dos Palmares destacou-se por sua organização política e militar.

    Em 1971, ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, constataram a data da execução de Zumbi e iniciaram uma série de comemorações anuais, elevando-a como data de referência negra.

    Em 2007 foi implantado no alto da Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. O local recria o ambiente da República dos Palmares, maior e mais organizado refúgio de negros das Américas durante o período escravocrata.

    Dentro do Parque, foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo dos Palmares. Com paredes de pau-a-pique, cobertura vegetal e inscrições em banto e iorubá, avista-se o Onjó de farinha (Casa de farinha), o Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), o Oxile das ervas (Terreiro das ervas), as ocas indígenas e a Muxima de Palmares (Coração de Palmares).

    Neste ano de 2017, a da Serra da Barriga foi considerada Patrimônio Cultural do Mercosul, este reconhecimento além de valorizar os indivíduos e suas comunidades de matrizes africanas no continente americano, representa uma reparação às perseguições e à intolerância praticadas e reveladas por meio dos quilombos.

    Minhas amigas e meus amigos, o Brasil possui apenas 517 anos e por quase 400 anos vivemos sob um sistema de escravocrata. Muitos avanços foram conquistados pela população negra no Brasil, contudo estudos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) - órgão da ONU, demonstram que o nível da qualidade de vida da população negra no Brasil está uma década atrasado em relação aos brancos.

    “Infelizmente, ainda é coisa de preto”.

    Segundo o documento “Desenvolvimento humano para além das médias”, entre 2000 e 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) da população negra cresceu, em média, 2,5% ao ano, acumulando alta de 28% no período, frente ao 1,4% anual dos brancos, ou 15% em dez anos. Mas, apesar do ritmo mais acelerado, só em 2010 o IDHM dos negros alcançou a pontuação (0,679) que já havia sido atingida pelos brancos uma década antes (0,675).

    “Infelizmente, ainda é coisa de preto”.

    Conforme dados do Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O Brasil registrou, em 2015, 59.080 mil homicídios. Isso significa 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes. Os números representam uma mudança de patamar nesse indicador em relação a 2005, quando ocorreram 48.136 homicídios.

    “Infelizmente, ainda é coisa de preto”

    O estudo analisa os números e as taxas de homicídio no país entre 2005 e 2015 e detalha os dados por regiões, Unidades da Federação e municípios com mais de 100 mil habitantes. Apenas 2% dos municípios brasileiros (111) respondiam, em 2015, por metade dos casos de homicídio no país, e 10% dos municípios (557) concentraram 76,5% do total de mortes.

    Srªs Senadoras e Srs. Senadores, os estados que apresentaram crescimento superior a 100% nas taxas de homicídio no período analisado estão localizados nas regiões Norte e Nordeste. O destaque é o Rio Grande do Norte, com um crescimento de 232%. Em 2005, a taxa de homicídios no estado era de 13,5 para cada 100 mil habitantes. Em 2015, esse número passou para 44,9. Em seguida estão Sergipe (134,7%) e Maranhão (130,5).

    Pernambuco e Espírito Santo, por sua vez, reduziram a taxa de homicídios em 20% e 21,5%, respectivamente. Porém, as reduções mais significativas ficaram em estados do Sudeste: em São Paulo, a taxa caiu 44,3% (de 21,9 para 12,2), e, no Rio de Janeiro, 36,4% (de 48,2 para 30,6).

    Houve um aumento no número de Unidades da Federação que diminuíram a taxa de homicídios depois de 2010. Especificamente nesse período, as maiores quedas ocorreram no Espírito Santo (27,6%), Paraná (23,4%) e Alagoas (21,8%). No sentido contrário, houve crescimento intenso das taxas entre 2010 e 2015 nos estados de Sergipe (77,7%), Rio Grande do Norte (75,5%), Piauí (54,0%) e Maranhão (52,8%). A pesquisa também aponta uma difusão dos homicídios para municípios do interior do país.

    “A pátria mãe gentil, chora por seus filhos”.

    Mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil entre 2005 e 2015. Apenas em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, uma redução de 3,3% na taxa em relação a 2014.

    No que diz respeito às Unidades da Federação, é possível notar uma grande disparidade: enquanto em São Paulo houve uma redução de 49,4%, nesses onze anos, no Rio Grande do Norte o aumento da taxa de homicídios de jovens foi de 292,3%.

    Os homens jovens continuam sendo as principais vítimas: mais de 92% dos homicídios acometem essa parcela da população. Em Alagoas e Sergipe a taxa de homicídios de homens jovens atingiu, respectivamente, 233 e 230,4 mortes por 100 mil homens jovens em 2015.

    A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras etnias, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência.

    Nesta última semana um jovem negro e ator deixou de ser socorrido por agentes da segurança do metrô da maior cidade do Brasil - São Paulo, por um ato de racismo destes agentes.

    O jovem foi assaltado por delinquentes e tentando fugir procurou os agentes do metrô, que não acreditaram que ela era a vítima e o devolveu aos criminosos, que o agrediram com chutes, socos e até mordidas de cachorros que se encontravam com os criminosos.

    “Infelizmente, ainda é coisa de preto”.

    Os trabalhadores brancos ganham salários médios 82% superiores aos rendimentos dos pretos, conforme dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    Um trabalhador branco tem um rendimento médio real de R$ 2.660, considerando todas as ocupações, enquanto brasileiros pretos empregados ganham R$ 1.461 -- uma diferença de R$ 1.199. Os pardos ganham, em média, R$ 1.480.

    O Brasil encerrou 2016 com 12,3 milhões de pessoas desempregadas, sendo que a participação dos pardos foi de 52,7% (portanto, mais da metade), dos brancos de 35,6% e a dos pretos de 11%.

    Já entre os brasileiros empregados no final de 2016, o contingente de ocupados era de 90,3 milhões de pessoas -- 41,7 milhões que se declararam brancos (46,2%), 39,6 milhões pardos (43,9%) e 8,1 milhões de cor preta.

    “Infelizmente, ainda é coisa de preto”.

    A perseguição às religiões de matriz africana e intolerância religiosa. Diariamente casos de intolerância religiosa, crescem no Brasil, no mês de outubro, um lar social e um terreiro de Umbanda no Estado de Minas Gerais a “Casa Espírita Império dos Orixás de Nossa Senhora da Conceição e São Jorge Guerreiro”, foram invadidos por criminosos, que além de ameaçar os proprietários e moradores, quebraram e destruíram toda propriedade sob o argumento, que não queriam macumbeiros naquela cidade. Lamentável em pleno o século 21 ainda vivermos com tanta intolerância.

    Somente na Bahia, entre 2013 e 2017, foram registrados 98 casos de violência tendo como pano de fundo a intolerância a essas religiões.

    Os professores Hélio Santos e Marlon Marcos Francisco Nunes, dizem não utilizar mais o termo intolerância religiosa, para atitudes como essa. Retratam estes atos como terrorismo, forjado no racismo. Precisamos criar mecanismos para coibir e penalizar esses atos que ferem as religiões de matriz africana.

    Srªs Senadoras e Srs. Senadores, para que todas estas estatísticas deixem de ser “Coisa de Preto”, e passemos a pensar como uma nação, uma nação que se preocupe com o seu povo, povo este multicultural, devemos olhar para um dos principais direitos fundamentais, garantido em nossa Carta Magna a Educação. Olhar para educação é valorizar a professora, o professor, o aluno e a sociedade brasileira, é investir em políticas públicas estruturantes, é priorizar no Orçamento Federal, Estadual e Municipal ações e programas com objetivos educacionais. Não adianta pensarmos em mudar o Brasil senão ainda existe crianças sentando no chão para estudar.

    Minhas amigas e meus amigos, quero falar ainda da Lei número 10.639 de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira”.

    Está lei é maravilhosa, pois traz obrigatoriedade da difusão da história da população negra e possibilita que está história seja contada pelas próprias negras e negros, que ajudaram e ajudam a desenvolver este país.

    Com mais de 57 % da sua população brasileira autodeclarada negra, ainda visualizamos a predominância dos modelos educacionais influenciados por componentes de identidade cultural europeia no cotidiano das escolas.

    Conviver (viver com o outro, ter intimidade), Educar (dar educação, criar, cultivar, adquirir os dotes físicos, morais e educacionais que dá à educação) e Pertencer (formar ou fazer parte, ser parte integral de) foram os verbos que encontrei para retratar a importância da Lei nº 10.639 de 2003, para promoção da igualdade racial e o combate ao racismo nas suas mais variadas formas.

    Investir na educação gera retorno na forma de inovação, descoberta de novos líderes, geração de emprego e renda. São benefícios a serem colhidos ao longo de anos e com um efeito direto sobre a qualidade de vida. A falta de investimento nessa área, ao contrário, representa o desperdício de potencial.

    Para que a implantação da lei aconteça, precisamos do esforço de todas: mulheres, homens, idosos, adolescentes, crianças, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

    Na data do dia Vinte de Novembro, poucos Estados e municípios trabalham com a devida importância o simbolismo da Escravidão. Entretanto temos belos exemplos como o município de Butiá no Rio Grande do Sul, que com a união de lideranças negras e brancas, com o apoio da câmara de vereadores em especial do vereador Leonardo Montenegro e da prefeitura, começaram a debater e enfrentar o Racismo no município.

    Temos outros exemplos no Brasil como o Estado de Minas Gerais, que através da Secretaria de Educação do Estado criou a Campanha Afroconsciência, que valoriza nas escolas a história e a cultura afro-brasileira em nossa sociedade, através de seminários, teatros, danças, caminhadas e outras iniciativas.

    É preciso que o povo brasileiro esteja engajado nesta mudança de pensamento, nesta mudança de comportamento e olhe para o seu próximo como um amigo, um amigo que ele possa caminhar de mãos e enfrentar qualquer desafio.

    Srªs Senadoras e Srs. Senadores, há poucos dias, fiz um discurso crítico ao sistema de recuperação fiscal, porque a mensagem que o Governo passa com o novo Refis é a de que a sonegação vale à pena. E, para fazer essa renúncia de receita, são realizados cortes nas despesas discricionárias.

    É comum o entusiasmo do mercado financeiro com os cortes orçamentários e com os juros altos, mas o outro lado da moeda revela recessão e imobilidade social. Esses cortes causam a ruptura de diversos programas sociais e atingem, sobretudo, a população negra.

    Com o argumento da crise financeira, as negras e os negros são os primeiros da base da pirâmide social, a sentirem a Reforma Trabalhista elaborada pelo Palácio do Planalto e efetivada pelo Congresso Nacional.

    Como citei anteriormente, não bastasse a população negra receber menos que os brancos, os afrodescendentes terão de submeter às condições ainda mais precárias de trabalho e ocuparam as funções mais exploradas e menos remuneradas.

    “Infelizmente, ainda é coisa de preto”.

    No Senado Federal com 81 senadores e senadoras, apenas 04 declaram -se negros. Precisamos incluir a diversidade, diante as representações políticas no Brasil.

    Enquanto não tivermos negros, índios, pessoas com deficiências, mulheres e jovens participando como atores principais da política brasileira, nada, nada mudará. Precisamos dar voz aos que não tem voz.

    Eu acredito que quando as cadeiras do Congresso Nacional, estiverem floridas, com as mais variadas rosas, poderemos disputar de forma igual, as grandes ideias. Mas enquanto o processo político, da política permanecer inerte e excludente, manteremos a paralisia na democracia e pagaremos um custo muito alto pelo retrocesso.

    Minhas amigas e meus amigos, a pressão das pessoas é o melhor mecanismo para reverter essa contradição. Há, pelo menos, duas maneiras de se fazer pressão para mudar o quadro de representantes: o voto e a fiscalização dos eleitos.

    Quando o sonho de igualdade entre negros, brancos, índios, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, jovens, independente de origem de raça, sexo, cor, idade tornar- se realidade, Aqualtune, Zumbi, Abdias do Nascimento, Luiza Bairros, Lua (militante negro), Irmã Doroti, Chico Mendes, Oliveira Silveira, Galdino Pataxó e muitas outras guerreiras e guerreiros estarão juntos em festa! Viva o povo negro!!! Viva a diversidade do povo brasileiro! Viva a diversidade do povo brasileiro!

    Vou terminar o meu pronunciamento com um trecho do poema Negros do grande poeta de Oliveira Silveira:

    “Encontrei minhas origens

    Na cor de minha pele

    Nos lanhos de minha alma

    Em mim

    Em minha gente escura

    Em meus heróis altivos

    Encontrei

    Encontrei-as enfim

    Me encontrei.”

    Axé.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveitei a semana do feriado alusivo à Proclamação da República, para cumprir uma extensa agenda pelo Rio Grande do Sul.

    Estive em 15 municípios de diversas regiões. Fui à Ivoti, Taquara, Viamão, Ipê, Antônio Prado, Vacaria, Novo Hamburgo, Alvorada, Lajeado, Pelotas, Capão do Leão, Rio Grande, Porto Alegre, Novo Hamburgo e anoas.

    Aula Pública na cidade de Taquara.

    Participei como palestrante em uma aula pública no Centro Educacional Índio Cesar Brasileiro, organizado pelo Comitê Regional Contra o Desmonte da Previdência.

    Estavam presentes o procurador do Ministério Público do Trabalho, Rogério Fleisschmann; representantes de centrais sindicais e sindicatos - CTB (Abigail Pereira), CUT (Simone Goldschmidt), Nova Central, Sindicato dos Sapateiros de Parobé, Sindicato dos Bancários do Vale do Paranhana, Sindicato dos Comerciários, entre outros.

    Foi um evento plural, intersindical, suprapartidário bem ao estilo do que tenho pregado quando falo em uma Frente Ampla Pelo Brasil.

    No evento, recebi dois documentos: um abaixo-assinado contra a venda de ações do Banrisul que é o banco estatal gaúcho. Documento que foi entregue pelos integrantes do Sindicato dos Bancários da região; e, um documento/manifesto contrário à tentativa de extinção da Justiça do Trabalho, entregue por servidores, magistrados e advogados que atuam nesta área. Saibam vocês que estou junto nessa luta.

    Viamão - Festa das Maiorias - Idosos e Negros, Rádio Fertapergs.

    Participei na sexta-feira, dia 10 na cidade de Viamão, da “Festa das Maiorias” evento alusivo aos idosos e aos negros.

    Lá participei de diversos programas de rádio como o projeto Rádio FETAPERGS na Estrada, Rádio Santa Cecília e Rádio Velha Capital.

    Foi um bate papo muito democrático onde ao lado do deputado federal do PC do B Assis Melo e dos presidentes da Fetapergs/RS, José Pedro Kunn, de Itamar Santos e o vereador Adão Preto Filho conversamos sobre a necessidade de elaboração de um Estatuto do Trabalho e também sobre os resultados da CPI da Previdência.

    Tive uma grata surpresa. O Sr. Martin Martins, um idoso de 94 anos, negro, militante das causas do povo fez uma bela explanação onde mostrou sua preocupação como os rumos que o País vem tomando. É exemplos como o do Sr. Martin que buscamos força e energia para fazermos o bom combate.

    Na serra gaúcha -Ipê - Antônio Prado e Vacaria

    Estive na pequena, mas muito simpática cidade de Ipê - Capital Nacional da Agroecologia, a convite da jovem vereadora Gislaine Zilliotto que reuniu um grupo expressivo de pessoas na manhã do sábado, dia 10, em sua maioria agricultores familiares a fim de debater o tema da Previdência com foco no trabalhador rural.

    Em Antônio Prado estive almoçando na Fenamassa - um dos mais importantes eventos gastronômicos da Serra Gaúcha.

    Em Vacaria participei na Câmara de Vereadores de um debate sobre Previdência e trabalho e também da instalação da Frente Parlamentar de Promoção e Defesa da Igualdade, sendo presidenta a vereadora Selmari - PT racial.

    Foi um grande evento. Agradeço a todos pelo carinho e ao presidente do Poder Legislativo, vereador Marcos Lima do PTB.

    Também estiveram presentes o deputado federal Henrique Fontana e o ex-prefeito da cidade de Vacaria, Eloi Poltrieri.

    Vi em Vacaria, em Pelotas, em Taquara, Alvorada, em Rio Grande, e outras cidades, e em outras cidades que passei um verdadeiro fórum de resistência ao desmonte do Estado Brasileiro que o governo Temer e seus aliados vem fazendo.

    Evento e situação dos Institutos Federais.

    Na segunda-feira dia 13 estive palestrando para professores, funcionários e alunos do IF Sul-rio-grandense, campus avançado de Novo Hamburgo.

    Lá pude presenciar mais uma vez, pois tenho visitados diversos Institutos, o desmonte da educação pública.

    Caros colegas, se eu, Paulo Renato Paim estou aqui falando dessa tribuna, se entrei neste Congresso Nacional em 1987 como Deputado Constituinte e hoje sou senador, devo isso ao povo do Rio Grande do Sul, mas em especial ao ensino técnico que transformou minha vida!

    Lajeado - Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação.

    Participaram os Deputados Federais Dionilso Marcon e Elvino Bohn Gass. Lá foi tratada questões relativas ao Estatuto do trabalho e a reforma trabalhista. Parabéns aos organizadores pela mobilização.

    Roteiro pela região Sul do RS - Dias 15 e 16 de novembro.

    Realizei um roteiro de atividades diversas pelas cidades de Pelotas, Rio Grande e Capão do Leão.

    Neste roteiro tenho que registra as presenças dos deputados Estaduais Zé Nunes, Miriam Marrone, do prefeito Alexandre Lindemayer e do prefeito de Capão do Leão Mauro Nolasco, e do presidente da CUT Claudir Nespolo. E o ex-prefeito de Pelotas Fernando Marrone.

    45° Feira do Livro de Pelotas.

    No feriado do dia 15 de novembro estive autografando e distribuindo a obra “O Dragão Debaixo da Cama” que trata do impacto das reformas trabalhista e previdenciária na vida dos Brasileiros, na 45° Feira do Livro de Pelotas.

    Lá conversei, abracei, beijei e recebi o carinho do povo daquela cidade que é conhecida como “A Princesa do Sul”. Foram mais de 200 livros autografados.

    PIBID - Mas, naquela tarde, tive uma grande surpresa. Fui convidado por um grupo de estudantes para participar de uma manifestação que ocorria ali mesmo na praça Coronel Pedro Osório.

    Os jovens lá presentes em grande número, em torno de 400 pessoas, estavam se manifestando em defesa do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, que é mais um programa social que o governo Temer corta as verbas.

    O programa serve para aperfeiçoar e valorizar a formação de professores da educação básica. O PIBID concede bolsas a alunos de iniciação à docência desenvolvidos pelas universidades, em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.

    O movimento lá em Pelotas é coordenado pelos alunos da UFPEL - Universidade Federal de Pelotas, mas envolve todas as universidades do país e tem como objetivo a defesa da continuidade do PIBID, que cessem os cortes de verbas e que o programa tenha continuidade, pois pelo que se tem notado, o governo Temer quer acabar com o programa como acabou com o Farmácia Popular.

    Marquei para o dia 7 de dezembro, às 9h da manhã uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos para debater o tema.

    Documento sobre a plataforma P-71 - Pólo Naval de Rio Grande.

    Na cidade de Rio Grande, conversei com o prefeito Alexandre Lindemayer e com líderes sindicais liderados por Claudir Nespolo, Presidente da CUT/RS.

    Eles me entregaram um documento da empresa ECOVIX, datado de 10 de outubro de 2017, endereçado à direção da Petrobras tratando do desmonte dos blocos executados para a construção da Plataforma P-71.

    Este documento indica com todos os números, que existe uma outra solução para esta importante questão.

    A proposta mostra que podemos resolver de vez o problema gerando emprego, liberando o estaleiro, possibilitando a continuidade da plataforma e não gerando custos adicionais a Petrobras.

    Prometo que analisarei o documento com atenção, vou dar os encaminhamentos e farei um pronunciamento específico para debater este tema.

    Na cidade Rio Grande participei de um evento da Frente Brasil Popular organizada pelo militante Celso Carvalho.

    Além de debater os temas de interesse da nossa gente, recebi um documento que me emocionou muito. Foi uma carta escrita à mão que recebi das Srªs Sonia Julieta Rocha Costa e Maria Madalena Caldas.

    Elas fizeram um abaixo assinado recolhendo assinaturas contra a reforma trabalhista e seus impactos negativos em direitos como PENSÕES e BPC - Benefício de Prestação Continuada.

    São cidadãos pertencentes às parcelas mais vulneráveis da população, pois recebem até dois salários mínimos.

    Sabe o que elas pedem nesse abaixo assinado? Nessa linda iniciativa? Segundo elas, “Uma redação mais justa relativa aos parágrafos relacionados às pensões por morte de genitores e ao Benefício de Prestação Continuada”.

    Sônia e Maria Madalena: Vocês me tocaram fundo com essa grande iniciativa. Espero que vocês consigam contagiar os corações e mentes deste governo e dos deputados e senadores.

    Em Pelotas, na quinta-feira, dia 16, fiz uma fala no painel de Resistência Jurídico Política contra a Reforma Trabalhista organizado pela ASUFPel - Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de Pelotas.

    Na Assembleia Legislativa do RS.

    Na sexta-feira, dia 17, pela manhã, participei de evento do FSST - Fórum Sindical da Saúde do Trabalhador, onde debati ao lado de técnicos do mais alto nível as consequências que a reforma trabalhista trará na vida dos trabalhadores.

    Agradeço ao coordenador do FSST, Alfredo Gonçalves, e sua equipe pelo convite e pelo belo evento. Também participaram o Deputado Estadual Adão Villaverde e o presidente da CUT, Claudir Nespolo.

    Semana da Consciência Negra em Saio Leopoldo.

    Para comemorar a semana da Consciência Negra, participei, além do evento já citado em Vacaria, de um ato na noite de 17 de novembro, na Câmara de Vereadores de São Leopoldo, organizado pelo Prefeito Ary Vanazzi, vereadora Ana Afonso, Secretária de política para as Mulheres Danusa Silva; a diretora da Igualdade Racial Nadiar Maria de Jesus e a procuradora da secretaria da saúde Angélica Nery.

    63° Feira do Livro de Porto Alegre.

    Mais uma vez cumpri um compromisso que para mim já é tradição.

    Na tarde de deste último sábado, dia 18, autografei o “Dragão Debaixo da Cama“, na 63° Feira do Livro de Porto Alegre.

    Passei uma agradável tarde onde mais de 500 livros foram autografados. Cada pessoa me deu um forte abraço e muitas delas me falavam no meu ouvido... “Força Paim” “estamos rezando por você”, “continua teu combate contra as injustiças dessa gente”.

    Resumindo esses 10 dias que estive no RS. Seguidamente comento aqui dessa tribuna que “Fui beber da fonte do povo”. Isso me dá força, me dá energia para seguir no bom combate, afinal como diz o poeta “o caminho a gente faz caminhando”.

    Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/11/2017 - Página 60